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A ROLIUDE NORDESTINA
A Festa do Bode Rei – Passeio por Cabaceiras – Visita ao Lajedo do Pai Mateus

O lugar é de cinema! O cenário está prontinho para a próxima filmagem. Muitos filmes já rodaram e muitos estão programados para rodar em Cabaceiras-PB, município que fica em pleno Semiárido, a 180 km de João Pessoa. Para não ter dúvida que o lugar é de cinema, a grande placa no alto das pedras, já anuncia: ROLIÚDE NORDESTINA. Cabaceiras é famosa entre cineastas e amantes da natureza. Nesse cenário já rodaram mais de 50 produções, entre documentários, longas e curtas nacionais, como ‘Cinemas, Aspirinas e Urubus’, o romance de ‘Tristão e Isolda’, de Guel Arraes, em fevereiro de 2007, ‘São Jerônimo’, ‘Viva São João’ e ‘Canta Maria’. O primeiro filme rodado em Cabaceiras foi Ferração dos Bodes, de Antônio Barrancas, em 1921, que trata da caprinocultura local. Em 1929, foi gravado o curta “Sob o Céu Nordestino”. Depois, no mesmo cenário, vieram muitas outras produções audiovisuais. Mas foi “Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna, filmado por Miguel “Guel” Arraes de Alencar Filho, filho do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, que colocou a cidade no roteiro do cinema nacional.
CABACEIRAS – Localizada na região do Cariri, essa cidade de cinco mil habitantes é considerada um dos destinos turísticos mais importantes do interior da Paraíba. Seu centro histórico parece sempre pronto para mais uma produção de cinema: é simples, bem preservado e abriga ruas largas e vias estreitas que recortam um simpático casario colorido do século 18. Depois da gravação do “Auto da Compadecida”, produção de 2000 com direção de Guel Arraes, a cidade viu o fluxo de turistas aumentar, assim como a empregabilidade e a renda da população local, além da chegada de um hotel fazenda com um raro serviço de qualidade para aquelas bandas afastadas de um estado nordestino que só parece ter olhos para o litoral.
ORIGEM DO NOME
Cenário, luminosidade e pouca chuva tornam Cabaceiras propícia para a cinematografia nacional. É nesse local onde é realizada uma grande atração cultural da Paraíba, a Festa do Bode Rei, que acontece todos os anos com o objetivo de promover a cadeia produtiva da caprinovinocultura e estimular o turismo rural.
A origem do nome de Cabaceiras vem de uma planta muito comum na região: a Cabaça. Essa planta, dos gêneros Lagenaria e Cucurbita, na designação popular, produz frutos que possuem vários nomes no Brasil como porongo ou poranga, cuia, jamaru etc.
Os pontos de visitação de Cabaceiras são divididos por rotas. Existe a Rota dos Lajedos, que é focada no ecoturismo, a Rota do Couro, em que o turista visita todo o processo do curtimento do couro, como é fabricado o artesanato até o produto final; a Rota Histórica Cultural, cujo destaque é o Centro Cultural, com prédios antigos na zona urbana e na zona rural, e a Rota Cinematográfica, mais conhecida como a Roliúde Nordestina, com destaque para a igreja que foi cenário para as filmagens do Auto da Compadecida.
O termo Cabaceira originou-se de uma planta do mesmo nome, muito abundante na região. A planta cabaceira é rasteira, de folhas grandes e produz a cabaça, um fruto de forma oblonga.
Quando seca, serra-se a parte superior em forma de gargalo, transformando-o em um ótimo recipiente de água e também muito utilizado em cerimônias religiosas e artesanato.
O acervo do Memorial Cinematográfico de Cabaceiras abriga fotos e objetos usados nas muitas gravações.
O Memorial Cinematográfico, em Cabaceiras, fundado em 2007. O espaço que já foi sede de um clube só para brancos e sala de projeção de cinema mudo funciona como uma espécie de museu dedicado ao cinema produzido na região de Cabaceiras.
