Reportagens
Reparo de obras de arte pode chegar a R$ 1 milhão, diz equipe do Museu do Senado
Técnico examina dano em tapeçaria provocado por vândalso em ato antidemocrático no Senado

Após o cenário de guerra causados pelo ataque antidemocrático do último domingo (8), a equipe do Museu do Senado e dos serviços de conservação e reparação da Casa já trabalha intensamente para que as obras de arte sejam reparadas com a maior brevidade e voltem a ser expostas à população. Para que isso aconteça, a recuperação do acervo histórico pode custar cerca de R$ 1 milhão.
Uma estimativa inicial, que, além do acervo histórico e artístico, inclui vidraças, carpetes e outros elementos construtivos, é de danos totais entre R$ 3 e R$ 4 milhões, de acordo com a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka.
A informação sobre os tesouros históricos foi passada na manhã desta sexta-feira (13) pela chefe do Serviço de Gestão de Acervo Museológico (Segam), Maria Cristina Monteiro. Ela esclareceu as dúvidas da imprensa durante coletiva com a participação de outros profissionais que conduzem os serviços de reparação das obras da Casa.
— Na verdade ainda não existe um orçamento fechado. O levantamento de preços leva um pouco de tempo, porque é uma pesquisa de mercado. Mas em média a gente está orçando em torno de R$ 800 mil a R$ 1 milhão de custo de obras de arte. Mas pode ser que esse valor seja menor, porque algumas pessoas passaram o valor da obra em si. Precisamos detalhar o valor somente da restauração. Então, ainda não temos esse valor detalhado — disse.
De acordo com ela, dos 14 itens danificados, onze já foram levados para o laboratório do próprio Senado, à exceção do painel vermelho de Athos Bulcão, da tapeçaria de Burle Marx e do quadro “Ato de Assinatura do Projeto da 1ª Constituição”, de Gustavo Hastoy. Ela explicou como está sendo o processo inicial até a emissão de um laudo definitivo:
— Num primeiro momento, nós identificamos as obras que foram danificadas. Depois é feito um diagnóstico mais apurado. Então fizemos a identificação das obras que precisam de restauro. Depois da identificação, cada objeto vai passar por um diagnóstico mais aprofundado, porque aí você vai ver o material necessário, a pigmentação necessária. Em seguida é que é feita a higienização e depois o restauro dessas peças.
Parcerias
Maria Cristina explicou que as onze obras levadas ao laboratório, como o mobiliário do século 19, o tinteiro de bronze da época do Império e um quadro de Guido Mondim serão restaurados pelos próprios profissionais de conservação e restauração da Casa. Dos cinco quadros de Urbano Villela, que ficavam na galeria dos ex-presidentes, quatro serão refeitos pelo próprio artista e outro será restaurado pelos profissionais do laboratório. Segundo Maria Cristina Monteiro, o Segam tem contado com ajuda de parceiros para que a restauração seja agilizada.
— Estamos contando com o apoio de algumas instituições, como o Instituto Federal de Brasília (IFB), que já era nosso parceiro na restauração de móveis assinados, embora não de móveis do Império. A Secretaria de Cultura do Distrito Federal está cedendo mão-de-obra: as pessoas vão fazer um rodízio e vão nos ajudar a restaurar o painel do Athos Bulcão. E a gente está em contato também com o Instituto Burle Marx para resolver o restauro da tapeçaria — detalhou.
Prazo
Ismail Carvalho, profissional do Laboratório de Conservação do Senado, ressaltou como essas parcerias podem auxiliar nesse trabalho. A delicadeza e as exigências específicas dificultam, inclusive, segundo Ismail, precisar um prazo para o fim dos reparos.
— Obviamente, nós não estamos preparados para tudo. Não temos na nossa equipe, nesse momento, o especialista em têxtil. Então estamos buscando junto ao Instituto Burle Marx ajuda para que realmente possamos restaurar a tapeçaria do Burle Marx da melhor forma possível. E o instituto tem nos ajudado, nos apontado especialistas Brasil afora, para que possamos realizar a melhor restauração possível no acervo do Senado.
