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VISITAÇÃO AOS PARQUES NACIONAIS
ICMBio contabiliza mais de 8,4 milhões de visitas às unidades de conservação em 2020

Durante a pandemia, unidades de conservação federais se consolidaram como alternativas de lazer seguras. O ano de 2020 fechou com os parques nacionais recebendo 8,4 milhões de visitas. Após serem fechadas ao público em março de 2020, devido aos protocolos sanitários da crise da Covid-19, as unidades de conservação federais começaram a ser reabertas, de maneira gradual, a partir de junho. A reabertura é condicionada aos decretos locais, conforme o potencial de visitação dos atrativos.
Pela primeira vez, a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, em Santa Catarina, que iniciou o monitoramento em 2020, aparece no ranking. E o verão catarinense, que costuma ser movimentado, impulsionou a APA a encabeçar o primeiro lugar entre as unidades de conservação mais visitadas, com 3,3 milhões de visitas.
Pela primeira vez o litoral sul de Santa Catarina que pertence a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, composto por nove cidades, teve um plano de manejo para nortear seu uso e ocupação em diferentes setores e atividades. As propostas de zoneamento e normas de uso foram desenvolvidas coletivamente por vários anos com a sociedade e um grupo de trabalho técnico formado por especialistas, pesquisadores e conselheiros da APA.
PARQUE MAIS VISITADO
Mesmo durante a crise, as unidades mais visitadas mantiveram seus números em alta. O Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, é o mais visitado da categoria, com 1,2 milhões de visitas, seguido pelo Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, com 700 mil turistas.
Depois da reabertura dos parques nacionais, em meados de junho, a visitação só cresceu até o final do ano, o que não ocorria em anos anteriores, nos quais havia oscilações no meio do ano. Os dados consolidados da visitação em 2020 e de outros anos podem ser visualizados pelo #paineldinâmico, onde é possível conferir a visitação por meses, por bioma, por categoria, entre outros filtros e funcionalidades exclusivas do sistema.





Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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