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AGOSTO DE 1976 NA VIDA DO BRASIL E DE BRASÍLIA.

AOS 74 ANOS, JK É ESTRELA A ILUMINAR NOSSA HISTÓRIA.

 

Aprendi muito ao escrever meu livro “DE CASACA E CHUTEIRAS – A Era dos grande dribles na Política, Cultura e História” – lançado em 2020. Faço aqui um resumo do mês de agosto, tendo como fio condutor JK, Brasília e Pelé. Quem viveu este tempo, há de lembrar e curtir. Quem ainda não tinha nascido, sempre é bom para comparar e ter uma referência histórica. O livro está no Mercado Livre.
1976 – Um ano de guerra e muita violência contra os direitos humanos no Brasil e no mundo. Na China, morre o líder Mao Tsé Tung e, no Brasil, morre um dos maiores estadistas que este País produziu: Juscelino Kubitschek de Oliveira. Oscar Niemeyer lança na Europa o livro “Minha Experiência em Brasília”. E já prepara o lançamento de outro: “A Forma na Arquitetura”. Os conflitos raciais matam e ferem na África do Sul. Jimmy Carter assume a Presidência dos Estados Unidos com a bandeira dos direitos humanos. Um casamento revoluciona as relações planetárias: a união da informática com a eletrônica. Nos EUA, Bill Gates e Paul Allen popularizam os microcomputadores e a Microsoft ganha o mundo. Steve Jobs e Steve Wozniak terminam o projeto do micro Apple I. Os computadores começam a ser vendidos em grande escala. A TV Globo ganha seu padrão, marca um estilo de excelência graças à dupla Walter Clark e Boni e inicia a exportação de suas telenovelas. Éder Jofre encerra uma carreira brilhante com 81 lutas, 77 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. O Brasil tem 11 milhões e 603 mil aparelhos de televisão. O Concorde faz seu primeiro voo comercial. Na temporada de 1976, Pelé faz 43 jogos pelo Cosmos. Se levar em conta toda a sua carreira profissional, que começou em 7 de setembro de 1956, Pelé chega ao gol 1.259 e completa 1.325 partidas disputadas.
17.JANEIRO.1972 – Indignação nacional: o metalúrgico Manuel Fiel Filho (49) morre nas dependências do DOI-Codi. Mais tarde, virou o documentário “Perdão, Mister Fiel”, de Jorge Oliveira. O presidente Geisel exonera o general Ednardo d’Ávila Melo do Comando do 2o Exército.
21.JAN.1976 – O Concorde, voando a 2.500 km/h e a 17.700 metros de altura, faz seu primeiro voo comercial.
29.JAN.1976 – É inaugurada a Embaixada da França em Brasília, pelo ministro Jean Sauvagnargues, das Relações Exteriores do governo Valéry Giscard d’Estaing. Por sugestão de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, o projeto inicialmente foi confiado a Le Corbusier. Devido à sua morte em 1965, e a várias ampliações do complexo da embaixada, a obra só foi iniciada em 1970. O anteprojeto coube ao arquiteto chileno Guillermo Jullian de la Fuente, ex-colaborador de Le Corbusier. As ampliações posteriores couberam ao arquiteto francês Louis Bach. O arquiteto amigo de Lucio Costa e Niemeyer ganhou uma área nobre dentro da embaixada: o Espaço Cultural Le Corbusier.
6.FEV.1976 – Brasília inaugura a segunda ponte sobre o Lago Paranoá, ligando a Avenida das Nações ao Lago Sul. Projeto de Oscar Niemeyer, a Ponte Costa e Silva tem 400m de extensão e dá à paisagem um toque de simplicidade e leveza, pela sua arquitetura em forma de arco ou de uma garça pousando na água. Sua estrutura central é metálica.
6.ABR.1976 – Juscelino Kubitschek, o presidente que trouxe a indústria automobilística para o Brasil em 1958, faz questão de, reservadamente, visitar as obras da Fiat, em Betim-MG. O presidente da Fiat Adolfo Neves Martins da Costa o acompanha. O Relações Públicas da fábrica, Jack Corrêa (23), prepara uma surpresa que deixa JK emocionado: manda emplacar todos os Fiat 147 que estão no pátio com as placas alfanuméricas de prefixo JK. No seu diário, JK escreve: “Andamos tudo a pé. Extraordinária realização!”.
25.ABR.1976 – O socialista Mário Soares é eleito primeiro-ministro de Portugal.
12.MAI.1976 – Ainda hostilizado pelos europeus na presidência da Fifa, sobretudo pelos ingleses, João Havelange começa a demarcar o terreno de sua gestão. Fecha o contrato com o primeiro grande patrocinador da entidade: a Coca-Cola. A marca norte-americana desembolsa 7 milhões de dólares a cada quatro anos em troca da presença ostensiva de marketing em todas as competições internacionais da Fifa. A tabelinha levou a Coca-Cola, pelo quique da bola, a entrar nos países árabes, na China e na União Soviética.
