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CRIANÇAS E A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Dicas para incentivar as crianças a ter cuidado com o meio ambiente.

Com olhares atentos, as crianças da Creche Tio Markel, no bairro Novo Horizonte, zona norte de Macapá, apreenderam a preservar o meio ambiente reutilizando lixo e transformando-os em produtos úteis e criativos.
Para a professora Nelcilene Santos, 27 anos, quando a criança concebe desde cedo o hábito de jogar o lixo na lixeira, ela se conscientiza e leva isso para a vida toda. São ações que ajudam a conservar os ambientes limpos.
É tempo de cuidar do meio ambiente. E este cuidado pode proporcionar lições valiosas para crianças e adolescentes, como a generosidade, a paciência e a compreensão.
Isso porque o exercício de preservação incentiva a percepção do ambiente em que as crianças estão inseridas, evidenciando o papel delas dentro do ecossistema. Dessa forma, cuidar do meio ambiente é cuidar do nosso futuro. Incentivar a consciência ambiental do seu filho ou de seus alunos faz parte do esforço de proteção do Planeta. Para isso, pequenas atividades na rotina de casa podem ajudar.
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Vale aqui um histórico sobre a educação ambiental. O debate em torno da educação ambiental teve início na década de 1960, quando diversos países relataram as consequências das interações humanas na flora e na fauna mundial. A primeira vez que o termo foi mencionado aconteceu em 1965, na Inglaterra, durante a Conferência em Educação da Universidade Keele, que abordou a importância de repensar as ações humanas no meio ambiente.
No Brasil, durante a Conferência Rio-92, em junho de 1992, foi elaborado um documento denominado “Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”. Nele, determinou-se que a educação ambiental deve desenvolver uma consciência ética sobre todas as formas de vida e a interação com os seres humanos.
A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Diante desse histórico, pode-se perceber que cuidar do meio ambiente envolve muito mais do que apenas olhar a natureza: é preciso participar dela. A consciência ambiental é a capacidade do ser humano de se enxergar como parte da natureza. Tal percepção proporciona experiência e apropriação do espaço e, consequentemente, um autoconhecimento..
Dessa forma, quando bem desenvolvida, essa consciência faz com que a pessoa perceba-se como integrante do ecossistema, desempenhando funções essenciais para a sobrevivência e manutenção da flora e fauna.
Incentivar essa habilidade nas crianças, portanto, é essencial para proporcionar um futuro em que a interação humana com o meio ambiente seja menos prejudicial. Quando as crianças compreendem os reflexos de algumas atitudes, como o desperdício de água e a poluição, podem ser promotores de novos hábitos e mudanças sociais.
EXERCÍCIOS PARA CUIDAR
DO MEIO AMBIENTE
Algumas atividades – que podem ser praticadas diariamente dentro de casa ou na escola – para incentivar nas crianças os hábitos saudáveis de preservação ambiental.
Fazer hortas é uma maneira de exercitar na criança a troca com a natureza e as plantas e, também, a paciência.
- CONFECCIONE BRINQUEDOS RECICLADOS
Uma maneira divertida de estimular o cuidado com o meio ambiente é incentivar a criatividade das crianças confeccionando brinquedos a partir de materiais recicláveis.
É possível utilizar alguns tecidos e algodão para fazer bonecos, por exemplo, o caderno antigo pode ser usado para fazer barcos e chapéus. Rolo de papel higiênico e garrafas pet podem virar carros e robôs e assim por diante.
- TROQUE DE ROUPAS E BRINQUEDOS
Outra dica importante está ligada ao consumo. Ao invés de adquirir um novo brinquedo ou uma nova roupinha, que tal promover a troca entre os amigos e familiares? Assim, você pode despertar o sentimento de partilha e generosidade na criança, ao incentivar a doação dos brinquedos que não usa mais, por exemplo. Hoje já se sabe, por exemplo, que a indústria têxtil é uma das mais poluentes do mundo, assim como a do petróleo.
