Gente do Meio

Fotografia, a arte de educar

 


PIXEL DE LUZ


A fotografia como educação e preservação


 


GUSTAVO PEDRO – A fotografia como educação e preservação


Silvestre Gorgulho



 






Os inocentes olhos deste galo-da-serra (rupicola rupicola) não escondem apenas a inocente arte de fotografar e o prazer de registrar um momento único da natureza. Escondem também uma polêmica. Não são poucos os fotógrafos, profissionais ou amadores, que são convidados a não entrarem num parque ou numa reserva ambiental com suas câmeras  fotográficas. Para não dizer o pior: proibidos! Dez fotógrafos de natureza colocam o tema em debate e dão seus depoimentos em três direções:


1) Como a fotografia pode sensibilizar, educar e preservar?
2) Por que, muitas vezes, são proibidos pelos fiscais de exercerem a sagrada arte de transmitir em pixel de luz uma mensagem de paz e de amor?
3) Qual a missão da nova Associação de
Fotógrafos da Natureza? As respostas estão nesta edição.


Fotógrafos da Natureza? As respostas estão nesta edição.


Fotografia e educação


Afnatura: uma associação dos fotógrafos da natureza
Autoridades e guardas florestais estão discriminando a atividade fotográfica nos parques e unidades de conservação.


Toda fotografia revela uma história que pode ser alegre ou triste. Pode ensinar ou constranger. Toda fotografia leva uma mensagem sem dizer uma única palavra. Para os fotógrafos da natureza, um pingo d?água na asa de uma libélula tem mais valor do que o sol marcando com sua luz o oceano. No detalhe, está a melhor compreensão da vida. Nas comemorações do último Dia Mundial do Meio Ambiente um fato chamou a atenção: a criação da Associação de Fotógrafos de Natureza. A Afnatura, como é conhecida, reúne profissionais e amadores de diferentes gerações na arte de fotografar, como Luis Cláudio Marigo, Marco Terra Nova, Monique Cabral, Zig Koch, Haroldo Palo Jr., Fábio Colombini, Izan Petterle, Roberto Linsker, Lena Trindade, Virgínio Sanches e muitos outros. Dentre eles, está também o fotógrafo e advogado Gustavo Pedro, um dos responsáveis pela mobilização para fazer do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, um Parque Nacional.


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Gustavo Pedro é fotógrafo, advogado especializado em Gestão e Tecnologia Ambiental e educador. Tem forte atuação nas políticas públicas ambientais como diretor do Grupo Ação Ecológica-RJ e como membro do Conselho do Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro. Atua como voluntário na Rede de ONGs da Mata Atlântica, no Conselho Gestor da APA da Babilônia-RJ e como colaborador de diversos veículos especializados em meio ambiente. “Me sinto como Noé, tentando salvar o equilíbrio com a sintonia de cores e luz em registros fotográficos. Tento trazer prazer aos olhos e com isto tocar a alma humana para a melhoria da qualidade ambiental”, costuma dizer. Nesta entrevista, Gustavo Pedro fala da Afnatura e como a fotografia complementa a educação e a preservação.


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AFNATURA: uma associa;áo dos fot[ografos da natureza



Folha do Meio –  Como e quando surgiu a idéia de criação da Associação de Fotógrafos de Natureza?
Gustavo Pedro – A idéia é antiga e já era idealizada por renomados fotógrafos como Haroldo Palo Jr., Zig Koch, LCMarigo, dentre outros precursores da fotografia de natureza. Foi uma situação conjuntural que selou esta união, como o enfrentamento de questões relevantes da atualidade e a necessidade de se criar mecanismos para ter a fotografia como o maior instrumento  para preservação ambiental. Daí a AFNATURA ter nascido no Dia Mundial do Meio Ambiente, em cinco de junho deste ano.


