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Museu Nacional inaugura exposição ‘Brasil Futuro’

Mostra celebra o debate democrático sobre a cultura nacional e poderá ser visitada até 26 de fevereiro, com entrada gratuita

 

Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

 

O Museu Nacional da República (MuN) inaugura, nesta segunda-feira (2), uma exposição que aponta para o avanço do diálogo democrático sobre a diversidade cultural e a identidade do país. Brasil Futuro: as Formas da Democracia reúne mais de 100 obras de arte propondo esse debate no equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec). Parte das atrações para marcar a mudança no governo federal, a mostra poderá ser visitada até 26 de fevereiro, no espaço expositivo principal, com entrada gratuita.

As obras estão expostas em três núcleos: ‘Retomar Símbolos’, ‘Decolonialidade’ e ‘Somos Nós’ | Fotos: Secec

As obras expostas estão organizadas em três grupos. Um celebra a democracia e busca resgatar os símbolos nacionais. Outro revisita pautas do feminismo, da negritude, dos povos originários, do movimento LGBTQIA+ e da diversidade de olhares. Um terceiro convida o público a refletir sobre a riqueza étnica, de gênero, regional e de linguagens presentes na cultura do Brasil. O arranjo produz três núcleos expositivos, nomeados, respectivamente, Retomar SímbolosDecolonialidade e Somos Nós.

“O termo ‘futuro’ no título da exposição tem a ver com a ideia de que democracia é sempre um projeto em aberto, a ser aperfeiçoado. Essa é, ao mesmo tempo, a beleza e a dificuldade da democracia”Lilia Schwarcz, curadora

Curadoria

A curadoria de Brasil Futuro é de uma equipe formada pela historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, o arquiteto Rogério Carvalho, o ator Paulo Vieira e o secretário de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT), Márcio Tavares. A exposição soma-se ao evento Festival do Futuro, também na Esplanada, com shows de artistas regionais e nacionais, em 1º de janeiro, e ao rito de passagem de governo.

“O termo ‘futuro’ no título da exposição tem a ver com a ideia de que democracia é sempre um projeto em aberto, a ser aperfeiçoado. Essa é, ao mesmo tempo, a beleza e a dificuldade da democracia”, declara Schwarcz, professora na Universidade de São Paulo (USP), autora de dezenas de livros e artigos sobre autoritarismo, racismo, feminismo e outros temas que buscam explicar o conservadorismo das elites brasileiras.

A curadora Lilia Schwarcz explica que a exposição reúne obras de negros, negras, indígenas, artistas da comunidade LGBTQIA+, criadores populares e históricos a fim de ressignificar a Bandeira do Brasil

A noção de “formas”, também presente no título da exposição, refere-se – segundo a detentora de sete Jabutis, o mais tradicional prêmio literário do Brasil – às artes plásticas e aos artistas, que resistiram e tiveram um papel muito relevante ao pressionar por democracia.

Bandeira

A curadora explica que a exposição reúne obras de negros, negras, indígenas, artistas da comunidade LGBTQIA+, criadores populares e históricos a fim de ressignificar a Bandeira do Brasil “de maneira afetiva”. Ela considera que esse núcleo, nomeado Retomar Símbolos, é “muito forte, pois verde e amarelo aparecem junto a outras cores possíveis e a outras sensibilidades manifestadas diante desse ícone da nossa nacionalidade”.

A tela ‘Orixás’ (1962), de Djanira da Motta e Silva (1914-1979), terá lugar especial na exposição

Decolonialidade, afirma a curadora, remete à diversidade social e à maneira como o público pode reler a história do Brasil. “A ideia é apresentar obras que questionam e desconstroem o nosso projeto de história, tão colonial, europeu, branco e masculino, e incluir outras possibilidades e outras pautas identitárias.”

No núcleo Somos nós, Schwarcz destaca “a diversidade e o gigantismo do nosso país, que é nossa riqueza”. O grupo inclui, anota a pesquisadora, obras “tensionadas por marcadores sociais da diferença, como raça, gênero e sexo, região e geração, criando um grande caleidoscópio da cultura brasileira”.

O quadro ‘A queda do céu e a mãe de todas as lutas’ foi produzido pela artista indígena Daiara Tukano especialmente para a exposição

Acervo

Cerca de metade das obras expostas é dos acervos do MuN, do Museu de Arte de Brasília (MAB) e da Presidência da República. A tela Orixás (1962), de Djanira da Motta e Silva (1914-1979), terá lugar especial na exposição. A obra, que havia sido retirada do Salão Nobre do Palácio do Planalto em dezembro de 2019, pode ser apreciada novamente. A outra parte das peças de arte foi emprestada para a exposição por galerias e colecionadores.

