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CERA DA CARNAÚBA

A pomada maravilha de mil e uma utilidades.

 

Beneficiamento da cera retirada da folha da carnaúba.

 

A cera de carnaúba é a verdadeira pomada maravilha. Serve para tudo. Sua extração, ao longo da história, contribuiu e contribui muito para a geração de renda, criação de empregos formais e informais e índices positivos para a exportação. Além de ocupar grande parte da população rural nos vales dos rios Parnaíba (Piauí), Jaguaribe e Acaraú (Ceará) e Apodi (Rio Grande do Norte), o tronco da carnaúba serve como lenha e ripas para construção e a palha para cobertura de casas. Os frutos, colhidos maduros e submetidos à secagem, servem para a extração de óleo comestível e alimentação de gado. Da folha das palmeiras, são extraídos o óleo e fibra para produzir tarrafas, escovas, cordas, chapéus, bolsas, esteiras, medicamentos, vernizes, produtos de beleza e impermeabilizantes para carros. Com uma vantagem fantástica: é um produto natural sem nada de tóxico em sua composição.

 

 

Neste ano de 2021, até maio, foram exportadas mais de 8 milhões de quilos de cera, num valor acumulado de mais de 49 milhões de dólares

 

Da folha das palmeiras de carnaúba são extraídos o óleo e fibra para produzir tarrafas, escovas, cordas, chapéus, bolsas, esteiras, medicamentos, vernizes, produtos de beleza e impermeabilizantes para carros.

 

PRODUTO BRASILEIRÍSSIMO

O cultivo da carnaubeira é natural e a extração das folhas não requer sofisticação. O extrativismo impera na colheita das folhas. Existe uma cadeia de tarefas artesanais que envolve o trabalhador rural e comunidades inteiras no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte dependentes dos produtos extraídos da carnaúba. É uma atividade sustentável e incluída no grupo das fontes renováveis.

O professor e pesquisador Carlos Alberto dos Santos (Ver PONTO DE VISTA) explica que “a cera de carnaúba, só existente no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, aparentemente teve sua primeira aplicação em 1890, quando Charles Sumner Tainter (1854-1940) a usou para preparar a superfície de um cilindro de gravação fonográfica.” Portanto, a “cera maravilha” já nasceu como tecnologia de ponta. E agora mesmo, “Science Daily” publicou que pesquisadores finlandeses desenvolveram um novo impermeabilizante que tem como base a cera de carnaúba.

 

Nanotecnologia aplicada à cera de carnaúba evita desperdício de alimentos. Segundo a Embrapa, o benefício alcançado é que os revestimentos podem ser carregados de nano partículas com ação bactericida e fungicida.

 

COLHEITA PARA EXTRAÇÃO DA CERA

 

Entre os meses de julho a fevereiro, época da safra, a coleta das folhas verdes das carnaubeiras é feita com destreza pelos nativos da área, que para tanto utilizam uma grande vara, na ponta da qual existe um instrumento cortante.

 

Recolhidas, as folhas são postas para secar ao sol, etapa insubstituível para o desprendimento do pó, que é feito por outro eficiente processo secular, o do batimento das folhas.

A seguir, o pó é cozido e coado em grandes prensas de madeira. Esse processo primitivo é, na maioria das vezes, substituído pela utilização de extratores que fazem uso de solventes.

O resfriamento, então, é feito em tanques rasos, depois do qual o produto é quebrado em pedras de cor amarelo esverdeada ou marrom escura. É a cera bruta, pronta para o beneficiamento.

 

 

BENEFICIAMENTO DA CERA

No beneficiamento final, a cera é submetida ao derretimento em tachos ou autoclaves. O processo se completa, respectivamente, pela centrifugação, filtração, clareamento e embalagem, o que garante a pureza e a qualidade das variedades oferecidas ao mercado.

 

APLICAÇÃO DA CERA DE CARNAÚBA

Vários produtos que utilizavam cera de carnaúba, como os velhos discos da indústria fonográfica, desapareceram, mas a matéria-prima utilizada para fabricá-los continua multiplicando suas utilidades. A cera de carnaúba assumiu lugar de destaque na indústria contemporânea e é pauta garantida para o futuro.

 

 

 

A cera de carnaúba, atualmente, está na composição química de alguns medicamentos, como também é utilizada na fabricação de cosméticos, de embalagens de alimentos, de filmes plásticos e fotográficos.

