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O VALOR DA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA CULTURAL. O CASO LUCIO COSTA

É sempre muito triste falar de Cultura no Brasil.
Mais triste ainda é falar de preservação do acervo e da Memória de Brasília. Uma cidade sem memória apaga sua história!
O que é Memória? Simples, é a capacidade das instituições e do próprio Estado em reter documentos, fatos e experiências do passado para que sejam estudados pelas novas gerações nas mais diversas ferramentas ou plataformas.
E o que está acontecendo com os documentos, riscos e projetos da Memória de Brasília? Estão sendo esfacelados. Alguns roubados. Outros consumidos pelo tempo. Está aí o Arquivo Público que hoje é reduto de nomeações políticas e não técnicas. Quem quiser saber mais, é só ir lá e ver.
Cinco fatos que me vêm agora à cabeça para relembrar nosso descaso com a Memória de Brasília:
- O que está acontecendo com o Teatro Nacional? Está há 3.951 dias fechado. Apenas para comparação: o presidente JK construiu Brasília em 1.112 dias.
- A primeira grande exposição de Lucio Costa, o Inventor, foi um pedido pessoal meu, como Secretário de Cultura, à guardiã da Casa Lucio Costa, sua filha Maria Elisa Costa. Foi uma conversa até informal na entrada de um show do Milton Nascimento no Rio de Janeiro. Firmamos um pacto, lutamos e conseguimos fazer a exposição no Cinquentenário de Brasília, no Museu Nacional. Uma luta para arrumar dinheiro. Tive atritos pessoais fortes com o então governador Rogério Rosso. Mas, conseguimos.
- Em 1957, fiz um esforço para restaurar o Touring Club, projeto de Oscar Niemeyer a pedido do doutor Lucio. O governador Arruda assumiu o firme compromisso. Com sua ajuda iniciamos a tarefa que teve a colaboração de três mosqueteiras da CasaCor – Sheila Podestá, Moema Leão e Eliane Martins. Realizamos a melhor CasaCor de Brasília. Depois do sucesso, todo mundo queria o Touring Club, joia rara na Esplanada. Levei lá a Maria Elisa Costa, os arquitetos Carlos Magalhães, o Lelé e Fernando Andrade e programamos fazer ali o MUSEU DE BRASÍLIA com todo acervo de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Arruda já havia deixado o governo. Mais uma vez, a política e outras prioridades impediram a realização desse sonho. Vale lembrar que todo acervo, croquis e documentos do grande mestre da Arquitetura estão encaixotados na Fundação Oscar Niemeyer. Qualquer dia os brasilienses serão impactados, também, com outra triste notícia: levaram para outro país a ‘alma concreta’ de Niemeyer e de Brasília.
- Nem vou comentar sobre os famosos “Bloquinhos” que foi um trabalho feito por Lucio Costa, em 1952, sobre a arquitetura portuguesa. Também estavam aqui no Brasil e já foram levados para Portugal há 10 anos.
- Há dois meses contei uma história incrível. Porque o maior mestre das artes do Brasil na Era e JK, Cândido Portinari, não tinha seu DNA na Capital Federal. E revelei os motivos pelos quais os três painéis que Portinari deixou com exclusividade para Brasília e não saíram do papel.
Mas o Brasil é assim. Brasília é assim. Só sabe chorar pelo leite derramado. É o que acontece hoje com o acervo pessoal de Lucio Costa, que eu visitei lá num canto do Jardim Botânico, num lugar acanhado, ainda bem que sob a proteção heroica do Instituto Tom Jobim.
A verdade é como sol. Bate na cara. A Casa Lucio Costa foi criada para que o Instituto Tom Jobim recebesse os documentos e desenhos do doutor Lucio, pois havia necessidade de esvaziar seu sobrado na Delfim Moreira.
Em 2018, o Instituto Tom Jobim avisou à Maria Elisa Costa que não tinha mais condições nem estrutura para manter o espólio cultural de Lucio Costa. A verdade é que outras instituições de renome já cobiçavam o acervo do Inventor de Brasília. Entre elas o MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York e o Centro Cultural Pompidou, em Paris. Brasília, sem trocadilho, ficou de costa para tantas preciosidades.
Lucio Costa é um legítimo patrimônio brasileiro. Um digno patrimônio da Humanidade. Ele ajudou a forjar a História Cultural da mais bela obra de intervenção geopolítica do Brasil moderno.
Escapa agora de nossos olhos e de nosso coração a audácia criativa do Mestre, consagrado renovador da arquitetura brasileira e internacional, que atravessou o Século 20 de ponta a ponta – de 1902 a 1998. A marca indelével e revolucionária dos projetos do doutor Lucio moldou a extraordinária criação da nova Capital no Cerrado brasileiro, considerada, em 1987, Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
Fico com o seguinte sentimento:
Brasília, a única cidade-capital no mundo que nasceu filmada e fotografada.
Brasília provocou uma rica História de mudanças em nosso País.
Mas Brasília, infelizmente, tem lideranças de memória curta.
Perdemos mais uma. Não será a primeira e nem a última vez.
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TUPI GUARANI e o PORTUGUÊS

Pensando alto: os Yanomami, outrora longe dos ‘homens brancos’, eram felizes na Floresta Amazônica. Atualmente, enfrentam a ameaça da destruição pela intensa presença de garimpeiros ilegais.
Na verdade, o Brasil de 1500 era dos índios. Aqui viviam mais de 5 milhões deles. Depois da Descoberta por Cabral, a população indígena foi se definhando e a ocupação e exploração de suas terras virou uma triste realidade.
A propósito dos índios Ianomami, estava pensando na contribuição do Tupi Guarani à nossa Língua Portuguesa.
De acordo com o Censo, que leva em consideração pessoas com mais de 5 anos de idade que usam o idioma em seu próprio domicílio, as línguas mais usadas no Brasil são o tikuna (com 34 mil falantes), o guarani kaiowá (com 26,5 mil), o kaingang (22 mil), o xavante (13,3 mil) e o yanomami (12,7 mil).
O TUPI diz respeito à língua Tupinambá, que era falada pelas comunidades indígenas existentes no Brasil quando o território foi colonizado pelos portugueses.
O GUARANI, por sua vez, é a língua falada pelas nações que são encontradas na Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil.
O tema TUPI-GUARANI, origem de um mundo de palavras hoje no nosso Português, é um assunto fascinante.
O tupi-guarani é uma das mais importantes línguas indígenas da América do Sul. O tronco TUPI é o maior, com alguns dialetos por todo o litoral brasileiro.
O padre jesuíta José de Anchieta pesquisou e chegou a redigir até uma gramática de tupi-guarani. Daí que muitas palavras têm origem no tupi-guarani.
O português se firmou no Brasil por uma sucessão de fatores: a expulsão dos jesuítas do Brasil no século 18 pelo marquês de Pombal, a chegada da corte portuguesa em 1808 e o acelerado processo de urbanização. Ainda assim, o português acabou sendo marcado para sempre pelo TUPI GUARANI.
Até hoje, centenas de palavras que nós falamos no Brasil têm origem indígena.
É interessante estudar a origem do nome de muitas cidades brasileiras.
Exemplos:

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