- NÃO DESPERDICE ÁGUA
Você pode fazer pequenas campanhas e brincadeiras para incentivar a diminuição no tempo de banho do seu filho ou em outras atividades que demandam quantidades expressivas de água. Uma dica é criar uma dinâmica para mostrar ao pequeno a importância de ensaboar-se com o chuveiro desligado, por exemplo.
Outra ação é alertar sobre deixar a torneira aberta por muito tempo. Lembre-se de que o seu exemplo é o maior aprendizado que a criança pode ter. Não adianta sugerir que ela tome um banho mais rápido se você não costuma fazer o mesmo.
- INCENTIVE A CRIAÇÃO DE HORTAS
Fazer hortas em áreas públicas, nas escolas ou em garrafas PET é uma maneira de exercitar na criança a troca com a natureza e as plantas e, também, a paciência. Isso sem contar, é claro, que é uma atividade ao ar livre totalmente saudável. Dê uma mudinha para o seu filho e incentive-o por aguar e cuidar da planta durante todo o processo de crescimento. Aproveite para aprofundar essa percepção, falando também sobre a importância de plantar árvores e de preservar as áreas verdes da sua cidade.
- NÃO DESPERDICE ALIMENTOS
Um dos grandes problemas de sustentabilidade, atualmente, é o desperdício de alimentos. Nesse sentido, pode ser interessante introduzir na rotina do pequeno algumas atividades culinárias. Além de desenvolver novas habilidades, a criança também aprende a inserir no dia a dia hábitos de consumo que ajudam a cuidar do meio ambiente.
Você pode, por exemplo, preparar refeições especiais com alimentos que não estão sendo consumidos ou estão próximos da validade. Você também pode unir a família para preparar pratos deliciosos com partes de frutas e legumes que iriam para o lixo, como tortas de casca de banana, bolinhos de sobras de legumes e assim por diante.
- SEPARE OS RESÍDUOS
Os materiais podem ou não ser reciclados, dependendo da sua natureza. Por essa razão, é sempre importante separar o lixo orgânico e o lixo seco na hora do descarte. Para despertar essa consciência no pequeno, vale pedir a ajuda em atividades rotineiras de separação.
Aproveite para explicar o processo de reciclagem e o motivo pelo qual é preciso separar materiais como plástico e papel. Uma dica é fazer pequenas lixeiras em casa com cores diferentes para a separação correta dos resíduos.
- INCENTIVE O CUIDADO COM OS ANIMAIS
Essa é, sem dúvidas, uma das atividades preferidas dos pequenos. Se você tem a oportunidade de adotar um pet, aproveite para incentivar o cuidado com os outros seres vivos e com a natureza de maneira geral.
Neste caso, você pode conferir ao pequeno algumas responsabilidades, como a de alimentar o animal. Se não houver a possibilidade de ter um pet, há outros ambientes que você pode levar o seu filho, como zoológicos e fazendas para a observação da vida selvagem. Nesses lugares, é possível explicar a importância dos animais para o equilíbrio do ecossistema e, também, por que alguns deles não se pode ter em casa!
- CONFIRA PROGRAMAÇÕES INFANTIS
Por fim, vale trazer para as crianças desenhos infantis, filmes, documentários e outras programações adequadas para a idade que tratam dessa temática. Sem dúvidas, o entretenimento é uma boa forma de construir o imaginário e, ao mesmo tempo, fixar assuntos importantes.
Em algumas cidades, também é possível encontrar oficinas gratuitas e outros eventos que auxiliam na educação ambiental de maneira lúdica e apropriada para a idade das crianças. Por isso, não deixe de conferir as programações disponíveis.
A educação ambiental tem sido pauta nos últimos anos. Afinal, cada vez mais, se percebe a necessidade de um esforço conjunto para reduzir os impactos ambientais e preservar a própria existência humana, que é parte da natureza.
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A VOLTA DE JEAN DE LÉRY PARA A FRANÇA
O naturalista que entrou de gaiato no navio, veio para o Rio de Janeiro e deixou um relato precioso do Brasil de 1557. Sua volta para a França coincidiu com o fim da colônia francesa no Brasil.

