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Terra retirada em obras é aproveitada em outras construções no DF

Além de ambientalmente correta, prática gera economia aos cofres públicos

 

Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo

 

Toneladas e mais toneladas de terra retiradas das obras do Distrito Federal têm atualmente uma destinação adequada. O montante escavado em obras grandiosas como o Túnel de Taguatinga e o Viaduto da Epig, na entrada do Sudoeste, é aproveitado em outras construções. É uma prática ambientalmente correta, ao evitar jogar montanhas de terra na natureza, e que gera economia aos cofres públicos.

“Nosso objetivo é usar a maior sustentabilidade possível em nossas construções, além de eficiência orçamentária. Não se produz solo, é preciso comprar em jazidas, minerar esse solo”Aldo Fernandes, subsecretário de Acompanhamento Ambiental da Secretaria de Obras

A quantidade é bastante alta, mas órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) têm hoje mapeados pontos de armazenamento do solo escavado para que esse material passe longe do desperdício. Ele pode ser reaproveitado na própria obra da qual foi retirado ou usado na construção de rodovias, na terraplanagem, para dar sustentação a alças de viadutos, entre outras destinações. A Secretaria de Obras criou uma ferramenta online, o Sistema de Gestão de Solo de Escavação (SGSE), para gerenciar esse processo.

Implantado no primeiro semestre, o sistema monitora a terra arrecadada e a coloca à disposição de órgãos do GDF interessados. “Nosso objetivo é usar a maior sustentabilidade possível em nossas construções, além de eficiência orçamentária. Não se produz solo, é preciso comprar em jazidas, minerar esse solo”, explica o subsecretário de Acompanhamento Ambiental da Secretaria de Obras, Aldo Fernandes. “Na construção do túnel sob o Balão do Aeroporto [inaugurado em 2014], por exemplo, uma quantidade enorme de terra ficava acumulada ali ao lado da obra. Não temos mais isso.”

Reaproveitar no Túnel de Taguatinga 

O moderno Túnel de Taguatinga – maior obra viária em execução no país – vai beneficiar cerca de 135 mil motoristas diariamente. Até o momento, cerca de 285 mil toneladas de solo foram cavadas na reforma. Essa quantidade corresponde a 86% de um total de 330 mil toneladas que serão retiradas dali.

Segundo levantamento da Secretaria de Obras, mais de 20 mil viagens de caminhão foram feitas para transportar parte do material até o 2º Distrito do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que é o ponto de armazenamento.

Todavia, a pasta calcula que 47% do total de terra cavada, segundo o sistema, vai permanecer na estrutura da própria obra. Ela será reaproveitada no reaterro de lajes ou na construção do boulevard, que integra o projeto do túnel. Para toda essa engenharia, as construtoras cavam pelo método tradicional ou usando uma técnica que se chama escavação invertida.

Trânsito entre obras vizinhas

O DER também reaproveita a terra escavada nas reformas, transportando-a para outras obras. Seus oito distritos espalhados pela capital também guardam a terra. “Temos uma obra que é emblemática – o viaduto do Itapoã, com suas trincheiras, gerou muita terra. Esse material está sendo usado na duplicação da rodovia DF-250, que dá acesso ao próprio elevado”, explica o superintendente técnico do departamento, Plínio Fragassi.

 

No Setor Policial Militar, já foram retiradas 150 mil toneladas de terra | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

De acordo com ele, o insumo é muito usado para fazer a base e a sub-base da pavimentação de estradas, em aterros nas construções e na compactação dos paredões que sustentam viadutos. “O DER hoje transporta a terra de uma obra nossa para outra, mas o material também está disponível para outros órgãos. Temos a Novacap, que precisa muito, e as administrações regionais, caso precisem”, pontua Plínio.

“Há uma preocupação com a degradação de áreas verdes e, também, é uma forma de diminuir o descarte na Unidade de Recebimento de Entulho [URE]”, explica o engenheiro, ao se referir ao equipamento gerido pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e que também recebe a terra. Trata-se de uma gestão feita em parceria pelos executores de obras no DF e que viabiliza o uso sustentável de um elemento natural, indispensável nas construções.

 

Arte: Agência Brasília

 

 

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Brasil condena ataque de Israel contra o Irã: “violação de soberania”

Itamaraty também alertou para risco de conflito amplo na região

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Lucas Pordeus León – repórter da Agência Brasil

 

O governo brasileiro, por meio de nota publicada nesta sexta-feira (13), condenou os ataques de Israel contra instalações nucleares e fábricas de mísseis do Irã, que mataram altos oficiais militares e cientistas do país persa.

“O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”, diz nota do Ministério das Relações Exteriores.

O Itamaraty acrescentou que os ataques ameaçam mergulhar toda a região em um conflito de ampla dimensão, “com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades”.

O chefe supremo da República do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, prometeu nesta sexta-feira (13) responder aos ataques de Israel. Segundo as autoridades israelenses, o Irã já retaliou o país com ataque de drones, mas Teerã nega.

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Entenda

Israel atacou o Irã alegando que o país está construindo bombas atômicas, que poderiam ser usadas contra Tel-Aviv. O Irã nega e sustenta que usa tecnologia atômica apenas para fins pacíficos, como a produção de energia.

O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), mas a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) teria apresentado objeções aos compromissos de Teerã com a organização.

A autoridade nuclear do Irã nega que tenha violado compromissos com a AIEA e diz que a Agência realiza uma campanha “politicamente motivada” e guiada por Grã-Bretanha, França, Alemanha e Estados Unidos (EUA), sob influência de Israel.

