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A Amizade
A importância de sintonizar a frequência dos corações
A Amizade A importância de sintonizar a frequência dos corações Silvestre Gorgulho A melhor apresentação entre duas pessoas vai além do tradicional muito Prazer. O importante, mesmo, é sintonizar a freqüência dos corações. Assim, de um encontro convencional pode nascer muito bem uma nova e grande amizade. Um dos problemas do competitivo mundo atual é justamente que parece faltar tempo para tudo. Até para fazer amigos. Se se faz um amigo por qualquer conveniência, acabada a conveniência que originou o encontro, fica mais difícil ainda manter a amizade. Nestes 15 anos fazendo a Folha do Meio Ambiente, tive a graça de fazer grandes amizades. E o interessante: amizades de pessoas que conheci pessoalmente e amizades de pessoas que nunca vi. Nem em fotografia. Meu impulso de escrever esse texto, falando de amizade, foi por um motivo muito simples: algumas pessoas – leitores do jornal – têm correspondido comigo e sempre estão escrevendo para dizer alguma coisa, para falar de seus projetos e até mesmo para dar algum incentivo. Todos os meses recebo cartas fantásticas. Às vezes, as publico na sessão de cartas. Às vezes, leio e as respondo diretamente ao missivista. Gostaria de falar sobre três cartas que recebi. A primeira é de uma menina maravilhosa, de 11 anos, que sempre está escrevendo para contar sobre seus estudos, suas leituras e sobre como ela utiliza o jornal para fazer seus trabalhos na sala de aula “e ganhar elogios da professora”. Maria Cecília Siqueira Cezário, em cada carta que escreve, motiva ainda mais a gente a continuar fazendo nosso trabalho. Outra carta que tocou profundamente todos aqui da redação da Folha do Meio Ambiente foi a do Rogério Pereira Pinto que, pagando uma pena no presidiário da Papuda, em Brasília, escreveu primeiro para pedir uma coleção do jornal para estudar porque queria ser um engenheiro ambiental. Depois para agradecer e dizer que estudou as reportagens, fez vestibular e passou na Universidade Católica de Brasília. Agora, se o juiz deixar, vai cumprir sua pena em regime semi-aberto para poder iniciar seu curso. Quero lembrar, ainda, a delicadeza intelectual e orquidófila do joinvillense Jurandir Schmidt, que não mede esforço para fazer o seu “Entre Amigos”, uma publicação despretensiosa e agradabilíssima que mantem unidos colecionadores de orquídeas. Jurandir Schmidt sempre que manda seu “Entre Amigos” tem uma palavra a mais de afeto e carinho. Parece que conheço a todos há muitos anos. Talvez, por isso mesmo, os vejo em cada palavra que escrevo. Sinceramente, esse é o melhor pagamento pelo meu trabalho. Como é bom ter dentro da gente um canto aberto e livre para dar lugar às considerações de nossos amigos. Uma última lembrança e observação de quem vive intensamente essa relação com os leitores: fazer amigos é sempre mais fácil do que conservar as amizades. Por isso, caro leitor, vale ressaltar a sabedoria desse provérbio africano, “a amizade é um caminho que desaparece na areia, se não se pisa constantemente nele”. |





Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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