Naturalistas Viajantes – JEAN DE LÉRY (Parte 16)
“Uma vez em terra, caminhei ao longo da Avenida Rio Branco,
onde uma vez existiram as aldeias tupinambás;
no meu bolso havia aquele breviário do antropólogo, Jean de Léry.
Ele chegou ao Rio 378 anos antes, quase no mesmo dia”.
Claude Lévi-Strauss em ‘Tristes Trópicos’, ao chegar ao Rio de Janeiro em 1934.
A volta de Jean de Léry para a França também marca o fim da colônia francesa no Brasil. Após a expulsão dos franceses da Guanabara, os padres jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nóbrega teriam instigado o Governador-Geral Mem de Sá a prender Jacques Le Balleur, e a condená-lo à morte por professar “heresias protestantes”. Quanto à viagem de volta, Jean de Léry conta em detalhes como, por milagre, se salvou de uma grande tempestade em alto mar.
Lévi-Strauss assim se refere a Léry: “A leitura de Léry me ajuda a escapar de meu século, a retomar contato com o que eu chamaria de ‘sobre-realidade’, não aquele de que falam os surrealistas, mas uma realidade ainda mais real do que aquela que testemunhei. Léry viu coisas que não têm preço, porque era a primeira vez que eram vistas e porque foi a mais de quatrocentos anos”.
O FIM DA COLÔNIA FRANCESA NO BRASIL
Após a expulsão dos franceses da Guanabara, os padres jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nóbrega teriam instigado o Governador-Geral Mem de Sá a prender Jacques Le Balleur, e a condená-lo à morte por professar “heresias protestantes”. O jornalista e historiador paranaense José Francisco da Rocha Pombo (1857-1933), em sua ‘História do Brasil’ publicada em 1935, recupera parte da história dos religiosos franceses: “Jacques Le Balleur foi poupado, pois era ferreiro. Isto praticamente marcou o fim da colônia francesa, e encerrou a tragédia da Guanabara”.
Em nota de rodapé, explica: “Após conseguir viver escondido, Jacques Le Balleur foi preso pelos portugueses nas cercanias de Bertioga. Ele foi enviado para Salvador, na Bahia, que era a sede do governo colonial, onde foi julgado pelo crime de “invasão” e “heresia”, isso em 1559. Em abril de 1567, foi queimado, sendo auxiliar do carrasco José de Anchieta, para consternação dos católicos”.
A VIAGEM DE VOLTA E SALVOS POR MILAGRE
“Prosseguindo na narração dos extremos perigos de que Deus nos livrou no mar, durante o nosso regresso, contarei um deles, proveniente de uma disputa surgida entre o nosso contramestre e o nosso piloto, em virtude da qual, por despeito, nenhum deles desempenhou desde então os deveres do cargo. A 26 de março, fazendo o piloto o seu quarto, conservou abertas todas as velas sem perceber a aproximação de um furacão que se preparava e que desabou com tal ímpeto que adernou o navio a ponto de mergulharem os cestos de gávea e a ponta dos mastros no mar, atirando à água cabos, gaiolas e todos os objetos que não estavam bem amarrados, pouco faltando para que virássemos completamente. Todavia, cortadas com rapidez as enxárcias e escotas da vela grande, aprumou-se o navio pouco a pouco. Pode-se dizer que só por um milagre nos salvamos, mas nem por isso concordaram os causadores do mal em reconciliar-se, não obstante os rogos de todos; muito ao contrário, apenas passado o perigo engalfinharam-se e com tal fúria se bateram que julgamos se matassem na luta.
‘ESTAMOS PERDIDOS, ESTAMOS PERDIDOS’
Por outro perigo passamos dias depois. Estando o mar calmo, pensaram o carpinteiro e outros marinheiros em aliviar-nos do trabalho de bombear, procurando tapar melhor as fendas por onde entrava a água. Aconteceu que mexendo em um deles para consertá-lo, despregou-se uma peça de madeira de quase um pé quadrado e a água entrou com tal abundância e rapidez que forçou os marinheiros a subirem para o convés abandonando o carpinteiro. E sem sequer contar-nos o fato, berravam: ‘Estamos perdidos, estamos perdidos’.
