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Em escola da Candangolândia, o aprender brincando

Coordenadora pedagógica da unidade diz que brincar é coisa séria

 

Na Escola Classe 01, da Candangolândia. o ensino por meio de um método lúdico, mediado por brincadeiras, é ministrado por 20 professoras| Fotos: Paulo H Carvalho/Agência Brasília

 

CATARINA LIMA, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: RENATA LU

“Brincar é coisa séria”. Essa frase norteia o trabalho da coordenadora pedagógica da Escola Classe 01, da Candangolândia, Ana Maria Miranda. A unidade, criada há 36 anos, tem hoje 460 alunos que se revezam semanalmente entre as aulas presenciais e remotas. O ensino por meio de um método lúdico, mediado por brincadeiras, é ministrado por 20 professoras.

 

Tabuleiros de damas, amarelinha e pegadas, tudo pintado no chão do pátio, assim como palitinhos de madeira, são parceiros das professoras na alfabetização dos pequenos. Ana Maria, com 25 anos de magistério, destaca a importância de brincar na vida das crianças, inclusive na hora de estudar.

“A aprendizagem tem muito mais eficácia quando se brinca, porque brincar é uma coisa natural da criança”, explicou a coordenadora. Como exemplo do benefício do método, a educadora destacou que é muito melhor brincar de formar palavras do que escrever dez ou 15 vezes a mesma coisa para decorar.

O ensino lúdico tem sido um grande aliado das professoras neste momento de retorno às aulas após a pandemia de coronavírus. Segundo Ana Maria, as crianças voltaram sem saber sequer correr. “Durante o tempo de ensino remoto as crianças não tiveram educação infantil. Estavam o tempo todo na frente do computador”, destacou.

“A aprendizagem tem muito mais eficácia quando se brinca, porque brincar é uma coisa natural da criança”Ana Maria Miranda, coordenadora pedagógica da Escola Classe 01 da Candangolândia

A diretora da Escola Classe 01, Adriana Martins Galeno, está pela segunda vez à frente da administração da unidade. Seu primeiro mandato foi de 2012 a 2013 e o atual teve início em 2017. Adriana contou que algumas docentes que chegam à unidade às vezes têm dificuldade com o método lúdico de ensino, mas logo se engajam no projeto. “O retorno que os pais dão sobre o método de ensino é muito bom. Como muitos deles estudaram na escola, fazem a comparação com a época deles”, contou.

A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, diz que aprender brincando funciona muito bem na primeira infância. “Sobre o método lúdico, ele foi preconizado pela médica e educadora italiana Maria Montessori e até hoje é bastante difundido pelo mundo”, ressalta.

“Ela defendia que o caminho do intelecto passa pelas mãos, porque é por meio do movimento e do toque que as crianças exploram e decodificam o mundo ao seu redor, percebendo que cada brinquedo e brincadeira criados nesse método, tem uma função para auxiliar de modo eficiente o desenvolvimento da criança de uma forma lúdica. Assim como o ambiente, a atividade sensorial e motora, utilizada no método lúdico, desempenha função essencial, ou seja, dá vazão à tendência natural que as crianças têm de tocar e manipular tudo o que está ao seu alcance”, explica a secretária.

 

Tabuleiros de damas, amarelinha e pegadas, tudo pintado no chão do pátio, assim como palitinhos de madeira, são parceiros das professoras na alfabetização dos pequenos

Materiais concretos

A coordenadora aposta que brincar com materiais concretos é a maneira mais eficaz de aprender. “A matemática precisa ser aprendida no concreto. Não adianta eu saber que dois mais dois são quatro se não pegar quatro palitos e descobrir que dois mais dois é igual a quatro. Se somente alguém me falar, vou apenas decorar”, explicou.

Além de auxiliar na alfabetização e no aprendizado das crianças, o método de aprender brincando também ajuda na socialização e no ensino dos pequenos que apresentam algum tipo de problema, como por exemplo, a hiperatividade. “O brinquedo e a brincadeira são nossos aliados o tempo todo” destacou.

Reforma

Os brinquedos pedagógicos do pátio da escola foram pintados no chão durante o período de fechamento da unidade, na pandemia. Mas não foram só brinquedos pedagógicos que a unidade ganhou. De acordo com a coordenação de ensino do Núcleo Bandeirante, a reforma começou em 2019 e terminou neste ano.