5.JUN.1976 – Morre misteriosamente em acidente automobilístico, no Rio, Zuleika Angel Jones, mais conhecida como Zuzu Angel. Mineira de Curvelo, Zuzu é pioneira da moda brasileira. Durante o regime militar, seu filho Stuart Angel foi preso no DOI-Codi e desapareceu. Zuzu faz movimento internacional pela localização do corpo do filho. Mas avisou: “Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho”. Recebeu de Chico Buarque uma linda canção, “Angélica”. “Quem é essa mulher / Que canta sempre esse estribilho? / Só queria embalar meu filho / Que mora na escuridão do mar…”
8.JUN.1976 – JK deixa registrado no seu diário: “Hoje ‘comemoro’ 12 anos de cassado e vejo o Brasil cada vez pior, sem liberdade, sem esperança e sem felicidade. E arrumaram outra dívida para mim, relativa a um imóvel que adquiri e depois vendi e cujo Imposto de Renda vai me absorver a fabulosa quantia de 900 mil cruzeiros. Será o começo de outra dívida. Outra chateação”.
18.JUN.1976 – Juscelino recebe, em São Paulo, o Prêmio Intelectual do Ano-1975. JK escreve em seu diário: “No dia anterior almocei na Folha de S. Paulo com Otávio Frias e seu staff. Duas horas de debate cerrado. Queriam saber tudo de minha vida política, inclusive por que nos dois últimos anos não tive uma atitude mais agressiva. Devia ter-lhe perguntado se ele seria capaz de fazer um artigo me defendendo… Na noite do Prêmio falaram Raimundo Menezes, o Otávio Frias, da Folha, lido o discurso do Menotti del Picchia. O Raimundo Magalhães me entregou a estatueta. Aplausos e autógrafos em profusão”
7.AGO.1976 – Do diário de Juscelino, de próprio punho, na fazendinha de Luziânia-GO: “Hoje é sábado. Crepúsculo no Belvedere. Às 19 horas, mal começava a novela Anjo Mau, minha casa foi invadida por dezenas de pessoas. Repórteres do Jornal do Brasil, Globo, Manchete à procura de notícias. Circulava no Brasil a notícia de minha morte. Todos me telefonavam ansiosos. Telefonei para Luciana, em Brasília. Houve uma amostra do que seria a repercussão de minha morte. Tarde da noite todos se retiraram. A casa ficou triste. Parece que realmente saíra um defunto. Dormi mal”.
19.AGO.1976 – Grupo rebelde conservador mostra estar contra o processo de redemocratização “lenta e gradual” de Geisel e ameaça o Brasil com terrorismo. Explode uma bomba no banheiro da Associação Brasileira de Imprensa, no Centro do Rio de Janeiro. Horas depois, outra bomba é encontrada no prédio da OAB. A Aliança Anticomunista Brasileira assume a autoria dos dois atentados.
22.AGO.1976 – Morre o ex-presidente Juscelino Kubitschek em um desastre automobilístico, no h 165 da Rodovia Presidente Dutra, próximo à cidade de Itatiaia-RJ. Acidente ou atentado? Muitas especulações.
23.AGO.1976 – O corpo do ex-presidente JK é levado do Rio para o aeroporto de Brasília, de onde segue para a Catedral Metropolitana. No enterro de JK, Brasília vive sua primeira grande manifestação popular. Cerca de 60 mil pessoas acompanham o cortejo pela W3, até o cemitério Campo da Esperança, entoando a canção do folclore mineiro “Peixe Vivo”, imortalizada por Milton Nascimento: “A minh´alma chorou tanto, que de pranto está vazia desde que aqui fiquei, sem a sua companhia / Não há pranto sem saudade, nem amor sem alegria / É por isso que eu reclamo essa tua companhia / Como pode um peixe vivo viver fora da água fria? Como poderei viver sem a tua companhia?”
26.AGO.1976 – Anunciado pelo presidente da Câmara, deputado Célio Borja, o deputado Tancredo Neves (PSD- -MG) faz discurso histórico em homenagem a JK. “A morte do ex-presidente uniu o País pela dor. Houve em cada lar uma prece, em cada alma uma lágrima e em cada coração um voto de pesar e de saudade. É que, em sua magnanimidade, JK nunca partilhou o ódio, mas sempre distribuiu o amor”.
8.DEZ.1976 – Numa conquista do médico Aloísio Campos da Paz (41), é aprovado o projeto para fazer da Rede Sarah, em Brasília, um hospital de grande porte, com três objetivos: atender pacientes com problemas no sistema nervoso central e locomotor, pesquisas na área de medicina e formação de excelência para profissionais no setor. A Rede Sarah, com ousadia e disciplina, é exemplo de como fazer medicina pública.
31.DEZ.1976 – Na temporada de 1976, Pelé faz 43 jogos pelo Cosmos. Se levar em conta toda a sua carreira profissional, que começou em 7 de setembro de 1956, Pelé chega ao gol 1.259 e completa 1.325 partidas disputadas.
FOTOS:
1 a 5 ) A morte de JK e o dia que Brasília criou alma. (Fotos de Fernando Bizerra)
6) JK visita a fábrica da FIAT, em Betim, recém inaugurada.
7) Pelé leva multidão nos jogos do Cosmo, em Nova Iork.
😎 Inauguração da Ponte Costa e Silva, no Lago Paranoá.
9) Presidente Gerald Ford recebe Pelé na Casa Branca
10 e 11) Cassius Clay ou Mahammad Ali homenageia a Pelé.
12) O artista plástico Andy Warhol homenageia Pelé no seu estúdio, em NY.
13) JK para sempre JK – Mudou a geopolítica do Brasil e redescobriu o País pelo Planalto Central.

