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CANOAGEM PARA CURAR E CELEBRAR A VIDA

Sobreviventes do câncer de mama praticam esporte milenar fortalecendo corpo e mente nas águas do Lago Paranoá, em Brasília

 

Márcia Turcato, texto Fotos: João Paulo Barbosa (arquivo Canomana)

 

Nada detém uma mulher determinada. E quando elas são várias, se tornam imbatíveis. Larissa Lima, presidente da Associação Canomama de Saúde, Esporte e Cultura do Distrito Federal, mobiliza atualmente 56 mulheres em torno de uma atividade lúdica – a canoagem – para celebrar a vida. Todas mulheres participantes são sobreviventes do câncer de mama. Algumas se submeteram a mastectomia em uma mama, outras nas duas. Larissa Lima, uma delas, fundou a Canomama em 2015.

 

O Dragon Boat é uma modalidade chinesa de canoagem voltada para o fortalecimento físico e mental. O Dragon da Canomama tem 14 metros e comporta 22 mulheres, sendo 20 remadoras, uma tamborista e uma lemista.

 

 

O grupo de Brasília, pioneiro no Brasil, integra a iniciativa Remadoras Rosa que, por sua vez, faz parte de uma ação internacional com sede na Nova Zelândia, a ‘International Breast Cancer Paddlers’. As participantes da atividade praticam a canoagem em um modelo chinês, o Dragon Boat, recomendado para mulheres que tiveram câncer de mama pelo médico canadense Donald Mckenzie, especialista em Medicina Esportiva e titular da Universidade de British Columbia.

 

 

Donald Mckenzie, especialista em Medicina Esportiva, participou do encontro ‘Ka Ora Brasil Baixada Santista’, em São Vicente-SP, quando fez uma palestra no SESC-Santos “Remar em Dragon Boats é Medicina”. (SESC)

 

REMADA MELHORA O FLUXO LINFÁTICO

Os estudos do médico Donald Mckenzie, iniciados em 1996, comprovam os benefícios da prática de exercício dos membros superiores, proporcionados pela canoagem. A remada melhora o fluxo linfático e previne o desenvolvimento de linfedema, inchaço nos tecidos do organismo, que podem provocar restrição de movimentos. Todos os estudos foram realizados pensando no Dragon Boat.

Ao escolher esse tipo de embarcação, o médico levou em conta uma canoa que pudesse incluir o maior número de limitações causadas pelo câncer às mulheres, e o único barco que atende esse requisito é o Dragon, porque permite que as mulheres remem para um lado somente, e tem uma tocadora de tambor e um lemista, ou seja, quem tem limitação de um lado rema de outro e quem tem limitação dos dois lados pode tocar o tambor ou fazer o leme da embarcação.  Não há troca de lado de remo como é usual na canoa polinésia.

 

 

O objetivo da prática esportiva é permitir vivências com foco na manutenção da qualidade de vida e na prevenção de doenças, com orientação da fisioterapeuta oncológica Nadia Gomes.

 

DRAGON BOAT

O Dragon Boat é uma modalidade chinesa de canoagem voltada para o fortalecimento físico e mental. O Dragon da Canomama tem 14 metros, pesa 250 kg, e comporta 22 mulheres, sendo 20 remadoras, uma tamborista e uma lemista. Larissa Lima é a capitã do time, dando os comandos. A canoa é conduzida pela lemista e a tripulação mantém a frequência das remadas de acordo com o ritmo do tambor tocado pela mulher que fica na proa da embarcação.

 

 

Larissa Lima, antes de colocar o barco-dragão na água, dá um curso básico para as mulheres participantes.

 

CANOMAMA E ASCADE

As atividades da Canomama são realizadas até três vezes por semana no Lago Paranoá, utilizando a base da escola de canoagem CPP ExtremeBsb, que funciona em parceria com o Clube ASCADE- Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados. Além da própria canoagem, as atividades da Canomama proporcionam um momento de descontração e bem-estar, possibilitando integração e trocas afetivas, importantes para o tratamento oncológico, além de aulas de ioga, de tai chi chuan, meditação, orientação nutricional e esportiva.

A canoa Dragon Boat tem um grande significado para as mulheres que venceram o câncer. Na mitologia chinesa o dragão remete à força do renascimento e da criação, lealdade, beleza, coragem, e nobreza. Esses valores da cultura chinesa dão suporte às mulheres da Canomama no processo de recuperação e cura. A Associação está aberta para receber todas as mulheres que venceram o câncer e podem fazer atividade física.