Daiara precisou pintar sua nova obra dentro do próprio MuN, já que sua casa não tinha espaço para a enorme tela

A indígena Daiara Hori Figueroa Sampaio, a Daiara Tukano, artista, ativista, educadora e comunicadora, graduada e mestre pela Universidade de Brasília (UnB), produziu uma tela especialmente para a exposição. O quadro frisa a importância dos povos originários na luta pela preservação da vida no planeta. Em tinta acrílica sobre tela, com quatro metros de largura por dois de altura, teve de ser produzida no próprio MuN. “Pintei numa semana e teve de ser lá porque não tinha espaço para fazer isso em casa”, conta ela, também pesquisadora do direito à memória e à verdade dos povos originários.

Com o poético título de A queda do céu e a mãe de todas as lutas, o quadro de Daiara traz referência sutil à escultura de Michelangelo Pietá, em que o corpo de Cristo é acolhido sem vida no colo de Maria. “É uma das provocações que estão lá, mas não a única”, atalha a artista. O título também faz referência ao xamanismo Yanomami registrado no livro A queda do Céu (Davi Kopenawa e Bruce Albert, 2015), sobre como os indígenas são responsáveis por manter a floresta em pé.

 

“É ao mesmo tempo uma imagem de luto e de luta diante dos desafios que a humanidade tem de enfrentar diante da fragilidade da vida”, formula Daiara. Na tela, duas onças cercam o que evoca uma figura materna (mãe terra?) que abraça um corpo que pende (a humanidade?). As respostas ficam para o público.

Serviço

Museu Nacional da República

Brasil Futuro: as Formas da Democracia
Exposição coletiva
Curadoria de Lilia Schwarcz, Rogério Carvalho, Paulo Vieira e Márcio Tavares
2 de janeiro a 26 de fevereiro
Horário de visitação: terça-feira a domingo, das 9h às 18h30
Galeria Principal

Continuam:
Aqui Estou – Corpo, paisagem e política no acervo do MuN
Curadoria de Sabrina Moura
Mezanino
Até 2 de julho

As matérias vivas de Antônio Poteiro – barro, cor e poesia
Curadoria de Divino Sobral
Galeria Térreo e Sala 2
Até 12 de fevereiro

Entrada gratuita

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

 

 

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Taguatinga celebra 65 anos com mais de R$ 500 milhões em investimentos

Recursos são investidos pelo GDF desde 2019 em áreas como mobilidade e educação; comemoração é marcada pela inauguração do Túnel Rei Pelé

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Carolina Caraballo, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

 

Taguatinga faz aniversário nesta segunda-feira (5) com muitas conquistas para mais qualidade de vida de seus moradores. No dia em que completa 65 anos, a cidade terá a inauguração do aguardado Túnel Rei Pelé. E esse não é o único presente de aniversário que seus mais de 200 mil habitantes vão ganhar. Obras nas áreas de educação, mobilidade urbana, esporte e lazer estão levando mais qualidade de vida para a região administrativa, com investimentos que superam os R$ 500 milhões desde 2019.

Mais de 137 mil motoristas que transitam diariamente pela área serão beneficiados pelo Túnel Rei Pelé, um investimento de R$ 275 milhões para melhorar o trânsito na região | Foto: Anderson Parreira/Agência Brasília

‌Ao longo de muito tempo, Taguatinga padeceu sem cuidados ou investimentos robustos. A situação mudou nos últimos quatro anos, quando obras de infraestrutura tomaram conta da região, segundo o administrador da cidade, Renato Andrade. “De lá para cá, ganhamos cerca de 70 km de calçada e 23 novos estacionamentos”, detalha. “Além disso, 40% das lâmpadas responsáveis pela iluminação pública foram trocadas por LED”.

‌“Não há melhor presente para a cidade do que a inauguração do Túnel Rei Pelé. É, sem dúvida, a maior obra do governo atual. A construção viária traz um grande aquecimento para a economia local. E acredito que vá virar uma atração turística”Renato Andrade, administrador regional de Taguatinga

‌A mobilidade urbana ganhou atenção especial do governo. Como acontece nas grandes cidades, o adensamento populacional em Taguatinga veio acompanhado de uma piora no trânsito. Não é à toa que a comunidade ansiava por ver o Túnel Rei Pelé sair do papel. Foram mais de dez anos de espera até que muita determinação e um aporte de aproximadamente R$ 275 milhões transformassem o sonho em realidade.