A quadra poliesportiva ganhou cobertura, os banheiros foram reformados, toda a escola foi pintada, um parquinho foi construído e colocado piso de granitina. O valor total da obra foi de R$ 422 mil. “Muitos alunos chegam e falam, “como minha escola está bonita.”

 

 

 

 

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Cine Brasília fará exibição especial de reabertura no dia 22 de abril

Na data em que celebra 60 anos de história, espaço tradicional da cultura brasiliense terá filme sobre JK na telona

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Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

 

No marco dos 60 anos de história do Cine Brasília e em meio às comemorações do 64º aniversário da capital, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF) traz uma grande novidade para os amantes do cinema. No dia 22 de abril, às 11h, o Cine Brasília reabrirá as portas com uma sessão especial, apresentando pela primeira vez nas telonas o longa-metragem JK – O Reinventor do Brasil.

O Cine Brasília será reentregue à população | Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília

Produzido pela TV Cultura, o filme resgata e celebra a vida e o legado do ex-presidente Juscelino Kubitschek, responsável pela fundação da jovem capital brasileira. Narrado no estilo podcast, o documentário integra um projeto amplo da emissora dedicado ao ex-presidente, incluindo exposições e uma fotobiografia com imagens inéditas de Juscelino, figura central na história do Brasil como o fundador de Brasília e líder do país entre 1956 e 1961.

Além da exibição do filme, os visitantes do Cine Brasília poderão visitar a exposição e a fotobiografia exclusiva do ex-presidente. O evento marca não apenas a reabertura do Cine Brasília, mas também oferece aos brasilienses uma oportunidade única de explorar a trajetória inspiradora de JK e sua influência no cenário político e cultural do país.

*Com informações da Secec

 

 

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TV Câmara Distrital leva aos brasilienses o melhor da música instrumental

Lançado no dia do aniversário de Brasília, o programa será um tributo aos músicos locais. A estreia será com o Duo Mandrágora.

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Foto: Reprodução/ TV Câmara Distrital

A partir deste domingo – 21 de abril –, a TV Câmara Distrital levará ao ar o programa “Brasília Instrumental”, série de pocket shows que apresentará, a cada edição, músicos do DF em performances exclusivas. A estreia será com o Duo Mandrágora, que traz, como convidada especial, a percursionista Bety Vinyl.

Formado pelos violonistas Daniel Sarkis e Jorge Brasil, o dueto tem uma trajetória de mais de duas décadas, com temporadas em cidades brasileiras e de outros países. Na estreia do “Brasília Instrumental”, os músicos vão tocar composições autorais: “Sideral” (Brasil); “Paralelo 31” (Sarkis e Brasil); “Espiral” (Sarkis e Brasil), além de “Pega mata e come”, também da dupla.

O programa vai ao ar sempre às 21h30 de domingo e, a cada semana, será lançado um novo episódio, com duração de 30 minutos. Haverá reprises diárias – segunda, quarta e sexta, às 18h30; terças e quintas, 23h; e aos sábados, com início às 14h50.

Próximas atrações

Depois do Duo Mandrágora, será a vez do teclado de José Carrera e do contrabaixo de Paulo Dantas (28/4); de Oswaldo Amorim e Paulo André Tavares (5/5), contrabaixo e guitarra, respectivamente; Félix Junior, com seu violão 7 cordas (12/5); da gaita de Pablo Fagundes e do violão de Marcus Moraes (19/5); e da apresentação de Reco do Bandolim acompanhado do Grupo Choro Livre (26/5).

A TV Câmara Distrital é acessada pelo canal 9.3 (aberto), 11 da NET/Claro e 9 da Vivo. Também está disponível no YouTube.https://www.youtube.com/channel/UCq1lyhE02Q9I0x8gBDM9lOQ

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Programa “Brasília Instrumental”
Duo Mandrágora e Bety Vinyl
TV Câmara Distrital
Domingo (21/4), às 21h30 (com reprises)

Agência CLDF

 

 

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Anvisa discute nesta sexta regulamentação de cigarro eletrônico

Fabricação e comercialização são proibidas no país desde 2009

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A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discute nesta sexta-feira (19) a regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil. A reunião estava prevista para a última quarta-feira (17), mas foi adiada por causa de problemas técnicos e operacionais identificados no canal oficial de transmissão da agência no YouTube.