FMA – Quais são os objetivos da Afnatura?
Gustavo Pedro – Uma associação pode capacitar melhor seus associados e também reivindicar de forma mais forte. A comunicação entre os fotógrafos pode melhorar e mobilizar a classe. Pode dar maior agilidade para utilizar a fotografia como instrumento de monitoramento ambiental, educação, fortalecer a identidade cultural brasileira, valorizar a arte, fomentar atividades sustentáveis e muitas outras ações. A própria pesquisa científica e as campanhas institucionais e governamentais que tenham objetivos preservacionistas podem ser mais apoiadas. Não há como identificar paisagens a serem tombadas como patrimônio cultural ou natural sem o apoio da fotografia. Enfim, a fotografia pode formar cidadãos a entender e olhar a natureza de maneira mais respeitosa.


FMA – Que tipo de atividades sustentáveis pretende apoiar a Afnatura?
Gustavo Pedro – A fotografia incentiva a prática sustentável. Ela é uma atividade capaz de transformar o ser humano, torna as pessoas mais sensíveis, permite que as pessoas se aproximem e se identifiquem com a natureza. A fotografia faz da natureza uma extensão de nossa própria casa. E faz da nossa casa, de nosso quintal, de nossa cidade uma extensão da natureza. A fotografia ensina sem dizer uma só palavra. Ela mostra a harmonia, a fragilidade da vida e a responsabilidade em cada uma de nossas ações. Divulgar a beleza, além de promover o respeito e a harmonia, alavanca o turismo, ajuda o Estado a disseminar princípios de educação ambiental com atitudes pró-ativas de interação com a natureza.







A fotografia faz da natureza uma extensão de nossa própria casa. E faz da nossa casa, de nosso quintal, de nossa cidade uma extensão da natureza.  




FMA – O que mais os fotógrafos podem ensinar hoje na era digital?
Gustavo Pedro – É o que eu disse: a fotografia ensina sem pronunciar uma só sílaba. O fotógrafo da natureza ensina a ver um mundo melhor e fazer com que cada cidadão possa participar do registro desta história do dia-a-dia. Com arte e sabedoria. A valorização da fotografia como arte passa pela consciência de que para ser um guardião das belezas naturais suas atitudes precisam corresponder com seus pensamentos. Na era digital, a disseminação da fotografia ficou mais fácil, mais acessível, mais barata e mais eficiente.


FMA – Com um mês de existência, quais são os planos da Afnatura para que tudo isto aconteça?
Gustavo Pedro – Neste caminho continua valendo as virtudes que os fotógrafos de natureza conhecem bem: a paciência e a perseverança diante de tantas dificuldades impostas.  Apreendemos a conviver com ambientes fatigantes, longas caminhadas pelas florestas tropicais, desconforto e muias adversidades. Não é fácil, mas é revelador e aprazível. A maior recompensa está em revelar às pessoas que precisamos nos sacrificar de alguma forma para conseguir mostrar em fotos ao mundo nossos verdadeiros tesouros.


FMA – Por que há tanta falta de compreensão das autoridades e dos guardas com os fotógrafos da natureza?
Gustavo Pedro – Esta é uma boa questão. As autoridades, os guardas florestais precisam entender que não fazemos fotos para usufruir benefícios pecuniários. Não somos mercantilistas. Queremos apenas aumentar a sensibilidade das pessoas para a beleza da vida, de uma flor, de uma borboleta, de uma ave. As autoridades e os guardar precisam ter a consciência desta missão. Sair do enfrentamento ou do achar que estamos “roubando” imagens para usufruir comercialmente. O que precisamos é de apoio. Como narrava Platão, se tem gente vendo sombras nas paredes de cavernas é preciso olhar de onde vem a luz para encontrar a justiça na verdade. O fotógrafo não é um explorador e sim o instrumento para que a natureza possa se revelar exuberante, dadivosa e fundamental à vida.


FMA – Quais são as dificuldades enfrentadas pelos fotógrafos de natureza com as autoridades?
Gustavo Pedro – A dificuldade não é só dos fotógrafos de natureza, é também de montanhistas, dos observadores de aves, dos pesquisadores e tantos outros que muitas vezes precisam praticar suas atividades em parques e Unidades de Conservação. A cada dia, as restrições aumentam. Quando se tem uma justificativa racional, tudo bem. Não somos ignorantes. Entendemos, temos de concordar. Mas quando estas proibições são tentativas de mera arrecadação, sem considerar os efeitos negativos desta medida para sociedade e para o meio ambiente, aí sim, temos que protestar. Nosso objetivo é divulgar e preservar o patrimônio ambiental.