‌“Não há melhor presente para a cidade do que a inauguração do Túnel Rei Pelé. É, sem dúvida, a maior obra do governo atual”, garante Renato. “A construção viária traz um grande aquecimento para a economia local. E acredito que vá virar uma atração turística – muitos vão querer ver o túnel de perto, passear pelo seu boulevard”, completa.

‌Obras viárias

Com recursos de quase R$ 43 milhões, obras vão restaurar 10,8 km da Estrada Parque Contorno (DF-001), rodovia da qual o Pistão Sul faz parte | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

‌O Túnel Rei Pelé não é a única aposta do governo para melhorar a mobilidade urbana em Taguatinga. Em maio deste ano, começaram as obras que vão restaurar 10,8 km da Estrada Parque Contorno (DF-001), rodovia da qual o Pistão Sul faz parte. Recursos de quase R$ 43 milhões, provenientes de emenda parlamentar e de financiamento do Banco do Brasil, financiam serviços de terraplanagem, pavimentação, drenagem, sinalização e ciclovia.

A completa troca do pavimento vai consumir cerca de 20 mil toneladas de massa asfáltica. “Também serão feitas bocas de lobo ao longo da via. O Pistão Sul enfrentava muitos problemas de alagamento porque não tinha um sistema de escoamento”, observa Renato. “São investimentos que vieram na hora certa, porque a DF-001 é uma rodovia muito importante. Quem vem de Goiânia ou da Região Norte do país usa bastante essa estrada”.

“A gente vê uma melhoria grande no asfalto de várias vias, e a reforma no Pistão Sul também está ficando ótima. São bons os presentes que estamos recebendo nesses 65 anos da cidade”, afirma Edvaldo Brito, morador de Taguatinga há mais de 30 anos

‌Os mesmos serviços executados no Pistão Sul estão sendo feitos na Avenida Hélio Prates. A primeira etapa da obra, no valor de R$ 20.260.807, já está em andamento. “Concluímos a construção de duas bacias de retenção, uma com capacidade para 22 mil litros de água e a outra para 11 mil litros, ambas dentro do Parque do Cortado”, informa o administrador da cidade. “As galerias que ligam o parque à Hélio Prates, até a altura do Taguacenter, também estão prontas.”

‌Morador de Taguatinga desde 1990, Edvaldo Brito garante que já vê diferença ao dirigir pela região. “A gente vê uma melhoria grande no asfalto de várias vias, e a reforma no Pistão Sul também está ficando ótima. São bons os presentes que estamos recebendo nesses 65 anos da cidade”, comemora o jornalista de 67 anos. “Aos poucos, Taguatinga volta a ser um lugar confortável para se viver”.

‌Educação e lazer

Praça do DI foi totalmente reformada e entregue à comunidade em março deste ano | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

‌O ano letivo em Taguatinga começou com a reforma de 11 escolas da rede pública de ensino. Mas a maior conquista na área de educação veio em maio passado, quando foi assinada uma ordem de serviço para construção da primeira creche do Governo do Distrito Federal (GDF) na cidade. A estrutura, com capacidade para atender 188 alunos em tempo integral, será erguida na QNJ 56 de Taguatinga Norte, com investimento de R$ 5,4 milhões.

‌O novo espaço terá dez salas de aula, sendo duas salas com fraldário, quatro para alunos de 1 a 3 anos e quatro para alunos de 4 a 6 anos. A creche também vai abrigar lavanderia, rouparia, copa para funcionários, cozinha, despensa, refeitório, sala de professores, hall de entrada, secretaria, direção, almoxarifado, sala multiúso, pátio coberto, parquinho, estacionamento, playground e banheiros.

‌E, como nem só de escola se faz uma infância feliz, a Praça do DI foi devolvida à comunidade em março deste ano. O espaço foi totalmente reformado, com paisagismo, troca do piso, instalação de novos equipamentos públicos, reforma do parquinho infantil e reconstrução da pista de skate – um montante no valor de R$ 650 mil custeou a renovação, celebrada por crianças e adultos.