Está presente nas ceras polidoras de pisos, móveis, couros e carros. As tintas, os produtos de desenho e o papel carbono, também fazem uso da cera de carnaúba, produto exclusivo do Nordeste brasileiro.

Neste ano de 2021, até maio, foram exportadas mais de 8 milhões de quilos de cera, num valor acumulado de mais de 49 milhões de dólares.

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Selo educativo comemora Dia Mundial da Água

Distintivo, que reconhece o trabalho de escolas voltadas à sustentabilidade, será lançado nesta quarta (22) pela Adasa

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Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

 

No Dia Mundial da Água, comemorado nesta quarta-feira (22), a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) lançará um selo educativo voltado ao reconhecimento de instituições de ensino que desenvolverem atividades relacionadas à sustentabilidade ambiental.

Arte: Adasa

O selo Adasa – Guardiões da Água será apresentado às 9h30, na Escola Parque da Natureza e Esporte do Núcleo Bandeirante, em evento promovido em parceria com a Secretaria de Educação (SEE) para o qual são esperados 400 crianças e pré-adolescentes.

O objetivo do novo projeto é dar continuidade às atividades desenvolvidas pela agência no âmbito do programa Adasa na Escola nas redes pública e privada de ensino. Ao se inscreverem para concorrer ao selo, as instituições deverão cumprir uma série de requisitos, como a produção de vídeos que promovam o debate em torno da preservação dos recursos hídricos e do descarte responsável de resíduos e a implementação de projetos de sustentabilidade na unidade.

As instituições que seguirem as diretrizes receberão o selo Escola Guardiã, como forma de valorizar as atividades adotadas em prol da conscientização dos estudantes e da população. Já os alunos serão agraciados com a pulseira do guardião. A Adasa divulgará em suas redes sociais os materiais produzidos.

 

 

 

 

 

 

Novos guardiões 

Para despertar o interesse dos estudantes, a Adasa também divulgará, durante o lançamento do selo, uma produção audiovisual que conta a história dos Guardiões da Água. No episódio, a personagem Tita fica sem água em casa e é convocada pelo vovô Totó para participar de um curso de formação.

No desenrolar da história, ela aprende lições sobre a importância da gestão adequada dos recursos hídricos e dos resíduos sólidos para a garantia da disponibilidade da água e da preservação do meio ambiente.

Vovô Totó e Tita convidam os espectadores a passarem pelos testes aplicados pelo programa Adasa na Escola para receber a pulseira que os tornará novos guardiões. O episódio é narrado por uma personagem humana, um boneco e personagens de desenho animado.

O programa ficará disponível no  canal da Adasa no YouTube.

*Com informações da Adasa

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Estudantes da rede pública aprendem sobre uso sustentável da água

Escola Classe 27 de Taguatinga reforça trabalhos de conscientização sobre a preservação dos recursos hídricos

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Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

 

A frase da estudante Alice Ponte, 9, resume a importância da data de hoje: “Não é só comemorar e pensar em preservar; são necessárias ações no dia a dia”. Especialmente nas unidades de ensino, o Dia Mundial da Água, o 22 de março é dedicado à importância de colocar em discussão as medidas de uso consciente dos recursos hídricos.

Atividades que estimulam o uso racional da água são desenvolvidas durante todo o ano na escola | Foto: André Amendoeira/SEE

A temática do uso sustentável da água já faz parte da vivência dos estudantes da Escola Classe (EC) 27 de Taguatinga. Durante todo o ano letivo, a instituição promove palestras, filmes, músicas, produção de textos e exposições sobre o assunto.

Atualmente com 720 alunos da educação infantil até o quinto ano do ensino fundamental, a escola desenvolve atividades das quais todos participam. “Nosso projeto traz a ideia do uso consciente da água nos diversos aspectos possíveis do cotidiano”, resume a coordenadora da escola, Valéria Carvalho.

Mais do que debater o tema, os estudantes aprendem as lições na prática. Na escola, há um sistema de captação de água da chuva em duas caixas-d’água com capacidade total de 25 mil litros. O material recolhido é utilizado para lavar a quadra, os banheiros e os pátios do local. O uso sustentável da água também teve um impacto positivo financeiro para a escola: a conta de água baixou de R$ 15 mil para R$ 5 mil mensais.