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A IRONIA DO FUTEBOL

O incrível acontece.

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Continuo achando que o PLANO MAIS SEGURO É NÃO DEPENDER DA SORTE. Na vida profissional, na vida pessoal e… no futebol.
Fica a lição para os cartolas.
No Brasileirão de 2023, em Homenagem ao Rei Pelé, o Santos cai para a Serie B.
O espírito de Pelé tem que baixar na Vila Belmiro para elevar o moral, o astral e energizar, quem sabe, o novo estádio a ser construído.
A HORA É DE APOIAR E RECONSTRUIR.
A História do Santos Football Club merece.
FOTOS:
Monumento a Pelé feito pelo arquiteto Oscar Niemeyer
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Brasília, há 36 anos Patrimônio Mundial pela Unesco

Capital federal foi a primeira cidade moderna a receber a honraria, em dezembro de 1987; em outubro do mesmo ano, conjunto foi tombado pelo governo local e, em 1990, inscrito no livro histórico do Iphan

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Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo

 

Tesouro urbanístico e símbolo de um dos mais importantes fatos históricos do país, Brasília é, há 36 anos, Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A honraria foi concedida à capital federal em 7 dezembro de 1987, apenas 27 anos após a sua inauguração. Desde então, Brasília compõe o seleto grupo de monumentos agraciados com o título, a exemplo da Muralha da China e das pirâmides do Egito.

