Artigos
Dia do Arquiteto homenageia aniversário e legado de Oscar Niemeyer
Projeção dos principais prédios da capital é destaque nas obras do arquiteto, que faria 115 anos nesta 5ª (15)

Lúcio Flávio, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto
Não há horizonte para que se olhe em Brasília ou Entorno sem que o morador ou turista esbarre em duas preciosidades locais: o céu inconfundível da capital e a antologia de prédios e edifícios desenhados por Oscar Niemeyer, um dos maiores gênios modernistas. Nascido em 15 de dezembro de 1907, o arquiteto completaria 115 anos este ano. Em 2018, a Lei Federal nº 13.627 instituiu a data de nascimento de Niemeyer como o Dia do Arquiteto.
“O mais importante não é a arquitetura, mas a vida, os amigos e este mundo injusto que devemos modificar”, disse certa vez Niemeyer, que, com a ajuda de amigos boêmios e entusiastas da construção da nova capital, atuou na construção do primeiro palácio da cidade, aquele que é o mais emblemático espaço histórico local e, no entanto, não tem nada de concreto: o Catetinho.
O esboço do projeto do prédio, todo de madeira, foi rascunhado por Niemeyer numa mesa de bar do Hotel Ambassador, no Rio de Janeiro, em outubro de 1956. Dias depois, o prédio estava erguido no meio de uma clareira da antiga Fazenda Gama. Era o claro indício do que seria a nova capital do país no coração do Planalto Central. Dali para frente, o arquiteto e sua equipe não pararam mais, desenvolvendo os mais arrojados monumentos a céu aberto, transformando Brasília em um grande museu ao ar livre.
“Niemeyer deu um passo além com suas obras de arte arquitetônica ao dar leveza à rigidez do concreto armado, se transformando no arquiteto das curvas”Elias Manoel Silva, historiador do Arquivo Público do DF
“É indiscutível a importância de Oscar Niemeyer e Lucio Costa”, resume o subsecretário de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), Aquiles Brayner. “Eles não somente projetaram a capital do país, mas construíram a maior cidade modernista do mundo. É difícil contabilizar os prédios monumentais projetados por Niemeyer, mas destaco o Catetinho, que foi todo reformado este ano depois de dois anos fechado”. A restauração, informa ele, teve o investimento de cerca de R$ 400 mil do GDF.
Lucio Costa, o urbanista
Há quase 20 anos atuando como historiador do Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF), guardião da memória de Brasília e seus pioneiros, Elias Manoel da Silva lembra a importância dos dois arquitetos para a cidade e aponta como decisiva a participação de Lucio Costa no papel de urbanista.
“Muitos podem criar um projeto de cidade, como fez Lucio Costa, mas ele foi além ao juntar a ideia de um lugar que fosse ao mesmo tempo centro do poder e moradia”, avalia Elias. “Já Niemeyer inovou com suas obras de arte arquitetônica ao dar leveza à rigidez do concreto armado, se transformando no arquiteto das curvas.”
Este ano, o Arquivo Público vai homenagear ainda o arquiteto carioca Alexandre Chan, responsável pelo projeto da Ponte JK. Ele será lembrado em inserções a serem feitas nas redes sociais pela equipe do órgão.
“Em 1998, Alexandre Chan, propôs, inconscientemente ou não, uma criatividade arquitetônica que dialoga, harmonicamente, não só com as linhas arquitetônicas da cidade projetada Niemeyer e Lucio Costa, mas também com as curvas do Lago Paranoá”, observa o superintendente do Arquivo Público, Adalberto Scigliano. “Identifico na Ponte JK, hoje um dos mais icônicos cartões postais de Brasília, a mesma ousadia e o mesmo desejo de unicidade que nutriram as mentes e corações de Oscar Niemeyer e Lucio Costa: Erigir obras atemporais, singulares, e que vão se sobrepor a vida e a História”, completa.
Confira, abaixo, cinco obras marcantes de Oscar Niemeyer.
Catedral Metropolitana de Brasília – Foi um dos primeiros projetos desenhados por Niemeyer, mas o templo só seria inaugurado em maio de 1970. Há quem diga que o espaço tem o formato de uma coroa de espinhos, mas, na visão do arquiteto, o local reflete como se fossem mãos em oração que se erguem para o céu.
Palácio da Alvorada – Imponente às margens do Lago Paranoá, o Palácio da Alvorada, concluído em junho de 1958, antes da inauguração de Brasília, é uma das residências oficiais do presidente. Abriga rico acervo artístico, no qual se destaca a escultura As Iaras, de Alfredo Ceschiatti.
