Artigos

Um Dia No Parque tem programação do Pampa à Amazônia

Programação da maior ação de valorização de Unidades de Conservação do Brasil une lazer, cultura e educação ambiental

 

Faltam menos de 30 dias para a maior ação de valorização das Unidades de Conservação do Brasil. Dia 24 de julho, áreas naturais protegidas em todo o país vão receber visitantes para a quinta edição do Um Dia No Parque com atividades em todos os biomas.

Na Caatinga, por exemplo, será possível fazer trilha de bike e observar as aves típicas da região na Área de Proteção Ambiental (APA) da Bica do Ipu, no município de Ipu, noroeste do Ceará..

Já para quem quiser conhecer uma região de transição entre biomas no Brasil, uma boa pedida é o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, em Mato Grosso do Sul. Criado para proteger resquícios de Mata Atlântica, o Parque tem influência direta dos biomas Cerrado e Pantanal. A Secretaria de Turismo da Prefeitura de Miranda abriu inscrição para levar 30 pessoas à trilha no Cânion do rio Salobra.

Desde 2018, o Um Dia No Parque convida o público geral, de crianças a pessoas idosas, para conhecer uma Unidade de Conservação (UC) próxima de casa, ou então viajar para descobrir belezas mais distantes. Segundo a diretora-executiva da Rede Pró Unidades de Conservação e idealizadora do UDNP, Angela Kuczach, esta é uma oportunidade para aproximar as pessoas das UCs. “Quando uma pessoa visita uma Unidade de Conservação e faz uma atividade em contato com a natureza, aquela área deixa de ser algo distante e passa a fazer parte de boas lembranças. Esta é a melhor maneira de mostrar a importância das UCs não somente para a preservação, mas também para a qualidade de vida das pessoas”, afirma Kuczach.

A cada nova edição do evento, o número de Unidades de Conservação cadastradas cresce, aumentando também a curiosidade dos visitantes. Em 2021, foram 350 UCs inscritas. O WWF-Brasil, que atua na conservação e recuperação ambiental, incentiva a visitação. “O Brasil é um país rico em biodiversidade, tem uma série de parques e áreas protegidas que muita gente não conhece. O objetivo deste dia é celebrar estas áreas e aproximar as pessoas da natureza”, afirma Mariana Napolitano, gerente de ciências do WWF-Brasil.

Para o Imazon, a campanha Um Dia No Parque é uma oportunidade para mobilizar a sociedade em prol da conservação ambiental. “O público pode conhecer e vivenciar os benefícios que uma área protegida pode trazer para o ser humano, como no fornecimento de água, ar puro, sementes, frutos, espaço de lazer, esportes e contemplação da natureza. Por isso, nos empenhamos anualmente para realizar eventos e programações que envolvam diferentes públicos no país inteiro.  O objetivo é mostrar a importância de proteger os nossos biomas, com sua fauna, flora e os modos de vida de povos e comunidades tradicionais que habitam nos territórios. Esses espaços são patrimônio público do povo brasileiro, por isso devemos usá-los e protege-los”, complementa Jakeline Pereira, pesquisadora do Imazon.

Atividades em todos os biomas e todas as regiões

Tem programação confirmada do sul ao norte do país. Na Amazônia, no município de Novo Airão, o Parque Nacional do Jaú recebe visitantes especiais. Além dos turistas pagantes, moradores de Novo Airão têm a oportunidade de conhecer, de graça, um patrimônio natural e cultural durante o Um Dia No Parque.

“Como é um passeio caro, com logística de duas horas de lancha, o Parque convida 20 moradores do município para passar o dia na Unidade de Conservação”, conta Josângela da Silva Jesus, analista ambiental do ICMBio de Novo Airão.

Eles são recebidos com lanche e almoço e conhecem os principais atrativos, como os petróglifos, pinturas rupestres nas pedras do rio Jaú, e a Sumaúma da Enseada, ponto com acesso de lancha para avistar a maior sumaúma do parque, que é uma árvore imponente. Além disso, percorrem a Trilha de Itaubal, com cinco quilômetros.

Esta atividade no Parque Nacional do Jaú existe desde o primeiro UDNP. Segundo Josângela, o engajamento dos moradores com a conservação do Parque é visível. “É muito forte o interesse das pessoas, muita gente se oferece como voluntário para proteger o Parque, passam a defender muito mais a existência dele”, conta.

Se o UDNP vai do norte ao sul do país, podemos viajar ao bioma Pampa, no Rio Grande do Sul, e conhecer o Parque Natural Municipal da Pedra do Segredo. Localizado em um dos mais antigos municípios gaúchos, Caçapava do Sul, o parque fica a 11 quilômetros do centro da cidade.

Com preço acessível, de 10 reais por visitante, o UDNP tem programação geológica e cultural. Haverá roda de conversa para resgate da história dos povos originários, uma trilha ecológica guiada com seis quilômetros de percurso, e uma atividade lúdica que ajuda na conservação futura da Unidade de Conservação, com plantio de árvores nativas pelos visitantes.

