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Jericoacoara

FASCÍNIO DA ROTA DAS EMOÇÕES
A vila de luxo pé-na-areia

 

 

Não basta conhecer Jeri. O fascinante está em degustar os seus segredos. Feche os olhos e imagine uma vila de luxo simples e charmosa. Sim, uma vila onde não existe asfalto, não existe calçamento, não existem fios e nem postes de luz. Não existe semáforos. Uma vila onde é proibido ter carro nas ruas. Existem apenas três ruas principais entrecortadas por quatro becos. Ruas e becos de areia. Imagine, por mais um minuto, uma vila bem rústica, onde a iluminação é só das casas, das lojas, dos restaurantes, da lua e das estrelas. Imagine um pouco mais: uma vila com água tratada e com estação de tratamento de esgoto. Será que este paraíso existe? Pois eu digo: existe e eu vi. Tem nome dado pelos índios: îurukûá (tartaruga-marinha) kûara (toca). Jericoacoara é um

nome bonito, lugar que encanta e fascina.  Uma vila de luxo pé-na-areia.

Jericoacoara ganhou fama e encantou o mundo a partir dos anos 90. Até 1985, a vila era apenas uma praia de colônia de pescadores pertencente ao município de Jijoca. Ainda pertence a Jijoca, que está a 23 km, mas pelo desenvolvimento e adensamento, pelo jeito, logo Jeri ganhará sua independência administrativa. A vila está inserida no Parque Nacional de Jericoacoara e há algumas restrições para transporte e visitas.

Os 23 quilômetros de acesso entre Jijoca e a vila são feitos em dois tempos: o primeiro em estrada normal até a entrada do Parque Nacional de Jericoacoara. Depois o caminho é complicado, pois as trilhas são entre dunas e lagoas. Apenas guias e moradores conseguem chegar à vida com carros de tração nas 4 rodas.

Em 1994, o jornal The Washington Post e várias revistas de turismo nacionais e internacionais colocaram Jericoacoara entre as 10 praias mais belas do mundo. Descobriu-se o paraíso. Cineastas alocaram suas produções de filmes e novelas para Jeri. Atrás dessa fama, atraídos pela beleza e pela paz do lugar, a indústria do turismo jogou suas âncoras e plantou de vez as condições para receber visitantes do mundo inteiro.

BELEZA NA VIDA NOTURNA

Restaurantes sofisticados, como o Bistrô Caiçara, são atrativos Vila Jeri e encantam os turistas. (Foto: Vera Martini)

 

As elegantes pousadas na beira da praia de Jeri.

 

Uma característica da Vila de Jericoacoara é a vida noturna. Durante o dia, os visitantes estão ligados nos passeios pelo litoral oeste e pelo litoral leste. E também nas próprias praias da vila. À noite, o agito toma conta. O centrinho, entre ruas e becos, entra em ebulição. Ferve para valer, com tudo iluminado pelos próprios ambientes das lojinhas de grife, de artesanatos, cafés, choperias, restaurantes e pousadas. Algumas pousadas à beira mar fazem fogueiras e o mundo da sofisticação, do alto astral e do bom humor se oferecem em forma de dança, música e gastronomia.

 

A beleza de Jeri para ser curtida à noite em restaurantes, bares e cafés. (Foto: Glorinha Gomes Santana).

 

PARQUE NACIONAL DE JERICOACOARA

Em outubro de 1984, foi criada a Área de Proteção Ambiental de Jericoacoara. Em fevereiro de 2002, a APA foi elevada à condição de Parque Nacional de Jericoacoara. Possui uma área de 8.416 hectares, o parque tem um avanço marítimo e está inserido nos municípios de Jijoca de Jericoacoara e de Cruz, que hoje tem aeroporto e recebe voos regulares.

 

RUAS E BECOS

Jericoacoara: a Vila de luxo pé-na-areia.