Também questionada sobre o prazo para devolução das obras e abertura do museu ao público, Maria Cristina reforçou que a orientação da Diretoria Geral é de que os itens sejam repostos com a maior brevidade.
— Obra de arte é diferente de trocar vidros. As vidraças, daqui a pouco, estarão todas trocadas. Mas as obras de arte dependem de mão-de-obra muito especifica. Então a gente não tem ainda uma data. Mas a gente está começando o quanto antes e vendo também essas parcerias para acelerar o processo. E enquanto isso o museu vai estar fechado.
Orçamento
A chefe do Segam não soube informar se o valor possivelmente a ser restituído ao Senado, após as ações que buscam reparação e ressarcimento por parte dos criminosos, será usado para bancar o serviço de restauração. Inicialmente, segundo ela, o trabalho está sendo custeado pelo orçamento da Casa.
— Mas é o próprio orçamento do Senado num primeiro momento que foi liberado para poder utilizar nessa área. De qualquer forma a gente está contando com a colaboração dos parceiros. A gente tem muita gente se voluntariando, recebendo muitos currículos, muita gente querendo trabalhar com a gente. Então a gente está fazendo um cadastro dessas pessoas, até para ver depois a especialização de cada um e ver se eles realmente podem colaborar.
Segurança
Maria Cristina ainda informou que o Senado está conversando com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para autorizar a instalação de películas nos vidros externos da Casa e dificultar a quebra dessa fachada e evitar novos ataques.
— Agora há uma preocupação maior. Esse vidros sempre foram vidros comuns, que são fáceis de quebrar. A substituição dos vidros está sendo conversada junto com o Iphan. A gente pretende colocar uma película antivandalismo, porque daí você dificulta a entrada, a quebra do vidro. Então você preserva melhor a segurança. Isso em toda parte onde tem vidro na Casa, não só no museu.
O Iphan é o órgão responsável por autorizar qualquer intervenção em bens imóveis tombados, como é o caso do Palácio do Congresso Nacional.
Veja a lista de danos ao acervo do Museu:
No Salão Nobre:
- Tapeçaria de Burle Marx: rasgada, embolada, suja de urina e arremessada na entrada da galeria do Plenário. Para restaurar: higienização parte a parte, pois a peça é antiga.
- Quadro “Ato de Assinatura do Projeto da 1ª Constituição”, de Gustavo Hastoy: tentaram derrubá-lo e não conseguiram. A parte inferior da moldura foi danificada, além de alguns arranhados na pintura. Para restaurar: é preciso retirá-lo da moldura, banhada a ouro e com 3 metros de largura. A pintura deve ser colocada sobre uma plataforma de madeira, com auxílio de uma estrutura de ferro a ser montada pontualmente para o reparo.
- Quadros de Urbano Villela na Galeria dos Presidentes: quatro foram totalmente perdidos e serão refeitos pelo próprio artista. Outro será restaurado pelos profissionais do próprio Senado.
- Tinteiro de bronze da época do Império: amassado e dobrado ao meio. Para restaurar: aquecimento do metal.
- Vitrine com fotos e réplica da Constituição: vidro estilhaçado. Para restaurar: reposição do vidro.
- Mesa de centro vinda do Palácio Monroe: teve o tampo lascado e uma coluna lateral danificada. Para restaurar: trabalho da própria equipe do Museu.
- Painel vermelho de Athos Bulcão: sofreu arranhões devido aos estilhaços. Para restaurar: serão necessários três vidros de 20 ml de tinta vermelha específica, cada um ao preço estimado de R$ 800.
- Tapete persa de decoração do dispositivo de receptivo dos chefes de Estado: foi encharcado e possivelmente sujo de urina. Para restaurar: lavagem inicial para verificar se necessita de outra intervenção.
