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ADEUS A PEDRO NEHRING O PAISAGISTA DE INHOTIM

Referência do paisagismo tropical, Nehring deixa um legado na beleza das paisagens.

 

Tudo que o paisagista Pedro Nehring tocava virava flor. Se era terra, virava jardim. Se era gente, virava amizade. Aos 67 anos, em 13 de janeiro, faleceu o paisagista Pedro Nehring, um dos idealizadores do paisagismo do Inhotim, em Brumadinho-MG, e um dos mais respeitados paisagistas tropicais, com referência internacional. Seu último trabalho em Inhotim foi o “Jardim Sombra e Água Fresca”. Pedro Nehring (1955-2023) é conhecido nacional e internacionalmente como referência em paisagismo tropical contemporâneo. Ele foi figura central na construção da coleção botânica do Inhotim, uma das mais importantes do mundo, e de muitos outros jardins espalhados por várias partes do Brasil.

 

Autodidata, Pedro Henrique Nehring Cesar nasceu em Teresópolis, RJ, em 25 de maio de 1955, em uma família de paisagistas: seu irmão e seu pai também praticavam a arte da jardinagem. Em constante expansão, o Jardim Botânico do Inhotim tem muitas obras de Nehring, mas seu último trabalho é o jardim ‘Sombra e Água Fresca’, resultado de um processo criativo de quase dez anos. Construído em uma antiga área de pastagem de 32 mil m², o maior jardim temático do Inhotim é carregado de elementos que simbolizam o trabalho de Nehring: paisagens repletas de história permeadas por momentos de descanso e de fruição, árvores frutíferas, além de uma potente vocação para a educação ambiental.

 

 

Jardins de Pedro Nehring, um artista do paisagismo tropical.  

 

JARDIM VEREDAS

Complexo e diverso, outro jardim assinado por Pedro Nehring é o Jardim Veredas – reflexo do desenvolvimento prático de Nehring, que afirmava que é preciso entrar na mata para entender o paisagismo. Equilibrando o rigor da forma e a impermanência da natureza, Pedro buscava compreender e, principalmente, refletir os ciclos do ano na materialização dos seus projetos. O Jardim Veredas, e todos os seus projetos no Inhotim, são frutos de observações periódicas, conhecimento ímpar sobre os ciclos das plantas e de percepção do tempo da natureza.

 

 

Na véspera de seu falecimento, o paisagista Pedro Nehring esteve no ‘Viveiro Educador’, coração do Jardim Botânico de Inhotim, em reunião sobre os próximos trabalhos em áreas que serão abertas ao público no futuro. Estava descontraído, despediu-se das equipes com alegria.

 

 

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Para o paisagista Pedro Nehring é preciso entrar na mata para entender o paisagismo e, assim, equilibrar o rigor da forma e a impermanência da natureza: “Há que se compreender e refletir os ciclos das plantas e a percepção do tempo”.

 

 

O INSTITUTO INHOTIM

Encontro entre natureza e arte

 

 

Vista aérea de Inhotim

 

 

Sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior museu a céu aberto do mundo, Inhotim é um parque de escultura, jardim botânico e museu situado no município de Brumadinho-MG, a 60 km de Belo Horizonte. Hoje é uma RPPN – Reserva Particular de Patrimônio Natural, tem 145,37 hectares com domínio de Mata Atlântica com enclaves de Cerrado. A instituição surgiu em 2004 para abrigar a coleção de arte modernista do empresário Bernardo Paz, então casado com a artista plástica carioca Adriana Varejão. Todo acervo está hoje em Inhotim, que recebeu ao longo do tempo muitas outras obras de arte, jardins, galerias, exposições e shows musicais.

 

SAIBA MAIS:

Endereço: Rua B, 20 – Fazenda Inhotim, Brumadinho – MG, 35460-000

Telefone: (031) 3571-9700

https://www.inhotim.org.br/

 

 

 

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VENTO DA ARTE NOS CORREDORES DA ENGENHARIA

Lá se vão 9 anos. Março de 2014.

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No dia 19 de março, quando o Sinduscon – Sindicato das Indústrias da Construção Civil do DF completava 50 anos, um vendaval de Arte, Musica, Pintura adentrou a casa de engenheiros, arquitetos e empresários e escancarou suas portas e janelas para a Cultura.
Para que o vento da arte inundasse todos seus corredores e salões, o então presidente Júlio Peres conclamou o vice Jorge Salomão e toda diretoria para provar que Viver bem é viver com arte. E sempre sob as asas da Cultura, convocou o artista mineiro Carlos Bracher para criar um painel de 17 metros sobre vida e obra de JK e a construção de Brasília. Uma epopeia.
Diretores, funcionários, escolas e amigos ouviram e sentiram Bracher soprar o vento da Arte durante um mês na criação do Painel “DAS LETRAS ÀS ESTRELAS”. O mundo da engenharia, da lógica e dos números se transformou em poesia.
Uma transformação para sempre. Um divisor de águas nos 50 anos do Sinduscon.
O presidente Julio Peres no discurso que comemorou o Cinquentenário da entidade e a inauguração do painel foi didático e profético:
“A arte de Carlos Bracher traz para o este colégio de lideranças empreendedoras, a mensagem de Juscelino Kubitschek como apelo à solidariedade fraterna e à comunhão de esforços. Bracher é nosso intérprete emocionado das tangentes e das curvas de Oscar Niemeyer e Lucio Costa. Nos lances perfomáticos de seu ímpeto criador, Bracher provocou um espetáculo de emoções nas crianças, professores, convidados, jornalistas e em nossos funcionários.
Seus gestos e suas pinceladas de tintas vivas plantaram sementes de amor à arte. As colheitas já começaram.”
Aliás, as colheitas foram muitas nesses nove anos e serão ainda mais e melhor na vida do Sinduscon. O centenário da entidade está a caminho…
Sou feliz por ter ajudado nessa TRAVESSIA.
SG
Fotos: Carlos Bracher apresenta o projeto do Painel. Primeiro em Ouro Preto e depois visita as obras em Brasília.
Na foto: Evaristo Oliveira (de saudosa Memória) Jorge Salomão, Bracher, Julio Peres, Tadeu Filippelli e Silvestre Gorgulho
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METÁFORAS… AH! ESSAS METÁFORAS!