FMA –  Quais os efeitos negativos destas medidas autoritárias?
Gustavo Pedro – São muito maior do que se imagina. Alguns gestores compreendem isto, mas estão amarrados a normas às vezes equivocadas em sua interpretação por regulamentos superiores. Muitos fotógrafos estão preferindo áreas particulares para fotografar. Por que não se pode fotografar o nosso patrimônio público? A irracionalidade chega a tal ponto que já ouvi um professor me contar que ele e seus alunos foram barrados na entrada de um parque onde iam fazer um trabalho de biologia, só porque eles levavam um equipamento fotográfico. 


FMA – Mas qual seria a solução para o problema destas restrições?
Gustavo Pedro – A questão é complexa e merece o esforço de todos os envolvidos. Tem que haver uma solução. A imagem é um bem intangível e somente passa a existir fisicamente quando captada por algum equipamento tecnológico. Agora com a disseminação de equipamentos digitais qualquer pessoa passou a deter este poder. Acreditamos que a atividade fotográfica deveria continuar sendo incentivada, por tudo que dissemos. Se houver um controle, seria para o uso indevido como por exemplo quando a imagem da Unidade de Conservação for associada a um produto ou atividade nociva ao meio ambiente. O controle do acesso só deve ser feito quando a atividade fotográfica se diferenciar dos outros usos permitidos. Exemplo: quando o fotógrafo tiver de interditar um acesso, tiver de usar equipamento que coloque em risco a integridade daquele ecossistema.   No mais, ao interpretar as normas considerar que o fotógrafo não é um explorador da paisagem e sim um aliado pela preservação. Evidente, que se for uma operação ho­llyoodiana para se fazer um anúncio, uma publicidade ou para tirar algum proveito comercial há que ter licença, autorização prévia, etc.


FMA – A fotografia é um produto que explora o recurso natural?
Gustavo Pedro – Não, se considerada que a captação da imagem por si só não gera um produto. A imagem fotografada passa a ser obra intelectual ou artística, protegida pela legislação de direito autoral. A atividade artística não pode ser restringida, basta ler atentamente os princípios fundamentais de nossa Constituição. A fotografia de natureza em nada utiliza recursos naturais limitados.
Não pode ser tratada como atividade exploratória. O que se precisa é valorizar a fotografia e os fotógrafos. Precisa entender a atividade como divulgação de nossa cultura, de nossas paisagens, de nossa diversidade. É uma ação paralela de apoio ao turismo, à educação ambiental e à cultura.


FMA – Quem está a frente da Afnatura?
Gustavo Pedro – Todos os fotógrafos de natureza profissionais e amadores, iniciantes e veteranos estão neste barco. Começamos grandes, com a maioria expressiva dos fotógrafos de natureza em atividade no Brasil. A associação é nova e como tem muita gente trabalhando em locais de difícil acesso, tão lofo eles voltem vão se juntar a nós.


 


Imagens como ferramenta de educação ambiental e preservação: a fragilidade de uma ave, a beleza árida da Caatinga e diversidade da floresta amazônica


Fotos: Gustavo Pedro


 



 



 



 


SUMMARY


AFNATURA – A nature photography association


Authorities and forest rangers are discriminating against photography in parks and conservation units 


Gustavo Pedro is a photographer and lawyer specialized in Environmental Management and Technology and educator. He is engaged as a volunteer to the Atlantic Rainforest NGO network, on the APA Babilônia, RJ, Board and a collaborator on a number of specialized publications on environment.  Gustavo Pedro explains the work of AFNATURA and how photography complements education and preservation.