O título de patrimônio mundial da humanidade se refere ao conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília — o Plano Piloto —, assinado pelo urbanista Lucio Costa. A concepção, projeção e construção do sonho de Juscelino Kubitschek transcorreram entre 1957 e 21 de abril de 1960, quando a cidade foi inaugurada. A Agência Brasília revisita a história da capital e dos títulos que a preservam em mais uma matéria da série especial #TBTdoDF, que aproveita a sigla em inglês de Throwback Thursday para reviver fatos marcantes para o Quadradinho.

“Esse título também é uma forma de preservar e proteger essa herança para as gerações futuras e torna nossa cidade uma fonte de inspiração para o mundo”Cristiano Araújo, secretário de Turismo

A área tombada da cidade tem 112,25 km², sendo o maior perímetro urbano sob proteção histórica do mundo, e coleciona atributos dignos de tombamento. Quem ousa passear pela cidade tem a oportunidade de prestigiar as quatro escalas de Lucio Costa — monumental (a do poder), residencial (das superquadras), gregária (dos setores de serviços e diversão) e bucólica (das áreas verdes entremeadas nas demais) — e conversar com os traços de Oscar Niemeyer. Em diversos pontos da capital, é possível ainda prestigiar as obras de Athos Bulcão e vislumbrar o paisagismo de Burle Marx.

O título permite que o conceito inovador e vanguardista da cidade seja mantido, além de incentivar o movimento turístico na região. “Nossa capital é um lugar especial, não apenas para os brasileiros, mas para toda a humanidade. Temos aqui sítios naturais e culturais, com uma arquitetura modernista, planejamento urbano inovador e funcional”, avalia o secretário de Turismo, Cristiano Araújo. “Esse título também é uma forma de preservar e proteger essa herança para as gerações futuras e torna nossa cidade uma fonte de inspiração para o mundo”.

O título de Patrimônio Mundial da Humanidade se refere ao conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília — o Plano Piloto —, assinado pelo urbanista Lúcio Costa | Foto: Divulgação/Adriano Teixeira

O subsecretário de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), Felipe Ramón, afirma que “o tombamento é o reconhecimento mundial da importância do Plano Piloto para a civilização”. Segundo ele, a preservação de Brasília exige a avaliação do plano urbano e a adoção de uma visão voltada para o futuro, em que as próximas gerações também entenderão a importância da capital, processo que ocorre com a educação patrimonial.

“Nós temos atribuição direta sobre tombamentos e registros, sendo que o primeiro diz respeito aos bens materiais, e o segundo, aos imateriais. Nós zelamos pela preservação desses espaços, além de fomentarmos a educação patrimonial, que é o que faz com que os jovens adultos e crianças conheçam a importância do patrimônio cultural e do tombamento e assim passem a preservá-los”, explica o subsecretário.

Preservação

A capital federal também é tombada pelo GDF e pelo Iphan | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

A capital também é reconhecida como patrimônio cultural em outras duas instâncias diferentes: é tombada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O primeiro ato de preservação da cidade ocorreu em 14 de outubro de 1987, com a publicação do decreto n° 10.829/1987, que regulamenta a lei n° 3.751/1960. A medida, que propõe a preservação da concepção urbanística de Brasília, permitiu que a cidade fosse tombada mundialmente.

Já em 14 de março de 1990, a cidade foi inscrita no Livro de Tombo Histórico pelo Iphan. O feito é referente à mudança da capital do país do Rio de Janeiro para o Planalto Central, considerado um dos mais importantes acontecimentos históricos do país no século 20. “Representa uma radical mudança na geografia do país, promovendo a ocupação das áreas centrais do território nacional que, majoritariamente, concentra as maiores cidades no litoral”, pontua o instituto em nota enviada à Agência Brasília.

“Brasília representa um marco muito significativo para o debate internacional referente ao reconhecimento de sítios enquanto patrimônio da humanidade”, continua o órgão. “Foi o primeiro conjunto urbanístico moderno a ser declarado. Esse reconhecimento confirma não apenas a genialidade do urbanismo de Lucio Costa e a arquitetura de Oscar Niemeyer, mas a capacidade de realização brasileira de criar uma capital em um território pouquíssimo ocupado, em tempo exíguo. Coroa também o esforço de milhares de trabalhadores que empreenderam a epopeia da construção, os candangos”, finaliza o Iphan.

