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O LAGO PARANOÁ MERECE MAIS CARINHO

 

Deus fez o mundo. Os homens fizeram as cidades. E as cidades sempre nasceram à beira de rios e lagos, porque sem água a vida não prolifera.

Vale lembrar o ensinamento do arquiteto norte-americano Buckminster Fuller sobre a espaçonave Terra: “Nosso Planeta não vem com manual de instruções”. E, sem manual de instruções, o ser humano teve, tem e terá sempre que aprender a conviver com as questões que envolvem a sustentabilidade das cidades. Nesse “manual” está a preservação de mananciais e o reúso da água.

Se, no passado, todos tinham pela água a cultura da abundância, hoje este conceito mudou. A crise hídrica chegou silenciosa para bater forte à porta de cada um.

Brasília nasceu no meio do Cerrado, cercado de águas. Aqui em Planaltina está o Parque das Águas Emendadas, onde o Córrego Vereda Grande desliza para o norte, encontra o rio Maranhão que vai alimentar a bacia Amazônica. Para o sul, o córrego Brejinho engrossa o córrego Fumal, desce para o rio São Bartolomeu, depois Corumbá, desaguando no rio Paranaíba e formando então o rio Paraná. É a bacia do Prata.  E outras nascentes pegam a direção leste para alimentar a bacia do rio São Francisco.

 

O LAGO PARANOÁ

No ponto onde foi construído o Plano Piloto, nasceu o Lago Paranoá. Concebido depois da publicação do Relatório da Missão Luiz Cruls, em 1904, quando esteve aqui o engenheiro e paisagista Auguste Glaziou. O paisagista francês pensou a barragem do Paranoá, que só foi construída em 1959 pelo presidente Juscelino Kubitschek.

O lago é formado pelas águas represadas do rio Paranoá e alguns riachos. Com seus 48 quilômetros quadrados, o lago dá mais vida, beleza, umidade e lazer aos brasilienses. Mas, infelizmente, nem todos os brasilienses respondem com carinho, proteção e civilidade ao que o lago lhes proporciona.

 

PROJETO LAGO LIMPO

A ação que deu origem ao Projeto Lago Limpo começou em 2011. A cada ano, um mutirão de brasilienses solidários retira do Lago Paranoá cerca de 8 toneladas de lixo. É incrível pensar que já se retirou do lago, só nessas 10 edições, mais de 40 toneladas de lixo.

Além da limpeza pura e simples, esse projeto tem uma forte inserção ambiental e educacional, pois ajuda na conscientização das pessoas para a sua preservação.

A partir de 2012, o evento teve parceria da Sesipe – Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal com a participação de 90 reeducandos presos no sistema semiaberto.

A partir de 2013, além dos presos que ajudaram na limpeza das margens do lago foi feito uma parceria com escolas de mergulho, cujos alunos e voluntários recolhiam o lixo subaquático.

Apenas nos anos de 2018 e 2020 o evento não ocorreu devido as eleições e, no ano passado por causa da pandemia.

Agora em 18 de setembro de 2021, o projeto Limpeza do Lago Paranoá SLU, voltou com força total. O evento teve a participação especial da Marinha do Brasil, SLU, Caesb, Pontão do Lago Sul, Brasal, Novo Rio Ambiental muitos mergulhadores voluntários.

 

Diretoria da Adasa com a mascote da Adasa a Gotita

Felix Angelo Palazzo, Raimundo da Silva Ribeiro Neto, Gotita, Vinicius Fuzeira de Sá e Benevides, Robinson Ferreira Cardoso e Antonio Apolinário Rebelo Figueirêdo

 

CARINHO COM O LAGO

No “Raio X” dessa ação do Lago Limpo, infelizmente está a má educação da população que tem alto poder aquisitivo. É o lixo dos moradores do Plano Piloto e dos frequentadores dos clubes sociais em volta do lago e dos proprietários de lanchas. O lixo recolhido identifica muito os poluidores. São retirados do lago embalagens PETs, garrafas e taças de vinhos e de champanhe, latas de cerveja e refrigerante, baterias de celular e outras engenhocas eletrônicas.

