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A FORÇA DA ENERGIA EÓLICA

Na terra, no mar e nos transportes marítimos

 

Navegar é preciso. Além da precisão – exatidão e rigor técnico – é preciso e indispensável diminuir os custos das operações para que tudo corra bem. E tem mais: além da diminuição dos custos, há necessidade de buscar a sustentabilidade, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis. A energia eólica é gerada a partir da energia cinética dos ventos que movimenta as pás e ativa os aerogeradores (turbinas). Esse movimento gera energia mecânica, que é transformada em energia elétrica por meio da indução eletromagnética que ocorre em um gerador. Mas, no caso dos navios, o uso da energia eólica tem duas modalidades: 1) como no passado, o uso de grandes velas para movimentar a embarcação. 2) ou a energia eólica (ou também solar) para carregar baterias para impulsionar os navios. O fato é que a modernidade chegou e a tecnologia alternativa avança pela necessidade dos navios diminuírem em até 30% o consumo de combustíveis fósseis.

 

NAVIO CARGUEIRO MOVIDO A VENTO ESTREIA VIAGEM AO BRASIL

 

Desde 2019, a Cargill, Mitsubishi, BAR Tech e a Yara Marine trabalham no desenvolvimento de uma nova tecnologia de propulsão auxiliada pelo vento para seus navios cargueiros. A parceria entre as quatro gigantes surtiram o efeito e, agora em 2023, navios cargueiros se lançam ao mar com a implantação de dois propulsores eólicos que aceleram significativamente o impulso rumo a descarbonização. A sustentabilidade avança e o meio ambiente agradece.

 

Viagem inaugural do navio movido a vento. O Pyxis Ocean é equipado com velas especiais gigantes, chamadas WindWings, e partiu da China. Deve chegar ao porto de Paranaguá no final de setembro (Foto: Divulgação/Cargill)

 

O FUTURO CHEGOU. A VOLTA DAS VELAS

A tecnologia para propulsão de grandes cargueiros volta ao passado utilizando velas. Além da energia eólica, outras tecnologias estão em experimento, como o navio da Tesla, cargueiro alimentado por baterias que podem ser carregadas por energia solar e eólica. O fato é que a modernidade nos grandes transportes marítimos chegou.

 

O combustível fóssil perdendo espaço nos mares pelo uso das velas ou, como na foto, de baterias carregadas por energia solar ou eólica.

 

 

A FORÇA MOTRIZ DOS NAVIOS

No início, a força era do braço do homem com remos. Depois vieram as velas das caravelas. Há uns 200 anos, os navios começaram queimando combustíveis fósseis. Primeiro o carvão para aquecer caldeiras e depois o diesel dos motores de explosão. A modernidade dos combustíveis fósseis significava também muita poluição, pois navios queimam óleo pesado não muito refinado. Isso significa uma alta poluição pela grande quantidade de óxido de enxofre e compostos de óxido de azoto quando queimado, ou seja, emissão alta de CO2. Para uma frota mundial de navios calculada em 100 mil embarcações de grande porte, a poluição está na casa de 830 milhões de automóveis usando gasolina.

 

VELAS DE ROTOR

As inovações não param. A empresa de transporte marítimo global Maersk programa instalar “velas de rotor” para um de seus petroleiros, como uma forma de reduzir os custos de combustível e emissões de carbono. A empresa de tecnologia, a Norsepower, finlandesa, diz que este é o primeiro sistema de ‘retrofit’ de energia eólica num petroleiro”. E o tema hoje mexe com a indústria naval. O vento volta a ser estudado como o grande propulsor das grandes embarcações.

 

Ilustração: rotaractclubpalmaresdosul.blogspot.com

 

 

NAVIO CARGUEIRO ‘MOVIDO A VENTO’ ESTREIA EM VIAGEM AO BRASIL

No final de setembro, o porto de Paranaguá, no Paraná, recebe viagem-teste de primeiro navio cargueiro “movido a vento”.

 

(Reportagem da BBC Londres) Um navio de carga equipado com velas especiais gigantes movidas a vento partiu em sua viagem inaugural. A empresa de transporte marítimo Cargill, que fretou a embarcação, diz esperar que a tecnologia ajude a indústria a caminhar em direção a um futuro mais verde.

O uso das grandes velas (ou “asas”) WindWings, de design britânico, visa a reduzir o consumo de combustível e, portanto, a pegada de carbono do transporte marítimo.

Estima-se que a indústria seja responsável por cerca de 2,1% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2).

A primeira jornada do navio Pyxis Ocean será da China para o Brasil — e servirá como o primeiro teste da tecnologia no mundo real.

Dobradas quando o navio está no porto, as velas são abertas depois da embarcação zarpar. Elas têm 37,5 metros de altura e são construídas com o mesmo material das turbinas eólicas, o que as torna mais duráveis.

Permitir que uma embarcação seja levada pelo vento, em vez de depender apenas de seu motor, pode reduzir as emissões de um navio de carga em até 30%.

Jan Dieleman, presidente da Cargill Ocean Transportation, disse que a indústria está em uma “jornada para descarbonizar”. Ele admite não haver uma “bala de prata”, mas disse que essa tecnologia demonstra a rapidez com que as coisas estão mudando.