Visite

A Catedral Metropolitana é um dos 12 pontos turísticos da rota arquitetônica | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

O GDF criou rotas turísticas para que o Quadradinho seja desbravado por completo. Destaque para a Rota Arquitetônica, que leva o visitante a um tour nas obras e monumentos que fazem de Brasília um marco da arquitetura mundial. Há também a Rota Cívica, composta por monumentos e espaços importantes para a democracia do país, entre outros miniguias. Veja todas aqui.

 

 

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O MONÓLITO DO PÃO DE AÇÚCAR

CARIOCA COMPRA A BRIGA CONTRA AS TIROLEZAS DO PÃO DE AÇUCAR. CARTA ABERTA EM DEFESA DO ROCHEDO SÍMBOLO CARIOCA

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“O homem moderno perdeu o sentimento do sagrado.

Os indígenas defendem suas águas e montanhas porque

pertencem à Terra e não o contrário como o homem branco

a quem as terras lhes pertencem”.

 

Construção de tirolesas no Pão de Açúcar revolta arquitetos, paisagistas e moradores de Botafogo, da Urca e de todos os pontos de onde se pode contemplá-lo. Perfurações não previstas no escopo inicial do projeto foram realizadas durante as obras. A polêmica é grande e o paisagista e arquiteto Carlos Fernando de Moura Delphim faz carta aberta à sociedade brasileira sobre os graves riscos que hoje ocorrem na paisagem natural e cultural do Rio de Janeiro, especialmente com a degradação do monólito do Pão de Açúcar.

 

Para Carlos Fernando de Moura Delphim há uma sequência de efeitos conjugados que, por sua desorganização, degradam a paisagem carioca. O crescimento econômico, a pressão demográfica, a questão da segurança pública e o desenvolvimento do turismo acentuam, de ano em ano, as ameaças que pesam sobre o próprio futuro do homem, em geral, e da população carioca em particular.

Tendo vivido 60 anos no Rio de Janeiro e tendo sempre defendido o patrimônio cultural do Brasil, das cidades e do mundo, Carlos Fernando se sente no dever de lançar seu grito de alerta sobre o que está acontecendo com a Cidade Maravilhosa, especialmente sobre o belíssimo penedo do Pão de Açúcar.

 

A TIROLEZA DA DISCÓRDIA

 

A informação está na boca do povo. E não parece fake-news. Já em 2024, o Pão de Açúcar, um dos cartões-postais mais visitados do mundo devido ao seu bondinho, acha-se ameaçado de receber uma inovação que o tornará mais deslumbrante ainda do que já é. Trata-se da instalação de uma tirolesa de 755 metros, um esporte radical

com quatro linhas ligando-o ao Morro da Urca, num trajeto de menos de 50 segundos, numa velocidade de 100km/h. O escritório Índio da Costa, responsável pela construção, apresentou outro projeto ao Iphan, pedindo autorização para aumentar em 50,16% a área total de edificações sobre o Pão de Açúcar.

A proposta afeta ainda o Morro da Urca e a Praia Vermelha, locais onde a empresa pretende criar um acréscimo de área construída de 47,96% para o Morro e de 54,36%, para a Praia. A intenção é criar novos espaços com diversas atividades, como passarelas, restaurantes, teatros, elevadores e mirantes. Esse plano foi apresentado ao Iphan onde se encontra em fase de análise. A inquietante A inquietante proposta já conta com a rejeição da opinião pública, de arquitetos, urbanistas, paisagistas e ambientalistas e do veemente protesto dos moradores da Urca e Botafogo. Segundo o arquiteto da-paisagem Carlos Fernando, a pretensão de construir tais edificações busca justificar-se com conceitos totalmente estranhos e enganosos, como decoração paisagista, algo que, exacerbaria o impacto da edificação sobre a paisagem tombada e declarada pela Unesco como Patrimônio Mundial.

 

 

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