A participação da sociedade brasiliense na limpeza marca um novo tempo para o Lago Paranoá: o tempo da tomada de consciência de que o lixo chega ao lago de todos os pontos. O lixo vem de longe. Vem pelas redes fluviais. É jogado nos passeios e nas ruas do Guará, da Asa Norte, do Gama ou de Taguatinga vai acabar mais cedo ou mais tarde poluindo o Lago Paranoá.

Abraçar o lago Paranoá com carinho e lutar por sua preservação é dever de todos. É ação de cidadania. Todos serão beneficiados.

 

Participação do Projeto Adasa na Escola no evento

 

Conheça o Projeto

A água é um elemento essencial à vida e um patrimônio comum a todos nós. Por isso é necessário aprender a utilizá-la adequadamente, não apenas na época da seca ou durante a crise hídrica, mas em cada instante e em qualquer lugar do planeta. Esta visão guia a Adasa a ensinar, desde a infância, hábitos que levem à conservação da água, nosso mais precioso recurso natural.

O Programa Adasa na Escola (PAE) ministra palestras para alunos da educação infantil ao ensino fundamental, das redes de ensino pública e particular do Distrito Federal. Também atua na formação de professores por meio de cursos de capacitação. O PAE conta com equipe técnica especializada e possui ampla variedade de recursos didático-pedagógicos, tais como cartilhas, módulos de planos de aula para os professores e cadernos de exercícios para os alunos. Cada escola visitada recebe um banner do Guardião da Água, para simbolizar o comprometimento em executar e compartilhar o conhecimento adquirido durante a visita da Adasa.

Criado em 2010, o Programa Adasa na Escola tem por finalidade a formação de agentes multiplicadores de práticas sustentáveis em relação aos usos múltiplos da água e a destinação adequada dos resíduos sólidos. A primeira missão de cada estudante e professor capacitado é colocar em prática o que foi ensinado pelo Programa. Em seguida ele é convidado a ensinar as pessoas ao seu redor a cuidar da água, multiplicando o conhecimento assimilado em sua casa e entre os amigos. Assim, ele se torna um Guardião da Água.

O PAE é Coordenado pela Superintendência de Planejamento e Programas Especiais da Adasa e tem como principais parceiros a Secretaria de Educação, com a qual firmou um Acordo de Cooperação Técnica em 2016, e a Universidade de Brasília – UnB, que disponibiliza alunos do curso de saúde coletiva para atuarem no projeto como estagiários desde 2015.

 

 

 

Mergulhadores fazem a limpeza do LAGO PARANOÁ Fotos

 

 

 

 

Embarcações da Marinha fizeram apoio a limpeza

 

 

 

 

 

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Viva Brasília 64 anos: As várias faces da estética brasiliense

Especial de aniversário da capital tem início com reportagem explorando a identidade brasiliense, do sotaque à culinária, passando pela moda

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Por ‌Jak Spies e Victor Fuzeira, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader

Prestes a completar 64 anos de vida, Brasília é a capital responsável por abrigar todos: desde candangos que edificaram prédios, passando pelos descendentes e aqueles que vêm somente para visitar e conhecer a construção da identidade cultural do Quadradinho.

No especial Viva Brasília 64 anos, a Agência Brasília convida você a lembrar, conhecer e viver o jeitinho brasiliense, contemplado pela arquitetura, culinária, arte, esporte e outras áreas.

Forjada na diversidade, a capital tem gerações que nasceram aprendendo a fazer o balão, descer a tesourinha e pegar o zebrinha – coisas que fazem sentido para os brasilienses e compõem o estilo de vida da cidade, mas podem causar estranhamento a quem vem de fora.

Arte: Agência Brasília

Para a antropóloga e professora do departamento de sociologia da Universidade de Brasília (UnB) Haydèe Caruso, Brasília pode ser pensada de forma muito diversa e com múltiplas identidades devido à própria concepção da cidade, que representa a junção de todas as partes e lugares do Brasil.

“A gente não estabelece padrões culturais por decretos ou protocolos, nós vamos vivendo e construindo a identidade cultural. É difícil dizer que há uma única identidade, até pelo distanciamento entre o Plano Piloto e as outras regiões administrativas, onde há vários movimentos que são berço do rap, do rock e do samba brasiliense. É um caldeirão que reúne o diverso que é o Brasil. A pluralidade pode ser nossa identidade”, explica a especialista.

