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O CRISTO PROTETOR DE ENCANTADO

A próspera cidade de Encantado, Joia do Taquari – acaba de construir o Cristo Protetor, que tem como ‘irmão’ o famoso Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Com um detalhe: O Cristo Protetor de Encantado é o maior do mundo.

 

Poucos brasilienses, goianos e gaúchos se lembram de Frei Demétrio de Encantado, cujo nome de batismo era Antônio Polesi Zanchetta. Se vivo fosse, Frei Demétrio de Encantado teria 104 anos. Ele nasceu no dia 30 de junho de 1918, em Encantado, no Rio Grande do Sul. Frei Demétrio de Encantado foi o primeiro pároco da primeira igreja construída em Brasília: a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima inaugurada em junho de 1958. Antônio Polesi Zanchetta ordenou-se sacerdote em Garibaldi em 26 de dezembro de 1943, adotando o nome religioso de Frei Demétrio de Encantado. Figura sorridente, carismática e muito comunicativa, o religioso – falecido em 25 de fevereiro de 1968, aos 50 anos – com certeza se sentiria orgulhoso de ver sua cidade natal inaugurar o maior Cristo do Mundo. Sim, a pequena e próspera cidade de Encantado, Joia do Taquari – acaba de construir o Cristo Protetor, que tem como ‘irmão’ o famoso Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Com um detalhe: o Cristo Protetor é 5,5 metros mais alto do que o Cristo Redentor. O Cristo Protetor de Encantado é o maior do mundo.

 

OS PRIMEIROS MILAGRES

 

As famílias Martini (Sônia e Vera) e Fontana (Ângelo) me levaram para conhecer o Cristo Protetor de Encantado com direito a um passeio pelo Parque e Lagoa da Garibaldi. Ainda em fase de urbanização do entorno e de finalização do pedestal, elevadores e mirante, o Cristo Protetor de Encantado já recebeu neste ano de 2022 cerca de 150 mil visitantes.

 

O Cristo Protetor de Encantado já faz seus primeiros milagres. Uma cidade que não tinha hotel, começa a construir vários para receber turistas. Onde não existia um shopping, foi lançado dia 19 de outubro, em Porto Alegre, o sofisticado e pioneiro empreendimento, o ‘Boulevard Encantado’. Centro de compras, lazer, contemplação de belezas naturais, gastronomia, cultura, eventos, entretenimento e hotelaria, para elevar a experiência dos visitantes e da população de Encantado. O ‘Boulevard Encantado’ está localizado justamente aos pés do Cristo Protetor.

A história e o desafio de construir um monumento ícone da cidade começou em 2019, por iniciativa dos empresários encantadenses que formaram uma Associação Amigos de Cristo. Incentivada pelo então prefeito do município, Adroaldo Conzatti, mosto aos 81 anos em março de 2021, a Associação buscou recursos entre a população com doações, leilões e outras alternativas de mercado para angariar mais de 3 milhões para a concepção do projeto e iniciar as obras. Em fase final de ajustes, urbanização da área e detalhamento da obra em si, o monumento já recebeu oficialmente a visita de quase 200 mil pessoas, além de ter sido cantado em verso e em prosa pela mídia nacional e internacional, ocupando a primeira página de jornais e espaço nos principais programas de televisão.

 

A CONCEPÇÃO DO PROJETO

De Aleijadinho ao Genésio Ceará

 

Família de artistas: o filho de Genésio Moura, Markus Moisés Rocha Moura, na sua mesa de trabalho, estuda as proporções e os detalhes da escultura do Cristo Protetor de Encantado.

 

 

O maior escultor de Cristo no Brasil foi o artista mineiro Antônio Francisco Lisboa, o ALEIJADINHO, que nasceu há 300 anos. Aleijadinho deixou Cristos entalhados em pedra sabão e madeira por várias cidades históricas mineiras como Ouro Preto, Congonhas do Campo e Mariana. Aleijadinho (daí o apelido) tinha problemas nas mãos, provocado por uma doença. Hoje corre pelas ruas de Ouro Preto uma trova popular que diz assim:

 

Na Ouro Preto de então

deu-se um milagre bem visto

Pois um artista sem mão

Fazia as mãos de Cristo.

