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Visitas guiadas ao Museu de Arte de Brasília estão com inscrições abertas

Programa MAB Educativo mostra às crianças a história por trás de cada obra; vagas estão abertas até 20 de dezembro e retornam em 13 de janeiro

 

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Carolina Caraballo

 

Após conhecer a exposição temporária Museu Imaginário, do Museu de Arte de Brasília (MAB), o estudante Enzo Oliveira, 9 anos, escolheu a obra que mais gostou: a escultura Santíssima Trindade, do artista Antônio Poteiro. “Achei muito legal. Também gostei muito das pinturas e das artes interativas que tem no pátio”, contou ele, que conheceu o espaço junto a outros 15 alunos da Escola Classe (EC) 111 Sul, na última quarta-feira (6).

Alunos da Escola Classe (EC) 111 Sul visitaram a exposição temporária Museu Imaginário, do MAB, na última quarta (6), por meio do projeto MAB Educativo | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O passeio foi realizado por meio do programa MAB Educativo, que oferece visitas guiadas, com jogos e oficinas artísticas, para estudantes de instituições públicas e privadas, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF).

Neste mês, em que é celebrado o Dia da Consciência Negra (20), o MAB Educativo preparou um roteiro especial. O público poderá conhecer a história de obras assinadas por artistas negros e indígenas presentes na exposição temporária Museu Imaginário. Em seguida, haverá oficinas de confecção de peças inspiradas nas obras expostas, como as mandalas dos irmãos Campana, feitas a partir de materiais que seriam descartados na indústria.

As visitas guiadas para instituições de ensino são gratuitas e com indicação livre. Os encontros duram em torno de 1h30 e podem ser agendados pelo site Conecta. As vagas estão abertas até o dia 20 de dezembro e retornam em 13 de janeiro. Além das mediações e práticas artísticas, o programa oferece transporte gratuito para as crianças, conforme disponibilidade, e interpretação em libras.

A coordenadora pedagógica do MAB Educativo, Isabela Formiga, afirma que, mensalmente, são recebidos de 900 a 1.000 estudantes de diversos pontos do DF. “O apoio do FAC é fundamental para a continuidade do nosso trabalho, porque só conseguimos fazer o trabalho de formação de público a partir dessas visitas, do contato do mediador com o público, porque o museu, sozinho, às vezes se torna aquele conceito da caixa branca, que não tem pessoalidade. O trabalho da mediação transforma o museu num lugar mais acessível”, observa.

Coordenadora pedagógica do MAB Educativo, Isabela Formiga afirma que, mensalmente, são recebidos de 900 a 1.000 estudantes de diversos pontos do Distrito Federal

O secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, ressalta que os projetos atendidos pelo FAC são selecionados por meio de edital, em que são abrangidos diferentes nichos culturais. “Por meio do FAC, são produzidos filmes, peças de teatro, CDs, DVDs, livros, exposições, oficinas e inúmeras circulações artísticas em todo o DF”, pontua. “É com orgulho que apoiamos as oficinas do MAB Educativo com a temática da cultura negra neste mês de novembro”.

Abordagem

Quem também gostou da experiência imersiva no MAB foram as estudantes Karlyanne de Jesus, 11, e Catarina Lopes, 9. As duas contaram que ficaram encantadas com as pinturas e pretendem retornar com a família. “Achei muito legal, gostei da pintura feita com lápis, e vou falar que é bem divertido, tem um monte de oficinas”, disse Catarina. “Eu vou perguntar para minha mãe quando ela terá férias para a gente vir aqui de novo. Tem muita coisa bonita”, completou Karlyanne.

Pelo primeira vez no Museu de Arte de Brasília, a estudante Catarina Lopes aprovou o passeio: “Achei muito legal, gostei da pintura feita com lápis”

A coletânea Museu Imaginário explora o diálogo entre obras de períodos, linguagens e contextos distintos, com curadoria de Cláudio Pereira. A mostra é composta por cerca de 200 peças do acervo do MAB e da Coleção Brasília – Acervo Izolete e Domício Pereira. Destaque para uma rara série de obras de Tarsila do Amaral, além de peças de Cildo Meireles, Beatriz Milhazes, Burle Marx e João Câmara. A exposição segue até 25 de novembro de 2024.

Uma das mediadoras do projeto, Briza Mantzos explica que a abordagem de cada encontro depende da faixa etária dos estudantes. “Nos organizamos de acordo com o nível das escolas – ensino médio, ensino fundamental 1 ou 2, e ensino infantil – e criamos um percurso de acordo com a temática que temos nas exposições”, destaca. “Com os ensinos iniciais, buscamos um lugar mais lúdico para fazer essa aproximação entre a vida cotidiana e as coisas que eles reconhecem e que estão começando a experimentar, como a relação entre galeria e casa, família, animais, formas geométricas e por aí vai. Evoluímos de acordo com o nível de maturidade dos grupos”.