 

Jericoacoara tem três ruas principais: Rua do Forró, Rua Principal e Rua São Francisco. Para ligá-las, existem passagens perpendiculares chamadas de becos. São quatro becos: Beco do Forró, Beco das Flores, Beco Doce e Beco do Guaxelo. Cada beco possui suas particularidades, arte popular exposta, desenhos, frases que refletem bastante a alma de Jericoacoara.

 

 

 

PASSEIOS LITORAL OESTE E LESTE

A Vila de Jeri é movida à noite. Durante o dia acontecem os passeios pelo litoral oeste e pelo litoral leste.

LITORAL OESTE – Pelo lado oeste, o passeio tem mais encantamento, pois há emoções no descer das dunas, travessia de balsa e algumas lagoas proporcionam brincadeiras de tirolesas e toboáguas, além dos barzinhos e redes dentro das lagoas.

LITORAL LESTE – O ponto alto é a Lagoa Paraíso, um parque com espaço cultural de esculturas e trabalhos artesanais da região. Tem boa estrutura de restaurante, bar e redes dentro d’água. Pode-se visitar também o Buraco Azul, Lago do Amâncio, Árvore da Preguiça, Barrinha e a famosa Pedra Furada, símbolo maior de Jericoacoara.

LAGOA PARAÍSO OU THE ALCHYMIST BEACH CLUB

O ponto alto da visita ao litoral leste é a Lagoa Paraíso, um empreendimento sofisticado com o nome de The Alchymist Beach Club, do empresário italiano Giorgio Bonelli. A estrutura é rústica, mas de muito bom gosto, com um parque multicultural bem interessante. Oferece conforto, charme e segurança.

 

A Banda de Pífanos de Caruaru, Pernambuco, também tem seu lugar no espaço multicultural na Lagoa Paraíso.

 

O espaço cultural ou parque das esculturas na Lagoa Paraiso homenageia artistas de todo o Brasil. Este espaço acima é para os escultores de pedra-sabão de Ouro Preto-MG.

JERI: A VILA PÉ-NA-AREIA

Silvestre Gorgulho (Jericoacoara 4 de junho de 2921)

Fiz uma corda de luz com raios do sol poente

e quando cheguei bem em frente à praia de Jeri

eu logo pensei, é aqui… Dei uma laçada certeira

e amarrei minha jangada na argola incandescente

para emoldurar o céu da bela Vila costeira,

fazendo da Pedra Furada um anel e um pingente.

Jericoacoara é uma joia de requinte ambiental

encravada ali na praia entre dunas e rochedos

no coração da reserva de um Parque Nacional.

Foi terra de pescadores e da juventude hippie,

carrega forte expressão de mistérios e segredos

antes de transmutar numa vila super chique.

A vilazinha famosa tem poucas ruas e becos,

tudo plantado em arte entre flores e sabores

numa mistura de tribos, pensamentos e nações.

Na vanguarda do saber, do charme e das emoções

o andejar é livre em ruas sem calçamento

dispensando os semáforos, carros e até fiações

porque o luxo em Jeri é areia e o firmamento.

Quando a tardinha chega, todo o areial balança

em ofertas musicais, boa gastronomia e dança.

Se cansou demais o corpo, na agitação do dia,

a retina eterniza essa mais nova magia

de uma aldeia tranquila sem postes-de-luz na rua

onde o chão é uma praia que os seus pés massageia,

e do céu desabam luzes das estrelas e da lua

para iluminar Jeri, a Vila do pé-na-areia.

silvestregorgulho@gmail.com

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IgesDF promove treinamentos de prevenção e manejo clínico da dengue

Palestras têm o objetivo de prepara as equipes para os desafios da doença

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Devido ao aumento dos casos de dengue no DF, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) está promovendo para seus colaboradores uma sequência de treinamentos sobre o manejo clínico da dengue.