Alunos do 8º ano do Colégio Pio Xi Bessa conhecem a cidade de Cabaceiras, no Cariri Paraibano. Os professores Rodolfo Hiroshi (História), Thiago Araújo (Geografia) e o diretor administrativo Arnaldo Júnior mostram o local que foi cenário das aventuras de João Grilo e Chicó em “O Auto da Compadecida” (Ariano Suassuna, 1955 e Globo Filmes, 2000). A possibilidade de conhecer de pertinho os cenários da narrativa, que era conhecido apenas pelas páginas do livro trabalhado em sala de aula e pela tela do cinema, encheu os olhos dos nossos alunos e os fez ficarem sempre atentos a cada detalhe do lugar e a cada informação.
Blocos de pedras escondidos entre mandacarus e xique-xiques parecem empilhadas a mão. As rochas são outra surpresa da região. Sua localização isolada é inspiração suficiente para os locais imaginarem histórias protagonizadas por figuras folclóricas como Comadre Fulozinha, a guardiã da mata que, dizem, costuma passar por ali para defender a Natureza.
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ADEUS A PEDRO NEHRING O PAISAGISTA DE INHOTIM
Referência do paisagismo tropical, Nehring deixa um legado na beleza das paisagens.

Tudo que o paisagista Pedro Nehring tocava virava flor. Se era terra, virava jardim. Se era gente, virava amizade. Aos 67 anos, em 13 de janeiro, faleceu o paisagista Pedro Nehring, um dos idealizadores do paisagismo do Inhotim, em Brumadinho-MG, e um dos mais respeitados paisagistas tropicais, com referência internacional. Seu último trabalho em Inhotim foi o “Jardim Sombra e Água Fresca”. Pedro Nehring (1955-2023) é conhecido nacional e internacionalmente como referência em paisagismo tropical contemporâneo. Ele foi figura central na construção da coleção botânica do Inhotim, uma das mais importantes do mundo, e de muitos outros jardins espalhados por várias partes do Brasil.
Autodidata, Pedro Henrique Nehring Cesar nasceu em Teresópolis, RJ, em 25 de maio de 1955, em uma família de paisagistas: seu irmão e seu pai também praticavam a arte da jardinagem. Em constante expansão, o Jardim Botânico do Inhotim tem muitas obras de Nehring, mas seu último trabalho é o jardim ‘Sombra e Água Fresca’, resultado de um processo criativo de quase dez anos. Construído em uma antiga área de pastagem de 32 mil m², o maior jardim temático do Inhotim é carregado de elementos que simbolizam o trabalho de Nehring: paisagens repletas de história permeadas por momentos de descanso e de fruição, árvores frutíferas, além de uma potente vocação para a educação ambiental.
Jardins de Pedro Nehring, um artista do paisagismo tropical.
JARDIM VEREDAS
Complexo e diverso, outro jardim assinado por Pedro Nehring é o Jardim Veredas – reflexo do desenvolvimento prático de Nehring, que afirmava que é preciso entrar na mata para entender o paisagismo. Equilibrando o rigor da forma e a impermanência da natureza, Pedro buscava compreender e, principalmente, refletir os ciclos do ano na materialização dos seus projetos. O Jardim Veredas, e todos os seus projetos no Inhotim, são frutos de observações periódicas, conhecimento ímpar sobre os ciclos das plantas e de percepção do tempo da natureza.
Na véspera de seu falecimento, o paisagista Pedro Nehring esteve no ‘Viveiro Educador’, coração do Jardim Botânico de Inhotim, em reunião sobre os próximos trabalhos em áreas que serão abertas ao público no futuro. Estava descontraído, despediu-se das equipes com alegria.
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Para o paisagista Pedro Nehring é preciso entrar na mata para entender o paisagismo e, assim, equilibrar o rigor da forma e a impermanência da natureza: “Há que se compreender e refletir os ciclos das plantas e a percepção do tempo”.