Cidadania e consciência

Este ano, a EC 27 retoma a realização da passeata no Dia Mundial da Água – atividade interrompida durante a pandemia – para alertar a sociedade para o uso consciente desse recurso hídrico. Os alunos do quarto ano da turma da professora Marisa Borges estavam empolgados com a preparação de cartazes para a passeata e com o ensaio de músicas para a ação.

O estudante Ismael Carlos dos Santos, 9, afirma que a conscientização já faz parte de sua rotina. “Eu gostei muito de participar das atividades para uso da água e já parei com o desperdício”, conta. “A criança capta muito rápido a mensagem e passa a transmitir para família e policiar nossas ações dentro da escola com pequenos hábitos que valem muito”, ressalta Marisa.

 

*Com informações da Secretaria de Educação

 

 

 

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Câmara Legislativa aprova mais projetos alusivos ao Mês da Mulher

Matérias foram votadas em primeiro turno e ainda voltarão a ser apreciadas em segundo turno e redação final, antes de serem enviadas à sanção governamental

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal prosseguiu, na sessão deliberativa desta terça-feira (21), a apreciação de projetos relacionados às mulheres, nas mais diversas áreas. O “esforço concentrado” faz parte do acordo para votar, durante as sessões de março, proposições alusivas ao Mês da Mulher. A condução dos trabalhos, nesta tarde, ficou a cargo da deputada Doutora Jane (Agir) e a deputada Dayse Amarilio (PSB), secretariou.

As matérias foram votadas em primeiro turno e ainda voltarão a ser apreciadas em segundo turno e redação final, antes de serem enviadas à sanção governamental. Foram os seguintes os projetos aprovados:

Projeto de lei nº 116/2023. De autoria da deputada Dayse Amarilio (PSB), institui uma política de amparo à saúde da mulher em uso abusivo de álcool. “A situação é tão grave que, por conta da complexidade do tema, muitas mulheres sequer procuram o atendimento, e tais situações alcançam a família, o que torna importante o engajamento do Poder Público para permitir o acolhimento e para que sejam concedidas as condições de recuperação”, explicou a parlamentar.

Projeto de Lei nº 218/2023. Também proposto pela deputada Dayse Amarilio (PSB), estabelece a criação de local reservado nas unidades de saúde do Distrito Federal para atendimento a vítimas de violência doméstica. Além de proporcionar atendimento adequado, de acordo com a situação, a medida evita constrangimentos, entre outras circunstâncias.

Projeto de Lei nº 198/2023. Apresentado pela deputada Paula Belmonte (Cidadania), trata da proteção contra a discriminação no trabalho para a mãe solo nos órgãos e entidades da administração pública direta e indireta do Distrito Federal. A ideia é garantir a igualdade de oportunidades às mulheres que, sozinhas, sustentam seus filhos e a família.

Projeto de Lei nº 95/2023. De autoria do deputado Gabriel Magno (PT), altera a Lei nº 4.949/2012 – que estabelece normas gerais para realização de concurso público pela administração direta, autárquica e fundacional do DF – para incluir o direito das lactantes à amamentação durante os certames. As mães deverão ser acompanhadas por fiscais e o tempo dispendido deverá ser compensado em igual período.

Projeto de Lei nº 2.774/2022. Do deputado Hermeto (MDB), cria o “Programa de Apoio às mulheres com Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG)”, como é chamado um grupo de doenças da placenta, capazes de evoluir, inclusive, para formas malignas. É predominantemente observada em adolescentes e mulheres com mais de 35 anos idade. O programa tem por finalidade apoiar, orientar, tratar, reabilitar e reintegrar pacientes e ex-pacientes acometidas pela NTG.

Projeto de Lei nº 1.778/2021. De autoria do deputado Eduardo Pedrosa (União), o PL altera e acrescenta dispositivos a Lei nº 6.022/2017 – que assegura a criação do Banco de Empregos para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar – para promover a qualificação de mão de obra e a melhoria do nível educacional e cultural das mulheres em situação de violência doméstica. A intenção é estabelecer mecanismos para habilitar as mulheres profissionalmente.

Projeto de Lei nº 165/2023. Outra proposição do deputado Eduardo Pedrosa (União), altera a Lei nº 6.795/2021 – que cria o Programa de Prevenção à Endometriose e Infertilidade no Distrito Federal – para instituir ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da Doença de Endometriose, com o intuito de garantir atendimento de qualidade às mulheres diagnosticadas com o problema pelo sistema de saúde.

Marco Túlio Alencar – Agência CLDF

 

 

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