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TECNOLOGIA PARA DEFENDER AMAZÔNIA
Acordo por satélite japonês traz inovação para monitorar desmatamento e tecnologias para melhorar resultados de detecção de desmatamento na Amazônia Legal

O acordo assinado entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Internacional de Cooperação do Japão (JICA) trará inovação e ampliará a capacidade de fiscalização contra o desmatamento, otimizando o uso de recursos da autarquia na Amazônia Legal. Com imagens de excelente qualidade associadas ao uso de inteligência artificial, as ações de fiscalização em campo tendem a serem aprimoradas. A cooperação técnica tem a previsão de se estender por 5 anos, com investimento total de US$ 5 milhões feito pela JICA no Brasil.
Para o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, essas imagens complementarão as imagens já utilizadas pelo Ibama na prevenção ao desmatamento.
O acordo foi assinado pelo presidente substituto do Ibama, Jônatas Trindade, e pelo representante Chefe do Escritório da JICA Brasil, Eguchi Masayuki, que participou da cerimônia de forma remota, em São Paulo (SP) com apoio do Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Também estiveram presentes na solenidade o representante do escritório da JICA em Brasília, Ryunosuke Kataoka e o especialista em sensoriamento remoto da JICA Matriz, Hiroaki Okonogi.
Além disso, será desenvolvido um sistema de previsibilidade de áreas críticas de desmatamento, fortalencendo o trabalho de prevenção por parte do Ibama, bem como contribuindo para reforçar o sistema de priorização de alertas de desmatamento, orientando de forma mais precisa as ações de combate ao desmatamento ilegal.
CONTROLE E MONITORAMENTO
“Nós temos um desafio, que é o de trazer inovação aos sistemas de controle e monitoramento dos crimes ambientais, especialmente na Amazônia. Com essa parceria com o Japão, vamos ter mais precisão na fiscalização e nas operações que acontecem no território”, afirmou o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. “Essas imagens complementarão as imagens já utilizadas pelo Ibama na prevenção ao desmatamento, ou seja, é uma forma de ampliar a nossa forma de atuação de forma eficiente e rápida”, explicou o presidente substituto do Ibama, Jônatas Trindade.
OS SATÉLITES – O satélite ALOS (Daichi) foi lançado em 24 de janeiro de 2006 pela Japan Aerospace Exploration Agency – JAXA, no centro espacial de Tanegashima (Japão) e entrou na fase operacional e fornecimento de dados ao público em 24 de outubro de 2006. Em 24 de maio de 2014 foi lançado o ALOS – 2 como continuidade da missão ALOS, porém com recursos aprimorados para observação ampla e alta resolução.
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Em Brasília, mulheres indígenas celebram diversidade cultural e marcham por lutas comuns
Na III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, representantes de todos os biomas do Brasil celebram sua diversidade, denunciam violência de gênero e dizem não ao Marco Temporal.