O INSTITUTO INHOTIM
Encontro entre natureza e arte
Vista aérea de Inhotim
Sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior museu a céu aberto do mundo, Inhotim é um parque de escultura, jardim botânico e museu situado no município de Brumadinho-MG, a 60 km de Belo Horizonte. Hoje é uma RPPN – Reserva Particular de Patrimônio Natural, tem 145,37 hectares com domínio de Mata Atlântica com enclaves de Cerrado. A instituição surgiu em 2004 para abrigar a coleção de arte modernista do empresário Bernardo Paz, então casado com a artista plástica carioca Adriana Varejão. Todo acervo está hoje em Inhotim, que recebeu ao longo do tempo muitas outras obras de arte, jardins, galerias, exposições e shows musicais.
SAIBA MAIS:
Endereço: Rua B, 20 – Fazenda Inhotim, Brumadinho – MG, 35460-000
Telefone: (031) 3571-9700
https://www.inhotim.org.br/
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Lá se foram 135 anos.
m 31 de janeiro de 1888, aos 73 anos, falecia em Turim, na Itália, São João Bosco. Vale uma homenagem em poesia ao Sonhador de Brasília.



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OS YANOMAMIS PEDEM SOCORRO
Aumento do garimpo ilegal nas terras indígenas levou à tragédia sanitária

O povo Yanomami, outrora longe dos ‘homens brancos’ eram felizes na Floresta Amazônica. Atualmente, enfrentam a ameaça da destruição pela intensa presença de garimpeiros ilegais. A verdade é que uma combinação de crise na gestão da saúde no território Yanomami e o aumento do garimpo ilegal nas terras indígenas levou à tragédia sanitária.
A terra Yanomami tem 9,6 milhões de hectares entre os estados de Amazonas e Roraima. É uma das populações mais isoladas do país, e a região é rica em minérios sobretudo o ouro. Segundo pesquisa da Fiocruz, em 4 % da população analisada havia concentrações acima de 6 microgramas de mercúrio por grama de cabelo, considerado o limite de tolerância biológica do corpo humano a essa substância.
HISTÓRICO – Os Yanomamis são de recente contato e não têm a memória coletiva imunológica como a da maior parte da população das cidades. A circulação maior de pessoas de fora acabou provocando uma profusão de viroses. Os riscos com a saúde da população indígena só aumentaram.
Com tantas questões de saúde, não há força de trabalho nas aldeias para manter as atividades de pesca, caça e cultivo das roças, enquanto, os jovens indígenas são aliciados por garimpeiros com armas, bebidas e até drogas.
A chegada do COVID também contribuiu, como explica pesquisador Estêvão Benfica Senra: “Ainda que o pai da família estivesse trabalhando, se a criança tem malária, duas, três vezes ao ano, mais COVID, fica muito complicado. A quantidade de crianças que morrem por doenças evitáveis é uma coisa absurda, impossível de se ver em outros lugares do mundo”.
ETNIA YANOMAMI
A etnia Yanomami é a sétima maior etnia indígena brasileira, com 15 mil pessoas distribuídas em 255 aldeias relacionadas entre si em maior ou menor grau. A noroeste de Roraima, estão situadas 197 aldeias que somam 9 506 pessoas e, a norte do Amazonas, estão situadas 58 aldeias que somam 6 510 pessoas.
Agora, no início de 2023, o governo federal divulgou que cerca de 570 crianças Yanomamis (entre um a quatro anos) morreram em razão do avanço do garimpo ilegal. Entre as causas das mortes estão a desnutrição, a pneumonia e a diarreia. Em 20 de janeiro último, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública para combater à desassistência sanitária das populações Yanomamis. O governo federal também estabeleceu um Comitê de Coordenação Nacional com o objetivo de discutir e adotar medidas para articulação entre os poderes para prestar atendimento aos indígenas.
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