“Cinco, seis anos atrás, se você perguntasse às pessoas sobre descarbonização, elas diriam ‘bem, vai ser muito difícil, não vejo isso acontecendo tão cedo’”, disse ele à BBC.

 

TECNOLOGIA BRITÂNICA

Duração da viagem do ‘Pyxis Ocean’: mais ou menos seis semanas para chegar ao Brasil.

A tecnologia usada na embarcação foi desenvolvida pela empresa britânica BAR Technologies, que surgiu da equipe do velejador britânico Ben Ainslie na Copa América de 2017, uma competição chamada por muitos de “Fórmula 1 dos mares”.

“Este é um dos projetos mais lentos que já fizemos, mas sem dúvida com o maior impacto para o planeta”, disse à BBC o chefe da equipe, John Cooper, que trabalhava para a McLaren, da Fórmula 1.

Ele acredita que esta viagem marcará uma virada para a indústria marítima.

“Prevejo que até 2025 metade dos novos navios serão encomendados com propulsão eólica”, disse ele.

“A razão pela qual estou tão confiante é a economia – uma tonelada e meia de combustível por dia. Com quatro ‘asas’ em uma embarcação, são seis toneladas de combustível economizadas, ou seja, 20 toneladas de CO2 economizadas. Por dia. Os números são enormes.”

“A energia eólica pode fazer uma grande diferença”, diz Simon Bullock, pesquisador de navegação no Tyndall Centre, na Universidade de Manchester. Ele disse que novos combustíveis mais limpos levarão tempo para surgir, “então temos que mergulhar de cabeça em medidas operacionais em navios existentes, como modernizar embarcações com velas, pipas e rotores”. (BBC – Londres).

 

 

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Dia do Turismo, 27 de setembro: Brasília, uma cidade de encanto e diversidade

De janeiro a julho deste ano 3.112.597 visitaram a capital do país, entre transportes aero nacional, internacional, rodoviário e CAT

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Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 

Brasília, a capital do Brasil, é um destino que oferece uma rica combinação de beleza, sabor e entretenimento para seus habitantes e visitantes em todas as estações do ano. De janeiro a julho deste ano, o Distrito Federal recebeu um total de 3.112.597 pessoas por meio de diversos meios de transporte, incluindo aéreo nacional, internacional, rodoviário e o Centro de Atendimento ao Turista (CAT). Em 2022, esse número alcançou 5.420.142 turistas. Desde sua inauguração em 1960, Brasília se destaca pela arquitetura moderna e icônica projetada por Oscar Niemeyer.

Entre os principais pontos turísticos visitados ao longo dos anos, destacam-se a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, o Memorial JK, o Pontão do Lago Sul, a Ponte Juscelino Kubitschek, o Museu Nacional da República, o Congresso Nacional, o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Santuário São João Bosco, o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada, a Praça dos Três Poderes, o Estádio Mané Garrincha, o Museu do Catetinho, o Jardim Zoológico de Brasília, o Parque Nacional de Brasília – Água Mineral, a Torre de TV, o Planetário de Brasília e o Museu do Catetinho. A Fundação Jardim Zoológico de Brasília, considerada um patrimônio cultural, recebeu sozinha 335.839 visitantes até julho deste ano, enquanto em 2022 recebeu 922.547 pessoas.

O Estádio Mané Garrincha, sob a gestão da Arena BRB, não apenas hospeda jogos de futebol, mas também shows e outras atrações. Em 2023, cerca de 1 milhão de pessoas já passaram pelo Complexo, enquanto no ano anterior foram 1,5 milhão de visitantes.

O Congresso Nacional recebeu 61.246 convidados de janeiro a setembro deste ano, em comparação com 64.330 em 2022. O CCBB Brasília atraiu mais de 1 milhão de visitantes desde o ano passado. O Parque Nacional de Brasília – Água Mineral registrou 198.485 visitantes em 2023. O Museu do Catetinho recebeu 25.772 visitantes este ano, enquanto no ano passado foram 29.244.

Esses números demonstram a atratividade de Brasília como um destino turístico repleto de pontos de interesse e encanto. Ronaldo Martins, coordenador do Programa de Visitação Institucional e de Relacionamento com a Comunidade, destaca que o Palácio do Congresso Nacional é um dos locais mais visitados de Brasília, atraindo turistas de todo o Brasil e do exterior.

Wilson Nobre, superintendente de Educação e Uso Público do Zoológico, enfatiza a importância dos zoológicos como destinos turísticos que encantam visitantes de todo o mundo, proporcionando uma oportunidade única de interagir com animais selvagens majestosos e explorar seus habitats.

Richard Dubois, presidente da Arena BRB, destaca que mais de um milhão de pessoas passaram pelo complexo da Arena em 2023, impulsionando diversos setores da capital, incluindo a rede hoteleira, o turismo e eventos corporativos.

