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PATRIC CARDOSO DE SÁ – Entrevista

OS HOTÉIS DO SESC ESTÃO EM ÁREAS PRIVILEGIADAS DE PRAIAS, FLORESTAS, RIOS E MONTANHAS

 

Professor Patric Cardoso de Sá, 37 anos, gerente do Sesc Hotel de Ouro Preto: “O Sesc em Minas é um grande incentivador da Cultura e apoia muitas ações socioculturais em Ouro Preto. A primeira experiência que os jovens têm com a unidade geralmente se dá pelas viagens em família ou por meio do turismo pedagógico que é muito presente em Ouro Preto”.

 

São 38 hotéis e pousadas em 20 estados Brasileiros. Eu conheço alguns. Cada unidade tem características próprias. O que o SESC faz para oferecer aos filiados da instituição lazer, descanso e interação com a natureza é algo incrível. Qual a característica principal do Hotel Sesc de Ouro Preto?

Patric – O Hotel Sesc Ouro Preto busca proporcionar experiências de lazer e entretenimento com atividades ao ar livre, contemplação da natureza aliada com toda a Cultura que a cidade e população de Ouro Preto proporciona aos seus moradores, visitantes e turistas. Lembrando que estamos inseridos em uma área de 208 hectares de área preservada em uma belíssima transição dos biomas Cerrado com Mata Atlântica e apenas 7km da primeira cidade do Brasil, tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade.

 

Sei que há grande preocupação com sustentabilidade. Como vocês trabalham com o descarte do lixo, com a economia de energia e a disponibilidade de contato com a natureza?

Patric – No Hotel Sesc Ouro Preto desenvolvemos ações do Programa ECOS, desenvolvido pelo Departamento Nacional do Sesc. Essas ações visam contribuir para a economia de água através de pequenas ações que geram grande impacto, como a instalação de redutores de pressão de vazão de água. No que se refere a energia temos substituído gradativamente as lâmpadas convencionais por lâmpadas de LED que são mais econômicas. Celebramos também parceria com cooperativas locais de reciclagem. A sustentabilidade é um tema muito importante para o Sesc!

 

Patric de Sá observa da janela do restaurante do hotel um jacú, ave em extinção, passeando nos jardins da unidade.

 

 

De modo geral, os hotéis do SESC estão em áreas privilegiadas de praias, florestas, rios e montanhas. Sempre há muitos animais silvestres próximos às unidades, como eu vi aqui no Sesc Ouro Preto com os jacús, seriemas e diversidade de aves. Como é a relação tanto dos empregados como dos hóspedes com esses animais? Por exemplo, há criadouros e comedouros especiais para essa fauna?

Patric – É muito bonita a convivência harmônica de nossos hóspedes com a fauna local. Sempre incentivamos o respeito ao ambiente natural no qual estamos inseridos, para que haja a contemplação da natureza. Como estamos em um ambiente equilibrado e com extensão territorial considerável, são 208 hectares de floresta com muitos mananciais, os animais presentes em nossa área conseguem todos os alimentos diretamente da natureza, com alimentação de acordo com os frutos de cada estação.

 

Vocês estão numa cidade e região que transpira História e Cultura. Como a instituição Sesc trabalha para dar oportunidade aos hóspedes de usufruir dessa convivência para enriquecimento sociocultural das famílias e, sobretudo, dos jovens?

Patric – O Sesc em Minas é um grande incentivador da Cultura e apoia muitas ações socioculturais em Ouro Preto. A primeira experiência que os jovens têm com a unidade geralmente se dá pelas viagens em família ou por meio do turismo pedagógico que é muito presente em Ouro Preto. Escolas de todo Brasil agendam visita à nossa unidade. Aqui em Ouro Preto e Mariana se conhece a História do Brasil por completo. Cada esquina, cada mina de ouro, cada prédio, cada igreja tem uma história especial. Aqui se respira artistas do passado como Aleijadinho, Mestre Athayde e artistas do presente como Carlos Bracher e Layon. O poeta Alphonsus de Guimarães nasceu em Ouro Preto. Estamos impregnados da vida e obra dos Inconfidentes, desde Felipe dos Santos até Tiradentes. Estamos sempre junto com os trabalhos das orquestras, do Festival de Cinema e atividades esportivas nacionais e locais. A estrutura do hotel é ideal para este perfil de grupos. Oferecemos um ‘transfer’ de quarta a domingo gratuitamente para os nossos hóspedes conhecerem a cidade de Ouro Preto, oportunizando assim, que esse público mais jovem tenha acesso à cidade de Ouro Preto e toda riqueza cultural que ela oferece aos seus visitantes.

 

 

Aves dóceis e muito caçadas, vivem em bandos na área do Hotel Sesc de Ouro Preto.

 

 

Sempre me chamou a atenção da estrutura dos hotéis onde me hospedei como o de Luís Correia, no Delta do Parnaíba-PI, do Sesc Pantanal, em Poconé-MT e também daqui de Ouro Preto. Estrutura física invejável, atendimento e serviços de muita qualidade. Evidente que a implantação teve recursos da instituição. Mas depois de implantado, o empreendimento é autossustentado financeiramente?

