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Novo ranking da Elsevier tem 22 pesquisadores da Embrapa

Foto: Divulgação

 

Levantamento considerou citações em 2022 e ao longo da carreira

Número de pesquisadores é superior ao ranking de 2022, e  novos nomes aparecem na lista

Vinte e dois pesquisadores (22) de 15 unidades da Embrapa estão entre os mais citados do mundo, de acordo com estudo realizado pela Universidade de Stanford (Estados Unidos) e publicado no site da editora holandesa Elsevier, no dia 4 de outubro de 2023. Em relação ao último ranking elaborado pelas instituições em 2022 com dados de 2021, houve acréscimo de um pesquisador (eram 21), além de novos nomes incorporados à lista (veja quadros ao longo da matéria). O estudo utiliza as citações da base de dados Scopus para avaliar o impacto dos pesquisadores ao longo de suas carreiras (de 1996 até o final de 2022) e durante todo o ano passado.

O banco de dados gerado pelo estudo traz informações padronizadas sobre citações – índice h (métrica amplamente utilizada em todo o mundo para quantificar a produtividade e o impacto de cientistas baseando-se nos seus artigos mais citados) e índice h ajustado de coautoria, citações de artigos em diferentes posições de autoria e um indicador composto. Os cientistas são classificados em 22 campos científicos e 174 subcampos. O estudo inclui cientistas que estão entre os 100 mil mais influentes, de acordo com um índice composto de citação.

Veja aqui a matéria sobre os resultados da pesquisa realizada em 2021 e publicada em 2022.

Os 11 mais citados na carreira e em 2022

Henriette Azeredo (Embrapa Instrumentação)

Atua em pesquisas focadas em filmes e revestimentos produzidos a partir de compostos renováveis e biodegradáveis (preferencialmente oriundos de coprodutos de alimentos, dentro do conceito de biorrefinaria). Esses materiais podem ter diferentes aplicações, mas a pesquisadora tem focado naquelas relacionadas ao aumento da estabilidade de alimentos, como por exemplo, embalagens ativas, filmes e revestimentos comestíveis. Ela tem trabalhado ainda com aplicações de celulose bacteriana em alimentos. Segundo a pesquisadora, fazer ciência no Brasil tem sido uma corrida de obstáculos. As dificuldades para obter recursos e a burocracia desviam tempo e foco dos objetivos principais para atender a demandas improdutivas.

Jayme Barbedo (Embrapa Agricultura Digital)

Dedica-se à aplicação de tecnologias de processamento de imagens e aprendizado de máquina (machine learning) no desenvolvimento de soluções para o setor agropecuário. Entre as linhas de pesquisa, destacam-se o reconhecimento automático de doenças em plantas usando imagens digitais, o desenvolvimento de um equipamento para identificar doenças em culturas agrícolas em estágio inicial a partir da leitura de sinais neurais e a detecção e contagem de bovinos em campo utilizando imagens capturadas por drones. “É uma satisfação grande ver o resultado do nosso trabalho ganhando projeção e influenciando outros pesquisadores ao redor do mundo”, comemora.

George Brown (Embrapa Florestas)

Trabalha com diversos aspectos da relação entre a fauna edáfica (especialmente as minhocas), e o solo. Além disso, estuda o efeito de contaminantes ambientais sobre estes animais, e atua também na identificação de espécies. Suas publicações sobre minhocas são bem conhecidas por aqueles que trabalham na área, em nível internacional. O pesquisador já publicou artigos na Science e na Scientific Reports (Nature), mostrando a importância das minhocas como bioindicadoras da qualidade ambiental e para a produtividade vegetal, devido aos efeitos benéficos das mesmas sobre as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

Dario Grattapaglia (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia)

Grattapaglia é responsável pelo sequenciamento do genoma do eucalipto, um dos resultados de grande impacto da sua produção científica à sociedade, além de outros trabalhos com reconhecimento nacional e internacional. Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desde 1994, ele atua nos campos da genética, genômica e melhoramento de plantas, com particular ênfase em espécies perenes florestais e frutíferas. Além disso, trabalha no desenvolvimento e aplicações de tecnologias genômicas na solução de problemas no melhoramento e conservação de recursos genéticos de plantas e animais.