A gestora do Parque, Jackeline Moreira, conta que participa do UDNP desde 2019. “Temos visitantes que participam todos os anos. Percebemos que muitos se orgulham de participar do dia, ressignifica a relação das pessoas com as áreas protegidas, a maioria entende que o Parque também é delas”.

Em todo o país, a Rede Brasileira de Trilhas (RBT) une as Unidades de Conservação por meio de trilhas de longo curso. Parceira do Um Dia No Parque desde 2019, a RBT tem um projeto de conservação para além do perímetro dos parques. “O Um Dia No Parque está no DNA da Rede Brasileira de Trilhas. Nós temos o objetivo a longo prazo de proteger, de alguma forma, as trilhas que conectam os parques. Como o Um Dia No Parque defende as Unidades de Conservação, faz total sentido estarmos juntos”, afirma Pedro da Cunha e Menezes, diretor da Rede Brasileira de Trilhas.

O Um Dia No Parque vai além da visitação. O gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, Emerson Antonio de Oliveira, explica que o turismo ecológico atrai não só turistas, mas futuros conservadores. “Nós acreditamos que a visitação é uma maneira poderosa de fortalecer as Unidades de Conservação, sejam elas municipais ou estaduais, ou ainda as Reservas Particulares do Patrimônio Natural [RPPNs]. Isso gera benefícios tanto para o meio ambiente como para a sociedade”. A Fundação lançou em 2021 o diagnóstico “As Unidades de Conservação, os desafios e oportunidades para o turismo na retomada da economia“, que avalia o potencial do ecoturismo nas UCs.

Como participar do Um Dia No Parque?

Pela página da ação na internet, visitantes podem pesquisar a Unidade de Conservação mais próxima de casa em todo o país por meio de um mapa interativo e filtros. Também dá para ficar por dentro da programação de atividades nas redes sociais do Um Dia No Parque. Unidades de Conservação podem se inscrever até dia 3 de julho para participar e propor atividades na maior mobilização pelas áreas protegidas do país pelo formulário neste link.

Sobre a Coalizão Pró-UCs 

A Coalizão Pró-Unidades de Conservação é um grupo de instituições que se propõe a congregar empresas e organizações da sociedade civil comprometidas com a valorização e a defesa das Unidades de Conservação da Natureza. Integram a Coalizão: Rede Pró UC – Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, Fundação SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional – CI Brasil, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, FUNBIO – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, Instituto Semeia, WWF-Brasil, The Nature Conservancy – TNC Brasil, Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e a UICN-Brasil – União Internacional para a Conservação da Natureza.

 

 

 

 

Artigos

VENTO DA ARTE NOS CORREDORES DA ENGENHARIA

Lá se vão 9 anos. Março de 2014.

Publicado

em

 

No dia 19 de março, quando o Sinduscon – Sindicato das Indústrias da Construção Civil do DF completava 50 anos, um vendaval de Arte, Musica, Pintura adentrou a casa de engenheiros, arquitetos e empresários e escancarou suas portas e janelas para a Cultura.
Para que o vento da arte inundasse todos seus corredores e salões, o então presidente Júlio Peres conclamou o vice Jorge Salomão e toda diretoria para provar que Viver bem é viver com arte. E sempre sob as asas da Cultura, convocou o artista mineiro Carlos Bracher para criar um painel de 17 metros sobre vida e obra de JK e a construção de Brasília. Uma epopeia.
Diretores, funcionários, escolas e amigos ouviram e sentiram Bracher soprar o vento da Arte durante um mês na criação do Painel “DAS LETRAS ÀS ESTRELAS”. O mundo da engenharia, da lógica e dos números se transformou em poesia.
Uma transformação para sempre. Um divisor de águas nos 50 anos do Sinduscon.
O presidente Julio Peres no discurso que comemorou o Cinquentenário da entidade e a inauguração do painel foi didático e profético:
“A arte de Carlos Bracher traz para o este colégio de lideranças empreendedoras, a mensagem de Juscelino Kubitschek como apelo à solidariedade fraterna e à comunhão de esforços. Bracher é nosso intérprete emocionado das tangentes e das curvas de Oscar Niemeyer e Lucio Costa. Nos lances perfomáticos de seu ímpeto criador, Bracher provocou um espetáculo de emoções nas crianças, professores, convidados, jornalistas e em nossos funcionários.
Seus gestos e suas pinceladas de tintas vivas plantaram sementes de amor à arte. As colheitas já começaram.”
Aliás, as colheitas foram muitas nesses nove anos e serão ainda mais e melhor na vida do Sinduscon. O centenário da entidade está a caminho…
Sou feliz por ter ajudado nessa TRAVESSIA.
SG
Fotos: Carlos Bracher apresenta o projeto do Painel. Primeiro em Ouro Preto e depois visita as obras em Brasília.
Na foto: Evaristo Oliveira (de saudosa Memória) Jorge Salomão, Bracher, Julio Peres, Tadeu Filippelli e Silvestre Gorgulho
Continue Lendo

Artigos

METÁFORAS… AH! ESSAS METÁFORAS!