A equipe participa das palestras de Introdução à dengue: causador, ciclo de transmissão e sintomas; Prevenção da dengue: medidas de controle do vetor, eliminação de criadouros e educação comunitária; Diagnóstico da dengue: testes laboratoriais e interpretação dos resultados; e Manejo clínico da dengue conforme protocolo institucional.

Para a organizadora do treinamento, Emanuela Ferraz, da Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa, entender a dengue ajuda os funcionários a ter uma melhor noção de controle dessa doença. “O treinamento em relação à dengue desempenha um papel crucial na mitigação e controle dessa doença no Distrito Federal e em qualquer outra região afetada.”

Segundo Paulo Estevão, gerente de Ensino e Gestão do Conhecimento, os profissionais de saúde precisam estar bem treinados para lidar com casos de dengue, desde o diagnóstico até o tratamento e acompanhamento dos pacientes. “O treinamento adequado ajuda a garantir que esses profissionais estejam preparados para enfrentar os desafios associados à doença.”

O treinamento já aconteceu no Hospital Regional de Santa Maria e os funcionários do Hospital Cidade do Sol foram treinados na admissão antes de ir a campo. As palestras seguem para o Hospital de Base e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

 

Texto: Anna Beatriz Vieira

 

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Aberta chamada para programas de iniciação científica ou extensão

FAPDF vai aceitar propostas para apoio em participação em eventos, cursos de curta duração e visitas técnicas de natureza científica

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Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo

A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) abriu a Chamada Pública 03/2024, do Edital 02/2024 do Programa de Difusão Científica. É o FAPDF Participa, destinado a pesquisadores, profissionais e estudantes atuantes nas áreas de ciência, tecnologia e inovação.

Serão aceitas propostas para apoio em participação em eventos, cursos de curta duração e visitas técnicas de natureza científica, tecnológica e de inovação no país ou no exterior.

Chamada pública da FAPDF tem vigência até 31 de dezembro deste ano | Foto: Arquivo/Agência Brasília

Para participar, é necessário ter vínculo com instituições de ensino superior ou de pesquisa, públicas ou privadas. A chamada pública terá vigência até 31 de dezembro deste ano.

Para o apoio à participação em curso e eventos, é necessário que a duração seja de no máximo 15 dias. Todas as despesas referentes ao curso ou evento serão custeadas, desde que seja feita posterior prestação de contas, conforme descrito no edital.

Os critérios para a submissão das propostas podem ser acessados neste link.

*Com informações da FAPDF

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Debate reúne responsáveis pelo transporte público para tratar do sistema de bilhetagem

A comissão geral sobre o tema foi promovida pelo deputado Max Maciel

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Foto: Rinaldo Morelli/ Agência CLDF

 

A Câmara Legislativa colocou em discussão, nesta quinta-feira (14), o sistema de bilhetagem automática do transporte público do Distrito Federal. A sessão ordinária deu lugar a uma comissão geral sobre o assunto, realizada a pedido do deputado Max Maciel (PSOL). O debate contou com a participação do secretário de Transporte e Mobilidade Urbana do DF (Semob), Zeno Gonçalves; do diretor de Operação e Manutenção do Metrô/DF, Márcio Aquino; e do superintendente de Mobilidade do BRB, Saulo Nacif Araújo.

Presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana da Casa, Maciel reforçou seu empenho por uma “mobilidade urbana democrática e acessível, que garanta acesso à cidade para todos”. Ele relatou reclamações recorrentes na utilização dos cartões de transporte nos validadores dos ônibus, metrô e BRT, em especial por estudantes e pessoas com deficiência, e cobrou soluções para as falhas, “para ofertar um serviço confiável, ininterrupto e seguro”.

 

O secretário de Transporte, Zeno Gonçalves, relatou que, em 2018, na época do DFTrans, 70% das reclamações recebidas pela Ouvidoria diziam respeito a problemas de bilhetagem. “Esse número vem caindo. Em 2023, foram 18%. Ainda é muito. Então a gente entende o porquê de audiências como essa. Nossa meta é zerar as reclamações”, afirmou.