Cristiane Farinas (Embrapa Instrumentação)

Trabalhando na Embrapa Instrumentação há 14 anos, a engenheira química estuda processos bioquímicos, com ênfase em bioprocessos, bioenergia, biorrefinarias, enzimas, nanocelulose e biofertilizantes. Recentemente, tem trabalhado em projetos com a equipe da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano). Farinas também faz parte do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos (PPG-EQ/UFSCar) e do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da mesma universidade (PPG-Biotec/UFSCar), onde concluiu a graduação; seu mestrado e doutorado foram obtidos na Universidade Estadual de Campinas.Biotec/UFSCar) – universidade na qual ela fez a graduação; mestrado e doutorado foram realizados na Unicamp.

Mariangela Hungria (Embrapa Soja)

Sua trajetória é marcada por pesquisas sobre biodiversidade microbiana, microbiologia do solo e fixação biológica do nitrogênio (FBN). Vale ressaltar sua contribuição para os avanços da cultura da soja, em especial, pelo desenvolvimento de tecnologias relacionadas à FBN. Mariangela também coordenou pesquisas que culminaram com o lançamento de outras tecnologias: autorização/recomendação de bactérias (rizóbios) para a cultura do feijoeiro, Azospirillum para as culturas do milho e do trigo e de pastagens com braquiárias e coinoculação de rizóbios e Azospirillum para as culturas da soja e do feijoeiro e pastagens.  “Compor a lista é certamente um grande esforço pessoal dos pesquisadores, considerando as dificuldades de financiamento para a pesquisa pública brasileira”, destaca.

Luiz Henrique Mattoso (Embrapa Instrumentação)

Pioneiro em nanotecnologia na Embrapa, Mattoso atua nas áreas de polímeros condutores, biopolímeros, bionanocompósitos, sensores, biomateriais, nanofibras, nanocelulose, borracha natural até o desenvolvimento de materiais poliméricos de fonte renovável. O legado de sua participação no Labex entre 2005 e 2007 se reflete nos resultados da Rede de Nanotecnologia, com mais de 150 pesquisadores de 53 instituições parceiras (públicas e privadas), e no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) – multiusuários – localizado em São Carlos. “É o trabalho em equipe que faz a diferença e pode gerar novos resultados e soluções tecnológicas de impacto. O compartilhamento do conhecimento científico é fundamental para formar novas gerações de profissionais dedicados à nanotecnologia e ao agronegócio”, comenta.

Antônio Panizzi (Embrapa Trigo)

Desenvolve pesquisas em bioecologia, danos em diversas culturas e Manejo Integrado de Pragas há 49 anos na Embrapa. Panizzi conta com 622 publicações, incluindo artigos, notas científicas, livros, capítulos de livros, artigos em anais de eventos e publicações técnicas. Em um trabalho pioneiro, estudou o desempenho dos percevejos na sequência de plantas hospedeiras cultivadas e não-cultivadas, antecipando a questão de biodiversidade e conservação ainda nos anos 80, o que lhe rendeu convite para o seleto grupo de autores do Annual Review of Entomology em 1997, periódico com o maior fator de impacto em Entomologia.

Caue Ribeiro (Embrapa Instrumentação)

O engenheiro de materiais e doutor em Química é coordenador da Rede de Nanotecnologia para o Agronegócio (Rede AgroNano), do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) e coordenador do Portfolio de Projetos em Nanotecnologia da Embrapa. Desde 2007 atua na Embrapa Instrumentação em pesquisas nas áreas de síntese de nanomateriais, estudos de crescimento de cristais em colóides de nanopartículas, atividade catalítica de nanopartículas e sistemas nanoestruturados de liberação lenta e controlada de insumos agrícolas. “Fiquei impressionado com a notícia. Me sinto muito agradecido à Embrapa por saber que esse reconhecimento não é meu, mas da instituição na qual fiz praticamente toda a minha carreira científica após o doutorado. Os desafios e oportunidades proporcionados pela Embrapa é que embasam esse reconhecimento”.