Publicado

em

 

Sou fascinado com uma bela metáfora. Até mesmo porque não há poesia sem metáfora. Clarice Lispector é a rainha das metáforas. Maravilhosa! Esta figura de linguagem é uma poderosa forma de comunicação. É como a luz do sol: bate n’alma e fica.
Incrível, mas uma das mais belas metáforas que já li é de um naturalista e geógrafo alemão chamado Alexander Von Humbolt, fundador da moderna geografia física e autor do conceito de meio ambiente geográfico. [As características da fauna e da flora de uma região estão intimamente relacionadas com a latitude, relevo e clima]
Olha a metáfora que Humbolt usou para expressar seu encantamento pelo espetáculo dos vagalumes numa várzea em terras brasileiras.
“OS VAGALUMES FAZEM CRER QUE, DURANTE UMA NOITE NOS TRÓPICOS, A ABÓBODA CELESTE ABATEU-SE SOBRE O PRADOS”.
Para continuar no mote dos vagalumes ou pirilampos tem a música do Jessé “Solidão de Amigos” com a seguinte estrofe:
Quando a cachoeira desce nos barrancos
Faz a várzea inteira se encolher de espanto
Lenha na fogueira, luz de pirilampos
Cinzas de saudades voam pelos campos.
Lindo demais! É a arte de vagalumear.
Continue Lendo

Artigos

A LUA CHEIA DE MARÇO FAZ DUAS HOMENAGENS ÁS MULHERES E AO TIÃO NERY PELOS 91 ANOS

Publicado

em

 

Vou confessar. Sou como o Sebastião Nery: gosto de viajar mais por palavras do que por avião, ônibus ou carro.
Mas viajar de trem, gosto também. Sabe por quê? Simples, porque a vida é uma viagem de trem. Embarca aqui, desembarca ali. Conhece um aqui, fica amigo de outro ali. Perde um tempão aqui, mas ganha uma surpresa imensa acolá.
E nesse trem de sobe e desce, entra e sai, dorme e acorda a gente vai curtindo Manuel Bandeira com seu
“Café com pão, café com pão, café com pão… Virge Maria que foi isso maquinista?”
Este 8 de março é lua cheia para duas homenagens. Às MULHERES e ao jornalista Sebastião Nery, que completa hoje 91 anos.
Em 1976, eu organizei a festa dos 44 anos do Nery aqui em Brasília, com um churrasco. Meu Deus, e o tempo passa. Depois fiz a sua festa de 50 anos e muitos outros aniversários passamos juntos.
Quando Nery fez 80 anos, a festa foi no restaurante Forneria (hoje Rancho Português) lá na Lagoa-RJ. Junto com meu irmão João Vitor fizemos a cachaça TIÃO NERY – 80 graus. Um sucesso!
Voltando ao trem da vida, vale lembrar Villa Lobos com seu Trenzinho Caipira:
“Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar”.
O trem é assim mesmo: vai pela serra, vai por aldeias, matas, pontilhões, corações e atravessa a vida.
Hoje, dia 8, o NERY faz 91 anos. E o trem vai chegando na Estação da Saudade para a gente embarcar em mais uma viagem de aniversário. O Nery na Barra da Tijuca, agora sem a Bia, e eu aqui em Brasília.
Trem difícil é passar aniversário longe dos amigos de fé.
ABRAÇO DE

PARABÉNS

, MEU AMIGO!

O trem é assim mesmo: vai pela serra, vai por aldeias, matas, pontilhões, corações e atravessa a vida.
Hoje, dia 8, o NERY faz 91 anos. E o trem vai chegando na Estação da Saudade para a gente embarcar em mais uma viagem de aniversário. O Nery na Barra da Tijuca, agora sem a Bia, e eu aqui em Brasília.
Trem difícil é passar aniversário longe dos amigos de fé.
ABRAÇO DE

PARABÉNS

MEU AMIGO!

FOTOS:
1) Nery e eu esperando o trem… que já vem, que já vem…
2) A Cachaça que comemorou os 80 do Nery
3) O Nery e a charge do MENSALÃO, quando contou num artigo bombástico como começou o Mensalão do governo PT.
4) NERY, testemunha ocular do Mensalão.
5) Nery no Seminário, estudando muito porque queria ser ‘O BISPO DE ROMA”.
Continue Lendo

Reportagens

SRTV Sul, Quadra 701, Bloco A, Sala 719
Edifício Centro Empresarial Brasília
Brasília/DF
rodrigogorgulho@hotmail.com
(61) 98442-1010