O MAB Educativo oferece visitas guiadas, com jogos e oficinas artísticas, para estudantes de instituições públicas e privadas, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura

MAB Educativo

Nos finais de semana, as oficinas podem ser frequentadas pelo público geral sem agendamento prévio. Os encontros ocorrem aos sábados e domingos, às 10h30 e 16h30. Basta consultar a programação divulgada no site e nas redes sociais do museu, e comparecer.

→ Agendamento para escolas: via site Conecta
→ Oficinas aos finais de semana: não é necessária inscrição
→ Funcionamento: todos os dias, exceto terça-feira, de 10h às 19h
→ Acesso: gratuito
→ Endereço: Setor de Hotéis e Turismo Norte, trecho 1, Projeto Orla

 

 

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Ativista Thiago Ávila está a caminho do Brasil, diz Freedom Flotilla

Ele deve chegar ao Aeroporto de Guarulhos nesta sexta

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Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil

 

O ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, que foi preso em Israel ao tentar levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza está a caminho do Brasil, segundo a organização Freedom Flotilla. Ele deve chegar ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta sexta-feira (13), às 5h25. 

Thiago está há quatro dias em greve de fome em protesto contra sua detenção, que considera um sequestro por ter ocorrido em águas internacionais. O caso é tratado como crime de guerra pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Brasil. O Itamaraty, que acompanha o caso, considera que houve violação do direito internacional e pede a libertação de Thiago.

O ativista brasileiro foi enviado ontem (11) para uma cela solitária como punição pela greve de fome, informaram ainda os advogados que acompanham o caso. Sua família, no Brasil, está sem contato com ele desde a última segunda-feira (9), quando o grupo de ativistas foi interceptado pelas forças israelenses.

Israel ainda mantém na cadeia de Givon dois ativistas, Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi, ambos da França. Segundo a Adalah, eles devem ser deportados nesta sexta-feira.

Oito dos 12 ativistas se negaram a assinar documento reconhecendo que cometeram o crime de tentarem entrar de forma ilegal no país, como queriam as autoridades israelenses. Isso impediu a deportação imediata dessas pessoas.

Segundo a Flotilha, o grupo concordou que a ambientalista Greta Thunberg e outros três ativistas assinassem o documento para que, voltando a seus países, pudessem denunciar a situação.

Entenda

O grupo de 12 ativistas da Flotilha da Liberdade tentou desembarcar em Gaza na última segunda-feira para levar alimentos e remédios para população palestina, denunciar o cerco de Israel e tentar abrir um corredor humanitário para Gaza.

Cerca de 2 milhões de palestinos vivem mais de três meses de bloqueio de Israel, que permite apenas que empresa sediada nos Estados Unidos forneça alimentos à população.

A Organização das Nações Unidas (ONU) condena o bloqueio de outras organizações e alerta que 6 mil caminhões com ajuda humanitária estão na fronteira com o Egito aguardando para ingressar em Gaza.

Os centros de distribuição e alimentos controlados por Israel são tidos como insuficientes e, durante as entregas, são registradas dezenas de assassinatos de palestinos.

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Estandes na Expotchê mostram atrativos e produtos de Brasília

Estruturas montadas pela Secretaria de Turismo contam, entre outras coisas, com peças de artesanato, chocolates e cachaças produzidos no DF; feira fica no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade até domingo (15)

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Por

Fernando Jordão, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader

 

Um dos mais tradicionais eventos do Distrito Federal, a Expotchê tem como objetivo principal celebrar a cultura gaúcha. Mas também há espaço para mostrar as belezas e os produtos da capital federal. Esse é exatamente o objetivo de dois estandes montado no local pela Secretaria de Turismo (Setur-DF).

“A Secretaria de Turismo sempre esteve presente na Expotchê, que já faz parte do calendário oficial de eventos de Brasília. Nesta edição, teremos um estande institucional [batizado de Viva Brasília] com divulgação das rotas turísticas, como as do vinho e do queijo, e a oportunidade de conhecer a produção local do café, chocolate e cachaça. Essas rotas revelam não apenas a qualidade da nossa produção, mas também o grande potencial turístico da capital em nível nacional e internacional. No segundo estande, a experiência é dedicada ao artesanato local, com peças que refletem a identidade cultural da capital”, contou o secretário de Turismo, Cristiano Araújo.