Marcos Dias (Embrapa Amapá)

Seu foco é em pesquisas voltadas à sanidade e parasitologia de peixes amazônicos, direcionados aos problemas sanitários na produção e tratamento de doenças. Também desenvolve estudos em ecologia de populações de peixes nativos de importância para a pesca e produção. Esses temas são amplos, mas o pesquisador tem focado os problemas sanitários no cultivo de peixes do estado do Amapá e tratamento antiparasitários químicos, principalmente contra monogeneas, um parasito que acomete peixes cultivados, bem como o uso de óleos essenciais e óleos fixos (fitoterápicos) amazônicos e cultivados no Brasil. Ele tem trabalhado ainda na descrição de novas espécies de parasitos em peixes amazônicos com estudantes de Mestrado e Doutorado.

Marcos Deon Vilela de Resende (Embrapa Café)

Graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Estatística pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas pela USP/Esalq, doutorado em Genética pela UFPR e pós-doutorado em Matemática Biométrica pelo Rothamsted Research Institute, Londres. É pesquisador da Embrapa Café desde 2020 e professor nas Universidades Federal de Viçosa e Federal do Paraná. Tem experiência na área de Genética Quantitativa, com foco nos seguintes temas: modelos lineares mistos-BLUP, componentes de variância-REML, inferência Bayesiana, melhoramento de espécies perenes (florestais, fruteiras, forrageiras, palmeiras, cana-de-açúcar, café, animais), estatística, experimentação, seleção genômica ampla (Medalha de Honra ao Mérito em Inovação Agropecuária – 2012).

Os dez mais citados em 2022 (em complementação à lista anterior)

Robert Boddey (Embrapa Agrobiologia)

O inglês Robert Boddey está no Brasil desde o final da década de 1970, tendo vindo para a Embrapa a convite da pesquisadora Johanna Döbereiner. Graduado em Química Agrícola, com doutorado em Agricultura e larga experiência nas áreas de ciências do solo e microbiologia do solo, o pesquisador atua na área de ciclagem de nutrientes em agroecossistemas, na análise do impacto da agricultura e da pecuária na produção de gases de efeito estufa, no consórcio de pastagens com leguminosas para aumentar o sequestro de Carbono no solo e nos estudos para quantificação da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) em gramíneas e leguminosas.

Rosires Deliza (Embrapa Agroindústria de Alimentos)

Trabalha na área de análise sensorial e estudos do consumidor, buscando contribuir para a melhoria da saúde da população. Nesse sentido, investiga duas estratégias: a reformulação de alimentos por meio da redução de sódio e açúcar e a rotulagem nutricional. “Fiquei muito feliz com a notícia. É sempre uma grande alegria ver nosso trabalho reconhecido pelos nossos pares. Minha contribuição para a ciência brasileira começou após meu retorno do doutorado, realizado na Inglaterra, onde investiguei tema bastante inovador: o efeito da expectativa na aceitação do consumidor e nas características sensoriais do produto, mais especificamente o papel da embalagem na percepção do produto. Já na Embrapa Agroindústria de Alimentos destaco a linha de pesquisa com foco na percepção do consumidor em relação às novas tecnologias, essencial para o seu sucesso da inovação tecnológica”, relata.

Renata Tonon (Embrapa Agroindústria de Alimentos)

Trabalha na área de processamento de alimentos, com foco em processos voltados à extração e microencapsulação de compostos bioativos, visando agregar valor a matérias-primas vegetais e a resíduos agroindustriais. A pesquisadora vem atuando nessa linha desde o doutorado, quando trabalhou na obtenção de uma polpa de açaí em pó rica em compostos antioxidantes. Em seguida, durante o pós-doutorado, atuou em projetos voltados para a microencapsulação de óleos vegetais como o de linhaça e de café torrado, visando protegê-los contra a oxidação. Desses trabalhos resultaram seus artigos com maior repercussão.