O chefe da pasta aproveitou para anunciar que, até a segunda semana de abril, toda a frota de ônibus do sistema de transporte contará com validadores V6, os quais prometem várias funcionalidades aos usuários, a exemplo de pagar pela passagem com cartão de crédito ou débito. Segundo informou, dos 2.957 veículos do sistema, 2.888 já contam com esses validadores de alta tecnologia.

O superintendente de Mobilidade do BRB, Saulo Nacif Araújo, lembrou que o sistema de bilhetagem automática do DF foi transferido para o Banco em 2019, após a extinção do DFTrans. De lá para cá, conforme explicou, o BRB passou a ser responsável pelo cadastramento dos usuários do transporte público (ônibus, metrô e BRT); pela emissão dos cartões; pelo controle da carga, recarga e uso dos créditos, além do atendimento aos beneficiários de gratuidades (estudantes, PcD, pessoas idosas etc.), às escolas, entre outros públicos.

Em resposta ao questionamento do deputado Max Maciel sobre as falhas no cartão do passe livre estudantil, em especial no início do ano letivo e das férias, Nacif Araújo argumentou que o problema acontece, muitas vezes, por pendências no cadastro do aluno, seja por falta de uma foto ou dos documentos exigidos. Além disso, o superintendente explicou que, eventualmente, a instituição de ensino não envia o registro da matrícula do estudante para o BRB.

Sobre o uso de cartões de crédito ou débito para pagar a passagem dentro dos ônibus, Saulo Araújo disse que a inovação está em “fase piloto”: “Por enquanto, habilitamos pouco mais de 100 ônibus da Marechal”.

A funcionalidade já foi implementada em todas as estações do Metrô-DF. De acordo com o superintendente do BRB, do total de acessos pagos no Metrô, o uso dos cartões de crédito e débito representa 10,2%. Considerando somente os acessos unitários, que são aqueles de quem não tem o Cartão Mobilidade, representa 41%.

Márcio Aquino, diretor de Operação e Manutenção do Metrô, destacou que a instalação dos validadores V6 – os mesmo que estão sendo colocados nos ônibus e BRT – em todos os bloqueios das estações e o aumento (de 30 para 110) do número de catracas contribuíram para reduzir, não apenas as filas, mas também as chamadas “abertura de cancela” – quando a entrada é liberada sem pagamento.

Aquino ressaltou ainda que, no sistema de recarga de cartões das estações de metrô, é possível realizar a recarga de créditos para os ônibus também.

Sugestões

Max Maciel realizou uma série de sugestões para sanar as falhas no sistema de bilhetagem e para facilitar o acesso aos meios de transporte de massa.

Ao secretário de Transporte, pediu uma flexibilização para o acesso dos estudantes, no período de retorno das aulas, para o beneficiário resolver eventuais pendências no cartão do passe livre. Zeno Gonçalves não deu uma resposta positiva nem negativa e se comprometeu a avaliar impacto desse prazo.

Dirigindo-se ao diretor do Metrô, o deputado sugeriu algum tipo de desconto ou bonificação para a aquisição de bilhetes para uma semana ou para um mês, por exemplo. “Isso pode incentivar o uso desse transporte no lugar do carro”, avaliou Maciel.

Por fim, o parlamentar ressaltou ser importante fazer mais pessoas aderirem ao sistema de transporte coletivo, inclusive como forma de se evitar o aumento da tarifa técnica. Para isso, ele defendeu a ideia de comercializar os cartões de transporte em locais como farmácias, bancas de revista, entre outros. Em sua opinião, isso vai facilitar, também, o uso do transporte público por turistas, que muitas vezes não sabem onde nem como comprar as passagens.

Denise Caputo – Agência CLDF

 

 

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