Poesias
DORES E AMORES
Silvestre Gorgulho
A vida pode ser flores
Não há vida sem sabores,
Às vezes, algumas dores…
Mas não, nunca tu chores
A vida também tem cores…
Pois, onde quer que tu fores
Há lágrimas, risos… amores!
Na vida somos atores
De palco e de bastidores.
Na busca de seus valores
Uns brilham pelos humores
E outros até por horrores.
Também no Céu dos pastores
Há lágrimas, risos… amores.
Tem dias tão promissores
E noites de raros fulgores.
O mundo tem lá seus pudores…
Viver é dosar favores…
Pois, onde quer que tu fores
Há praças, lares e andores
Prá lágrimas, risos… amores
Silvestre Gorgulho

Poesias
Ao Navegante
(Ao assumir a Presidência da República, em 15 de março de 1990, Fernando Collor inovou no marketing pessoal, no exagero ao culto da personalidade e nas suas loucuras por água, por terra e por ar.)
AO NAVEGANTE
Silvestre Gorgulho
Collor que busca aventura
N´água, na terra e no ar
Agora quer muito mais:
Vai voar num Mirrage,
Deixando o som para trás.
Mas se cuide, oh Presidente,
E veja o que você faz.
Esse pessoal também erra
E seus erros são fatais.
Tenha muita paciência
E pense um pouquinho mais:
O Iraque em plena guerra
Perdeu bem menos Mirrage
Do que o Brasil na Paz!
Poesias
Aconcágua serás!
(Poesia feita por ocasião da morte dos três alpinistas brasileiros – Mosart Catão, Othon Leonardos e Alexandre Oliveira – que morreram no dia 03 de fevereiro de 1998, quando tentavam o feito inédito de chegar ao cume do Monte Aconcágua pela face sul. Essa poesia foi capa da Folha do Meio Ambiente, edição Ecoturismo – Março de 1998)
Aconcágua serás!
Silvestre Gorgulho
Meu fascínio é teu desafio
e ambos são os preços para tua glória.
Fascínio e desafio são minhas oportunidades
para fazer amigos e heróis.
Amigos: aqueles que chegam aqui em cima, me acariciam e voltam.
Heróis: aqueles que aqui permanecem
e que, por todo o sempre, dormirão ao meu lado,
dividindo comigo magias e encantos.
Eu sinto falta de meus amigos,
aqueles que me visitam e retornam às suas casas.
Sentirás falta de teus amigos,
aqueles que aqui plantam sua morada.
Não chores por eles.
São meus heróis. Meus escolhidos.
Serão sentinelas brancas,
marcando o território de suas pátrias.
Serão Aconcáguas como eu.
Neste meu céu, sem pássaros e sem flores,
sem o vôo solitário do Condor,
minha natureza é o ar, a pedra, a neve e meus alpinistas.
Sim, meus 85 alpinistas, meus 85 heróis,
que como Mozart, Alexandre e Othon
deram um tempo na sua escalada
e quedaram neste céu para sempre.
Todos eles buscaram a glória. E a tiveram.
Venceram o ermo e a solidão.
Cada um deles tem consigo a bandeira congelada de sua Pátria
que seria desfraldada em calorosas emoções, risos e lágrimas.
Montanhista!
Ao beijar a minha testa,
terás o mundo a teus pés.
Mas, se por acaso, o destino
deixar que repouses ao meu lado,
dorme… dorme, meu herói!
Dorme tranqüilo que velarei por ti eternamente…
Aconcágua serás!
Poesias
Liberdade
(Ano sai, ano entra e tem sempre um homem público misturando o orçamento do povo com seu orçamento pessoal. Aí, quando são pegos em flagrante, com a boca na botija e começam a dar mil justificativas para a família, para a sociedade e para sua própria consciência)
A LIBERDADE
Silvestre Gorgulho
A Liberdade é um bem
Tão gostoso de viver
E como tem gente boba
Que por dinheiro ou poder
Perde sua Liberdade
E passa a vida a sofrer.
Depois pagaria o triplo
Do que recebeu a mais,
Para voltar bem tranqüilo
Àquela vidinha de atrás.
Aí é aquela história
Da oportunidade perdida
A vida cobra bem caro
Do que se fez sem medida.
Melhor do que fama e dinheiro
É deitar no travesseiro
Chamar os filhos de lado
E bem à vontade dizer:
– Sou rico pelo que tenho:
Amigos, vocês e o Saber!
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