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ARARAJUBA
AS CORES DA BANDEIRA NACIONAL
Silvestre Gorgulho

Nome comum: Ararajuba
Nome científico: Guaruba guarouba
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Habitat: Floresta tropical úmida
Dieta: herbívoro
Tempo de vida médio na natureza: 30 anos
Tamanho: 34 cm – Peso: 300 g
A ararajuba é endêmica da Amazônia brasileira e tem um padrão de cores em amarelo e verde que torna difícil não pensar na bandeira nacional. Ela gosta de áreas de terra firme e altitude baixa, menos de 300 m acima do nível do mar. Por lá, escolhe grandes árvores ocas e isoladas da vegetação ao redor para fazer seus ninhos – uma forma de proteger-se de predadores como macacos e cobras.
As ararajubas têm o hábito alimentar das araras em geral. Elas comem sementes, frutos oleosos, frutas e flores e vivem em bandos. Na verdade, trata-se de um animal bastante sociável, encontrado em grupos de até 20 indivíduos. A fase reprodutiva vai de agosto a setembro e o tempo de incubação é de 30 dias. Atingem a maturidade aos dois anos de idade e podem viver até 30 anos.
Os pesquisadores ainda não chegaram a um consenso sobre como se comportam no que tange à reprodução, mas há uma suspeita de que múltiplos pares se reproduzam de maneira comum uns com os outros. A cada ninhada, são postos dois ou três ovos. Os filhotes nascem após cerca de um mês e são cuidados por todo o bando até se tornarem adultos.
PADRÃO DE CORES
Por conta do seu belo padrão de cores e de escolherem árvores isoladas para fazerem ninho, as ararajubas são muito visadas para capturas, tanto por pessoas que as criam como animais de estimação quanto por traficantes ilegais.
Ainda no século 16, o jesuíta português Fernão Cardim afirmou que uma ararajuba valia o preço de dois escravos. Some-se a isso a destruição do seu habitat, e a espécie é encontrada hoje em número reduzido na natureza. O número tido como consenso era de 2,5 mil indivíduos, mas recentemente foi revisto para 10 mil. Mesmo assim, a perspectiva é de uma perda populacional de 20% a 30% nos próximos 50 anos.

Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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