Desde 2009, uma resolução da agência proíbe a fabricação, comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, popularmente conhecidos como vape. No ano passado, a diretoria colegiada aprovou, por unanimidade, relatório técnico que indicava a necessidade de se manter a proibição dos dispositivos e a adoção de medidas adicionais para coibir o comércio irregular, como ações de fiscalização e campanhas educativas.

Entenda

Os dispositivos eletrônicos para fumar são também conhecidos como cigarros eletrônicos, vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Embora a comercialização no Brasil seja proibida, eles podem ser encontrados em diversos estabelecimentos comerciais e o consumo, sobretudo entre os jovens, tem aumentado.

Desde 2003, quando foram criados, os equipamentos passaram por diversas mudanças: produtos descartáveis ou de uso único; produtos recarregáveis com refis líquidos (que contém, em sua maioria, propilenoglicol, glicerina, nicotina e flavorizantes), em sistema aberto ou fechado; produtos de tabaco aquecido, que possuem dispositivo eletrônico onde se acopla um refil com tabaco; sistema pods, que contém sais de nicotina e outras substâncias diluídas em líquido e se assemelham a pen drives, entre outros.

Consulta pública

Em dezembro, a Anvisa abriu consulta pública para que interessados pudessem participar do debate sobre a situação de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil, “com argumentos científicos e relatos relevantes relacionados ao tema”. A proposta de resolução colocada em discussão pela agência foi a de manutenção da proibição já existente. A consulta foi encerrada em fevereiro. Pouco antes do prazo ser encerrado, a Anvisa havia recebido 7.677 contribuições sobre o tema.

Perigo à saúde

Com aroma e sabor agradáveis, os cigarros eletrônicos chegaram ao mercado com a promessa de serem menos agressivos que o cigarro comum. Entretanto, a Associação Médica Brasileira (AMB) alerta que a maioria absoluta dos vapes contém nicotina – droga psicoativa responsável pela dependência e que, ao ser inalada, chega ao cérebro entre sete e 19 segundos, liberando substâncias químicas que trazem sensação imediata de prazer.

De acordo com a entidade, nos cigarros eletrônicos, a nicotina se apresenta sob a forma líquida, com forte poder aditivo, ao lado de solventes (propilenoglicol ou glicerol), água, flavorizantes (cerca de 16 mil tipos), aromatizantes e substâncias destinadas a produzir um vapor mais suave, para facilitar a tragada e a absorção pelo trato respiratório. “Foram identificadas centenas de substâncias nos aerossóis, sendo muitas delas tóxicas e cancerígenas.”

Ainda segundo a AMB, o uso de cigarro eletrônico foi associado como fator independente para asma, além de aumentar a rigidez arterial em voluntários saudáveis, sendo um risco para infarto agudo do miocárdio, da mesma forma que os cigarros tradicionais. Em estudos de laboratório, o cigarro eletrônico se mostrou carcinógeno para pulmão e bexiga.

Surto de doença pulmonar

Entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, foi registrado um surto de doença pulmonar em usuários de cigarros eletrônicos. Apenas nos Estados Unidos, foram notificados quase 3 mil casos e 68 mortes confirmadas.

Congresso Nacional

Além do debate no âmbito da Anvisa, tramita no Senado o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, de autoria da senadora Soraya Thronicke, que permite a produção, importação, exportação e o consumo dos cigarros eletrônicos no Brasil.

Jovens

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, 22,6% dos estudantes de 13 a 17 anos no país disseram já ter experimentado cigarro pelo menos uma vez na vida, enquanto 26,9% já experimentaram narguilé e 16,8%, o cigarro eletrônico.

O estudo ouviu adolescentes de 13 a 17 anos que frequentavam do 7º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio das redes pública e privada.

Controle do tabaco

O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua política de controle do tabaco. Em julho de 2019, tornou-se o segundo país a implementar integralmente todas as medidas previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no intuito de reduzir o consumo do tabaco e proteger as pessoas das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).

Edição: Graça Adjuto

ebc

 

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