Morsyleide Rosa (Embrapa Agroindústria Tropical)

Atua no desenvolvimento de produtos e processos focados no uso sustentável e integral da biomassa brasileira, com ênfase em bionanocompósitos. Em relação ao destaque recebido, Morsyleide acredita que reflete o nível de interesse pelo trabalho conduzido pela Embrapa. “Afinal, o número de citações é um dos indicadores da relevância de um trabalho científico. Para esse alcance, é fundamental construir parcerias, de forma a manter colaboração científica e tecnológica, tanto com a Academia quanto com o setor produtivo.” Ainda pondera que esse resultado reflete um novo mosaico de investimentos no país, onde o Nordeste, cada vez mais, passa a compor a cartografia científica nacional.

Nand Kumar Fageria (Embrapa Arroz e Feijão in memoriam)

Graduado em Agronomia pela Universidade de Udaipur (1965), mestrado em Agronomia – Agriculture University of Udaipur, Rajasthan (1967), doutorado em Agronomia – Universite Catholique de Louvain (1973) e pós-doutorado USDA-ARS, Beckley/Beltsville. Atuou como pesquisador da Embrapa na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo e Adubação. Suas principais linhas de pesquisa foram: arroz de terras altas, solos do Cerrado, acidez do solo, arroz irrigado e feijão. Foi autor de mais de 320 publicações, incluindo 14 livros. Proferiu palestras nos Estados Unidos, Canadá, Japão, China, Índia, Portugal, Austrália, Sri Lanka e Bélgica.

Rodrigo Mendes (Embrapa Meio Ambiente)

Desde a iniciação científica, Rodrigo se propôs a entender a interação entre comunidades microbianas do solo e as plantas. Para ele, o desenvolvimento de técnicas de sequenciamento genômico em massa nos anos 2000 foi como uma reinvenção do microscópio, possibilitando a compreensão da interação entre plantas e microrganismos, de forma a abrir caminhos para formas mais sustentáveis de produção de alimentos. “Isso possibilitou descrever mecanismos que mostram como microrganismos que compõem o sistema de atuam na defesa da planta contra infecções de patógenos. Investigamos também como a domesticação das plantas pode impactar as interações com microrganismos, abrindo caminho para uma forma mais sustentável de produzir alimentos”, explica.

Daniel Corrêa (Embrapa Instrumentação)

O engenheiro de materiais de formação e pós-doutor atua na área de Ciência e Engenharia de Materiais e Nanotecnologia afirma que foi uma surpresa e uma felicidade ter o nome incluído nesta prestigiosa lista publicada pela Elsevier. O ranking evidencia que os resultados obtidos pelos cientistas da Embrapa Instrumentação e seus parceiros estão sendo utilizados e citados por pesquisadores de outras instituições de PD&I do Brasil e do mundo. “A Embrapa possibilita um ambiente muito favorável ao trabalho em equipe e em áreas de atuação interdisciplinares, que favorecem entregas de resultados de impacto para o agronegócio com sustentabilidade, beneficiando toda a sociedade”, diz.

Daniel Ricardo Sosa Gomez (Embrapa Soja)

Possui graduação em Zooloogia Agrícola pela Universidade Nacional de Tucuman, mestrado em Ciências Biológicas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e doutorado pela mesma universidade em Ciências Biológicas. É pesquisador da Embrapa  e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, além de pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e professor participante da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Entomologia Agrícola, atuando principalmente nos seguintes temas: controle microbiano, controle biológico, fungos entomopatogênicos, vírus entomopatogênicos e pragas da soja.

Sérgio Tonetto de Freitas (Embrapa Semiárido)

Graduado e mestre em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, com doutorado em Biologia de Plantas e pós-doutorado em Ciência de Plantas pela Universidade da Califórnia, EUA, tem especialização em Fisiologia Vegetal, Nutrição de Plantas, Biologia Molecular e Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita. É pesquisador da Embrapa Semiárido e atua como professor no Programa de Pós-Graduação em Agronomia nas Universidades Federal do Vale do São Francisco e do Estado da Bahia, além do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Sergipe, e do Programa de Pós-graduação Lato Sensu em Pós-colheita de Produtos Hortifrutícolas do Instituto Federal – Sertão Pernambucano.

