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Mutirão organizado pelo MMA retira mais de 200 quilos de resíduos de praias na região dos Abrolhos
A ação beneficiou os municípios de Prado e Alcobaça, no extremo sul da Bahia

Foto: Daniel Gomes/MMA
No último sábado (28), o Ministério do Meio Ambiente deu mais um importante passo no Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar. A pasta, por meio da Secretaria Nacional de Qualidade Ambiental (SQA) e demais apoiadores, organizou mutirões de limpeza nas praias da Barra, no município de Prado, e do Farol, em Alcobaça, ambos na Região dos Abrolhos, ao extremo Sul da Bahia. Ao todo, foram retirados da natureza 220 quilos de resíduos.
A ação foi distribuída em 2,5 km de litoral, cobrindo tanto a faixa de praia quanto as restingas adjacentes. Os materiais recicláveis foram separados pelos cem voluntários participantes e todos os resíduos coletados tiveram destinação final ambientalmente adequada. Cabe destacar que os agentes envolvidos foram testados e todos os protocolos sanitários para evitar a disseminação da Covid-19 foram seguidos.
Os dados gerados nos dois mutirões integram o novo Painel de Resultados de Mutirões de Limpeza, disponível no site do MMA. O levantamento de informações é fundamental para a definição de ações de controle e monitoramento, conforme explica o secretário nacional de Qualidade Ambiental, André França.
“As ações realizadas na região da Costa das Baleias são essenciais para a recuperação desses ambientes, bem como à conscientização das pessoas sobre o descarte adequado de resíduos, se constituindo em exercício de cidadania ambiental, nesta semana dedicada ao voluntariado”, ressaltou França.
A Região dos Abrolhos possui a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul. As águas rasas e quentes da região, proporcionam um importante berçário para as baleias jubarte e para a desova de tartarugas marinhas, além de abrigar o mais importante sistema de recifes do Atlântico Sul, com no mínimo 20 espécies de corais, seis delas endêmicas no Brasil. A área insular, como o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, caracteriza-se pela ocupação de várias espécies de aves marinhas, tais como jatobá, grazina e fragata.
A limpeza das praias é essencial para a manutenção da qualidade ambiental, conservação das espécies e ecossistemas e para a realização de diversas atividades econômicas como a pesca, o turismo e a navegação. Diante desse cenário, o MMA anunciou nesta segunda (30) a abertura de nova turma para o Curso EAD “Conduta Consciente na Zona Costeira e Marinha: combate ao lixo no mar”, na plataforma Educa+. Clique aqui e saiba mais sobre o curso.
A ação de limpeza, coordenada pela SQA com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da GIZ, no âmbito do Projeto TerraMar, contou com participação das Prefeituras de Prado e Alcobaça, por meio de suas Secretarias de Meio Ambiente, Turismo e Saúde. Os mutirões foram organizados localmente pelo Instituto Baleia Jubarte em parceria com o Projeto Coral Vivo, que mobilizaram voluntários que atuam em ações na região, como Patrulha Ecológica e SalvaMar.
Combate ao Lixo no Mar
O Plano de Combate ao Lixo no Mar, inédito no País, foi lançado pelo MMA em março de 2019 e contempla ações que vão desde a gestão de resíduos sólidos até ações de limpeza de praias, rios e mangues, com gestão dos resultados para melhoria contínua, com o objetivo de aprimorar a qualidade ambiental nas cidades e, consequentemente, proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas.
Saiba mais sobre o Plano de Combate ao Lixo no Mar.
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Em Brasília, mulheres indígenas celebram diversidade cultural e marcham por lutas comuns
Na III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, representantes de todos os biomas do Brasil celebram sua diversidade, denunciam violência de gênero e dizem não ao Marco Temporal.

