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MAJESTADE O SABIÁ, A AVE DO CANCIONEIRO POPULAR

Andreza Amaral – Bióloga (especial para a Folha do Meio)
Ponto de Vista
Os sabiás são aves pequenas, variando entre 17 e 25 cm, pertencentes ao grupo dos passeriformes. Estão presentes no mundo inteiro, nas capoeiras, cerrados e beiras de mata, e frequentam fazendas e habitações rurais do interior, onde costumam fazer seus ninhos nos pomares. Sempre realizam migrações em grande escala, à procura de regiões mais quentes na época de inverno, voltando para casa quando a temperatura esquenta.
Em geral, têm plumagem pouco chamativa, destacando-se apenas o colorido da garganta, principalmente quando ele canta ou estica o pescoço, e a coloração do bico quando estão em fase de acasalamento, que fica com um tom mais forte, sendo os machos e as fêmeas muito parecidos.
O canto do Sabiá é muito admirado. Lembra o som de uma flauta. Seu canto é sempre mais belo nas matas, perdendo seu brilho nas cidades grandes.
O macho canta mais quando quer encontrar uma namorada, já as fêmeas são mais caladas. Há espécies capazes até de imitar outras aves, como o carachué-de-bico-amarelo, do oeste do país.
São importantes na disseminação de sementes, especialmente de palmeiras, comendo os coquinhos e cuspindo as sementes depois de quase uma hora, além de adorarem frutas de um modo geral, não dispensando uma suculenta aranha, ou até mesmo vermes e pequenos moluscos.
São aves muito ativas, gostam de pular, correr no solo, virar folhas na mata, sacodem a cauda, tornando-se mais inquietos à tardinha, quando voam em redor da área onde pretendem dormir, emitindo vozes de chamada e advertência, na disputa de melhor lugar para empoleirar-se. São muito desconfiados e gostam de se esconder. São muito briguentos também, disputando as frutinhas de uma árvore com outros grupos de aves.
Seu ninho é como uma tigela funda, de paredes grossas, às vezes reforçado com barro por fora. É construído solidamente em árvores, tocos, vãos de telhados ou até mesmo em barrancos.
No período quente do ano, a fêmea põe quatro ovinhos verde-azulados com pintinhas cor de ferrugem e os choca por 12 dias, sendo os filhotes cuidados pelos pais até ficarem com 17 dias. Algumas vezes nascem filhotes albinos, especialmente nas cidades, mas estes não têm muita sorte, costumam ser solitários e podem ser facilmente vistos por predadores. Além do homem que o aprisiona, o Sabiá tem outros inimigos naturais, dentre eles alguns mamíferos e até mesmo rãs.
Grande cantor, o Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), maior representante deste grupo no Brasil, com cerca de 27cm e pesando até 75g, tem o dorso marrom e a barriga laranja-ferrugem. É a espécie mais famosa e também a mais comum, preferindo viver na mata, em parques, quintais, mas também pode ser encontrado nas cidades, perto das casas, desde que haja arborização.

Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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