 

 

Se Aleijadinho tinha o dom de entalhar Cristo para capelas, igrejas e santuários, um outro artista brasileiro, o cearense Genésio Gomes Moura, tem também este dom. Com seus filhos Markus Moisés Rocha Moura e Matheus Rocha Moura, Genésio criou uma empresa familiar de arte. Eles concebem e constroem imagens gigantes de Cristo, de santos e de celebridades. Todas em tamanho monumental. E foi a família Moura a responsável pela concepção do Cristo Protetor de Encantado.

 

 

A ESCULTURA DO CRISTO

E O MAIOR BUDA DO MUNDO

 

O maior BUDA do mundo, concepção e obra de Genésio Moura está no Mosteiro Zen Morro da Vargem, no Espírito Santo.

 

A família é de artistas autodidatas. Nascido em Sobral-CE, Genésio Gomes Moura, 68 anos, é conhecido como Ceará. Faz parte de uma geração de escultores e desenhistas. Ceará explica que aprendeu a criar imagens com o irmão: “Ele estudava artes plásticas e começou a fazer entalhes em madeira. Inicialmente, tentamos usar cedro e mogno para criar esculturas. Mas ficou difícil de encontrar madeira justamente porque as esculturas iam aumentando de tamanho. Aí o cimento passou a ser nossa matéria prima e a melhor opção, pois além da melhor moldagem é mais resistente nas obras ao ar livre”.

 

Genésio Moura, o Ceará, finaliza a estátua de Pelé na cidade natal do Rei em Três Corações.

 

A família Moura tem obras espalhadas por todo o Brasil. Eles estão em Eloi Mendes, Sul de Minas, como a imagem de Cristo com 39 metros e também são autores do “Cristo Luz”, em Camboriú, em Santa Catarina, que traz um braço estendido e outro com um holofote que ilumina o balneário.

Genésio e Moisés Moura também são autores da estátua de Pelé que fica na rodovia Fernão Dias, no trevo de Três Corações (cidade natal do Rei do Futebol) que dá acesso a Varginha.

O escultor Genésio Moura diz não se lembrar quantas estátuas gigantes já fez por este Brasil a fora. “Olha, são mais de 30 estátuas com mais de 25 metros de altura. Temos até a estátua da Liberdade feita para a Havan, em Barra Velha, Santa Catarina. Tem também o do famoso Buda do Mosteiro Zen Morro da Vargem, o primeiro mosteiro zen-budista da América Latina, localizado em Ibiraçu, Espírito Santo. É o maior Buda do mundo.

 

O MENINO DA PORTEIRA

“Toque o berrante, seu moço, que é pra eu ficar ouvindo…”. “Obrigado, boiadeiro, que Deus vai lhe acompanhando…”. O Brasil todo cantou e canta com Sérgio Reis “O Menino da Porteira” que Genésio Moura deixou eternizado na cidade de Ouro Fino-MG.

 

 

 

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Festa do Divino, circo e brincadeiras de rua fazem parte da agenda cultural deste fim de semana

Confira as atrações fomentadas pelas secretarias de Cultura e Economia Criativa e de Turismo que compõem a programação de sexta (17) a domingo (19) no Distrito Federal

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Por Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger

 

De festivais de rua a espetáculos de circo, diversas programações contam com o fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, por meio de recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), além do apoio da Secretaria de Turismo do DF. Confira as atrações que preenchem a agenda dos brasilienses de sexta-feira (17) a domingo (19).

Festa do Divino

No sábado (18), os cavaleiros que participam dos festejos em homenagem ao Divino Espírito Santo, em Planaltina, vão ter um grande almoço preparado por voluntários | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

De sexta (17) a domingo (19), das 7h às 20h, Planaltina recebe a etapa final da segunda maior celebração religiosa de Brasília, reunindo fiéis para dias de festejos, cavalgadas e missas em homenagem ao Divino Espírito Santo.

No sábado (18), às 13h, as novenas se reúnem para o Encontro das Bandeiras na Praça da Paróquia São Sebastião para o Giro da Folia, o ponto alto da Festa do Divino. Neste encontro, é servido um grande almoço para os cavaleiros, preparado por voluntários e entusiastas das festividades.

No domingo de Pentecostes, a Procissão da Coroa aproxima-se da igreja matriz, celebrando com fogos de artifício e músicas. O Imperador do Divino e seu cortejo entram pela porta principal e se colocam junto ao altar, de frente para o povo, dando continuidade ao festejo até a celebração da missa pelo padre. Após a missa, as tradicionais cantigas da festa são cantadas e tocadas.