Na presidência:
- Quadro de Guido Mondim: foi arrancado da moldura e jogado ao chão. Para restaurar: avaliação das avarias e recolocação na moldura.
- Mesa de trabalho do século 19, que pertenceu aos palácios dos Arcos e Monroe: totalmente danificada, com partes e pedaços espalhados por diversos pontos da Casa. Para restaurar: ainda é incerta sua recuperação. É preciso recolher todas as partes e tentar recompô-la com novas peças de madeira.
Plenarinho:
- Cadeira que pertenceu ao Palácio Monroe: braço quebrado. Para restaurar: recolocação da peça.
Cafezinho dos senadores
- Uma cadeira do designer Jorge Zalszupin.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado
Reportagens
Cúpula do Planetário de Brasília reabre para visitação
As atividades do local foram retomadas após serviços de manutenção no projetor analógico Spacemaster

Agência Brasília* | Edição: Chico Neto
A cúpula do Planetário de Brasília reabriu para visitação em maio. O local recebeu serviços de manutenção e já voltou a receber visitantes de todas as regiões do DF, bem como de outros estados.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Gustavo Amaral, afirma que a reabertura do espaço é fundamental para o fomento à divulgação científica. “O Planetário é um dos espaços de ciência e tecnologia mais importantes do Distrito Federal e exerce um papel crucial no processo de despertar o interesse de crianças e jovens pela ciência”, avalia..
De janeiro a abril deste ano, o Planetário de Brasília já recebeu mais de 20 mil visitantes. A expectativa é que esse número cresça ainda mais com a reabertura da cúpula. Atualmente, o espaço conta com a exibição de filmes e projeções sobre astronomia.
Além do conteúdo audiovisual, também é possível acompanhar exposições sobre o sistema solar e o Universo Surpreendente, bem como um espaço destinado à Agência Espacial Brasileira.
Divulgação científica
O Planetário de Brasília Luiz Cruls é um espaço público, cujo principal objetivo é estimular a divulgação científica e despertar o interesse pelo conhecimento. Podem ser feitas visitas livres ou guiadas às exposições do acervo e à cúpula, onde há projeções e exibições dos filmes sobre astronomia, cosmologia e astronáutica.
A visita é gratuita e atende a públicos de todas as idades. Localizado no Eixo Monumental, o Planetário funciona de terça a domingo, das 7h30 às 19h. Para a visita de grupos, é necessário fazer agendamento prévio pelo telefone (61) 98199-2692.
*Com informações da Secretaria de Tecnologia e Inovação Científica
Reportagens
Governo do GDF investe R$ 2,8 milhões em circuitos juninos
Disponibilizados por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, recursos abrangem apresentações e um campeonato

Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) vai destinar R$ 2,8 milhões aos circuitos de quadrilhas juninas, beneficiando 70 grupos com fomento para participar de apresentações. Só para premiar grupos e coletivos, há um aporte de R$ 600 mil.
Os investimentos são apoiados pelo decreto nº 42.315, de 20 de julho de 2021, que institui a política cultural Distrito Junino, destinada a apoiar a cadeia produtiva dos festejos desta temporada no Distrito Federal.
Os recursos serão distribuídos em dois circuitos, passando por 12 regiões, além de um campeonato entre quadrilhas que será disputado em três cidades. São pelo menos 800 pessoas envolvidas nos festejos.
De acordo com a subsecretária de Difusão e Diversidade Cultura, Sol Montes, o circuito junino é o segundo maior segmento de cultura popular do país. “Os grupos populares preservam a tradição e fazem parte da identidade cultural da cidade, além de fomentar a economia criativa, com artistas, músicos, bailarinos, gastronomia e feiras”, lembra. “São milhares de famílias impactadas pelo setor”.
Espetáculo junino
Robson Vilela, mais conhecido como Fusca, é integrante de uma das quadrilhas de Ceilândia que participam dos eventos – a Sanfona Lascada, que tem mais de 40 anos de história. Ele vê o circuito como uma ferramenta de transformação de quem participa, para manter viva a cultura de São João.