 

FISIOTERAPIA ONCOLÓGICA

O objetivo da prática esportiva é permitir vivências com foco na manutenção da qualidade de vida e na prevenção de doenças, com orientação da fisioterapeuta oncológica Nadia Gomes, 34 anos, que está no grupo desde a sua fundação. Ela orienta o tratamento oncológico combinado com a canoagem. Ela também participa das remadas para estabelecer os protocolos necessários para a entrada segura das mulheres no projeto. Com base nos pedidos médicos e históricos individuais, ela determina a amplitude dos movimentos e a força de cada uma.

Em outubro de 2022, a Canomama promoveu o 1º Festival de Dragon Boat de Mulheres Sobreviventes do Câncer de Mama e o 1º Encontro Nacional de Remadoras Rosas em Brasília. O evento, realizado com patrocínio da embaixada da China, e apoio do GDF e da Marinha do Brasil, reuniu 350 mulheres de sete países no clube ASCADE. As remadoras brasileiras também estiveram no Festival Internacional de Dragon Boat, na Itália, e no Encontro Latino-Americano em Neuquén, na Argentina. O mais recente foi o Pan-americano de Dragon Boat 2023, no Panamá, onde as brasileiras conquistaram uma medalha de prata (categoria 200 m) e bronze (categoria 500 m).

 

 

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Dia do Turismo, 27 de setembro: Brasília, uma cidade de encanto e diversidade

De janeiro a julho deste ano 3.112.597 visitaram a capital do país, entre transportes aero nacional, internacional, rodoviário e CAT

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Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 

Brasília, a capital do Brasil, é um destino que oferece uma rica combinação de beleza, sabor e entretenimento para seus habitantes e visitantes em todas as estações do ano. De janeiro a julho deste ano, o Distrito Federal recebeu um total de 3.112.597 pessoas por meio de diversos meios de transporte, incluindo aéreo nacional, internacional, rodoviário e o Centro de Atendimento ao Turista (CAT). Em 2022, esse número alcançou 5.420.142 turistas. Desde sua inauguração em 1960, Brasília se destaca pela arquitetura moderna e icônica projetada por Oscar Niemeyer.

Entre os principais pontos turísticos visitados ao longo dos anos, destacam-se a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, o Memorial JK, o Pontão do Lago Sul, a Ponte Juscelino Kubitschek, o Museu Nacional da República, o Congresso Nacional, o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Santuário São João Bosco, o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada, a Praça dos Três Poderes, o Estádio Mané Garrincha, o Museu do Catetinho, o Jardim Zoológico de Brasília, o Parque Nacional de Brasília – Água Mineral, a Torre de TV, o Planetário de Brasília e o Museu do Catetinho. A Fundação Jardim Zoológico de Brasília, considerada um patrimônio cultural, recebeu sozinha 335.839 visitantes até julho deste ano, enquanto em 2022 recebeu 922.547 pessoas.

O Estádio Mané Garrincha, sob a gestão da Arena BRB, não apenas hospeda jogos de futebol, mas também shows e outras atrações. Em 2023, cerca de 1 milhão de pessoas já passaram pelo Complexo, enquanto no ano anterior foram 1,5 milhão de visitantes.

O Congresso Nacional recebeu 61.246 convidados de janeiro a setembro deste ano, em comparação com 64.330 em 2022. O CCBB Brasília atraiu mais de 1 milhão de visitantes desde o ano passado. O Parque Nacional de Brasília – Água Mineral registrou 198.485 visitantes em 2023. O Museu do Catetinho recebeu 25.772 visitantes este ano, enquanto no ano passado foram 29.244.

Esses números demonstram a atratividade de Brasília como um destino turístico repleto de pontos de interesse e encanto. Ronaldo Martins, coordenador do Programa de Visitação Institucional e de Relacionamento com a Comunidade, destaca que o Palácio do Congresso Nacional é um dos locais mais visitados de Brasília, atraindo turistas de todo o Brasil e do exterior.

Wilson Nobre, superintendente de Educação e Uso Público do Zoológico, enfatiza a importância dos zoológicos como destinos turísticos que encantam visitantes de todo o mundo, proporcionando uma oportunidade única de interagir com animais selvagens majestosos e explorar seus habitats.

Richard Dubois, presidente da Arena BRB, destaca que mais de um milhão de pessoas passaram pelo complexo da Arena em 2023, impulsionando diversos setores da capital, incluindo a rede hoteleira, o turismo e eventos corporativos.

A Secretaria de Turismo do DF trabalha em parceria com representantes do setor para desenvolver ações e projetos que coloquem Brasília no centro do turismo. Entre essas iniciativas estão o desenvolvimento da Lei do Turismo, a regulamentação do espaço para o Motorhome, a implementação do calendário de eventos e o retorno do festival Festa dos Estados. A cidade também está destacando novas tendências do turismo local, como o Enoturismo, o Turismo Rural, o Turismo de Aventura e o Ecoturismo.