A Secretaria de Turismo do DF trabalha em parceria com representantes do setor para desenvolver ações e projetos que coloquem Brasília no centro do turismo. Entre essas iniciativas estão o desenvolvimento da Lei do Turismo, a regulamentação do espaço para o Motorhome, a implementação do calendário de eventos e o retorno do festival Festa dos Estados. A cidade também está destacando novas tendências do turismo local, como o Enoturismo, o Turismo Rural, o Turismo de Aventura e o Ecoturismo.

Cristiano Araújo, secretário de Turismo, enfatiza a transformação de Brasília em uma cidade vibrante, com diversas opções para atender às expectativas de seus visitantes, desde sua cena gastronômica até a oferta de atividades de lazer e entretenimento.

Neste Dia do Turismo, 27 de setembro, e durante todo o ano, Brasília oferece inúmeras oportunidades para conhecer ou revisitar seus pontos turísticos. Até mesmo os moradores locais, como o professor Anderson José e a secretária Keyla Freitas, encontram motivos para explorar a cidade, seja pelos museus que contam a história da capital ou pelos parques que proporcionam momentos de paz e beleza. Brasília é verdadeiramente um tesouro a ser explorado.

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Em Brasília, mulheres indígenas celebram diversidade cultural e marcham por lutas comuns

Na III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, representantes de todos os biomas do Brasil celebram sua diversidade, denunciam violência de gênero e dizem não ao Marco Temporal.

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Marcha das Mulheres Indígenas de 2023, em Brasília — Foto: Amanda Magnani

 

O som de cantos e dos maracás ecoa de todos os lados do acampamento à medida que grupos de mulheres dos mais diferentes cantos do Brasil se aproximam da tenda principal na concentração para a III Marcha Nacional de Mulheres Indígenas. São 8h00 e o sol seco de Brasília parece realçar as cores dos mais variados trajes tradicionais.

A marcha, que foi do Complexo Cultural da Funarte, onde estavam acampadas, até o Congresso, a cerca de 5km de distância, reuniu mais de 5 mil mulheres. Ela aconteceu no último dia de um evento que, ao longo de três dias, foi marcado por celebrações e denúncias.

Sob o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, indígenas de diferentes partes do Brasil tiveram a oportunidade de dar voz às demandas específicas vividas pelos povos de seus biomas.

Para o povo Kiriri, da Caatinga, a cerca de 300 km de Salvador, um dos maiores problemas é a seca e a consequente falta de segurança alimentar. “Nossa região é muito seca, e as mudanças climáticas aumentam o impacto na insegurança alimentar”, diz Fabiana Kiriri.

Ela conta que o trabalho coletivo na comunidade e a reserva de alimentos vêm como uma forma de tentar contornar o problema. Mas uma colheita suficiente depende de muitos elementos, que vão da quantidade de chuvas à presença de pragas.

“O que realmente precisamos é de um olhar especial do governo, que proponha projetos para ajudar as comunidades a terem autonomia”, defende.

Já para o povo Kaingang do Pampa, no Rio Grande do Sul, as demandas passam principalmente pelos enfrentamentos com o agronegócio e pelos arrendamentos de áreas dentro das terras indígenas, que acabam levando monoculturas e agrotóxicos para dentro a terra.

“Nós precisamos dar visibilidade às nossas lutas e sensibilizar a nossa comunidade, para que possamos encontrar estratégias para atender as demandas dos nossos territórios”, diz Priscila Gore Emílio, psicóloga do povo Kaingang.

Enquanto isso, em Santa Catarina, os Xokleng são protagonistas no debate sobre o Marco Temporal. “Nossa região foi tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas e o nosso território já foi muito maior. Hoje, vivemos em uma área muito reduzida, mas continuamos vivendo muitas tensões e conflitos”, diz Txulunh Gakran.

Contudo, embora povos dos diferentes biomas tenham suas demandas específicas, são muitas as lutas comuns às mulheres indígenas do Brasil como um todo. Grande parte delas gira ao redor da garantia do direito ao território e ao fim da violência de gênero.

 

 

 

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HOJE, 21 DE SETEMBRO, É DIA DA ÁRVORE.

PRIMEIRA ÁRVORE PLANTADA EM BRASÍLIA

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A primeira árvore plantada, em Brasília, foi um pé de Canjerana. O presidente Juscelino Kubitschek a plantou quando da inauguração da Escola Júlia Kubitschek, a primeira de Brasília, em 1957.
Um ano depois, em 1958, JK plantou outra canjerana (cabrália canjerana), ao iniciar o trabalho de arborização de Brasília, nas casas da W3 Sul.
Agora, em 2023, temos uma cidade belamente arborizada com ipês, pequizeiros, jacarandás, jatobás, sucupiras, paineiras… Uma floresta de árvores do Cerrado, da Mata Atlântica e da Amazônia.
Até no que diz respeito a plantas, árvores e flores, Brasília é pedacinho muito representativo do Brasil. Tem tudo da flora brasileira.
Para não dizer que só falei de árvores, é bom lembrar que em julho de 1957, praticamente três anos antes da inauguração, foi feito um censo em Brasília. Era o início da epopeia da construção.
Brasília tinha 6.823 habitantes, sendo 4.600 homens e 1.683 mulheres.
Para ler a Folha do Meio Ambiente:
foto: Canjerana
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