Já Israel é um dos poucos países do mundo que não assinou o TNP. Os Estados Unidos (EUA) vinham pressionando Irã para reduzir o alcance do seu programa nuclear. O presidente Donald Trump elogiou os ataques de Israel contra Teerã e pediu para o país aceitar o acordo sobre a questão nuclear.

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Patrimônio previdenciário do DF chega a R$ 7,5 bilhões em abril

Com boa rentabilidade dos fundos, Iprev-DF registra crescimento de R$ 94 milhões na carteira de investimentos em abril

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Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo

 

A carteira de investimentos sob gestão do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF) fechou abril com um patrimônio de R$ 7,53 bilhões – R$ 94 milhões a mais que no mês anterior, quando o total era de R$ 7,44 bilhões. O montante inclui R$ 5,96 bilhões em ativos financeiros e R$ 1,57 bilhão em outros ativos, como imóveis e ações do Banco de Brasília (BRB).

Os recursos garantem o pagamento dos benefícios de mais de 76 mil aposentados e pensionistas do DF.

O Fundo Solidário Garantidor (FSG), principal fundo administrado pelo Iprev-DF, teve rentabilidade de 1,40% em abril, acumulando 3,88% no primeiro quadrimestre do ano. O índice superou tanto a meta de 2,86% quanto o IPCA do período (2,48%). Com essa performance, o fundo registrou ganhos nominais de R$ 158,9 milhões e alcançou R$ 4,25 bilhões em investimentos financeiros.

Arte: Iprev-DF

Criado em 2017, o FSG é um fundo de solvência – não tem meta atuarial obrigatória, mas seus resultados, quando superiores à inflação, podem ser utilizados para o pagamento de benefícios. Ele reúne aplicações financeiras, imóveis e ações do BRB.

Já o Fundo Capitalizado teve rentabilidade de 1,22% em abril e acumulou 4,22% no ano, alinhado com a meta de 4,23% e acima do IPCA. Os ganhos nominais foram de R$ 61,3 milhões no quadrimestre, elevando o valor da carteira para R$ 1,63 bilhão.

Arte: Iprev-DF

Esse fundo recebe contribuições dos servidores que ingressaram no serviço público do DF a partir de março de 2019 e cobre benefícios até o teto do INSS.

Completam o portfólio os fundos Financeiro e da Taxa de Administração, que não têm metas atuariais. O Fundo Financeiro, destinado ao pagamento de aposentadorias de servidores que entraram até março de 2019 (e de seus dependentes), fechou abril com R$ 54,4 milhões em caixa. Já a Taxa de Administração somou R$ 22,4 milhões.

Para a diretora-presidente do Iprev-DF, Raquel Galvão, o desempenho reflete o esforço conjunto da equipe para consolidar uma carteira sólida e garantir o pagamento dos benefícios.

 

O diretor de Investimentos do Instituto, Thiago Mendes Rodrigues, avalia que, com o controle da inflação, os resultados devem melhorar ainda mais ao longo do ano. Ele projeta que o Fundo Capitalizado alcance R$ 2 bilhões no segundo semestre de 2025.

*Com informações do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF)

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CLDF derruba veto e passa a valer lei que valoriza ensino de duas disciplinas básicas

Lei do deputado Thiago Manzoni estabelece ainda o ensino de matemática e língua portuguesa como patrimônios do povo do Distrito Federal

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Foto: Carolina Curi/Agência CLDF

 

Foi promulgada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) a derrubada de veto ao PL nº 373/2023 que cria a política distrital de valorização das disciplinas elementares. Simplificando, a Lei 7.693/2025 prioriza e incentiva o ensino de língua portuguesa e de matemática nas escolas públicas do DF.

Para tanto, a norma determina que o poder público desenvolva um plano distrital, com validade de dez anos. Entre outros objetivos, está elevar os índices de avaliação de aprendizado dos alunos, ampliar e aperfeiçoar a infraestrutura escolar para as duas disciplinas e incentivar professores a desenvolverem projetos inovadores.

A proposta foi originalmente apresentada pelo deputado Thiago Manzoni (PL) e, após aprovada pelos deputados distritais, vetada pelo Executivo. A Câmara Legislativa decidiu pela derrubada do veto em votação realizada pelo conjunto dos deputados.

“Essa foi uma grande vitória. Em todas as escolas, o que nós queremos é capacitar os nossos alunos e facilitar a aprendizagem em todas as disciplinas. Para isso, estamos priorizando a língua portuguesa e a matemática. Nossos alunos merecem ser escolarizados de maneira adequada e fazer bom uso da língua portuguesa e da matemática para tudo aquilo que vão precisar na vida”, afirma Manzoni.

A lei também institui maio como o mês de valorização das disciplinas elementares, estimulando que as escolas realizem competições de conhecimento vinculadas a elas. Inclusive, o texto prevê que as escolas podem contar com recursos públicos e de parceiros privados para esses eventos. Estabelece ainda o ensino de matemática e língua portuguesa como patrimônios do povo do Distrito Federal.

O texto da nova lei também determina que o poder público deve instituir um programa de avaliação das disciplinas elementares com participação facultativa dos alunos e focada na avaliação seriada.

As escolas públicas podem até criar monitorias remuneradas concedidas aos alunos e vinculadas às duas disciplinas. Outro tipo de incentivo permitido é a premiação para alunos que alcançarem 95% de presença nas disciplinas durante o ano letivo.

Por fim, permite também a captação de recursos vindo de termos de cooperação destinados ao financiamento das medidas previstas na lei.

Acesse aqui a íntegra da tramitação e o texto da lei.

Francisco Espínola – Agência CLDF

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