Artigos
Tsunami da restauração ambiental
A restauração de 10 bilhões de árvores
O Paquistão, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), vai sediar o Dia Mundial do Meio Ambiente 20021. O tema deste ano se concentrará na “Restauração de Ecossistemas” e na urgência de fazermos as pazes com a natureza. A data também marcará o lançamento formal da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021 – 2030.
Urge a restauração do solo, das florestas, dos rios e do ar.
O anúncio das comemorações foi feito pelo assessor do Primeiro Ministro e Ministro da Mudança Climática do Paquistão, Malik Amin Aslam, paralelamente à 5 Assembleia da ONU para o Meio Ambiente. Na ocasião, Aslam uniu-se à Diretora Executiva do PNUMA, Inger Andersen, para reconhecer a urgência de prevenir, frear e reverter a degradação dos ecossistemas em todo o mundo.
Liderado pelo Primeiro Ministro Imran Khan, o Governo do Paquistão – em um dos mais ambiciosos esforços de reflorestamento do mundo – planeja expandir e restaurar as florestas do país por meio de um Tsunami de 10 bilhões de árvores plantadas ao longo de 5 anos.
A campanha abrange a restauração de manguezais e florestas, assim como o plantio de árvores em ambientes urbanos, incluindo escolas, universidades, parques públicos e cinturões verdes. O Paquistão lançou um Fundo de Restauração de Ecossistemas em apoio a soluções baseadas na natureza para a mudança climática e visando facilitar a transição para iniciativas ecologicamente resilientes e voltadas à conservação da biodiversidade e ao florestamento.
INICIATIVA DE ÁREAS PROTEGIDAS
Recentemente, o Primeiro Ministro do Paquistão lançou a Iniciativa de Áreas Protegidas para desenvolver 15 modelos de áreas protegidas em todo o país a fim de conservar mais de 7.300 quilômetros quadrados de área terrestre e criar mais de 5.500 empregos verdes.
“O governo do Paquistão está totalmente comprometido em desempenhar um papel de liderança na abordagem da questão climática, inclusive por meio da iniciativa de plantar 10 bilhões de árvores, que irá restaurar e melhorar mais de 1 milhão de hectares de floresta em todo o país”, afirmou Aslam. “Temos a honra de sediar o Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano e de dar o nosso apoio aos esforços globais de restauração”.
Como anfitrião do Dia Mundial do Meio Ambiente, o Paquistão colocará em destaque algumas soluções ambientais e seu papel nos esforços globais. O dia será comemorado em todo o mundo com vários eventos e atividades, de acordo com as últimas regulamentações da COVID-19.
Inger Andersen: “O ano de 2020 foi de acertos de contas. Em 2021, devemos tomar medidas ousadas para passar da crise à cura”.
“O ano de 2020 foi de acertos de contas, de enfrentar múltiplas crises, incluindo uma pandemia global e as contínuas crises de clima, natureza e poluição. Em 2021, devemos tomar medidas ousadas para passar da crise à cura: e, ao fazê-lo, devemos reconhecer que a restauração da natureza é imperativa para a sobrevivência de nosso Planeta e da humanidade”, disse Inger Andersen, Diretora Executiva do PNUMA.
DÉCADA DA RESTAURAÇÃO
A Década das Nações Unidas tem o objetivo de aumentar em grande escala a restauração de ecossistemas degradados e destruídos para combater a crise climática, evitar a perda de um milhão de espécies e aumentar a segurança alimentar, o abastecimento de água e a subsistência.
Restabelecer os reservatórios naturais de carbono – tais como florestas e turfeiras – poderia ajudar a fechar a lacuna de emissões climáticas em 25% até 2030. O plantio de espécies de árvores nativas também pode ajudar a amortecer alguns dos efeitos devastadores esperados em um planeta em aquecimento, tais como o aumento do risco de incêndios florestais. Atualmente, 3,2 bilhões de pessoas – 40% da população mundial – sofrem com a contínua degradação dos ecossistemas, perdendo, por exemplo, o acesso a solos férteis ou água potável segura.





Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



-
Reportagens4 semanas ago
Instituto do Câncer reforça campanha contra o HPV e câncer do colo do útero
-
Artigos4 meses ago
DIARIO DE BORDO E MINHA FORÇA AO REI PELÉ
-
Artigos4 meses ago
Orquestra Sinfônica de Brasília apresenta último concerto didático de 2022
-
Reportagens4 meses ago
Escolas técnicas de Santa Maria e Paranoá abrem as portas em 2023
-
Artigos4 meses ago
Inovação verde
-
Artigos4 meses ago
Brasil, falta de Neymar e resultado das urnas
-
Reportagens4 meses ago
Princípios ESG aliados ao marketing beneficiam empresas
-
Reportagens4 meses ago
Visibilidade fora do campo: saiba mais sobre as profissões que ganham destaque durante a Copa do Mundo