Arte, cultura, arquitetura, moda e gastronomia ajudam a compor a identidade única de Brasília, cidade que reúne aspectos culturais de todas as partes do país | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

A antropóloga ressalta, ainda, que a identidade cultural é um processo contínuo de construção, em que a própria linguagem e expressões coloquiais locais podem ser citadas como exemplo.

Sotaque brasiliense

Para o brasiliense é comum pegar um baú ou camelo e ir ao Eixão do Lazer ou até mesmo morgar embaixo de um ipê e admirar o céu

Para o brasiliense, é comum pegar um baú ou camelo e ir ao Eixão do Lazer ou até mesmo morgar embaixo de um ipê e admirar o céu de Brasília – aquele conhecido como o mar da cidade. Depois, quem sabe, ir à Igrejinha e mais tarde ao Cine Drive-In ou ao Conic para um frevo.

Se você não é de Brasília, o parágrafo acima pode ser um pouco confuso de entender. Mas não se preocupe, nós o ajudamos a entender o dialeto da cidade que é só o ouro para você não pagar vexa, tá ligado, véi?

Essas são apenas algumas expressões típicas que fazem parte do sotaque brasiliense, tão claro para alguns e questionado por outros. O assunto foi tema do documentário Sotaque Capital, produzido pela jornalista Marcela Franco em 2013.

No curta, a resposta é que sim, existe um sotaque com características próprias no DF, fruto de uma mistura de diversas regiões do país. “Vinham pessoas de todos os estados para cá. Daí nasceu esse sotaque; dizem que é falado de forma cantada e que comemos algumas letras das palavras”, acentua a jornalista.

Outro termo peculiar é “babilônia”, usada para se referir às únicas quadras comerciais do Plano Piloto com ligação subterrânea. Considerada uma quebra de padrão entre as quadras modelos do Plano Piloto, a 205/206 Norte era conhecida como “a quadra estranha do Plano Piloto”, malvista por muitos e amada por alguns, e tema do documentário Babilônia Norte, dirigido por Renan Montenegro, 34.

O cineasta estava entre os que passavam pela quadra e a viam de forma diferente. Lançado em 2013, o curta explora os ângulos e espaços arquitetônicos do espaço, fazendo parte de um movimento de identificação cultural em Brasília que surgiu no mesmo ano. “O que mais potencializou esse movimento foi ser um trabalho feito por brasilienses, convidando mais artistas brasilienses para um público brasiliense. É um discurso bem bairrista: feito aqui, por nós, sobre nós e para nós. É pertencer à cidade e dar ressignificado para as coisas”, conta Renan.

O diretor aponta que o ano de 2013 foi uma virada para a identidade brasiliense e fez diferença na quadra para o que ela é hoje. A mesma lógica, que parte de ocupar os espaços públicos, é aplicada ao Carnaval de Brasília, que já tem um circuito a contemplar os brasilienses que não precisam mais viajar só para se divertir em bloquinhos.

“Para uma cidade nova, dez anos fazem muita diferença. Há um desenvolvimento dos artistas locais e do público. Brasília sempre foi muito fria pela construção arquitetônica e urbanística e pelos endereços cheios de números. Então, até esse movimento de apelidar os lugares, por exemplo, ajuda no processo de chamar a cidade de nossa”, destaca o cineasta.

Moda e gastronomia

O chef André Castro defende a gastronomia com ingredientes locais: “Precisamos começar a olhar para o quintal da gente”

Essa construção de identidade entra em outros campos. Os alimentos típicos do Cerrado são usados na elaboração de menus executivos, festivais gastronômicos e cardápios especiais. Entre os restaurantes que ressaltam essa culinária local está o Authoral, localizado na Asa Sul e comandado pelo chef de cozinha André Castro.

Durante o período em que esteve na Europa, André assimilou o importante aprendizado de enaltecer o local. “Valorizar o ingrediente que está próximo a você, seja porque ele faz parte da cultura, seja porque chega até você mais fresco: isso é valorizar, também, toda a cadeia produtiva que está próxima”, pontua.

Atualmente, há dois pratos incluídos no cardápio nessa linha. O primeiro leva óleo de babaçu tostado no lugar do óleo de gergelim. É um filé de pescada-amarela com crosta de castanhas brasileiras, musseline de batata-doce roxa, creme de moqueca e vinagrete de milho tostado. No outro preparo, é usada uma técnica espanhola para fazer uma croqueta com massa de galinha caipira com emulsão de pequi.