THE ASSOCIATION – The idea is an old one and was the brainchild of renowned pioneering nature photographers. It was a set of circumstances that sealed this association, such as how to deal with today’s relevant issues and the need to create mechanisms for the use of photography as the greatest instrument for environmental protection.
OBJECTIVES – An association can better enable and prepare its members and give them a stronger voice to make demands. Communications among photographers can improve and organize them. It can help them become more responsive to the use of photography as an instrument to monitor the environment, educate, strengthen Brazilian cultural identity, give value to art, stimulate sustainable ideas and many other actions.  Photography can provide greater support to scientific research itself and institutional and governmental campaigns aimed at preservation.
THE POWER OF PHOTOGRAPHY – Photography encourages sustainable practices. It is an activity that is capable of transforming people, making them more sensitive, enabling them to become passionate about and identify with nature. Photographers make nature an extension of their own homes, and make our homes, our backyards, our city an extension of nature. A photographer can teach without speaking a single word.  The can depict harmony, the fragility of life and the results of every one of our acts.
THE DIGITAL ERA – The photographers’ work can be disseminated more easily in the digital era; it makes it more accessible and more efficient.
VALUES  – Nature photographers understand the virtues of patience and perseverance well in light of so many difficulties imposed. We learn to live in hostile environments, make long treks through tropical forests, endure discomfort and great adversity. It is not easy but it can be awe inspiring and enjoyable. The greatest reward is in demonstrating to people that we need to sacrifice in some way to be able to convey the world our real treasures in our pictures.
LACK OF SUPPORT – The authorities and forest rangers need to understand that we do not take photos to make us rich. We are not tradesmen. We just want to heighten people’s awareness of the beauty in life, of a flower or a bird. The authorities and rangers must be made aware of this mission. They cannot stand in the way or be allowed to think that we are “stealing” images to be used commercially.  All we are looking for is support.
DIFFICULTIES  – Photographers are not the only ones facing these problems, mountain climbers, bird watchers, researchers and many others often need to take part in activities in parks and Conservation Units. The restrictions grow day by day. There is no problem if the rational is justified. We are not ignorant; if we understand we can agree. However, when these prohibitions are merely attempts to collect taxes and fines, without taking the negative effects of this measure on the community and the environment into account, then we must protest. Our purpose is to reveal and preserve our environmental heritage.
NEGATIVE EFFECTS  -Some people in a position of authority understand this but are strapped by regulations that have been misinterpreted by other higher prevailing regulations. This has become so irrational that a professor told me that he and his students were barred from entering a park to conduct some work in biology only because they were carrying photographic equipment. 
THE SOLUTION – This is a complex issue and deserves the efforts of all those involved. There must be a solution. An image is an intangible asset and can only exist physically when it has been captured by technological equipment. With the widespread use of digital equipment anyone can hold this power.
THE PRODUCT – Capturing an image in and of itself does not result in a product. A photographed image, however, becomes an intellectual or artistic property protected by copyright law. Art cannot be restricted; just take a close look at the basic tenets of our Constitutions. A nature photographer does not use any of the restricted natural resources. It cannot be treated as exploratory activity. An appreciation of the photographer and photographs is what is needed.  Photography must be understood as a revelation of our culture, our scenery, our diversity. It is an activity that runs parallel to tourism, environmental education and culture.


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MARINA SILVA É ELEITA “AMBIENTALISTA DO ANO”

A ministra encantou o público presente ontem, no auditório lotado da CDL- BH, na maior premiação ambiental do Brasil

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em

 

14º Prêmio Hugo Werneck

 

Na noite dessa terça-feira (02/04), foi realizada a entrega do 14º Prêmio Hugo Werneck de Meio Ambiente e Sustentabilidade, com a participação da Ministra Marina Silva em sua primeira viagem oficial ao Estado. A ministra – eleita pela Revista Nature uma das 10 personalidades mais influentes do planeta para a ciência – recebeu o prêmio de “Ambientalista do Ano”. Ao todo, foram 15 premiados com projetos e iniciativas que se destacam pela diversidade de ações alinhadas com a temática desta edição “Pensar globalmente, agir localmente”.

O Brasil pode ser uma potência que vai ajudar a resolver o problema da segurança alimentar do mundo desde que em base sustentável, com a agricultura de baixo carbono. Podemos ser uma grande alternativa em termos energéticos desde que a gente mantenha o rumo certo em proteger, inclusive, nossas florestas, senão nossa matriz energética corre grande risco porque ela é na maior parte de hidroeletricidade. Nós podemos ser o país da reindustrialização verde, da sociobiodiversidade”, destacou a ministra durante o evento.