“A economia criativa do DF é pulsante”, aponta. “Os grupos recebem ajuda de custo, então o fomento é importante, porque a preparação vem desde o mês de janeiro, e as apresentações vão até agosto. Além dos dançarinos, temos banda ao vivo, costureira, coreógrafo, toda uma cadeia produtiva… Até as escolas públicas e particulares são incentivadas pelas competições. Brasília compra esse espetáculo.”
A entrada para os circuitos é gratuita. Com início no dia 9, as apresentações das quadrilhas ocorrerão em Taguatinga, Ceilândia e Samambaia – sempre de sexta-feira a domingo.
Reportagens
Explorando Marte em Tempo Real: Agência Espacial Europeia Realizará Transmissão ‘Live’ do Planeta Vermelho
Evento histórico apresentará novas imagens de Marte a cada 50 segundos, proporcionando uma experiência fascinante e aproximando o público da exploração espacial.

Nesta sexta-feira, a Agência Espacial Europeia (ESA) realizará um evento inédito e emocionante: a primeira ‘live’ de Marte. Essa transmissão ao vivo trará para o público novas imagens do Planeta Vermelho a cada 50 segundos, oferecendo uma experiência única e fascinante.
A exploração espacial tem sido um dos empreendimentos mais empolgantes da humanidade nas últimas décadas. Diversas agências espaciais ao redor do mundo têm se dedicado a estudar e desvendar os mistérios de outros planetas, e Marte tem sido um dos alvos principais dessas missões. Com essa ‘live’ histórica, a ESA está abrindo uma janela para o público acompanhar de perto os avanços científicos e tecnológicos no estudo do Planeta Vermelho.
Uma das características mais intrigantes dessa transmissão ao vivo é a frequência com que as imagens serão transmitidas. A cada 50 segundos, o público terá acesso a novas informações visuais de Marte, proporcionando uma sensação quase real de estarmos lá, no solo marciano. Essa abordagem de transmissão em alta velocidade é uma conquista significativa e representa um marco importante no campo da exploração espacial.
A transmissão ao vivo de Marte não se trata apenas de compartilhar imagens impressionantes com o público. Ela também tem um propósito científico fundamental. Os cientistas da ESA poderão analisar as imagens em tempo real e obter informações valiosas sobre a superfície, a atmosfera e outros elementos do planeta. Esses dados serão essenciais para a compreensão mais aprofundada de Marte, além de subsidiar futuras missões espaciais e aperfeiçoar a tecnologia empregada nessas empreitadas.
A ESA tem desempenhado um papel vital na exploração espacial e na ampliação do conhecimento humano sobre o universo. A agência já lançou várias missões para Marte, como a Mars Express e a missão ExoMars, que têm sido cruciais para expandir nossa compreensão do Planeta Vermelho. Com a primeira ‘live’ de Marte, a ESA fortalece ainda mais seu compromisso com a divulgação científica e a exploração espacial acessível ao público.
Esse evento emocionante também pode despertar o interesse de novas gerações para a ciência e a exploração espacial. Ao permitir que as pessoas acompanhem as descobertas e os avanços em tempo real, a ESA pode inspirar jovens estudantes a seguirem carreiras científicas e tecnológicas. A divulgação de informações precisas e cativantes sobre o espaço pode desempenhar um papel crucial na formação de futuros cientistas, engenheiros e astronautas.
A primeira ‘live’ de Marte da Agência Espacial Europeia é um marco na história da exploração espacial e na forma como o público se envolve com essas missões. Essa transmissão ao vivo, com suas imagens em alta velocidade, nos aproxima do Planeta Vermelho como nunca antes. Acompanhar as novas descobertas e observar a beleza intrigante de Marte nos conecta com o cosmos e nos lembra da nossa busca incessante por conhecimento e exploração.
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