Cristiano Araújo, secretário de Turismo, enfatiza a transformação de Brasília em uma cidade vibrante, com diversas opções para atender às expectativas de seus visitantes, desde sua cena gastronômica até a oferta de atividades de lazer e entretenimento.

Neste Dia do Turismo, 27 de setembro, e durante todo o ano, Brasília oferece inúmeras oportunidades para conhecer ou revisitar seus pontos turísticos. Até mesmo os moradores locais, como o professor Anderson José e a secretária Keyla Freitas, encontram motivos para explorar a cidade, seja pelos museus que contam a história da capital ou pelos parques que proporcionam momentos de paz e beleza. Brasília é verdadeiramente um tesouro a ser explorado.

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Em Brasília, mulheres indígenas celebram diversidade cultural e marcham por lutas comuns

Na III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, representantes de todos os biomas do Brasil celebram sua diversidade, denunciam violência de gênero e dizem não ao Marco Temporal.

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Marcha das Mulheres Indígenas de 2023, em Brasília — Foto: Amanda Magnani

 

O som de cantos e dos maracás ecoa de todos os lados do acampamento à medida que grupos de mulheres dos mais diferentes cantos do Brasil se aproximam da tenda principal na concentração para a III Marcha Nacional de Mulheres Indígenas. São 8h00 e o sol seco de Brasília parece realçar as cores dos mais variados trajes tradicionais.

A marcha, que foi do Complexo Cultural da Funarte, onde estavam acampadas, até o Congresso, a cerca de 5km de distância, reuniu mais de 5 mil mulheres. Ela aconteceu no último dia de um evento que, ao longo de três dias, foi marcado por celebrações e denúncias.

Sob o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, indígenas de diferentes partes do Brasil tiveram a oportunidade de dar voz às demandas específicas vividas pelos povos de seus biomas.

Para o povo Kiriri, da Caatinga, a cerca de 300 km de Salvador, um dos maiores problemas é a seca e a consequente falta de segurança alimentar. “Nossa região é muito seca, e as mudanças climáticas aumentam o impacto na insegurança alimentar”, diz Fabiana Kiriri.

Ela conta que o trabalho coletivo na comunidade e a reserva de alimentos vêm como uma forma de tentar contornar o problema. Mas uma colheita suficiente depende de muitos elementos, que vão da quantidade de chuvas à presença de pragas.

“O que realmente precisamos é de um olhar especial do governo, que proponha projetos para ajudar as comunidades a terem autonomia”, defende.

Já para o povo Kaingang do Pampa, no Rio Grande do Sul, as demandas passam principalmente pelos enfrentamentos com o agronegócio e pelos arrendamentos de áreas dentro das terras indígenas, que acabam levando monoculturas e agrotóxicos para dentro a terra.

“Nós precisamos dar visibilidade às nossas lutas e sensibilizar a nossa comunidade, para que possamos encontrar estratégias para atender as demandas dos nossos territórios”, diz Priscila Gore Emílio, psicóloga do povo Kaingang.

Enquanto isso, em Santa Catarina, os Xokleng são protagonistas no debate sobre o Marco Temporal. “Nossa região foi tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas e o nosso território já foi muito maior. Hoje, vivemos em uma área muito reduzida, mas continuamos vivendo muitas tensões e conflitos”, diz Txulunh Gakran.

Contudo, embora povos dos diferentes biomas tenham suas demandas específicas, são muitas as lutas comuns às mulheres indígenas do Brasil como um todo. Grande parte delas gira ao redor da garantia do direito ao território e ao fim da violência de gênero.

 

 

 

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HOJE, 21 DE SETEMBRO, É DIA DA ÁRVORE.

PRIMEIRA ÁRVORE PLANTADA EM BRASÍLIA

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A primeira árvore plantada, em Brasília, foi um pé de Canjerana. O presidente Juscelino Kubitschek a plantou quando da inauguração da Escola Júlia Kubitschek, a primeira de Brasília, em 1957.
Um ano depois, em 1958, JK plantou outra canjerana (cabrália canjerana), ao iniciar o trabalho de arborização de Brasília, nas casas da W3 Sul.
Agora, em 2023, temos uma cidade belamente arborizada com ipês, pequizeiros, jacarandás, jatobás, sucupiras, paineiras… Uma floresta de árvores do Cerrado, da Mata Atlântica e da Amazônia.
Até no que diz respeito a plantas, árvores e flores, Brasília é pedacinho muito representativo do Brasil. Tem tudo da flora brasileira.
Para não dizer que só falei de árvores, é bom lembrar que em julho de 1957, praticamente três anos antes da inauguração, foi feito um censo em Brasília. Era o início da epopeia da construção.
Brasília tinha 6.823 habitantes, sendo 4.600 homens e 1.683 mulheres.
Para ler a Folha do Meio Ambiente:
foto: Canjerana
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