Artigos
O MUNDO DOS PLÁSTICOS
A maior parte do descarte anual de peças e pedaços de plásticos chegam aos oceanos pelos rios.

Na vida moderna, cada vez mais o plástico vai tomando o lugar dos metais, do vidro e de outros materiais que tradicionalmente estiveram no cotidiano das pessoas. À escala planetária, são milhões de partes de produtos como copos descartáveis, talheres de tamanhos variados, embalagens de mercadorias as mais diversas, recipientes de produtos líquidos como bebidas, remédios, materiais de limpeza, combustíveis que são transportados e estocados em invólucros plásticos.
Os rios Yangtsé (China), com 330 mil toneladas por ano, e o Ganges (Índia), com 120 mil toneladas anuais de plásticos descartados, são os campeões nessa incompreendida tarefa de conduzir rejeitos não biodegradáveis.
Ocorre que o tempo de decomposição do plástico é medido em alguns séculos, situando-se num período mínimo de pelo menos trezentos anos. Essa circunstância provoca uma forte preocupação sob o ponto de vista da preservação da natureza com importantes reflexos na gestão do meio ambiente.
Estatísticas amplamente divulgadas dão conta que são descartadas anualmente cerca de 13 milhões de toneladas de materiais plásticos. Essas estatísticas são reveladoras. Uma expressiva parte dos referidos descartes vai para os oceanos. Até parece que os plásticos “elegeram” os mares como sua morada final e segura. Em consequência, além de ser a residência de um incontável número de formas de vida aquática, as águas marinhas são, também, neste começo de milênio, o valhacouto dos rejeitos plásticos, projetando para o futuro um problema de penosa solução.
MEIO URBANO, A FONTE
PRIMÁRIA DOS DESCARTES
Adicionalmente, estudos apontam que a maior parte do mencionado descarte anual de peças e pedaços de plásticos que aportam aos oceanos chegam pelos leitos de rios, principalmente aqueles que escoam margeando ou nas proximidades de meios urbanos que são, em última análise, a principal fonte primária dos descartes. Os rios Yangtsé (China), com 330 mil toneladas por ano, e Ganges (Índia), com 120 mil toneladas anuais de plásticos descartados são os campeões nessa incompreendida tarefa de conduzir rejeitos não biodegradáveis.
Antecipar-se à ocorrência desse problema significa estimular a indústria, e o comércio também, a darem destinação econômica a essa verdadeira “montanha” de plásticos. Exemplos já em prática não faltam em diversas partes do mundo. A produção de blocos de parede para construção acrescentando-se à argamassa uma baixa percentagem de pó de garrafa PET (tereftalato de polietileno), tanto quanto a substituição do poliester convencional utilizado na fabricação de pneumáticos de automóveis por fios de poliéster reciclado obtidos igualmente a partir da garrafa PET são dois desses exemplos.
EXEMPLO NA ÁREA COMERCIAL
Em outro exemplo, agora no campo comercial, o pagamento do ticket de metrô com garrafa PET usada como praticado pelo sistema de transportes metropolitanos de Roma constitui uma outra prática que contribui para a redução do descarte do plástico sob a forma de lixo.
A multiplicação de exemplos com finalidade à semelhança desses, certamente, muito acrescentará à gestão de recursos hídricos, reservando capacidade de trabalho nos comitês de bacia hidrográfica para dar combate a outros problemas de gestão.
Raymundo Garrido – Engenheiro e professor da UFBA, ex-Secretário Nacional de Recursos Hídricos.
Artigos
Dia do Turismo, 27 de setembro: Brasília, uma cidade de encanto e diversidade
De janeiro a julho deste ano 3.112.597 visitaram a capital do país, entre transportes aero nacional, internacional, rodoviário e CAT