Diante disso, o capitão, o mestre e o piloto trataram de pôr ao mar a toda a pressa o escaler, mandando também lançar à água os toldos do navio, grande quantidade de pau-brasil e outras mercadorias num valor total de mil francos, decididos a abandonar a embarcação e a salvar-se no bote. Mas temendo o piloto que o grande número de pessoas que tentavam embarcar tornasse a carga excessiva, saltou do bote com um cutelo na mão, ameaçando romper os braços do primeiro que tentasse entrar.
Vendo-nos assim desamparados à mercê das ondas, lembramo-nos do primeiro naufrágio de que Deus nos livrara e, resolvidos a lutar pela vida, empregamos todas as nossas forças em bombear a água a fim de que o navio não afundasse; e tanto trabalhamos que o conseguimos. Nem todos, porém se mostraram corajosos. Os marinheiros, em sua maioria, estavam desatinados e tão temerosos se mostravam da morte que já não se importavam com coisa alguma a não ser em beber à farta. Estou certo de que os rabelesianos, escarnecedores e desprezadores de Deus, que em terra tagarelam sentados à mesa e comentam com motejos os naufrágios e perigos em que se encontram muitas vezes os navegantes, teriam seus gracejos mudados em pavor se nesta situação se encontrassem. E creio também que muitos leitores desta narrativa e dos perigos por que passamos dirão com o provérbio: ‘Muito melhor é plantar couves ou ouvir discorrer do mar e dos selvagens do que tentar tais aventuras’. (…)
O nosso carpinteiro, rapaz animoso, não abandonara o porão como os marinheiros, mas enfiara o seu capote de marujo no buraco, comprimindo-o com os pés para quebrar o impulso da água, a qual, como depois nos disse, por várias vezes o desalojou, tal a sua impetuosidade. Assim nessa posição gritou ele quanto pôde para que os de cima, do convés, lhe levassem roupas, redes de algodão e outras coisas com que pudesse deter o jorro d’água enquanto consertava a peça. Graças a esse esforço fomos salvos”.
PÓLVORA E FOGO
“Como temíamos encontrar piratas nessas paragens, ao sair desse mar de ervas não só assestamos quatro ou cinco peças de artilharia que havia no navio, mas ainda preparamos as necessárias munições para nos defendermos oportunamente. Entretanto, com isso novo perigo tivemos que vencer. Quando o nosso artilheiro secava a pólvora em uma panela de ferro, esqueceu-a ao fogo até tornar-se incandescente e a pólvora se inflamou, correndo a chama de uma à outra extremidade do navio, de forma que inutilizou velas e massame e por pouco não incendiou o breu de que o navio estava untado, queimando-nos todos em pelo mar. Aliás, um grumete e dois marujos foram tão maltratados pelo fogo que um deles morreu poucos dias depois. Por minha parte, se não tivesse rapidamente levado ao rosto o boné de bordo, ter-me-ia queimado seriamente; escapei chamuscando apenas a ponta das orelhas e os cabelos”.
PRÓXIMA EDIÇÃO 376 – JULHO DE 2025 – PARTE 17.
TRÁGICA VOLTA – O erro do piloto em calcular a posição do navio “fez com que em fins de abril já estivéssemos inteiramente desfalcados de todos os víveres; já varríamos o paiol, cubículo caiado e gessado onde se guarda a bolacha nos navios, mas encontrávamos mais vermes e excrementos de ratos do que migalhas de pão. Quando havia, repartíamos às colheradas esse farelo e com ele fazíamos uma papa preta e amarga como fuligem. Os que ainda tinham bugios e
papagaios, a que ensinavam a falar, comeram-nos. E vindo a faltar por completo os víveres, em princípio de maio, dois marinheiros morreram de hidrofobia da fome, sendo sepultados no mar como de praxe”.
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NIÈDE GUIDON, UMA GUERREIRA DO SERTÃO NORDESTINO
E a vida segue seu ciclo. Estava me preparando para ir ao Campo da Esperança para me despedir do amigo Fausto Salim, quando recebo a notícia da passagem de outra amiga: Niède Guidon.




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