Segundo o coordenador do Prêmio, o jornalista e ambientalista Hiram Firmino, o objetivo maior do prêmio é reunir de maneira apartidária, as autoridades e personalidades do mundo ambiental, político e empresarial em torno das mudanças climáticas. O Prêmio Hugo Werneck se tornou uma referência nacional, como o “Oscar da Ecologia” brasileira. Acumula mais de mil inscrições e indicações recebidas, e mais de 170 vencedores e homenageados até hoje. A premiação destaca empresas, governos, pessoas, cidadãos, ONGs, instituições, políticos e personalidades que mais se dedicam à causa hoje universal em defesa do planeta e de sua humanidade, vide a realidade das mudanças climáticas.

homenageado especial desta edição foi Santos Dumont e seu desconhecido protagonismo na luta ambiental. O mineiro patrono da aviação não somente inventou o avião. Ele também foi percursor do ecoturismo. A sua atuação em prol desta atividade fez o Brasil se notabilizar mundialmente na preservação, hoje autossustentável, das Cataratas do Iguaçu.

Criado em 2010, o prêmio homenageia o ambientalista mineiro Hugo Werneck (1919-2008), um dos precursores da consciência ecológica na América Latina. O ambientalista foi o fundador do Centro para a Conservação da Natureza e defensor da criação de importantes áreas verdes de Minas Gerais, como a RPPM Mata do Jambreiro e os parques Nacional da Serra do Cipó e Estadual do Rio Doce.

Conheça os premiados

O troféu de “Melhor Exemplo em Iniciativa Individual” foi entregue pela deputada federal Duda Salabert para a ativista mirim, Júlia Bonitese, de apenas 11 anos de idade. Aluna do Colégio Santo Agostinho em Belo Horizonte, Júlia comanda o projeto Pequenos Protetores do Planeta e faz publicações para crianças, com dicas, lições e até desafios sobre como tornar o meio ambiente mais preservado.  Ela foi mencionada como uma das ativistas ambientais mais novas do país em uma live do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Um hotel que oferece abrigo aos insetos polinizadores durante todo ano foi a iniciativa premiada na categoria “Melhor Exemplo em Fauna”, vinda de uma montadora de automóveis em São Caetano do Sul, no interior paulista. O projeto da General Motors criou hotéis montados com partes de automóveis e materiais reciclados da produção para abrigar insetos polinizadores, importantes agentes do equilíbrio do ecossistema.

O prêmio de “Melhor Exemplo em Educação Ambiental” foi entregue para a Eco Rede Comunitária de Desenvolvimento Socioambiental, a Eco Rede Cidade de Deus. Há mais de 12 anos, a luta encabeçada pela Ong socioambiental, já apresenta resultados concretos estando presente no projeto político-pedagógico de 28 espaços escolares públicos e já tornou-se reconhecida em sete países.

O vencedor na categoria “Melhor Exemplo em Biodiversidade” veio do interior pernambucano, trata-se do Programa de Biodiversidae Jeep da Stellantis South Smerica, cuja proposta é replantar e trazer de volta a Mata Atlântica que existia antes da degradação ambiental causada pela monocultura dos canaviais. A empresa já plantou mais de 150 mil mudas de 295 espécies, incluindo 27 ameaçadas de extinção.

O “Destaque Municipal” desta edição foi para a cidade de Guarujá que, desde de 2022, vem passando por uma grande mudança socioambiental. Tudo isso por causa da instituição de uma lei – a chamada “Lei do Programa Reciclou Ganhou!” que garantiu a continuidade política do projeto local. A ação, pioneira no Brasil, também capacitou seus colaboradores como agentes ambientais.

O projeto vencedor na categoria “Melhor Exemplo em ESG” vem do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte – BH Airport que já não queima mais 201 mil litros por ano de óleo diesel no solo. O Projeto de Descarbonização vem provando que é possível e econômico diminuir o gás carbônico que o setor elimina nos céus do planeta. Com as devidas providências que tomou, somente em 2023, o BH Airport deixou de emitir 563 toneladas de Co2 na atmosfera e colecionam prêmios.

Vem de Uberlândia o “Melhor Exemplo em Saneamento” na forma de um documentário online intitulado: “Sustentabilidade, Desafios de Todos”. Idealizado pelo diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlândia (DMAE), Renato Rezende. Não à toa, Uberlândia tornou-se hoje a 5ª cidade brasileira cuja população pode contar com 100% de água e esgotos tratados.

