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UMA LENDA CHAMADA PELÉ
Estou triste. Muito triste. Pelé virou lenda.

Era uma vez um menino pobre, de uma família pobre, em um país pobre que tinha o dom de fazer mágicas: de uma bolinha-de-meia fez sete bolas de ouro.
Era uma vez, um menino que nasceu Edson, em 23 de outubro de 1940, em Três Corações. Virou DICO, para a família. E ganhou o apelido PELÉ, em São Lourenço, quando seu pai Dondinho jogava no time de minha terra natal.
Era uma vez um garotinho negro, humilde e franzino que fez, com sua arte e sua genialidade, o Brasil maior. Colocou o mundo inteirinho dentro da Vila Belmiro, em Santos. Fez do Maracanã, do Pacaembu e de muitos outros estádios do mundo, altar de suas oferendas.
Era uma vez um garoto de 17 anos, único nessa idade a participar de uma Copa do Mundo, jogando a final, fazendo gols e sendo Campeão.
Era uma vez um atleta que entrou para o mundo das artes, participando da literatura (prefaciou um livro de Carlos Drummond de Andrade); contracenou com Sylvester Stallone (Victory), e com muitos outros artistas em 18 filmes e algumas telenovelas. Entre eles: Os Trapalhões, Paulo Goulart, Milton Gonçalves, Grande Otelo, Dina Sfat, Tereza Raquel e José Lewgoy. Gostava de música. Pelé gravou com Elis Regina, Roberto Carlos, Chico Buarque, Jair Rodrigues e Gilberto Gil.
Em julho de 1971, Pelé se aposentou na Seleção Brasileira, mas a Seleção não o deixou. Continuou como eterna referência.
Em 1971, deu nome ao Centro Educacional e Esportivo Edson Arantes do Nascimento – Pelezão, na Lapa/Barra Funda-SP.
Em vida, Pelé colecionou muitas outras homenagens.
Em primeiro de outubro de 1977, pelo Cosmos de New York, fez seu último jogo profissional, mas continuou sendo a maior personagem do esporte mundial.
Em 1981, Pelé foi eleito por jornalistas internacionais como o “Atleta do Século”.
Foi o esportista mais requisitado da História para campanhas de marketing.
Na década de 90, o COI oficializou Pelé como o “Atleta do Século”.
Em 1995, aceitou o convite para ser Ministro dos Esportes, no governo FHC. Criou a Lei Pelé, sancionada em 24 de março de 1998, que instituiu normas gerais sobre o desporto brasileiro.
Além do Diploma de Mérito de Cidadão do Mundo, da ONU, de uma estátua em Três Corações-MG e outra na Índia, de um estádio de futebol no Irã e outro em Maceió (AL) e de uma praça em Los Angeles-EUA, Pelé colecionou ruas. Muitas ruas! Tem rua com seu nome em Montevidéu, no Uruguai, e em muitas cidades do Brasil: Três Corações e Barbacena, em Minas Gerais, Cariacica-ES, Japeri-RJ, Campinas e São José do Rio Preto, em São Paulo.
Em 1997, Pelé recebeu o título de ‘SIR’ – Cavaleiro Honorário do Império Britânico, das mãos da Rainha Elizabeth II, no Palácio de Buckingham.
