Reportagens
Robótica desperta o interesse de alunos do ensino integral no Gama
Semanalmente, 80 estudantes participam das atividades no laboratório, aprendem programação e uma nova profissão

Josiane Borges, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno
A robótica tem sido cada vez mais utilizada como uma ferramenta de aprendizagem. A rede pública de ensino do Distrito Federal tem aliado os currículos de ciências e matemática à tecnologia. As oficinas ofertadas dentro do modelo do ensino médio em tempo integral (EMTI), na maioria das vezes, são optativas, o que não significa salas vazias. Os alunos do Centro de Ensino Médio 3, do Gama, têm enfrentado verdadeiras disputas para participar das atividades do Laboratório de Robótica.

De acordo com o coordenador do EMTI na escola, Rodrigo Damasceno, a oficina é muito disputada pelos estudantes e mais de 200 alunos interessados em participar das aulas se inscreveram no início do ano. “Hoje a oficina é a mais procurada, mas nosso espaço ainda não comporta todos. Então, tivemos que fazer um processo seletivo, com prova, para escolher os estudantes, e a participação deles é muito boa”, relata.
“Eles entram aprendendo o que é cada conector, cada ferramenta. No primeiro ano e nos anos seguintes, aprendem de maneira mais profissional, até porque, hoje em dia, estão cobrando muito a parte de tecnologia e informática no mercado de trabalho. E, aqui, eles recebem o embasamento inicial”Roberta Inácia, professora do Laboratório de Robótica
E toda essa procura tem motivos. A experiência com disciplina começou há quase três anos na escola ,e os resultados são motivo de orgulho. “Ano passado, conseguimos o terceiro lugar na Olimpíadas Brasileira de Robótica [OBR] – fomos a única escola pública participante e ficamos muito felizes”, declara Damasceno. E as equipes da escola já estão em preparação para as competições da OBR deste ano, em agosto.
A professora Roberta Inácia acredita que a oficina é chamativa para os alunos, porque alia teoria e prática. Além disso, pode ser determinante para o futuro profissional de muitos jovens. “Eles entram aprendendo o que é cada conector, cada ferramenta. No primeiro ano e nos anos seguintes, aprendem de maneira mais profissional, até porque, hoje em dia, estão cobrando muito a parte de tecnologia e informática no mercado de trabalho. E, aqui, eles recebem o embasamento inicial”, reforça.
Diferencial para o futuro
No contraturno escolar, aproximadamente 80 alunos, de 14 a 17 anos, aprendem programação, montagem, eletrônica, raciocínio lógico e espírito de equipe nas atividades semanais de robótica. E os estudantes esperam levar os ensinamentos para a vida e para o futuro no mercado de trabalho.

Um deles é Gustavo dos Santos, 17 anos, que já atua profissionalmente como programador com os conhecimentos adquiridos na aula e espera, em breve, ingressar em uma faculdade na área. “Estudo robótica desde 2019, e aqui o professor me mostrou um novo mundo; pude descobrir o que é um arduino [placa eletrônica expansível que pode ser utilizada para o desenvolvimento de protótipo], um sensor de cor. Hoje, sou programador, e pretendo seguir carreira em engenharia de software. Sem a oficina, não teria essa decisão do meu futuro e consigo levar a robótica para o meu dia a dia”, diz o aluno.
Outro que pretende também seguir carreira em tecnologia é o estudante Augusto Siqueira Dias, 16 anos. Para ele, as facilidades das aulas práticas e as competições são grandes diferenciais. “Gosto muito da parte de montagem, e gostaria de me especializar nisso. Estudar no modelo prático é bem interessante, não é todo mundo que aprende com facilidade na lógica e todos convém que é entediante ficar sentado aprendendo teoria. Durante as aulas práticas, apreendo montagem, a trabalhar em equipe e participo das competições”, completa.
Formação integral
De acordo com a Secretaria de Educação (SEE), as escolas de ensino médio em tempo integral têm uma proposta pedagógica de formação integral e integrada dos estudantes. A ampliação da jornada escolar favorece não só as aprendizagens, mas o desenvolvimento nas dimensões cognitiva, física, social, emocional e cultural.
“A implementação do programa prevê uma organização pedagógica constituída pela Base Nacional Comum Curricular [BNCC] e por uma parte flexível, chamada de Itinerário Formativo Integrador, na qual os estudantes têm a possibilidade de cursar unidades curriculares com temáticas diferenciadas, como a robótica”, explica a especialista pedagógica Érika Botelho, do Programa de Fomento às Unidades Escolares de Ensino Médio em Tempo Integral.
Além da robótica, as escolas desenvolvem projetos e oficinas de escrita criativa, desporto, música, informática, agrofloresta, teatro, experimentos científicos. “Temos também aquelas que ofertam o ensino médio em tempo integral integrado à educação profissional, com cursos como técnico de informática e em computação gráfica”, completa Botelho.
Reportagens
Ativista Thiago Ávila está a caminho do Brasil, diz Freedom Flotilla
Ele deve chegar ao Aeroporto de Guarulhos nesta sexta

Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil
O ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, que foi preso em Israel ao tentar levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza está a caminho do Brasil, segundo a organização Freedom Flotilla. Ele deve chegar ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta sexta-feira (13), às 5h25.
Thiago está há quatro dias em greve de fome em protesto contra sua detenção, que considera um sequestro por ter ocorrido em águas internacionais. O caso é tratado como crime de guerra pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Brasil. O Itamaraty, que acompanha o caso, considera que houve violação do direito internacional e pede a libertação de Thiago.
O ativista brasileiro foi enviado ontem (11) para uma cela solitária como punição pela greve de fome, informaram ainda os advogados que acompanham o caso. Sua família, no Brasil, está sem contato com ele desde a última segunda-feira (9), quando o grupo de ativistas foi interceptado pelas forças israelenses.
Israel ainda mantém na cadeia de Givon dois ativistas, Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi, ambos da França. Segundo a Adalah, eles devem ser deportados nesta sexta-feira.
Oito dos 12 ativistas se negaram a assinar documento reconhecendo que cometeram o crime de tentarem entrar de forma ilegal no país, como queriam as autoridades israelenses. Isso impediu a deportação imediata dessas pessoas.
Segundo a Flotilha, o grupo concordou que a ambientalista Greta Thunberg e outros três ativistas assinassem o documento para que, voltando a seus países, pudessem denunciar a situação.
Entenda
O grupo de 12 ativistas da Flotilha da Liberdade tentou desembarcar em Gaza na última segunda-feira para levar alimentos e remédios para população palestina, denunciar o cerco de Israel e tentar abrir um corredor humanitário para Gaza.
Cerca de 2 milhões de palestinos vivem mais de três meses de bloqueio de Israel, que permite apenas que empresa sediada nos Estados Unidos forneça alimentos à população.
A Organização das Nações Unidas (ONU) condena o bloqueio de outras organizações e alerta que 6 mil caminhões com ajuda humanitária estão na fronteira com o Egito aguardando para ingressar em Gaza.
Os centros de distribuição e alimentos controlados por Israel são tidos como insuficientes e, durante as entregas, são registradas dezenas de assassinatos de palestinos.
Reportagens
Estandes na Expotchê mostram atrativos e produtos de Brasília
Estruturas montadas pela Secretaria de Turismo contam, entre outras coisas, com peças de artesanato, chocolates e cachaças produzidos no DF; feira fica no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade até domingo (15)