Também é de Uberlândia o “Melhor Exemplo em Água”. Trata-se de um programa que através do DMAE recupera e protege as Áreas de Preservação Permanente (Apps). A iniciativa “Quanto vale a sombra de um Buriti?” é responsável por mais de meio milhão de novas árvores do cerrado, plantadas e monitoradas desde 2008. Produzindo assim, não somente água, mas segurança hídrica para o futuro local e global da sua população.

O prêmio de “Melhor Exemplo de Empresa Parceira em Inovação” foi para a Boston Metal do Brasil, subsidiária integral da Boston Metal, sediada nos Estados Unidos, cuja missão é descarbonizar a produção de aço e transformar a maneira como os metais são feitos sem poluir o planeta.

Na categoria “Mobilização Social”, o premiado foi o geógrafo e articulista político, Mário Mantovani, um dos mais respeitados personagens da história ambiental brasileira. Ele foi fundador e diretor de mobilização social da Fundação SOS Mata Atlântica durante 31 anos e é o atual diretor da fundação florestal do Estado de São Paulo.

Com o projeto Raízes do Vale a Aperam Bioenergia foi a vencedora na categoria “Melhor Empresa”. Um projeto alinhado com o segundo objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU – Fome Zero e Agricultura Sustentável – que está impactando o Vale do Jequitinhonha, propiciando o cultivo de diversas culturas agrícolas de agricultura familiar nas áreas produtivas da empresa.

Fundador do Ibiti Projeto, uma experiência socioambiental que acontece ao redor do parque Estadual do Ibitipoca, na Zona da Mata mineira, Renato Machado ganhou o prêmio de “Melhor Empresário em Ecoturismo”. Tudo começou em 1984, quando ele comprou uma fazenda e, além de uma sofisticada pousada rural, também transformou a área colada ao Parque Estadual em uma reserva ambiental privada. Desde então, passou a comprar e investir em mais terras ameaçadas. O resultado foi a criação de um cinturão verde que hoje protege e contém o avanço da degradação no entorno do parque. A área total adquirida e preservada pelo empresário já é quatro vezes maior que a deste seu vizinho natural, o Parque Estadual do Ibitipoca.

O “Melhor Exemplo em Amor à Natureza” foi para o lado artístico-cultural do Ibiti Projeto. Trata-se de uma galeria de arte a céu aberto, que virou um cartão de visitas internacional, por hospedar uma exposição descomunal: uma ‘big family’, instalada pela artista norte-americana Karem Cusolito. São sete esculturas gigantes e humanizadas que tornou o Ibiti Projeto mais conhecido mundo a fora, por sua pegada ampla e sustentável.

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Liderança Sustentável na Era Digital: Perfis Inspiradores de Cristal Muniz, Marcela Rodrigues e Fe Cortez

Explorando as Jornadas Pessoais e Impactos Globais das Maiores Influenciadoras de Sustentabilidade Online

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em

 

Nos dias atuais, em que a conscientização ambiental se tornou uma prioridade para a humanidade, a presença de influenciadores desempenha um papel crucial na disseminação de práticas e estilos de vida sustentáveis. Entre esses líderes de opinião, três figuras se destacam de maneira excepcional por seu compromisso inabalável com a sustentabilidade: Cristal Muniz, Marcela Rodrigues e Fe Cortez. Em uma entrevista exclusiva concedida à revista Quem, no âmbito do projeto “Um Só Planeta”, essas influenciadoras compartilharam suas histórias pessoais e revelaram como se interessaram pelo tema e o aplicam em seu dia a dia.

Cristal Muniz: A Defensora Apaixonada da Vida Verde

Cristal Muniz, uma defensora apaixonada da vida verde e fundadora do movimento “Vida Sustentável para Todos”, revelou à Quem como sua infância no interior a despertou para a importância da preservação ambiental. “Crescer em um ambiente rural me ensinou a valorizar os recursos naturais e a entender a interdependência entre o homem e a natureza”, compartilhou Cristal. Sua jornada para se tornar uma influenciadora de sustentabilidade começou com pequenos passos em direção a uma vida mais ecoconsciente. Por meio de suas plataformas de mídia social, ela inspira milhões de seguidores a adotar práticas diárias que promovam um estilo de vida sustentável, desde o consumo consciente até a reciclagem e o apoio a iniciativas locais de preservação ambiental.