Circo e brincadeiras de rua

Fercal vai receber, neste sábado (18), a partir das 15h, a segunda edição rural do Festival de Brincadeiras de Rua | Foto: Divulgação

A segunda edição rural do Festival de Brincadeiras de Rua vai acontecer neste sábado (18) no Córrego do Ouro, região rural da Fercal. Com início às 15h, serão estações de brincadeiras onde crianças e adultos poderão brincar de pular corda, futebol, corrida de tampinha, queimada, bola de gude, bete e outras brincadeiras populares.

Aproveitando a data, o Conselho Tutelar da Fercal fará uma palestra sobre o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Para finalizar o dia, o Coletivo Ambidestro apresentará o Palco Aberto, um espetáculo de variedades circenses. Haverá, ainda, sorteio de brinquedos populares ao final do evento.

Espetáculo com palhaços vai animar a Estrutural nesta sexta-feira (17) | Foto: Divulgação

E para quem gosta de circo, os palhaços Chaubraubrau e Raquaquá se preparam para mais uma caravana, que começa nesta sexta (17), na Estrutural. As apresentações são às 10h no Centro de Educação Infantil 01 e às 17h no Coletivo da Cidade.

Shows

Neste sábado (18) e no domingo (19), ocorre o encerramento da segunda edição do Afro em Movimento, uma grande celebração da cultura e do empreendedorismo negro no Sesc 504 Sul, com entrada gratuita.

A programação conta com DJ, shows, aulas abertas e a Feira Afro – que vai reunir moda, artesanato e diversos outros artigos de 12 produtores negros que estarão em exposição nos dias 18 e 19 de maio, a partir das 14h. A programação musical tem abertura do DJ Áfrika e também contempla artistas como Flor Furacão e Ellen Oléria.

 

 

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Aberta consulta pública sobre requalificação do Centro Urbano de Planaltina

Até o dia 16 de junho, a população poderá contribuir com sugestões para o desenvolvimento do projeto; formulário online está disponível no site da Seduh

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Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo

 

O Centro Urbano de Planaltina contará com um projeto de requalificação elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Distrito Federal (Seduh). A população terá a oportunidade de contribuir com sugestões para a formulação desta proposta por meio de consulta pública virtual, disponível até o dia 16 de junho. A participação efetiva dos cidadãos permitirá que as demandas da comunidade sejam atendidas no projeto.

A área para qual o projeto será elaborado tem aproximadamente 600 mil m² | Imagem: Divulgação/ Seduh

Para participar, basta que o interessado acesse o formulário online disponível no próprio site da Seduh, na aba Consultas Públicas. Nele, serão analisados os problemas identificados pela população, assim como o que se deseja implantar em cada um dos trechos.

A área para qual o projeto será elaborado tem aproximadamente 600 mil m², abrangendo o Setor Recreativo Cultural, o Terminal Rodoviário e Setor de Hotéis e Diversões, a Praça do Estudante, o Setor Educacional e o Setor Comercial.

“Trata-se de uma área urbana consolidada, com grande circulação de pessoas. Nosso objetivo com o projeto é a criação de rotas acessíveis, revitalização dos espaços livres e reordenamento dos estacionamentos”, adiantou o subsecretário de Projetos e Licenciamento de Infraestrutura da Seduh, Vitor Recondo.

Após análise técnica das contribuições enviadas durante a consulta pública, o projeto será elaborado pela Seduh. Em seguida, deverá ser aprovado por portaria.

*Com informações Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh)

 

 

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INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO

A VERDADE, O TEMPO E A HISTÓRIA

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Muito bom ver uma Testemunha Ocular da História, como Maria Estela Kubitschek Lopes, filha de JK, escrevendo sobre Brasília, que ela considera sua irmã caçula.
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO:
A VERDADE, O TEMPO E A HISTÓRIA
Maria Estela Kubitschek Lopes.
Arquiteta e filha do ex-presidente JK.
Ser filha de um grande brasileiro – de um tempo com exuberâncias, realizações e intempéries – sempre me trouxe um misto de contentamento, apreensão e um justo orgulho.
O ex-presidente Juscelino Kubitschek, meu pai, teve a coragem exuberante e a determinação poética de construir Brasília, a nossa capital no Planalto Central. Um sonho que acompanhou nosso debate político ainda no século XVIII e que se estabeleceu na República.
Hoje sabemos que a proposta de edificar uma nova capital no interior do Brasil já existia na corte portuguesa, com Marquês de Pombal. E, no Século 18, pelos Inconfidentes.
O Patriarca José Bonifácio de Andrada e Silva também trouxe o tema para a Constituinte de 1823. Mas a ideia tomaria forma e decisão política na Constituição republicana de 1891. Portanto, construir Brasília não surgiu com Juscelino. Tanto quanto um sonho constitucional, era também um sonho geopolítico de Nação.
A Constituição de 1934, no artigo quarto das Disposições Transitórias, deixou claro: “Será transferida a Capital da União para um ponto central do Brasil”. O mesmo sonho foi registrado com destaque pela Constituição de 1946, justamente pelo deputado federal e constituinte, Juscelino Kubitschek, que alertou os constituintes para a manutenção desse artigo.
Um sonho que meu pai soube acalentar, carregar no brilho dos seus olhos, na consistência dos seus gestos, no pulsar do seu coração que existir pelo Brasil. Sim, e no seu sorriso cativante que chegava aos brasileiros como uma suave sinfonia de convocação. Não raro, sempre que vou ao Memorial JK, visita que não descarto de fazer todas as vezes que vou a Brasília, essas lembranças e sentimentos difusos acolhem e acalmam a minha alma.
Ao mesmo tempo, no silêncio íntimo, a bênção de ser sua filha, percebo que JK foi e continua sendo amado pela grande maioria dos seus compatriotas. O seu lugar na História é exemplar e intocável.
Na semana passada, fui surpreendida por uma manifestação do meu amigo querido e excelente jornalista Silvestre Gorgulho. “O que a Câmara Legislativa está fazendo é ofender a História, a memória do DF e do Brasil”, denunciou o ex-Secretário de Estado de Cultura do Distrito Federal na coluna do Correio Brasiliense, assinada por Ana Maria Campos.
Naquele momento, Silvestre Gorgulho, com sua admirável coragem e zelo pela História da nossa cidade, se insurgiu contra a anunciada Sessão Solene que pretendia celebrar os supostos 60 anos do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, quando na verdade deveríamos celebrar os 64 anos de sua criação.
O IHG-DF, como consta no Diário Oficial, foi criado por JK em oito de dezembro de 1960 “Dia do Culto à Justiça”. Naquela tarde, um grupo de notáveis reuniu-se no Brasília Palace Hotel, para dar início à organização formal desse espaço clássico da nossa Memória.
Em 1962, numa reunião similar, seu primeiro presidente era eleito: o ex-ministro do Trabalho, Júlio Barata. Assinaram a Ata, nomes como Israel Pinheiro, Paulo Tarso Santos, Tancredo Neves, Oswaldo Aranha, Lucio Costa, Cassiano Ricardo, Gilberto Freire, o escritor francês André Malraux entre outros.
O rompimento institucional em 1964, a destituição de João Goulart, as perseguições a JK, sua posterior cassação e exílio, são fatos por demais conhecidos e objetos de justo esclarecimento, reflexão e análise da nossa academia e estudiosos.
O que nos surpreende é que o resgate da verdade e da História não tenha sido feito na sua devida dimensão. É possível que a primeira ofensa à nossa cidade e a JK, então patrocinada por alguns, tenha sido a “criação” de um novo Instituto no dia 03 de junho de 1964, dois meses apenas após a destituição do ex-presidente João Goulart.
Sabemos que nos anos tensos que se seguiram, brasileiros e brasilienses honrados e dignos, presidiram e ingressaram como membros do nosso IHG-DF. Ninguém representa melhor a tentativa permanente desse resgate do que o saudoso Coronel Affonso Heliodoro, amigo e aliado incondicional de JK, e que dirigiu por um longo período o Instituto. Entretanto, se nos dias de hoje, dentro de uma instituição tão nobre como a Câmara Legislativa, alguém tentou mudar essa data e a História, é porque algo permanece errado.
Sei muito bem que um amigo, o escritor Paulo Castelo Branco, autor do livro “A Morte de JK” (1997), que preside hoje o IHG-DF, está fazendo jus à sua alma de intelectual e honradez para resgatar a História e restabelecer a verdade.
Outra verdade que poucos sabem. Quando houve a tentativa de golpe, em 11 de novembro de 1955, para impedir a posse de JK, a obstinação de meu pai por Brasília era tanta que ele deixou redigido um decreto da criação de Brasília, pensando “podem me derrubar, mas pelo menos cumpri minha palavra”.
Fotos:
Sede do IHG-DF na 903 Sul em Brasília
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Reportagens

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