Marcha das Mulheres Indígenas de 2023, em Brasília — Foto: Amanda Magnani
O som de cantos e dos maracás ecoa de todos os lados do acampamento à medida que grupos de mulheres dos mais diferentes cantos do Brasil se aproximam da tenda principal na concentração para a III Marcha Nacional de Mulheres Indígenas. São 8h00 e o sol seco de Brasília parece realçar as cores dos mais variados trajes tradicionais.
A marcha, que foi do Complexo Cultural da Funarte, onde estavam acampadas, até o Congresso, a cerca de 5km de distância, reuniu mais de 5 mil mulheres. Ela aconteceu no último dia de um evento que, ao longo de três dias, foi marcado por celebrações e denúncias.
Sob o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, indígenas de diferentes partes do Brasil tiveram a oportunidade de dar voz às demandas específicas vividas pelos povos de seus biomas.
Para o povo Kiriri, da Caatinga, a cerca de 300 km de Salvador, um dos maiores problemas é a seca e a consequente falta de segurança alimentar. “Nossa região é muito seca, e as mudanças climáticas aumentam o impacto na insegurança alimentar”, diz Fabiana Kiriri.
Ela conta que o trabalho coletivo na comunidade e a reserva de alimentos vêm como uma forma de tentar contornar o problema. Mas uma colheita suficiente depende de muitos elementos, que vão da quantidade de chuvas à presença de pragas.
“O que realmente precisamos é de um olhar especial do governo, que proponha projetos para ajudar as comunidades a terem autonomia”, defende.
Já para o povo Kaingang do Pampa, no Rio Grande do Sul, as demandas passam principalmente pelos enfrentamentos com o agronegócio e pelos arrendamentos de áreas dentro das terras indígenas, que acabam levando monoculturas e agrotóxicos para dentro a terra.
“Nós precisamos dar visibilidade às nossas lutas e sensibilizar a nossa comunidade, para que possamos encontrar estratégias para atender as demandas dos nossos territórios”, diz Priscila Gore Emílio, psicóloga do povo Kaingang.
Enquanto isso, em Santa Catarina, os Xokleng são protagonistas no debate sobre o Marco Temporal. “Nossa região foi tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas e o nosso território já foi muito maior. Hoje, vivemos em uma área muito reduzida, mas continuamos vivendo muitas tensões e conflitos”, diz Txulunh Gakran.
Contudo, embora povos dos diferentes biomas tenham suas demandas específicas, são muitas as lutas comuns às mulheres indígenas do Brasil como um todo. Grande parte delas gira ao redor da garantia do direito ao território e ao fim da violência de gênero.



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Castanheira-da-amazônia mostra eficiência na recuperação de solos degradados
Os estudos estão sendo realizados em cultivos de castanheiras implantados em áreas que antes eram pastagens degradadas no estado do Amazonas

Pesquisas da Embrapa em plantios de castanheira-da-amazônia (Bertholletia excelsa) indicam que a espécie é eficiente para a recuperação de solos degradados em áreas nas quais a floresta foi retirada. Trata-se de um resultado bastante promissor para a recomposição florestal desse bioma, onde existem atualmente mais de 5 milhões de hectares de solos que precisam ser restaurados. Outra vantagem observada é que as castanheiras são capazes de produzir por mais de 40 anos com pouco ou quase nenhum aporte de nutrientes. Além de contribuir para a preservação, esses cultivos podem ajudar a gerar renda e emprego para os povos da floresta, com a geração de serviços ambientais.
Os estudos estão sendo realizados em cultivos de castanheiras implantados em áreas que antes eram pastagens degradadas no estado do Amazonas. “A capacidade de crescimento demonstrada pela castanheira comprova que ela tem uma estratégia fisiológica totalmente adaptada a esses tipos de solos”, afirma o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental (AM) Roberval Lima, que realiza estudos silviculturais com essa espécie.
O embasamento para uso da castanheira na recuperação de áreas degradadas ganha ainda mais força com estudos sobre emissão de gases a partir do solo, processo também chamado de respiração do solo, e que consiste em um conjunto de fenômenos bioquímicos, envolvendo temperatura, umidade, nutrientes e níveis de oxigênio, influenciados por fatores naturais e ações humanas. As pesquisas compararam a capacidade de respiração do solo e a emissão de gases em diferentes ecossistemas, conforme os modos de uso da terra no bioma.
Uma das conclusões é que os plantios de castanheiras apresentam níveis de melhoria na qualidade do solo que mostram tendência de recuperação das características químicas, físicas e presença de microrganismos.
Segundo o pesquisador, os solos em plantios de castanheiras apresentam qualidade 50% superior à de áreas de pastagem degradadas. Foram realizados estudos comparando o fluxo de gases a partir do solo em ecossistema de floresta natural, em pós-floresta (após a corte da floresta) e em cultivos como os plantios de castanheira. “Os resultados apontam que, sob os plantios de castanheiras, o solo está se recuperando com uma tendência massiva próxima a de uma floresta natural”, destaca.
Foto acima: Siglia Souza
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Síglia Souza (MTb 66/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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amazonia-ocidental.imprensa@embrapa.br
Telefone: (92) 3303-7852
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