O empresário Ricardo Miranda, 28, frequenta a Praça do DI desde criança. E comemora a sua reabertura. “Está tudo pintado, mais limpo e organizado. Quem conhece o local há anos, como eu, vê muita diferença”, conta. “Aqui a gente encontra quadra esportiva coberta, os equipamentos estão bem-cuidados. É uma felicidade poder trazer meu filho para brincar e ainda praticar esporte enquanto ele está no parquinho”.

 

 

 

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Dia Mundial do Meio Ambiente: SP anuncia R$ 2,13 bilhões em investimentos até 2026

Governo de São Paulo tem 21 ações em sustentabilidade no novo Plano Estadual de Meio Ambiente, anunciado no Parque Ecológico do Tietê

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Do Portal do Governo

 

No Dia Mundial do Meio Ambiente, o Governo de São Paulo mostra que a distância entre planejamento e a execução de ações concretas no campo da sustentabilidade é cada vez menor.

Nesta segunda-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, a gestão paulista apresentou o novo Plano Estadual de Meio Ambiente, que prevê investimentos de R$ 2,13 bilhões, entre recursos públicos e privados, além de mais R$ 5,6 bilhões já previstos para o programa IntegraTietê até 2026. O lançamento foi feito no Parque Ecológico do Tietê, na capital, pelo governador Tarcísio de Freitas.

“Falar de meio ambiente é falar de compromisso. Compromisso com as gerações passadas e o que elas fizeram para manter o Brasil com 60% de sua área preservada. E compromisso com as gerações futuras porque, se a gente cuidar do meio ambiente, vamos ter futuro. É por isso que o Governo do Estado está desenvolvendo uma série de ações que, no final, vão representar um investimento talvez nunca feito antes na história”, declarou Tarcísio.

“Se a gente somar as 21 ações anunciadas hoje mais o IntegraTietê, com as intervenções em todos os afluentes e considerando a intervenção no Pinheiros e no Baixo, Médio e Alto Tietê, a gente está falando de quase R$ 8 bilhões em investimentos nos próximos anos. Isso é extremamente significativo e a gente viu como essas ações estão desdobradas. Vamos aumentar nossa reserva florestal e dar um grande exemplo em termos de recuperação dos nossos rios”, acrescentou.

O evento também teve a participação do secretário-chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil, coronel PM Henguel Ricardo Pereira, dos secretários de Estado Natália Resende (Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística) e Fábio Pietro (Justiça e Cidadania), do presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado e do prefeito Ricardo Nunes, além de autoridades estaduais e municipais, parlamentares, representantes de entidades ambientais e da sociedade civil e alunos da rede pública.

A iniciativa prevê 21 ações em seis eixos: Biodiversidade; Bioeconomia e Finanças Verdes; Parques Estaduais; Educação e Conscientização Ambiental; Fortalecimento Institucional; e Resiliência e Adaptação Climática.

O maior investimento é destinado à Biodiversidade, com estimativa de R$ 1 bilhão. Até 2026, 37,5 mil hectares de vegetação serão restaurados por meio de seis programas já em execução, como o Refloresta São Paulo e o Conexão Mata Atlântica. A medida ocorre no momento em que o estado registra queda de 82% no índice de desmatamento para vegetação destruída, entre 2021 e 2022, de acordo com o Painel Verde – plataforma da gestão paulista que combina dados de satélite e autuações feitas pela Polícia Militar Ambiental.

“As ações que constam no Plano, muitas delas já em execução, expressam a relevância do meio ambiente para o Governo de São Paulo, que fomenta a restauração florestal, valoriza a biodiversidade paulista e estimula a observância da sustentabilidade de forma transversal nas demais políticas públicas”, analisa a secretária Natália Resende. “A sustentabilidade deve ser compreendida no seu tripé ambiental, social e econômico – elementos que o Plano tenta perseguir em cada um de seus eixos”, completa.

O eixo estabelece, ainda, investimentos em proteção à fauna silvestre. O Parque Estadual do Morro do Diabo, no município de Teodoro Sampaio, é habitat da maior população de onças-pintadas em território paulista e vai receber novas passagens de fauna e radares de controle de velocidade para diminuir o índice de acidentes que envolvem animais.

DownloadGoverno do Estado de São Paulo

A sustentabilidade deve ser compreendida no seu tripé ambiental, social e econômico, disse a secretária Natália Resende

Na categoria de Parques Estaduais, serão investidos R$ 36,9 milhões em ações que incluem a revitalização de cinco Unidades de Conservação, que são consideradas ativos para o turismo ecológico. Entre eles, destaca-se o Parque Estadual Ilha Anchieta, que já está aberto à visitação desde abril.