Memorial JK – Inaugurado em 12 de setembro de 1981, data do aniversário de Juscelino Kubitschek, o espaço é um grande mausoléu que abriga não apenas a própria história do fundador da capital, com rico acervo de imagens e mobiliário, mas o próprio corpo de JK.
Casa do Cantador – Localizado em Ceilândia, uma das cidades mais nordestinas do DF, o espaço é uma homenagem à cultura e às tradições do povo que ajudou a erguer uma capital do nada. É o palácio da poesia e da literatura de cordel, e há quem afirme que os traços arquitetônicos do prédio remetem à clássica Asa Branca, música de Luiz Gonzaga.
Torre Digital – Com mais de 180 metros de altura, a torre é conhecida como Flor do Cerrado e foi um dos últimos projetos desenhados por Oscar Niemeyer antes de morrer. No último andar, a 110 metros do solo, grandes círculos de vidro passam ao visitante a impressão de estar fazendo parte da paisagem.
Artigos
Dia do Turismo, 27 de setembro: Brasília, uma cidade de encanto e diversidade
De janeiro a julho deste ano 3.112.597 visitaram a capital do país, entre transportes aero nacional, internacional, rodoviário e CAT

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Brasília, a capital do Brasil, é um destino que oferece uma rica combinação de beleza, sabor e entretenimento para seus habitantes e visitantes em todas as estações do ano. De janeiro a julho deste ano, o Distrito Federal recebeu um total de 3.112.597 pessoas por meio de diversos meios de transporte, incluindo aéreo nacional, internacional, rodoviário e o Centro de Atendimento ao Turista (CAT). Em 2022, esse número alcançou 5.420.142 turistas. Desde sua inauguração em 1960, Brasília se destaca pela arquitetura moderna e icônica projetada por Oscar Niemeyer.
Entre os principais pontos turísticos visitados ao longo dos anos, destacam-se a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, o Memorial JK, o Pontão do Lago Sul, a Ponte Juscelino Kubitschek, o Museu Nacional da República, o Congresso Nacional, o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Santuário São João Bosco, o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada, a Praça dos Três Poderes, o Estádio Mané Garrincha, o Museu do Catetinho, o Jardim Zoológico de Brasília, o Parque Nacional de Brasília – Água Mineral, a Torre de TV, o Planetário de Brasília e o Museu do Catetinho. A Fundação Jardim Zoológico de Brasília, considerada um patrimônio cultural, recebeu sozinha 335.839 visitantes até julho deste ano, enquanto em 2022 recebeu 922.547 pessoas.
O Estádio Mané Garrincha, sob a gestão da Arena BRB, não apenas hospeda jogos de futebol, mas também shows e outras atrações. Em 2023, cerca de 1 milhão de pessoas já passaram pelo Complexo, enquanto no ano anterior foram 1,5 milhão de visitantes.
O Congresso Nacional recebeu 61.246 convidados de janeiro a setembro deste ano, em comparação com 64.330 em 2022. O CCBB Brasília atraiu mais de 1 milhão de visitantes desde o ano passado. O Parque Nacional de Brasília – Água Mineral registrou 198.485 visitantes em 2023. O Museu do Catetinho recebeu 25.772 visitantes este ano, enquanto no ano passado foram 29.244.
Esses números demonstram a atratividade de Brasília como um destino turístico repleto de pontos de interesse e encanto. Ronaldo Martins, coordenador do Programa de Visitação Institucional e de Relacionamento com a Comunidade, destaca que o Palácio do Congresso Nacional é um dos locais mais visitados de Brasília, atraindo turistas de todo o Brasil e do exterior.
Wilson Nobre, superintendente de Educação e Uso Público do Zoológico, enfatiza a importância dos zoológicos como destinos turísticos que encantam visitantes de todo o mundo, proporcionando uma oportunidade única de interagir com animais selvagens majestosos e explorar seus habitats.
Richard Dubois, presidente da Arena BRB, destaca que mais de um milhão de pessoas passaram pelo complexo da Arena em 2023, impulsionando diversos setores da capital, incluindo a rede hoteleira, o turismo e eventos corporativos.
A Secretaria de Turismo do DF trabalha em parceria com representantes do setor para desenvolver ações e projetos que coloquem Brasília no centro do turismo. Entre essas iniciativas estão o desenvolvimento da Lei do Turismo, a regulamentação do espaço para o Motorhome, a implementação do calendário de eventos e o retorno do festival Festa dos Estados. A cidade também está destacando novas tendências do turismo local, como o Enoturismo, o Turismo Rural, o Turismo de Aventura e o Ecoturismo.