No ano 2000, foi reconhecido pela FIFA como o maior jogador de futebol do Século.
Em outubro de 2005, Pelé ganhou um presente de aniversário histórico: o Centro de Treinamento do Santos que passou a se chamar CT Rei Pelé.
Em junho de 2008, para comemorar os 50 anos da Copa de 1958, o Museu Nacional de Brasília fez a exposição ‘AS MARCAS DO REI’. Foi a maior mostra realizada sobre sua vida.
Em novembro de 2008, Pelé recebeu outra grande homenagem de Brasília. Ele próprio inaugurou, em Samambaia, cidade satélite do DF, a “Vila Olímpica Rei Pelé”. Nesse complexo esportivo de 2,2 hectares, são oferecidas 17 modalidades de esportes para mais de 5 mil crianças.
Em 4 de novembro de 2010, Pelé foi homenageado pelo Exército Brasileiro. Em cerimônia solene no Museu do Desporto do Exército, na Fortaleza São João, Urca-RJ, o Soldado Nascimento 201, que serviu no 6º GMAC de Praia Grande-SP, ganhou busto e um espaço especial. Apenas duas pessoas no mundo serviram o Exército de seus países na condição de ídolos e no auge da fama: Elvis Presley e Pelé.
Em dezembro de 2010, ao reconhecer o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, a Taça de Prata e a Taça Brasil como partes do Campeonato Brasileiro, a CBF proporcionou a Pelé um novo recorde: o maior campeão brasileiro da História com seis títulos nacionais.
Em 26 de julho de 2011, a presidente Dilma Rousseff nomeou Edson Arantes do Nascimento – Pelé Embaixador Honorário do Brasil para a Copa de 2014.
Em 9 de fevereiro de 2012, Pelé ganhou estátua no Estádio da Amizade, na capital Libreville – Gabão, na final da Copa Africana de Nações. A homenagem foi para lembrar janeiro de 1969, quando o Rei interrompeu duas guerras para o Santos jogar em segurança contra a seleção A e seleção B do Congo.
Em janeiro de 2014, Pelé recebeu da FIFA a Bola de Ouro Especial. O então presidente, Joseph Blatter, abriu a cerimônia dizendo: “Há poucos nomes que se destacam na História. Quando se fala em futebol, apenas um nome fica acima de todos: Pelé”.
Também em 2014, a Prefeitura de Santos inaugurou o Museu Pelé.
Em outubro de 2017, foi lançado a 57º publicação sobre sua vida. Na China.
Em dezembro de 2017, em Moscou, é reverenciado por Maradona com um beijo na testa ao abrir o sorteio para a Copa de 2018, na Rússia.
Em 2022, na Copa do Catar, Pelé é homenageado pela FIFA, por jogadores em campo e na arquibancada por torcedores.
Em 2023, Santos planeja construir, ao lado de seu Museu, o Monumento que Oscar Niemeyer projetou para glorificar Pelé.
A Era Pelé parece não ter fim. O tempo passa, os anos avançam e o mito permanece. Amantes ou não do futebol têm sempre na ponta da língua a expressão mais nobre e digna para lembrá-lo.
Lenda que sempre recomeça: ERA UMA VEZ um menino pobre, que ao fazer Mil Gols lembrou das crianças pobres e, de uma bola, fez uma coroa de Rei.