Esse eixo também prevê ações de manutenção em outros oito parques urbanos, além da qualificação no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI-SP) para estudos de concessão ou permissão de uso de mais quatro unidades urbanas na capital: Parque Ecológico do Tietê (quatro núcleos), Parque Estadual da Juventude, Parque Estadual do Belém e Parque Jequitibá.

No contínuo esforço de preservação da floresta, o eixo de Fortalecimento Institucional destaca-se pela estimativa de investimentos de R$ 111,7 milhões. Os recursos abrangem o reforço da fiscalização da Polícia Militar Ambiental, que recebeu 61 viaturas e um barco blindado, além da reforma de sedes de batalhões.

O plano também valoriza a importância dos Centros de Recuperação de Animais Silvestres como referência nacional, o que resultará na construção ou revitalização de cinco unidades. Graças à atuação desses centros, espécies ameaçadas de extinção, como a arara-azul-de-Lear, estão sendo preservadas. Até o momento, 17 filhotes já nasceram em São Paulo e foram encaminhados para o habitat natural da espécie na Bahia.

Outra novidade é o anúncio do concurso público para a Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb), com a previsão de 224 novas contratações até o final deste ano. A medida terá impacto positivo na agilidade de processos de licenciamento ambiental e de outras atividades da Companhia, que não promovia concursos há mais de uma década.

Bioeconomia e Finanças Verdes

No eixo de Bioeconomia e Finanças Verdes, foram reunidos R$ 586 milhões em investimentos diretos ou indiretos, incluindo R$ 500 milhões disponibilizados pela Desenvolve SP – agência de fomento estadual – por meio de duas linhas de crédito. Os recursos são destinados a financiamentos para prefeituras e empresas, com foco em projetos de eficiência energética, energias renováveis – como a construção de pequenas usinas fotovoltaicas –, mobilidade urbana sustentável, saneamento, biodiversidade e resíduos sólidos urbanos.

Outra ação prática é o ICMS Ecológico, projeto de lei em que a parcela da alíquota recebida por municípios que protegem áreas de mata ou que possuem mais de 30% do território coberto por vegetação nativa aumenta de 1% para 2%. Assim, o potencial de destinação às cidades que mais preservam a natureza é de R$ 732 milhões por ano.

A iniciativa deve beneficiar especialmente os municípios do Vale do Ribeira, região com cobertura florestal relevante, mas com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média nacional. Além disso, o eixo é complementado pelo pagamento por serviços ambientais como o Projeto Mar Sem Lixo, que remunera pescadores artesanais de camarão.

No eixo de Resiliência e Adaptação Climática, serão destinados R$ 341 milhões para ações de impacto em segurança hídrica sob responsabilidade do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). As ações incluem o desassoreamento e a despoluição de 240 pequenos cursos d’água, beneficiando 130 municípios.

Além disso, a Usina de Guaraú já se encontra em fase de pré-operação. Com potência instalada capaz de atender população de 14 mil habitantes, a usina também contribui para evitar a emissão de 12,7 mil toneladas por ano de dióxido de carbono. Por fim, está o programa São Paulo Sem Fogo de prevenção e combate a incêndios florestais e que envolve a participação de 129 municípios.

O plano também contempla ações voltadas para a Educação e Conscientização Ambiental. Neste eixo, um dos destaques é o programa Escola Parque, que tem capacidade para atender anualmente 357 mil alunos da rede pública por meio de iniciativas de imersão nos parques estaduais, além de oficinas de capacitação sobre zoneamento ecológico-econômico, programadas para 240 municípios. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) também é responsável pela realização de programas de educação ambiental nas rodovias paulistas.

IntegraTietê

O programa IntegraTietê é uma prevê uma série de medidas de curto, médio e longo prazo em prol do principal rio paulista. A previsão é que, até 2026, sejam investidos R$ 5,6 bilhões na ampliação da rede de saneamento básico, desassoreamento, gestão de pôlderes, melhorias no monitoramento da qualidade da água, recuperação de fauna e flora, entre outras medidas.

Entre as principais inovações estão a estruturação de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para desassoreamento do rio e seus afluentes, medida que confere mais eficiência e sustentabilidade a longo prazo; a proposta de transformação do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) em Agência SP Águas para fortalecer os papéis de regulação e fiscalização do órgão; e um modelo de contratação para esgotamento focado em gestão por resultados, que prevê a remuneração por número de clientes conectados e melhoria dos indicadores de qualidade da água do rio.