Cristiano Araújo, secretário de Turismo, enfatiza a transformação de Brasília em uma cidade vibrante, com diversas opções para atender às expectativas de seus visitantes, desde sua cena gastronômica até a oferta de atividades de lazer e entretenimento.
Neste Dia do Turismo, 27 de setembro, e durante todo o ano, Brasília oferece inúmeras oportunidades para conhecer ou revisitar seus pontos turísticos. Até mesmo os moradores locais, como o professor Anderson José e a secretária Keyla Freitas, encontram motivos para explorar a cidade, seja pelos museus que contam a história da capital ou pelos parques que proporcionam momentos de paz e beleza. Brasília é verdadeiramente um tesouro a ser explorado.
Artigos
Em Brasília, mulheres indígenas celebram diversidade cultural e marcham por lutas comuns
Na III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, representantes de todos os biomas do Brasil celebram sua diversidade, denunciam violência de gênero e dizem não ao Marco Temporal.

Marcha das Mulheres Indígenas de 2023, em Brasília — Foto: Amanda Magnani
O som de cantos e dos maracás ecoa de todos os lados do acampamento à medida que grupos de mulheres dos mais diferentes cantos do Brasil se aproximam da tenda principal na concentração para a III Marcha Nacional de Mulheres Indígenas. São 8h00 e o sol seco de Brasília parece realçar as cores dos mais variados trajes tradicionais.
A marcha, que foi do Complexo Cultural da Funarte, onde estavam acampadas, até o Congresso, a cerca de 5km de distância, reuniu mais de 5 mil mulheres. Ela aconteceu no último dia de um evento que, ao longo de três dias, foi marcado por celebrações e denúncias.
Sob o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, indígenas de diferentes partes do Brasil tiveram a oportunidade de dar voz às demandas específicas vividas pelos povos de seus biomas.
Para o povo Kiriri, da Caatinga, a cerca de 300 km de Salvador, um dos maiores problemas é a seca e a consequente falta de segurança alimentar. “Nossa região é muito seca, e as mudanças climáticas aumentam o impacto na insegurança alimentar”, diz Fabiana Kiriri.
Ela conta que o trabalho coletivo na comunidade e a reserva de alimentos vêm como uma forma de tentar contornar o problema. Mas uma colheita suficiente depende de muitos elementos, que vão da quantidade de chuvas à presença de pragas.
“O que realmente precisamos é de um olhar especial do governo, que proponha projetos para ajudar as comunidades a terem autonomia”, defende.
Já para o povo Kaingang do Pampa, no Rio Grande do Sul, as demandas passam principalmente pelos enfrentamentos com o agronegócio e pelos arrendamentos de áreas dentro das terras indígenas, que acabam levando monoculturas e agrotóxicos para dentro a terra.
“Nós precisamos dar visibilidade às nossas lutas e sensibilizar a nossa comunidade, para que possamos encontrar estratégias para atender as demandas dos nossos territórios”, diz Priscila Gore Emílio, psicóloga do povo Kaingang.
Enquanto isso, em Santa Catarina, os Xokleng são protagonistas no debate sobre o Marco Temporal. “Nossa região foi tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas e o nosso território já foi muito maior. Hoje, vivemos em uma área muito reduzida, mas continuamos vivendo muitas tensões e conflitos”, diz Txulunh Gakran.
Contudo, embora povos dos diferentes biomas tenham suas demandas específicas, são muitas as lutas comuns às mulheres indígenas do Brasil como um todo. Grande parte delas gira ao redor da garantia do direito ao território e ao fim da violência de gênero.



-
Reportagens1 semana ago
Lula participa de reunião com empresários em Nova York
-
Artigos3 meses ago
ALYSSON PAOLINELLI PARTIU
-
Reportagens4 meses ago
Time São Paulo terá 25 representantes no Mundial de atletismo em Paris
-
Entrevistas3 meses ago
Kátia Queiroz Fenyves fala a respeito de sustentabilidade e meio ambiente
-
Reportagens3 meses ago
Cine Brasília recebe mostra latino-americana
-
Reportagens3 meses ago
Alerta do INPE: Inverno mais quente devido ao El Niño no Brasil
-
Reportagens3 meses ago
Escolas de samba fecham desfile e reforçam diversidade presente na capital
-
Artigos4 meses ago
A Sexta Onda da Tecnologia: Transformando o Futuro com Sustentabilidade e ESG