Por
Fernando Jordão, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader
Um dos mais tradicionais eventos do Distrito Federal, a Expotchê tem como objetivo principal celebrar a cultura gaúcha. Mas também há espaço para mostrar as belezas e os produtos da capital federal. Esse é exatamente o objetivo de dois estandes montado no local pela Secretaria de Turismo (Setur-DF).
“A Secretaria de Turismo sempre esteve presente na Expotchê, que já faz parte do calendário oficial de eventos de Brasília. Nesta edição, teremos um estande institucional [batizado de Viva Brasília] com divulgação das rotas turísticas, como as do vinho e do queijo, e a oportunidade de conhecer a produção local do café, chocolate e cachaça. Essas rotas revelam não apenas a qualidade da nossa produção, mas também o grande potencial turístico da capital em nível nacional e internacional. No segundo estande, a experiência é dedicada ao artesanato local, com peças que refletem a identidade cultural da capital”, contou o secretário de Turismo, Cristiano Araújo.
“Na Expotchê, nós recebemos, durante dez dias, mais de 100 mil pessoas. Então, é uma oportunidade não só para o Rio Grande do Sul e para os produtores de lá. É uma oportunidade também para que o público conheça o trabalho dos nossos produtores, o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Turismo com esse projeto de incentivo. É uma troca, um intercâmbio de cultura, de tradição, de comércio, de tudo. Você vai achar os produtos gaúchos, mas você vai achar também produtos de outros estados, aproveitando esse grande público que a gente reúne”, emendou Leda Simone, diretora-executiva da Rome Eventos, empresa que organiza a feira.
Carlos Magnum, fundador da cachaçaria Ararauna e um dos integrantes do grupo Brasília Cachaça Tasting — que reúne produtores locais —, está entre os expositores do Viva Brasília. “O DF possui cachaças premiadas nacionalmente e internacionalmente. Apesar de ainda ser pequena, é uma produção de alta qualidade”, pontua.
Ele diz que os visitantes da feira se surpreendem ao provar os produtos locais. “O público não acredita que Brasília produz alguma coisa. Todo mundo acha que Brasília é só política e arquitetura, e, na verdade, não é. Hoje a gente tem que abastecer o nosso quadradinho e a produção local tem se mostrado efetiva, de qualidade. O terceiro polo gastronômico do Brasil é Brasília. Então, produzir coisas de qualidade aqui, para a gente, é satisfatório. E saber que as pessoas estão conhecendo esses produtos, graças à ajuda da Setur, torna-se mais satisfatório ainda.”
A designer Luciana Dias foi uma das visitantes que conheceram — e aprovaram — as cachaças produzidas no DF. “Aprovadíssima, gostei muito. Conheci agora e é muito bom, porque é um produto de Brasília, feito em Brasília mesmo, e um produto de qualidade, que é reconhecido internacionalmente. Acho superválido [expor os produtos locais na feira], porque as pessoas vão conhecendo, e, principalmente, em um evento desse, que é tão grande”, avaliou.
A 32ª edição da Expotchê fica no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade até domingo (15). De segunda a quinta-feira, o evento funciona das 16h às 23h. De sexta a domingo, das 11h às 23h. Além da presença de mais de 100 expositores, o público pode conferir shows e apresentações. Os ingressos custam R$ 20 (R$ 10 a meia), com entrada gratuita na primeira hora da feira.
Reportagens
Lei busca preservar empregos ao restringir portarias virtuais em condomínios do DF
Foto: Reprodução/Web

Os condomínios habitacionais do Distrito Federal têm prazo de 90 dias para se adequarem à Lei 7.686/2025, publicada nesta quinta-feira (12) no Diário da Câmara Legislativa. De autoria do deputado distrital Robério Negreiros (PSD), a norma restringe o uso de portarias virtuais em condomínios habitacionais que excedam a quantidade de 45 unidades. O objetivo da proposta, além de garantir a segurança dos moradores e visitantes, é preservar milhares de vagas de porteiros que estão a caminho da extinção.
De acordo com o parlamentar, o uso do sistema de automação de portaria remota, por meio da internet, vem crescendo na medida em que cresce a demanda por moradia em condomínios. Em sua justificativa, Robério Negreiros destacou que este sistema traz impactos sociais, na medida em que visa suprimir os trabalhadores que atuam em portarias, e de segurança, pois permite a entrada de pessoas sem que ninguém perceba, além de outros problemas operacionais.

“O ideal seria poder unificar o porteiro e a tecnologia. Não obstante a tecnologia ser primordial para as atividades dos dias atuais, não podemos perder de vista que jamais um sistema de computador substituirá a capacidade humana, pois, além de uma possível falha e de vulnerabilidade do sistema de portaria à distância, ainda podemos citar o fato de que os porteiros são treinados para agir nas situações de emergências”, ressaltou.
Exceção
Para condomínios com número inferior a 45 unidades habitacionais, cabe autorização para a aplicação do sistema de portaria virtual somente nos casos em que haja apenas uma portaria de entrada e saída de pedestres e uma para saída e entrada de veículos. Nos locais em que a portaria virtual esteja implantada, fica obrigatória a contratação de seguro específico para sinistros decorrentes de acidentes envolvendo veículos e o sistema de automação dos portões, bem como sinistros ocasionados por roubos e furtos nas dependências do respectivo condomínio.
Bruno Sodré – Agência CLDF
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