 

 

 

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Governador Ibaneis Rocha entrega Túnel Rei Pelé, maior obra de sua gestão

Foram investidos R$ 275 milhões na passagem subterrânea, que gerou mais de 1,6 mil empregos e tirou do papel uma demanda histórica dos moradores de Taguatinga

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Carolina Caraballo, Ian Ferraz e Thaís Miranda, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

 

Em menos de cinco anos, o governador Ibaneis Rocha tirou do papel e entregou a principal obra de sua gestão e uma das maiores do Distrito Federal: o Túnel Rei Pelé, em Taguatinga. Se até 2019 a passagem subterrânea fazia parte do imaginário da população, agora ela abre caminho para o desenvolvimento econômico e a passagem diária de 135 mil motoristas.

Governador Ibaneis Rocha inaugura o Túnel Rei Pelé, um investimento de R$ 275 milhões que gerou mais de 1,6 mil empregos | Fotos: Paulo H.Carvalho/Agência Brasília

Prometido há cerca de 20 anos e construído em menos de três anos, o Túnel Rei Pelé venceu a pandemia, o aumento nos preços e a falta de materiais no mercado da construção civil e imbróglios judiciais para tornar-se realidade. Um trabalho integrado e feito a muitas mãos, liderado pelo governador Ibaneis Rocha.

“Essa inauguração traz modernidade para o centro da cidade, beneficia uma população enorme, que vem de Samambaia, Ceilândia, Pôr do Sol/Sol Nascente e de outras regiões. Essa obra, entregue nos 65 anos da cidade, coloca Taguatinga em outro patamar. Agradeço a compreensão dos moradores e vamos continuar firmes trabalhando pelo nosso DF”, disse Ibaneis Rocha durante a entrega da obra de R$ 275 milhões e que gerou mais de 1,6 mil empregos.

O Túnel Rei Pelé integra o chamado Corredor Eixo Oeste, um conjunto de vias e corredores para ônibus, viadutos e túnel ligando o Sol Nascente/Pôr do Sol ao Plano Piloto, em viagem estimada para durar 30 minutos. Quando o governador Ibaneis Rocha assumiu o governo, em 2019, apenas R$ 18 milhões dos R$ 640 milhões do corredor haviam sido executados.

“Essa obra, entregue nos 65 anos da cidade, coloca Taguatinga em outro patamar”, disse o governador Ibaneis Rocha

Em pouco mais de quatro anos, o GDF entregou o Túnel Rei Pelé, finalizou a primeira etapa da obra da Avenida Hélio Prates e está fazendo a segunda, concluiu os viadutos da Estrada Setor Policial Militar (ESPM) e está construindo o Viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), em frente ao Sudoeste, e também o corredor de ônibus na ESPM.

O Corredor Eixo Oeste vai atender 1,8 milhão de pessoas, 1,3 milhão de veículos, 13 cidades e 259 mil usuários do transporte público.

Muitos governantes prometeram construir a passagem subterrânea no centro de Taguatinga, e a saga recente para tirar o Túnel Rei Pelé do papel teve desde uma licitação fracassada até o impedimento da obra na Justiça. Ainda na condição de candidato ao GDF, em 2018, Ibaneis Rocha colocou a obra em seu plano de governo. Eleito em outubro daquele ano, iniciou o trabalho para que o túnel fosse materializado.

Em 2019, o governador Ibaneis Rocha trabalhou para destravar o processo do túnel no Tribunal de Contas do DF (TCDF). Em um primeiro momento, o projeto ficou paralisado por falta de previsão orçamentária. Depois, por um imbróglio entre os consórcios que participaram desta licitação em governos passados.

A atual gestão venceu os questionamentos da Justiça e convenceu o TCDF a dar andamento ao processo, o que ocorreu em 12 de dezembro daquele ano. Apenas 33 dias depois da Corte autorizar a obra, Ibaneis Rocha assinou a ordem de serviço para construção do Túnel. Em cerimônia na entrada de Taguatinga, em 14 de janeiro de 2020, nascia o que seria a maior obra viária em andamento no país.

Em maio do mesmo ano, o GDF iniciou a construção de desvios no trânsito para que o canteiro de obras pudesse ser montado. Em 20 de julho de 2020 a obra começou e, agora, menos de três anos depois, em 5 de junho de 2023, ela entra para história do Distrito Federal.

 

 

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