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Linguiça de Formiga
Lingüiça de Formiga
Silvestre Gorgulho
Minas é assim: cheia cores, amores e sabores. As cores das Minas estão nas pedras, no ouro, na arte, nos mananciais, nas montanhas e no barroco. Os amores são muitos: Marília de Dirceu, Bárbara Bela, Chica da Silva e dona Bêja. Já sabores, têm para todos os gostos: pé-de-moleque de Piranguinho, queijo da Canastra, torresmo e tropeiro do Serro da dona Lucinha, cachaça de Salinas e lingüiça… bem lingüiça tem que ser de Formiga.
Apesar de mineiro, a linguiça de Formiga me foi apresentada, em Brasília, pelo professor de sociologia, hoje empresário Jorge Ferreira. Jorjão, também mineiro de Cruzília, no Sul de Minas, deixou as salas de aula e até o movimento sindicalista para entrar no mundo dos bares e restaurantes. Só em Brasília tem meia dúzia deles, capitaneado pelo tradicional Feitiço Mineiro, na Asa Norte. Chegou a aventurar-se até pelo setor editorial. Por dois anos publicou uma revista bem lida e que teve destaque cultural em Brasília, chamada Tira-Prosa. Antes da Tira-Prosa, Jorjão escreveu com mais quatro amigos – todos pescadores e mentirosos – o livro “Serra, Mar e Bar – Causos de Minas” com edição esgotada.
Verdade ou mentira, de tanto pescar, Jorgão acabou amigo de vários pescadores. Um deles é simplesmente o primeiro companheiro Luiz Inácio Lula da Silva. Mais: joga no time de Lula nas, hoje esporádicas, peladas de sábado no Palácio da Alvorada. E sempre que comparece, o sociólogo e empresário dos bares de Brasília, Jorge Ferreira, não esquece os quatro quilos de lingüiça que serve de tira-gosto depois do futebol. Nem precisa dizer que é uma lingüiça muito especial, disputada em campo e nas “arquibancadas”. Que o Presidente Lula a-do-ra! De onde, a linguiça? De Formiga, sô!





Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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