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Sou fascinado com uma bela metáfora. Até mesmo porque não há poesia sem metáfora. Clarice Lispector é a rainha das metáforas. Maravilhosa! Esta figura de linguagem é uma poderosa forma de comunicação. É como a luz do sol: bate n’alma e fica.
Incrível, mas uma das mais belas metáforas que já li é de um naturalista e geógrafo alemão chamado Alexander Von Humbolt, fundador da moderna geografia física e autor do conceito de meio ambiente geográfico. [As características da fauna e da flora de uma região estão intimamente relacionadas com a latitude, relevo e clima]
Olha a metáfora que Humbolt usou para expressar seu encantamento pelo espetáculo dos vagalumes numa várzea em terras brasileiras.
“OS VAGALUMES FAZEM CRER QUE, DURANTE UMA NOITE NOS TRÓPICOS, A ABÓBODA CELESTE ABATEU-SE SOBRE O PRADOS”.
Para continuar no mote dos vagalumes ou pirilampos tem a música do Jessé “Solidão de Amigos” com a seguinte estrofe:
Quando a cachoeira desce nos barrancos
Faz a várzea inteira se encolher de espanto
Lenha na fogueira, luz de pirilampos
Cinzas de saudades voam pelos campos.
Lindo demais! É a arte de vagalumear.
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A LUA CHEIA DE MARÇO FAZ DUAS HOMENAGENS ÁS MULHERES E AO TIÃO NERY PELOS 91 ANOS

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Vou confessar. Sou como o Sebastião Nery: gosto de viajar mais por palavras do que por avião, ônibus ou carro.
Mas viajar de trem, gosto também. Sabe por quê? Simples, porque a vida é uma viagem de trem. Embarca aqui, desembarca ali. Conhece um aqui, fica amigo de outro ali. Perde um tempão aqui, mas ganha uma surpresa imensa acolá.
E nesse trem de sobe e desce, entra e sai, dorme e acorda a gente vai curtindo Manuel Bandeira com seu
“Café com pão, café com pão, café com pão… Virge Maria que foi isso maquinista?”
Este 8 de março é lua cheia para duas homenagens. Às MULHERES e ao jornalista Sebastião Nery, que completa hoje 91 anos.
Em 1976, eu organizei a festa dos 44 anos do Nery aqui em Brasília, com um churrasco. Meu Deus, e o tempo passa. Depois fiz a sua festa de 50 anos e muitos outros aniversários passamos juntos.
Quando Nery fez 80 anos, a festa foi no restaurante Forneria (hoje Rancho Português) lá na Lagoa-RJ. Junto com meu irmão João Vitor fizemos a cachaça TIÃO NERY – 80 graus. Um sucesso!
Voltando ao trem da vida, vale lembrar Villa Lobos com seu Trenzinho Caipira:
“Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar”.
O trem é assim mesmo: vai pela serra, vai por aldeias, matas, pontilhões, corações e atravessa a vida.
Hoje, dia 8, o NERY faz 91 anos. E o trem vai chegando na Estação da Saudade para a gente embarcar em mais uma viagem de aniversário. O Nery na Barra da Tijuca, agora sem a Bia, e eu aqui em Brasília.
Trem difícil é passar aniversário longe dos amigos de fé.
ABRAÇO DE

PARABÉNS

, MEU AMIGO!

O trem é assim mesmo: vai pela serra, vai por aldeias, matas, pontilhões, corações e atravessa a vida.
Hoje, dia 8, o NERY faz 91 anos. E o trem vai chegando na Estação da Saudade para a gente embarcar em mais uma viagem de aniversário. O Nery na Barra da Tijuca, agora sem a Bia, e eu aqui em Brasília.
Trem difícil é passar aniversário longe dos amigos de fé.
ABRAÇO DE

PARABÉNS

MEU AMIGO!

FOTOS:
1) Nery e eu esperando o trem… que já vem, que já vem…
2) A Cachaça que comemorou os 80 do Nery
3) O Nery e a charge do MENSALÃO, quando contou num artigo bombástico como começou o Mensalão do governo PT.
4) NERY, testemunha ocular do Mensalão.
5) Nery no Seminário, estudando muito porque queria ser ‘O BISPO DE ROMA”.
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