Marcha das Mulheres Indígenas de 2023, em Brasília — Foto: Amanda Magnani
O som de cantos e dos maracás ecoa de todos os lados do acampamento à medida que grupos de mulheres dos mais diferentes cantos do Brasil se aproximam da tenda principal na concentração para a III Marcha Nacional de Mulheres Indígenas. São 8h00 e o sol seco de Brasília parece realçar as cores dos mais variados trajes tradicionais.
A marcha, que foi do Complexo Cultural da Funarte, onde estavam acampadas, até o Congresso, a cerca de 5km de distância, reuniu mais de 5 mil mulheres. Ela aconteceu no último dia de um evento que, ao longo de três dias, foi marcado por celebrações e denúncias.
Sob o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, indígenas de diferentes partes do Brasil tiveram a oportunidade de dar voz às demandas específicas vividas pelos povos de seus biomas.
Para o povo Kiriri, da Caatinga, a cerca de 300 km de Salvador, um dos maiores problemas é a seca e a consequente falta de segurança alimentar. “Nossa região é muito seca, e as mudanças climáticas aumentam o impacto na insegurança alimentar”, diz Fabiana Kiriri.
Ela conta que o trabalho coletivo na comunidade e a reserva de alimentos vêm como uma forma de tentar contornar o problema. Mas uma colheita suficiente depende de muitos elementos, que vão da quantidade de chuvas à presença de pragas.
“O que realmente precisamos é de um olhar especial do governo, que proponha projetos para ajudar as comunidades a terem autonomia”, defende.
Já para o povo Kaingang do Pampa, no Rio Grande do Sul, as demandas passam principalmente pelos enfrentamentos com o agronegócio e pelos arrendamentos de áreas dentro das terras indígenas, que acabam levando monoculturas e agrotóxicos para dentro a terra.
“Nós precisamos dar visibilidade às nossas lutas e sensibilizar a nossa comunidade, para que possamos encontrar estratégias para atender as demandas dos nossos territórios”, diz Priscila Gore Emílio, psicóloga do povo Kaingang.
Enquanto isso, em Santa Catarina, os Xokleng são protagonistas no debate sobre o Marco Temporal. “Nossa região foi tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas e o nosso território já foi muito maior. Hoje, vivemos em uma área muito reduzida, mas continuamos vivendo muitas tensões e conflitos”, diz Txulunh Gakran.
Contudo, embora povos dos diferentes biomas tenham suas demandas específicas, são muitas as lutas comuns às mulheres indígenas do Brasil como um todo. Grande parte delas gira ao redor da garantia do direito ao território e ao fim da violência de gênero.



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Castanheira-da-amazônia mostra eficiência na recuperação de solos degradados
Os estudos estão sendo realizados em cultivos de castanheiras implantados em áreas que antes eram pastagens degradadas no estado do Amazonas

Pesquisas da Embrapa em plantios de castanheira-da-amazônia (Bertholletia excelsa) indicam que a espécie é eficiente para a recuperação de solos degradados em áreas nas quais a floresta foi retirada. Trata-se de um resultado bastante promissor para a recomposição florestal desse bioma, onde existem atualmente mais de 5 milhões de hectares de solos que precisam ser restaurados. Outra vantagem observada é que as castanheiras são capazes de produzir por mais de 40 anos com pouco ou quase nenhum aporte de nutrientes. Além de contribuir para a preservação, esses cultivos podem ajudar a gerar renda e emprego para os povos da floresta, com a geração de serviços ambientais.
Os estudos estão sendo realizados em cultivos de castanheiras implantados em áreas que antes eram pastagens degradadas no estado do Amazonas. “A capacidade de crescimento demonstrada pela castanheira comprova que ela tem uma estratégia fisiológica totalmente adaptada a esses tipos de solos”, afirma o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental (AM) Roberval Lima, que realiza estudos silviculturais com essa espécie.
O embasamento para uso da castanheira na recuperação de áreas degradadas ganha ainda mais força com estudos sobre emissão de gases a partir do solo, processo também chamado de respiração do solo, e que consiste em um conjunto de fenômenos bioquímicos, envolvendo temperatura, umidade, nutrientes e níveis de oxigênio, influenciados por fatores naturais e ações humanas. As pesquisas compararam a capacidade de respiração do solo e a emissão de gases em diferentes ecossistemas, conforme os modos de uso da terra no bioma.
Uma das conclusões é que os plantios de castanheiras apresentam níveis de melhoria na qualidade do solo que mostram tendência de recuperação das características químicas, físicas e presença de microrganismos.
Segundo o pesquisador, os solos em plantios de castanheiras apresentam qualidade 50% superior à de áreas de pastagem degradadas. Foram realizados estudos comparando o fluxo de gases a partir do solo em ecossistema de floresta natural, em pós-floresta (após a corte da floresta) e em cultivos como os plantios de castanheira. “Os resultados apontam que, sob os plantios de castanheiras, o solo está se recuperando com uma tendência massiva próxima a de uma floresta natural”, destaca.
Foto acima: Siglia Souza
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Síglia Souza (MTb 66/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
Contatos para a imprensa
amazonia-ocidental.imprensa@embrapa.br
Telefone: (92) 3303-7852
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