“Infelizmente, o brasiliense ainda conhece pouco do Cerrado. As pessoas nascem e crescem no Cerrado, mas não conseguem falar cinco ingredientes encontrados aqui. Precisamos começar a olhar para o quintal da gente”, comenta o chef.

Na loja Verdurão, Wesley Santos trabalha com duas ‘estações do ano’: seca e chuva

Não só a culinária é influenciada por características locais do DF, mas também a moda. Enquanto muitos países apresentam estações do ano bem-definidas, a marca de roupas Verdurão, criada em 2003, entende que isso não existe na realidade brasiliense.

“Temos duas estações: seca e chuva. E é assim que operamos, com roupas para época de seca e época de chuva. Eu até brinco que a Verdurão começou a falar da identidade cultural de Brasília em uma época em que a gente nem sabia que tinha uma identidade. A marca ajudou a mapear e explicitar essa identidade aos brasilienses”, afirma o diretor criativo da Verdurão, Wesley Santos.

Além de ser uma rede de apoio à economia local e às várias famílias que vivem da produção do vestuário, a Verdurão produz roupas sem nada de origem animal. Algumas são feitas com tecidos biossustentáveis, como fibra de bananeira e de cânhamo.

“Eu já rodei o mundo inteiro e nunca vi nada minimamente parecido com Brasília. É uma cidade cenário diferente de tudo”

Wesley Santos, diretor criativo

Uma das missões da empresa é, segundo Santos, “promover Brasília até para gringo conhecer” e “mostrar para o resto do país o quanto Brasília é massa”. Para o diretor criativo, não é tarefa difícil trabalhar com estampas que retratam o cotidiano da capital federal, usando e abusando dos símbolos brasilienses – placas, fauna, flora, gírias, costumes e cartões-postais.

“Estamos em uma cidade fora do normal, incrível. Temos um estilo de vida que não se encontra em nenhuma cidade do país. Eu já rodei o mundo inteiro e nunca vi nada minimamente parecido com Brasília. É uma cidade-cenário diferente de tudo”, afirma.

Brasília é poesia

Com oito livros repletos de poesias que falam sobre Brasília, o poeta Nicolas Behr compartilha dessa paixão pela cidade onde mora há 50 anos. O autor frisa que tudo está relacionado ao choque inicial que teve com Brasília, quando chegou aos 14 anos, vindo de Cuiabá (MT), e deu de cara com uma cidade estranha, nova e árida.

O poeta Nicolas Behr foi buscar inspiração nas curvas de Brasília para sua arte | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

“Essa aridez me causou um estranhamento, uma dificuldade de aceitar essa cidade e uma tentativa constante de dialogar com ela. Foi daí que nasceu a minha poesia, da tentativa de decifrar Brasília antes que ela me devorasse. É um conflito bom, que vai diminuindo à medida que você vai se incorporando à cidade”, observa.

Behr também comenta que a parte mais visível da estética brasiliense é a contribuição para a arquitetura, sendo impossível falar de Brasília sem passar pelas obras de Oscar Niemeyer. “Antes de Brasília, a arquitetura moderna era feia, pesada, sem leveza, sem graça, sem a criatividade que Oscar Niemeyer nos trouxe. Ele tirou os ângulos retos e trouxe as curvas, deu beleza ao que antes era uma coisa pesada”.

Para o poeta, Brasília representa a maior realização do povo brasileiro. “A grande história de Brasília é o que ela simboliza como uma ideia: a transposição para o papel e para o chão de uma tentativa de organizar o caos. Brasília é a cidade mais racional do mundo. É uma cidade instigante, que ganhou em vida e perdeu em mistério”, declara.

Ele finaliza reforçando que Brasília, por si só, rende muita poesia: “Aqui não existe limite para a criação intelectual. Brasília é uma cidade muito nova e, por ser nova, não tem uma tradição literária. Isso é bom para o artista, porque a tradição é um peso. Em Brasília, o horizonte está na sua frente”.

