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ACORDO PARA PESCA CONSCIENTE NA AMAZÔNIA
Novo acordo de pesca define regras para uso de rios e lagos no entorno da reserva Mamirauá

A principal atração na região é justamente o turismo ecológico. Importante pescar, conhecer a fauna, a flora do local, a cultura e experiência das comunidades que ali vivem.
O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), viabilizou um novo acordo de pesca, desta vez para o entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá. A Instrução Normativa n° 01/2021, publicada no Diário Oficial Eletrônico do Estado do Amazonas (DOE) estabelece regras para o manejo de ambientes aquáticos do Complexo Hídrico do Setor Macopani. Acordo beneficiará 360 moradores.
ORDENAMENTO DE 91 LAGOS
Com o novo acordo, chega a 32 o número de áreas ordenadas por acordos de pesca no Amazonas, beneficiando cerca de 296 comunidades e mais de 5.600 famílias.
O Setor Macopani está situado no entorno da RDS Mamirauá, que abrange os municípios de Fonte Boa, Japurá, Maraã, Tonantins e Uarini. O novo acordo na área prevê o ordenamento de 91 lagos, situados em nove comunidades, entre elas a São Francisco da Mangueira, Itaboca, Nossa Senhora Aparecida, União do Amazonas, Vale da Benção, Jussara, Bom Jardim, Bom Sucesso e a comunidade Barreirinha do Peixe.
O acordo de pesca do complexo hídrico Macopani irá beneficiar diretamente 81 famílias e 360 moradores do entorno da RDS Mamirauá. Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, as normas de uso de rios e lagos da localidade foram definidas pelos próprios ribeirinhos e populações tradicionais residentes.
“O Setor Macopani possui um grande potencial para desenvolvimento de atividades de pesca manejada e, a partir desse anseio pela melhoria de vida das populações locais, é que a Sema, junto com essas pessoas, buscou estabelecer normativas que alinhem a melhora da qualidade de vida dos ribeirinhos à preservação dos recursos pesqueiros na localidade e, também, à redução de conflitos entre os pescadores”, informou.
Com o novo acordo, chega a 32 o número de áreas ordenadas por acordos de pesca no Amazonas, beneficiando cerca de 296 comunidades e mais de 5.600 famílias. Nos dois anos da atual gestão, o Estado ampliou o trabalho, com mais oito acordos de pesca viabilizados, de 2019 a 2021. Até o final do ano, a perspectiva é que esse número chegue a 10.
Pesca, cultura e gastronomia: o acordo de pesca do complexo hídrico Macopani irá beneficiar diretamente 81 famílias e 360 moradores do entorno da RDS Mamirauá.
ACORDOS DE PESCA
Os acordos de pesca são criados pelas comunidades ribeirinhas, com apoio do Governo do Estado, no intuito de promover o ordenamento pesqueiro de uma determinada região e minimizar os conflitos sociais entre pescadores.
Sendo um instrumento com força de lei, os acordos de pesca definem as regras de acesso e de uso dos recursos naturais pesqueiros, tanto para moradores das áreas do acordo quanto para visitantes pescadores.
Nesse sentido, os lagos, rios, igarapés e demais recursos hídricos podem ser categorizados como áreas de preservação, destinadas à reprodução e desenvolvimento de espécies; área de subsistência, destinada à pesca das comunidades integrantes para consumo doméstico; área de pesca comercial, destinada à atividade de pequena escala, respeitando a legislação vigente; além de áreas para pesca esportiva e ornamental.
Para além de um conjunto de medidas específicas, o acordo de pesca também é uma ferramenta estratégica para geração de renda local, sobretudo com as áreas com potencial para a prática de “pesque e solte” e para o manejo do pirarucu e outras espécies com uso na pesca comercial.
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ADEUS A PEDRO NEHRING O PAISAGISTA DE INHOTIM
Referência do paisagismo tropical, Nehring deixa um legado na beleza das paisagens.