Patric – O Hotel Sesc Ouro Preto tem um movimento muito positivo com uma ocupação crescente. Isso contribui muito para uma operação exitosa. Mas não podemos perder nosso foco que é do Turismo Social, oportunizando para o nosso público preferencial, que é o trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo, a possibilidade de ter a experiência em um dos principais destinos turísticos do país com tarifas bastante acessíveis e excelentes condições também. Há ainda outras facilidades como o pagamento da hospedagem, feito através do site do Sesc em Minas (sescmg.com.br) que pode ser feito em até 12 vezes sem juros, em parcelas mínimas de R$25,00. Isso cabe no bolso dos trabalhadores do comércio.

 

Além de oferecer lazer e prazer para os hóspedes, os hotéis do SESC têm também preocupação para formação de mão de obra para o turismo? Como funciona?

 

 

Patric – Temos uma grande preocupação com o desenvolvimento e formação de nossos funcionários. Assim, o Sesc de modo geral em todo o Brasil e, especialmente nós aqui em Minas, sabe como investir em seus colaboradores. Treinamos, fazemos cursos complementares, buscamos dar aos nossos funcionários uma gama imensa de informações e especializações. Temos noção plena de nossa responsabilidade e do que podemos colaborar com cada um deles. Evidente que este crescimento profissional vai possibilitar a ascensão no mercado de trabalho. Tenho plena consciência que hoje a rede Sesc, que são 38 hotéis no Brasil, é referência na formação de mão de obra especializada, em educação patrimonial e socioambiental, ao mesmo tempo que possibilita brasileiros de todas as classes lazer, conhecimento e turismo de aventura. Sempre valorizando o lado social.

 

 

 

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Dia Mundial da Água

Cerrado pode perder quase 34% da água até 2050

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Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma

 

O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).

Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.

A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.

“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.

Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.

“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.

Chuvas

Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.

“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.

Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.

Edição: Heloisa Cristaldo

EBC

 

 

 

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VENTO DA ARTE NOS CORREDORES DA ENGENHARIA

Lá se vão 9 anos. Março de 2014.

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No dia 19 de março, quando o Sinduscon – Sindicato das Indústrias da Construção Civil do DF completava 50 anos, um vendaval de Arte, Musica, Pintura adentrou a casa de engenheiros, arquitetos e empresários e escancarou suas portas e janelas para a Cultura.
Para que o vento da arte inundasse todos seus corredores e salões, o então presidente Júlio Peres conclamou o vice Jorge Salomão e toda diretoria para provar que Viver bem é viver com arte. E sempre sob as asas da Cultura, convocou o artista mineiro Carlos Bracher para criar um painel de 17 metros sobre vida e obra de JK e a construção de Brasília. Uma epopeia.
Diretores, funcionários, escolas e amigos ouviram e sentiram Bracher soprar o vento da Arte durante um mês na criação do Painel “DAS LETRAS ÀS ESTRELAS”. O mundo da engenharia, da lógica e dos números se transformou em poesia.
Uma transformação para sempre. Um divisor de águas nos 50 anos do Sinduscon.
O presidente Julio Peres no discurso que comemorou o Cinquentenário da entidade e a inauguração do painel foi didático e profético:
“A arte de Carlos Bracher traz para o este colégio de lideranças empreendedoras, a mensagem de Juscelino Kubitschek como apelo à solidariedade fraterna e à comunhão de esforços. Bracher é nosso intérprete emocionado das tangentes e das curvas de Oscar Niemeyer e Lucio Costa. Nos lances perfomáticos de seu ímpeto criador, Bracher provocou um espetáculo de emoções nas crianças, professores, convidados, jornalistas e em nossos funcionários.
Seus gestos e suas pinceladas de tintas vivas plantaram sementes de amor à arte. As colheitas já começaram.”
Aliás, as colheitas foram muitas nesses nove anos e serão ainda mais e melhor na vida do Sinduscon. O centenário da entidade está a caminho…
Sou feliz por ter ajudado nessa TRAVESSIA.
SG
Fotos: Carlos Bracher apresenta o projeto do Painel. Primeiro em Ouro Preto e depois visita as obras em Brasília.
Na foto: Evaristo Oliveira (de saudosa Memória) Jorge Salomão, Bracher, Julio Peres, Tadeu Filippelli e Silvestre Gorgulho
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METÁFORAS… AH! ESSAS METÁFORAS!

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Sou fascinado com uma bela metáfora. Até mesmo porque não há poesia sem metáfora. Clarice Lispector é a rainha das metáforas. Maravilhosa! Esta figura de linguagem é uma poderosa forma de comunicação. É como a luz do sol: bate n’alma e fica.
Incrível, mas uma das mais belas metáforas que já li é de um naturalista e geógrafo alemão chamado Alexander Von Humbolt, fundador da moderna geografia física e autor do conceito de meio ambiente geográfico. [As características da fauna e da flora de uma região estão intimamente relacionadas com a latitude, relevo e clima]
Olha a metáfora que Humbolt usou para expressar seu encantamento pelo espetáculo dos vagalumes numa várzea em terras brasileiras.
“OS VAGALUMES FAZEM CRER QUE, DURANTE UMA NOITE NOS TRÓPICOS, A ABÓBODA CELESTE ABATEU-SE SOBRE O PRADOS”.
Para continuar no mote dos vagalumes ou pirilampos tem a música do Jessé “Solidão de Amigos” com a seguinte estrofe:
Quando a cachoeira desce nos barrancos
Faz a várzea inteira se encolher de espanto
Lenha na fogueira, luz de pirilampos
Cinzas de saudades voam pelos campos.
Lindo demais! É a arte de vagalumear.
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Reportagens

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Brasília/DF
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