 

 

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Programa leva estudantes para visitas guiadas no Museu de Arte de Brasília

Mais de 3 mil alunos da rede pública já visitaram o Museu de Arte de Brasília por meio de projeto que oferece transporte gratuito, alimentação e oficinas educativas para os jovens

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Por Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Igor Silveira

 

Foi a primeira vez que a estudante Maiara Kelly Soares dos Santos, de apenas 6 anos, foi ao Museu de Artes de Brasília. De primeira, ela já demonstrou afeição pelas obras, elogiando não só as oficinas com brincadeiras, mas principalmente os quadros que viu durante a visita guiada. “Eu gostei mais das obras de arte, nunca vim aqui. É tudo bonito. Aprendemos o que é mais quente e mais frio”, destacou a pequena, referindo-se à tonalidade das cores ensinadas durante o passeio.

Já foram realizadas 168 visitas guiadas no equipamento público, que ocorrem desde 17 de abril de 2023 | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

Maiara é uma entre os 140 alunos de educação infantil da Escola Classe Córrego Barreira, uma escola rural localizada na Ponte Alta Sul do Gama, e está entre os 3 mil estudantes do DF que já visitaram o museu por meio do MAB Educativo, que conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF). Além das mediações e práticas artísticas, o programa oferece transporte gratuito e lanche para as crianças.

Já foram realizadas 168 visitas guiadas no equipamento público, que ocorrem desde 17 de abril de 2023. Mais de sete mil pessoas já foram alcançadas pelo programa do MAB, divididas entre público espontâneo e público escolar, além de 335 professores de 94 escolas, de 20 regiões administrativas do DF – sendo 90 de escolas públicas e quatro de escolas particulares. Mais de mil pessoas foram atendidas com o transporte gratuito.

“É uma oportunidade que eles têm de sair do ambiente deles, porque nossa escola é do campo e os alunos são de comunidade bem carente, então é uma parceria muito importante. Melhora muito a criatividade, o repertório visual e de palavras, além do desenvolvimento deles no campo da arte”, destacou a vice-diretora da Escola Classe Córrego Barreira, Marlene Alves.

Mais de sete mil pessoas já foram alcançadas pelo programa do MAB, divididas entre público espontâneo e público escolar, além de 335 professores de 94 escolas, de 20 regiões administrativas do DF – sendo 90 de escolas públicas e quatro de escolas particulares

Essas visitas só foram possíveis porque o MAB foi reaberto em 2021, antes fechado desde 2007. A reabertura do espaço cultural foi um dos presentes do aniversário de 61 anos da capital federal. Para o aniversário de Brasília, além das atividades normais durante a semana, o Museu está com uma programação de oficinas especiais nos finais de semana. O MAB fica no Setor de Hoteis e Turismo Norte, trecho 1, Projeto Orla.

Interação com o mundo

O projeto, que tem capacidade atual de receber 480 crianças por semana, também disponibiliza visitas acessíveis em libras e um material educativo para as crianças. De acordo com a coordenadora pedagógica do MAB Educativo, Luênia Guedes, a acessibilidade e o transporte gratuito são a parte principal do programa. “Muitas dessas escolas estão em regiões que ficam longe e não têm condição financeira de levar esse acesso às crianças”, ressaltou.

Com supervisão pedagógica, a turminha recebe a visita mediada de forma lúdica pelo acervo, onde as crianças participam dos jogos desenvolvidos pela equipe de mediadores. Depois, elas seguem para uma oficina no laboratório, que conta com atividades interativas.

“Essa proximidade com a arte já começa transformando e dando a sensação de pertencimento para essas crianças, para que elas possam perceber que o museu é um espaço para a comunidade. A experiência com a arte acessa o sensível, o criar, as possibilidades de reflexão, de interação com o mundo e a capacidade de construir novas realidades e mundos possíveis. Esse trabalho é fundamental para a formação cidadã de cada criança”, reforçou a coordenadora.

 

 

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O ACONCÁGUA

A montanha mais alta fora da Ásia, com 6.961 metros de altitude, e, por extensão, o ponto mais alto tanto no hemisfério ocidental quanto no hemisfério sul.

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O Aconcágua, na Cordilheira dos Andes, com altitude 6.961 metros, localizado na província de Mendoza, Argentina, é o ponto mais alto do hemisfério sul e do Ocidente. A montanha e seus arredores fazem parte do Parque Provincial Aconcágua, que abriga uma série de importantes geleiras.