Marcela Rodrigues: A Visionária das Cidades Verdes do Futuro

Marcela Rodrigues, uma visionária no campo da urbanização sustentável e cofundadora da ONG “Cidades Verdes do Futuro”, revelou em sua entrevista como sua formação em arquitetura a impulsionou a explorar soluções criativas para tornar as cidades mais amigas do meio ambiente. “A arquitetura oferece uma oportunidade ímpar de repensar a maneira como construímos nossas comunidades, considerando os impactos ambientais a longo prazo”, compartilhou Marcela. Sua missão é promover a criação de espaços urbanos que sejam ecologicamente responsáveis, energeticamente eficientes e socialmente inclusivos. Por meio de campanhas educacionais e projetos de reurbanização, ela espera catalisar uma mudança positiva nas cidades do mundo todo, abrindo caminho para um futuro mais sustentável.

Fe Cortez: A Defensora Incansável da Moda Ética e Sustentável

Fe Cortez, uma defensora incansável da moda ética e sustentável e criadora da plataforma “Moda Consciente”, revelou como sua paixão pela moda a levou a questionar as práticas insustentáveis da indústria. “A moda tem um impacto enorme no meio ambiente e nas comunidades produtoras em todo o mundo. Precisamos repensar radicalmente a maneira como consumimos e produzimos roupas”, afirmou Fe. Ela usa sua plataforma online para educar os consumidores sobre as práticas de produção sustentável e promover marcas que priorizam a transparência e a ética em toda a cadeia de suprimentos. Seu objetivo é criar uma consciência coletiva em torno da importância de optar por opções de moda responsáveis, que não comprometam o bem-estar humano e ambiental.

Essas três influenciadoras exemplares, Cristal Muniz, Marcela Rodrigues e Fe Cortez, estão moldando o cenário da sustentabilidade digital e inspirando uma nova geração de defensores do meio ambiente. Seus esforços coletivos são um lembrete poderoso de que a preservação do nosso planeta é responsabilidade de todos, e cada ação individual pode contribuir para um futuro mais sustentável e próspero para as gerações vindouras.

 

 

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ADEUS, ORLANDO BRITO

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em

 

O céu de Brasília amanheceu lindo, azul e com muita luz.
Mas nossos corações acordaram tristes, meio sem rumo e repassando um filme de saudades ao relembrar a figura serena, solidária, tranquila, genial e amiga de Orlando Brito.
Que você vá em paz, amigo Britinho.
Seu legado, sua história e seu rico acervo fotográfico e editorial sobre a História recente do Brasil e de Brasília está eternizado.
Nossa mesa dos almoços das sextas-feiras, que já teve um vazio imenso com a despedida do arquiteto Carlos Magalhães da Silveira, em junho do ano passado, agora sofre um outro esvaziamento pela passagem de Orlando Brito.
Num espaço de semana, o fotojornalismo brasileiro fica mais pobre, meio sem graça e nossos olhares reclamam as imagens fantásticas que brotavam das lentes Orlando Brito e Dida Sampaio.
Muito triste!
Orlando deixou livros, causos e histórias. Seu mais recente livro é CORPO E ALMA. Deixou ainda: PERFIL DO PODER (1982), SENHORAS E SENHORES (1992), PODER, GLÓRIA E SOLIDÃO (2002) e ILUMINADA CAPITAL (2003).
Adeus, Orlando Brito. Siga em paz!
FOTO:
Da direita para a esquerda:
Orlando Brito, Paulo Castelo Branco, Silvestre Gorgulho, Lucas Antunes, Cláudio Gontijo, Carlos Magalhães da Silveira, Denise Rothemburg, Reginaldo Oscar de Castro e Austen Branco. Fora da foto, porque chegou mais tarde, a secretária Helvia Paranaguá.
Pode ser uma imagem de 6 pessoas, pessoas sentadas e ao ar livre
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