Tudo que o paisagista Pedro Nehring tocava virava flor. Se era terra, virava jardim. Se era gente, virava amizade. Aos 67 anos, em 13 de janeiro, faleceu o paisagista Pedro Nehring, um dos idealizadores do paisagismo do Inhotim, em Brumadinho-MG, e um dos mais respeitados paisagistas tropicais, com referência internacional. Seu último trabalho em Inhotim foi o “Jardim Sombra e Água Fresca”. Pedro Nehring (1955-2023) é conhecido nacional e internacionalmente como referência em paisagismo tropical contemporâneo. Ele foi figura central na construção da coleção botânica do Inhotim, uma das mais importantes do mundo, e de muitos outros jardins espalhados por várias partes do Brasil.
Autodidata, Pedro Henrique Nehring Cesar nasceu em Teresópolis, RJ, em 25 de maio de 1955, em uma família de paisagistas: seu irmão e seu pai também praticavam a arte da jardinagem. Em constante expansão, o Jardim Botânico do Inhotim tem muitas obras de Nehring, mas seu último trabalho é o jardim ‘Sombra e Água Fresca’, resultado de um processo criativo de quase dez anos. Construído em uma antiga área de pastagem de 32 mil m², o maior jardim temático do Inhotim é carregado de elementos que simbolizam o trabalho de Nehring: paisagens repletas de história permeadas por momentos de descanso e de fruição, árvores frutíferas, além de uma potente vocação para a educação ambiental.
Jardins de Pedro Nehring, um artista do paisagismo tropical.
JARDIM VEREDAS
Complexo e diverso, outro jardim assinado por Pedro Nehring é o Jardim Veredas – reflexo do desenvolvimento prático de Nehring, que afirmava que é preciso entrar na mata para entender o paisagismo. Equilibrando o rigor da forma e a impermanência da natureza, Pedro buscava compreender e, principalmente, refletir os ciclos do ano na materialização dos seus projetos. O Jardim Veredas, e todos os seus projetos no Inhotim, são frutos de observações periódicas, conhecimento ímpar sobre os ciclos das plantas e de percepção do tempo da natureza.
Na véspera de seu falecimento, o paisagista Pedro Nehring esteve no ‘Viveiro Educador’, coração do Jardim Botânico de Inhotim, em reunião sobre os próximos trabalhos em áreas que serão abertas ao público no futuro. Estava descontraído, despediu-se das equipes com alegria.
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Para o paisagista Pedro Nehring é preciso entrar na mata para entender o paisagismo e, assim, equilibrar o rigor da forma e a impermanência da natureza: “Há que se compreender e refletir os ciclos das plantas e a percepção do tempo”.
O INSTITUTO INHOTIM
Encontro entre natureza e arte
Vista aérea de Inhotim
Sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior museu a céu aberto do mundo, Inhotim é um parque de escultura, jardim botânico e museu situado no município de Brumadinho-MG, a 60 km de Belo Horizonte. Hoje é uma RPPN – Reserva Particular de Patrimônio Natural, tem 145,37 hectares com domínio de Mata Atlântica com enclaves de Cerrado. A instituição surgiu em 2004 para abrigar a coleção de arte modernista do empresário Bernardo Paz, então casado com a artista plástica carioca Adriana Varejão. Todo acervo está hoje em Inhotim, que recebeu ao longo do tempo muitas outras obras de arte, jardins, galerias, exposições e shows musicais.
SAIBA MAIS:
Endereço: Rua B, 20 – Fazenda Inhotim, Brumadinho – MG, 35460-000
Telefone: (031) 3571-9700
https://www.inhotim.org.br/
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Lá se foram 135 anos.
m 31 de janeiro de 1888, aos 73 anos, falecia em Turim, na Itália, São João Bosco. Vale uma homenagem em poesia ao Sonhador de Brasília.



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OS YANOMAMIS PEDEM SOCORRO
Aumento do garimpo ilegal nas terras indígenas levou à tragédia sanitária

O povo Yanomami, outrora longe dos ‘homens brancos’ eram felizes na Floresta Amazônica. Atualmente, enfrentam a ameaça da destruição pela intensa presença de garimpeiros ilegais. A verdade é que uma combinação de crise na gestão da saúde no território Yanomami e o aumento do garimpo ilegal nas terras indígenas levou à tragédia sanitária.
A terra Yanomami tem 9,6 milhões de hectares entre os estados de Amazonas e Roraima. É uma das populações mais isoladas do país, e a região é rica em minérios sobretudo o ouro. Segundo pesquisa da Fiocruz, em 4 % da população analisada havia concentrações acima de 6 microgramas de mercúrio por grama de cabelo, considerado o limite de tolerância biológica do corpo humano a essa substância.
HISTÓRICO – Os Yanomamis são de recente contato e não têm a memória coletiva imunológica como a da maior parte da população das cidades. A circulação maior de pessoas de fora acabou provocando uma profusão de viroses. Os riscos com a saúde da população indígena só aumentaram.
Com tantas questões de saúde, não há força de trabalho nas aldeias para manter as atividades de pesca, caça e cultivo das roças, enquanto, os jovens indígenas são aliciados por garimpeiros com armas, bebidas e até drogas.
A chegada do COVID também contribuiu, como explica pesquisador Estêvão Benfica Senra: “Ainda que o pai da família estivesse trabalhando, se a criança tem malária, duas, três vezes ao ano, mais COVID, fica muito complicado. A quantidade de crianças que morrem por doenças evitáveis é uma coisa absurda, impossível de se ver em outros lugares do mundo”.
ETNIA YANOMAMI
A etnia Yanomami é a sétima maior etnia indígena brasileira, com 15 mil pessoas distribuídas em 255 aldeias relacionadas entre si em maior ou menor grau. A noroeste de Roraima, estão situadas 197 aldeias que somam 9 506 pessoas e, a norte do Amazonas, estão situadas 58 aldeias que somam 6 510 pessoas.
Agora, no início de 2023, o governo federal divulgou que cerca de 570 crianças Yanomamis (entre um a quatro anos) morreram em razão do avanço do garimpo ilegal. Entre as causas das mortes estão a desnutrição, a pneumonia e a diarreia. Em 20 de janeiro último, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública para combater à desassistência sanitária das populações Yanomamis. O governo federal também estabeleceu um Comitê de Coordenação Nacional com o objetivo de discutir e adotar medidas para articulação entre os poderes para prestar atendimento aos indígenas.
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