Porta de entrada do Aconcágua

 

O maior glaciar do Aconcágua é o Ventisquero Horcones Inferior, com cerca de 10 km de comprimento, que desce a partir da face sul da montanha, com aproximadamente 3.600 metros de altitude, perto do acampamento Confluência. Dois outros grandes sistemas de geleira são o Ventisquero de las Vacas Sur e Glaciar Este/Ventisquero Relinchos, com cerca de 5 km de comprimento. A face mais conhecida é a do Nordeste, chamada de Glaciar dos Polacos, uma rota desbravada por montanhistas da Polônia em 9 de março de 1934.

No entanto, a primeira tentativa de chegar ao cume do Aconcágua foi em 1883, por um grupo liderado pelo geólogo alemão Paul Gussfeldt. A rota que ele fez é agora um itinerário bastante usado.

A pessoa mais jovem a chegar ao cume do Aconcágua foi Tyler Armstrong, da Califórnia, Estados Unidos. Ele tinha nove anos de idade quando alcançou o cume em 24 de dezembro de 2013.  A pessoa mais velha a escalar foi Scott Lewis, que alcançou o cume em 26 de novembro de 2007, aos 87 anos de idade. No ano de 2022, 4.600 montanhistas participaram de expedições ao Aconcágua e, deste total, 153 perderam a vida tentando alcançar o cume.

Para saber mais: Siga no Instagram @pehauck e @altamontanha

 

 

A primeira tentativa de chegar ao cume do Aconcágua foi em 1883, por um grupo liderado pelo geólogo alemão Paul Gussfeldt. A rota que ele fez é agora um itinerário bastante usado

 

 

TRÊS ALPINISTAS BRASILEIROS

Em 3 de fevereiro de 2024, completaram 26 anos da tragédia que se abateu sobre três alpinistas brasileiros quando tentavam o feito inédito de chegar ao cume do Aconcágua pela face sul. Alexandre Oliveira, Mosart Catão e Othon Leonardos foram arrastados por uma avalanche, estando os corpos até hoje na Cordilheira dos Andes.

 

Citado três vezes no ‘Guinness Book’, Mosart Catão era considerado um dos melhores do Brasil no esporte. Alexandre Oliveira tinha dez anos de escalada e se destacava na rocha e em alta montanha, devido à sua excelente capacidade de aclimatação.  Othon Leonardos era de Brasília e esta era sua primeira vez no Aconcágua. A tragédia aconteceu seis dias depois deles terem saído do acampamento base, sendo dois a espera pela melhora no tempo.

Essa poesia foi capa da Folha do Meio Ambiente, edição Ecoturismo – março de 1998.

 

 

Três amigos e três heróis: Aconcágua serás!

ACONCÁGUA SERÁS!


Silvestre Gorgulho


Meu fascínio é teu desafio
e ambos são os preços para tua glória.
Fascínio e desafio são minhas oportunidades
para fazer amigos e heróis.
Amigos, aqueles que chegam aqui em cima, me acariciam e voltam.
Heróis, aqueles que aqui permanecem
e que, por todo o sempre, dormirão ao meu lado,
dividindo comigo magias e encantos.

 

Eu sinto falta de meus amigos,
aqueles que me visitam e retornam às suas casas.
Sentirás falta de teus amigos,
aqueles que aqui plantam sua morada.
Não chores por eles.
São meus heróis. Meus escolhidos.
Serão sentinelas brancas,
marcando o território de suas pátrias.
Serão Aconcáguas como eu.


Neste meu céu, sem pássaros e sem flores,
sem o voo solitário do Condor,
minha natureza é o ar, a pedra, a neve e meus alpinistas.
Sim, meus centenas alpinistas, meus heróis,
que como Mozart, Alexandre e Othon
deram um tempo na sua escalada
e quedaram neste céu para sempre.


Todos eles buscaram a glória. E a tiveram.
Venceram o ermo e a solidão.
Cada um deles tem consigo a bandeira congelada de sua Pátria
que seria desfraldada em calorosas emoções, risos e lágrimas.


Montanhista!
Ao beijar a minha testa,
terás o mundo a teus pés.
Mas, se por acaso, o destino
deixar que repouses ao meu lado,
dorme… dorme, meu Herói!
Dorme tranquilo que velarei por ti eternamente…
Aconcágua serás!

 

 

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Reportagens

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