“Na Expotchê, nós recebemos, durante dez dias, mais de 100 mil pessoas. Então, é uma oportunidade não só para o Rio Grande do Sul e para os produtores de lá. É uma oportunidade também para que o público conheça o trabalho dos nossos produtores, o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Turismo com esse projeto de incentivo. É uma troca, um intercâmbio de cultura, de tradição, de comércio, de tudo. Você vai achar os produtos gaúchos, mas você vai achar também produtos de outros estados, aproveitando esse grande público que a gente reúne”, emendou Leda Simone, diretora-executiva da Rome Eventos, empresa que organiza a feira.

Carlos Magnum, fundador da cachaçaria Ararauna e um dos integrantes do grupo Brasília Cachaça Tasting — que reúne produtores locais —, está entre os expositores do Viva Brasília. “O DF possui cachaças premiadas nacionalmente e internacionalmente. Apesar de ainda ser pequena, é uma produção de alta qualidade”, pontua.

Carlos Magnun: “O DF possui cachaças premiadas nacionalmente e internacionalmente. Apesar de ainda ser pequena, é uma produção de alta

 

Ele diz que os visitantes da feira se surpreendem ao provar os produtos locais. “O público não acredita que Brasília produz alguma coisa. Todo mundo acha que Brasília é só política e arquitetura, e, na verdade, não é. Hoje a gente tem que abastecer o nosso quadradinho e a produção local tem se mostrado efetiva, de qualidade. O terceiro polo gastronômico do Brasil é Brasília. Então, produzir coisas de qualidade aqui, para a gente, é satisfatório. E saber que as pessoas estão conhecendo esses produtos, graças à ajuda da Setur, torna-se mais satisfatório ainda.”

 

A designer Luciana Dias foi uma das visitantes que conheceram — e aprovaram — as cachaças produzidas no DF. “Aprovadíssima, gostei muito. Conheci agora e é muito bom, porque é um produto de Brasília, feito em Brasília mesmo, e um produto de qualidade, que é reconhecido internacionalmente. Acho superválido [expor os produtos locais na feira], porque as pessoas vão conhecendo, e, principalmente, em um evento desse, que é tão grande”, avaliou.

A 32ª edição da Expotchê fica no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade até domingo (15). De segunda a quinta-feira, o evento funciona das 16h às 23h. De sexta a domingo, das 11h às 23h. Além da presença de mais de 100 expositores, o público pode conferir shows e apresentações. Os ingressos custam R$ 20 (R$ 10 a meia), com entrada gratuita na primeira hora da feira.

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Lei busca preservar empregos ao restringir portarias virtuais em condomínios do DF

Foto: Reprodução/Web

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Os condomínios habitacionais do Distrito Federal têm prazo de 90 dias para se adequarem à Lei 7.686/2025, publicada nesta quinta-feira (12) no Diário da Câmara Legislativa. De autoria do deputado distrital Robério Negreiros (PSD), a norma restringe o uso de portarias virtuais em condomínios habitacionais que excedam a quantidade de 45 unidades. O objetivo da proposta, além de garantir a segurança dos moradores e visitantes, é preservar milhares de vagas de porteiros que estão a caminho da extinção.

De acordo com o parlamentar, o uso do sistema de automação de portaria remota, por meio da internet, vem crescendo na medida em que cresce a demanda por moradia em condomínios. Em sua justificativa, Robério Negreiros destacou que este sistema traz impactos sociais, na medida em que visa suprimir os trabalhadores que atuam em portarias, e de segurança, pois permite a entrada de pessoas sem que ninguém perceba, além de outros problemas operacionais.

Deputado Robério Negreiros (Fotp: Carlos Gandra/CLDF)

“O ideal seria poder unificar o porteiro e a tecnologia. Não obstante a tecnologia ser primordial para as atividades dos dias atuais, não podemos perder de vista que jamais um sistema de computador substituirá a capacidade humana, pois, além de uma possível falha e de vulnerabilidade do sistema de portaria à distância, ainda podemos citar o fato de que os porteiros são treinados para agir nas situações de emergências”, ressaltou.

Exceção

Para condomínios com número inferior a 45 unidades habitacionais, cabe autorização para a aplicação do sistema de portaria virtual somente nos casos em que haja apenas uma portaria de entrada e saída de pedestres e uma para saída e entrada de veículos. Nos locais em que a portaria virtual esteja implantada, fica obrigatória a contratação de seguro específico para sinistros decorrentes de acidentes envolvendo veículos e o sistema de automação dos portões, bem como sinistros ocasionados por roubos e furtos nas dependências do respectivo condomínio.

Bruno Sodré – Agência CLDF

 

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