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Brasília, a capital do Brasil, é um destino que oferece uma rica combinação de beleza, sabor e entretenimento para seus habitantes e visitantes em todas as estações do ano. De janeiro a julho deste ano, o Distrito Federal recebeu um total de 3.112.597 pessoas por meio de diversos meios de transporte, incluindo aéreo nacional, internacional, rodoviário e o Centro de Atendimento ao Turista (CAT). Em 2022, esse número alcançou 5.420.142 turistas. Desde sua inauguração em 1960, Brasília se destaca pela arquitetura moderna e icônica projetada por Oscar Niemeyer.
Entre os principais pontos turísticos visitados ao longo dos anos, destacam-se a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, o Memorial JK, o Pontão do Lago Sul, a Ponte Juscelino Kubitschek, o Museu Nacional da República, o Congresso Nacional, o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Santuário São João Bosco, o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada, a Praça dos Três Poderes, o Estádio Mané Garrincha, o Museu do Catetinho, o Jardim Zoológico de Brasília, o Parque Nacional de Brasília – Água Mineral, a Torre de TV, o Planetário de Brasília e o Museu do Catetinho. A Fundação Jardim Zoológico de Brasília, considerada um patrimônio cultural, recebeu sozinha 335.839 visitantes até julho deste ano, enquanto em 2022 recebeu 922.547 pessoas.
O Estádio Mané Garrincha, sob a gestão da Arena BRB, não apenas hospeda jogos de futebol, mas também shows e outras atrações. Em 2023, cerca de 1 milhão de pessoas já passaram pelo Complexo, enquanto no ano anterior foram 1,5 milhão de visitantes.
O Congresso Nacional recebeu 61.246 convidados de janeiro a setembro deste ano, em comparação com 64.330 em 2022. O CCBB Brasília atraiu mais de 1 milhão de visitantes desde o ano passado. O Parque Nacional de Brasília – Água Mineral registrou 198.485 visitantes em 2023. O Museu do Catetinho recebeu 25.772 visitantes este ano, enquanto no ano passado foram 29.244.
Esses números demonstram a atratividade de Brasília como um destino turístico repleto de pontos de interesse e encanto. Ronaldo Martins, coordenador do Programa de Visitação Institucional e de Relacionamento com a Comunidade, destaca que o Palácio do Congresso Nacional é um dos locais mais visitados de Brasília, atraindo turistas de todo o Brasil e do exterior.
Wilson Nobre, superintendente de Educação e Uso Público do Zoológico, enfatiza a importância dos zoológicos como destinos turísticos que encantam visitantes de todo o mundo, proporcionando uma oportunidade única de interagir com animais selvagens majestosos e explorar seus habitats.
Richard Dubois, presidente da Arena BRB, destaca que mais de um milhão de pessoas passaram pelo complexo da Arena em 2023, impulsionando diversos setores da capital, incluindo a rede hoteleira, o turismo e eventos corporativos.
A Secretaria de Turismo do DF trabalha em parceria com representantes do setor para desenvolver ações e projetos que coloquem Brasília no centro do turismo. Entre essas iniciativas estão o desenvolvimento da Lei do Turismo, a regulamentação do espaço para o Motorhome, a implementação do calendário de eventos e o retorno do festival Festa dos Estados. A cidade também está destacando novas tendências do turismo local, como o Enoturismo, o Turismo Rural, o Turismo de Aventura e o Ecoturismo.
Cristiano Araújo, secretário de Turismo, enfatiza a transformação de Brasília em uma cidade vibrante, com diversas opções para atender às expectativas de seus visitantes, desde sua cena gastronômica até a oferta de atividades de lazer e entretenimento.
Neste Dia do Turismo, 27 de setembro, e durante todo o ano, Brasília oferece inúmeras oportunidades para conhecer ou revisitar seus pontos turísticos. Até mesmo os moradores locais, como o professor Anderson José e a secretária Keyla Freitas, encontram motivos para explorar a cidade, seja pelos museus que contam a história da capital ou pelos parques que proporcionam momentos de paz e beleza. Brasília é verdadeiramente um tesouro a ser explorado.
Artigos
Em Brasília, mulheres indígenas celebram diversidade cultural e marcham por lutas comuns
Na III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, representantes de todos os biomas do Brasil celebram sua diversidade, denunciam violência de gênero e dizem não ao Marco Temporal.

Marcha das Mulheres Indígenas de 2023, em Brasília — Foto: Amanda Magnani
O som de cantos e dos maracás ecoa de todos os lados do acampamento à medida que grupos de mulheres dos mais diferentes cantos do Brasil se aproximam da tenda principal na concentração para a III Marcha Nacional de Mulheres Indígenas. São 8h00 e o sol seco de Brasília parece realçar as cores dos mais variados trajes tradicionais.
A marcha, que foi do Complexo Cultural da Funarte, onde estavam acampadas, até o Congresso, a cerca de 5km de distância, reuniu mais de 5 mil mulheres. Ela aconteceu no último dia de um evento que, ao longo de três dias, foi marcado por celebrações e denúncias.
Sob o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, indígenas de diferentes partes do Brasil tiveram a oportunidade de dar voz às demandas específicas vividas pelos povos de seus biomas.
Para o povo Kiriri, da Caatinga, a cerca de 300 km de Salvador, um dos maiores problemas é a seca e a consequente falta de segurança alimentar. “Nossa região é muito seca, e as mudanças climáticas aumentam o impacto na insegurança alimentar”, diz Fabiana Kiriri.
Ela conta que o trabalho coletivo na comunidade e a reserva de alimentos vêm como uma forma de tentar contornar o problema. Mas uma colheita suficiente depende de muitos elementos, que vão da quantidade de chuvas à presença de pragas.
“O que realmente precisamos é de um olhar especial do governo, que proponha projetos para ajudar as comunidades a terem autonomia”, defende.
Já para o povo Kaingang do Pampa, no Rio Grande do Sul, as demandas passam principalmente pelos enfrentamentos com o agronegócio e pelos arrendamentos de áreas dentro das terras indígenas, que acabam levando monoculturas e agrotóxicos para dentro a terra.
“Nós precisamos dar visibilidade às nossas lutas e sensibilizar a nossa comunidade, para que possamos encontrar estratégias para atender as demandas dos nossos territórios”, diz Priscila Gore Emílio, psicóloga do povo Kaingang.
Enquanto isso, em Santa Catarina, os Xokleng são protagonistas no debate sobre o Marco Temporal. “Nossa região foi tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas e o nosso território já foi muito maior. Hoje, vivemos em uma área muito reduzida, mas continuamos vivendo muitas tensões e conflitos”, diz Txulunh Gakran.
Contudo, embora povos dos diferentes biomas tenham suas demandas específicas, são muitas as lutas comuns às mulheres indígenas do Brasil como um todo. Grande parte delas gira ao redor da garantia do direito ao território e ao fim da violência de gênero.



-
Reportagens2 semanas ago
Lula participa de reunião com empresários em Nova York
-
Artigos3 meses ago
ALYSSON PAOLINELLI PARTIU
-
Entrevistas3 meses ago
Kátia Queiroz Fenyves fala a respeito de sustentabilidade e meio ambiente
-
Reportagens3 meses ago
Cine Brasília recebe mostra latino-americana
-
Reportagens3 meses ago
Alerta do INPE: Inverno mais quente devido ao El Niño no Brasil
-
Reportagens3 meses ago
Escolas de samba fecham desfile e reforçam diversidade presente na capital
-
Artigos4 meses ago
A Sexta Onda da Tecnologia: Transformando o Futuro com Sustentabilidade e ESG
-
Reportagens2 meses ago
GDF elabora Plano Distrital pela Primeira Infância para 2024 a 2034