Pelé vestido de beca para a solenidade de sua formatura na Faculdade de Educação Física de Santos. Ele se formou na mesma turma de Pepe, seu companheiro de ataque na equipe. Santos. 12/01/1974. Foto: AE
Silvestre Gorgulho – jornalista e autor do livro “De Casaca e Chuteiras – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História – Brasília-JK-Pelé”.
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Em Brasília, mulheres indígenas celebram diversidade cultural e marcham por lutas comuns
Na III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, representantes de todos os biomas do Brasil celebram sua diversidade, denunciam violência de gênero e dizem não ao Marco Temporal.

Marcha das Mulheres Indígenas de 2023, em Brasília — Foto: Amanda Magnani
O som de cantos e dos maracás ecoa de todos os lados do acampamento à medida que grupos de mulheres dos mais diferentes cantos do Brasil se aproximam da tenda principal na concentração para a III Marcha Nacional de Mulheres Indígenas. São 8h00 e o sol seco de Brasília parece realçar as cores dos mais variados trajes tradicionais.
A marcha, que foi do Complexo Cultural da Funarte, onde estavam acampadas, até o Congresso, a cerca de 5km de distância, reuniu mais de 5 mil mulheres. Ela aconteceu no último dia de um evento que, ao longo de três dias, foi marcado por celebrações e denúncias.
Sob o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, indígenas de diferentes partes do Brasil tiveram a oportunidade de dar voz às demandas específicas vividas pelos povos de seus biomas.
Para o povo Kiriri, da Caatinga, a cerca de 300 km de Salvador, um dos maiores problemas é a seca e a consequente falta de segurança alimentar. “Nossa região é muito seca, e as mudanças climáticas aumentam o impacto na insegurança alimentar”, diz Fabiana Kiriri.
Ela conta que o trabalho coletivo na comunidade e a reserva de alimentos vêm como uma forma de tentar contornar o problema. Mas uma colheita suficiente depende de muitos elementos, que vão da quantidade de chuvas à presença de pragas.
“O que realmente precisamos é de um olhar especial do governo, que proponha projetos para ajudar as comunidades a terem autonomia”, defende.
Já para o povo Kaingang do Pampa, no Rio Grande do Sul, as demandas passam principalmente pelos enfrentamentos com o agronegócio e pelos arrendamentos de áreas dentro das terras indígenas, que acabam levando monoculturas e agrotóxicos para dentro a terra.
“Nós precisamos dar visibilidade às nossas lutas e sensibilizar a nossa comunidade, para que possamos encontrar estratégias para atender as demandas dos nossos territórios”, diz Priscila Gore Emílio, psicóloga do povo Kaingang.
Enquanto isso, em Santa Catarina, os Xokleng são protagonistas no debate sobre o Marco Temporal. “Nossa região foi tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas e o nosso território já foi muito maior. Hoje, vivemos em uma área muito reduzida, mas continuamos vivendo muitas tensões e conflitos”, diz Txulunh Gakran.
Contudo, embora povos dos diferentes biomas tenham suas demandas específicas, são muitas as lutas comuns às mulheres indígenas do Brasil como um todo. Grande parte delas gira ao redor da garantia do direito ao território e ao fim da violência de gênero.



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Castanheira-da-amazônia mostra eficiência na recuperação de solos degradados
Os estudos estão sendo realizados em cultivos de castanheiras implantados em áreas que antes eram pastagens degradadas no estado do Amazonas

Pesquisas da Embrapa em plantios de castanheira-da-amazônia (Bertholletia excelsa) indicam que a espécie é eficiente para a recuperação de solos degradados em áreas nas quais a floresta foi retirada. Trata-se de um resultado bastante promissor para a recomposição florestal desse bioma, onde existem atualmente mais de 5 milhões de hectares de solos que precisam ser restaurados. Outra vantagem observada é que as castanheiras são capazes de produzir por mais de 40 anos com pouco ou quase nenhum aporte de nutrientes. Além de contribuir para a preservação, esses cultivos podem ajudar a gerar renda e emprego para os povos da floresta, com a geração de serviços ambientais.
Os estudos estão sendo realizados em cultivos de castanheiras implantados em áreas que antes eram pastagens degradadas no estado do Amazonas. “A capacidade de crescimento demonstrada pela castanheira comprova que ela tem uma estratégia fisiológica totalmente adaptada a esses tipos de solos”, afirma o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental (AM) Roberval Lima, que realiza estudos silviculturais com essa espécie.
O embasamento para uso da castanheira na recuperação de áreas degradadas ganha ainda mais força com estudos sobre emissão de gases a partir do solo, processo também chamado de respiração do solo, e que consiste em um conjunto de fenômenos bioquímicos, envolvendo temperatura, umidade, nutrientes e níveis de oxigênio, influenciados por fatores naturais e ações humanas. As pesquisas compararam a capacidade de respiração do solo e a emissão de gases em diferentes ecossistemas, conforme os modos de uso da terra no bioma.
Uma das conclusões é que os plantios de castanheiras apresentam níveis de melhoria na qualidade do solo que mostram tendência de recuperação das características químicas, físicas e presença de microrganismos.
Segundo o pesquisador, os solos em plantios de castanheiras apresentam qualidade 50% superior à de áreas de pastagem degradadas. Foram realizados estudos comparando o fluxo de gases a partir do solo em ecossistema de floresta natural, em pós-floresta (após a corte da floresta) e em cultivos como os plantios de castanheira. “Os resultados apontam que, sob os plantios de castanheiras, o solo está se recuperando com uma tendência massiva próxima a de uma floresta natural”, destaca.
Foto acima: Siglia Souza
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Síglia Souza (MTb 66/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
Contatos para a imprensa
amazonia-ocidental.imprensa@embrapa.br
Telefone: (92) 3303-7852
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