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Onde tem Onça, tem vida
Parque Nacional do Iguaçu: câmeras registram filhotes de onça-pintada

O ICMBio informa: uma das câmeras instaladas no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, registrou a imagem de duas jovens onças-pintadas, com cerca de um ano de idade. Uma delas é fêmea, a outra ainda não foi possível identificar por causa da imagem distorcida. O nascimento dos filhotes é importante para a renovação e esperança de continuidade da espécie, comemoram os pesquisadores do Parque.
Segundo os pesquisadores do ICMBio, as onças-pintadas podem ter de um a quatro filhotes. Eles ficam com a mãe por um período de até 2 anos. Dentro do Parque Nacional do Iguaçu é desenvolvido o Projeto Onças do Iguaçu, que tem como missão a conservação da onça-pintada como uma espécie chave para a conservação de toda a biodiversidade do Parque. A equipe do Projeto vem realizando um censo de onças-pintadas no Parque em 2020.
A população de onças-pintadas do Corredor Verde (Brasil e Argentina) é monitorada pelas equipes do Proyecto Yaguareté (Argentina) e Projeto Onças do Iguaçu (Brasil) através de censos bianuais. “Esse é o maior esforço mundial para acompanhamento da espécie, tanto em área, pois são amostrados cerca de 600 mil hectares, quanto em período de amostragem, já que o censo é realizado desde 2003”, explica Yara de Melo Barros, coordenadora-executiva do Projeto Onças do Iguaçu.
ÚILTIMO CENSO: 105 ONÇAS
Segundo ela, no último censo de onças-pintadas realizado em 2018, estimou-se que existem no Parque Nacional do Iguaçu 28 onças-pintadas, um aumento de 27% em relação à estimativa de 2016. Em toda a região do Corredor Verde, que abrange Brasil e Argentina, a estimativa foi de 105 onças-pintadas. O Censo 2020 teve início em outubro, e as armadilhas fotográficas ficam em campo até final do mês de dezembro. Serão três meses coletando informações sobre as onças. A análise desses dados vai gerar estimativas do número atual de animais tanto no Parque Nacional do Iguaçu quanto em toda a região do Corredor Verde. “O trabalho mostra como dois países podem trabalhar juntos para conservar essa espécie fantástica e tão ameaçada”, ressalta Yara.
LEMA DOS CENSOS
“Onde Tem Onça Tem Vida”, esse é o lema dos censos. Como predador de topo de cadeia, a onça-pintada é um excelente indicador da qualidade do ambiente. Além da dificuldade que é instalar armadilhas mata adentro, os pesquisadores se depararam com o desafio da pandemia. Entretanto, a equipe segue protocolos sanitários que envolvem uso de máscaras, higienização de material usado e distância física.

Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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