Zilca Maria da Silva Campos (Embrapa Pantanal)

Graduada em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Mato Grosso, com mestrado em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e doutorado em Ecologia (Conservação e Manejo da Vida Silvestre) pela Universidade Federal de Minas Gerais. É pesquisadora da Embrapa Pantanal desde 1989, onde atua na área de Ecologia, com ênfase em  manejo de vida silvestre, com foco nos seguintes temas: jacaré-do-pantanal, jacarés brasileiros, conservação e manejo, pantanal, reprodução e movimento.

Mais citada na carreira

Johanna Döbereiner (Embrapa Agrobiologia in memoriam)

Foi pioneira no desenvolvimento da fixação biológica do nitrogênio (FBN) a partir de bactérias capazes de realizar esse processo. Seus estudos avançaram a tal modo que contribuíram definitivamente para possibilitar o avanço do programa Pró-Álcool e também para colocar o Brasil como segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos Estados Unidos. A FBN possibilita a substituição de adubos químicos nitrogenados, oferecendo, assim, vantagens econômicas, sociais e ambientais. Estima-se que a FBN tenha uma contribuição global para os diferentes ecossistemas da ordem de 258 milhões de toneladas de nitrogênio (N) por ano, sendo que a contribuição na agricultura é estimada em 60 milhões de toneladas.

Fernanda Diniz (MtB 4685/DF)
Superintendência de Comunicação (Sucom)

Contatos para a imprensa

Telefone: (61) 3448-4364

 

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Campanha ‘Mulher, não se cale!’ chega aos terminais rodoviários do DF

Locais de grande circulação vão receber iniciativa que fornecerá informações e orientações sobre como enfrentar e denunciar a violência de gênero

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Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

A partir do dia 12, quem passar pela Rodoviária do Plano Piloto e pelos diversos terminais de ônibus no DF poderá receber informações e orientações sobre como combater e denunciar a violência de gênero. Essa é a proposta da campanha Mulher, não se cale!, promovida pela Secretaria da Mulher (SMDF) em parceria com o Instituto Inside Brasil.

A campanha faz parte das ações do Governo do Distrito Federal (GDF) para enfrentar uma das maiores violações dos direitos humanos, que afeta milhares de mulheres todos os anos. Segundo a Lei Maria da Penha, a violência doméstica e familiar contra a mulher – física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral – pode causar danos graves à saúde e à dignidade das vítimas e até levar à morte.

Segunda fase da campanha será lançada na terça-feira (12), na Rodoviária do Plano Piloto | Fotos: Vinicius de Melo/SMDF

Para prevenir e combater esse tipo de violência, a campanha vai levar informação e conscientização às mulheres que circulam na Rodoviária do Plano Piloto e nos terminais de ônibus do Setor O e Setor QNQ/QNR, ambos em Ceilândia, além de percorrer Brazlândia, Gama Central, Planaltina, Samambaia Sul e Norte, Sobradinho, Santa Maria Sul, Guará, Riacho Fundo e Riacho Fundo II,  com ações culturais nas feiras de Planaltina, Guará e Vicente Pires.

A campanha vai incentivar não somente as mulheres que sofrem ou testemunham essas violências a não se calarem e denunciarem os agressores, mas também terceiros, que podem fazer a denúncia anônima. O número para denúncia é o 180, que funciona 24 horas por dia, com ligação gratuita. As mulheres também podem procurar apoio nos órgãos especializados, como as delegacias da mulher, os centros de referência e a Casa Abrigo.

“Comunicar, especialmente sobre as diversas formas de violência, é uma forma de interromper o ciclo de violência em que muitas mulheres estão inseridas”Giselle Ferreira, secretária da Mulher

Para a secretária da mulher, Giselle Ferreira, campanhas em locais de grande circulação têm o potencial de envolver a comunidade e mobilizar esforços coletivos na luta contra a violência doméstica. “A informação empodera as mulheres. Comunicar, especialmente sobre as diversas formas de violência, é uma forma de interromper o ciclo de violência em que muitas mulheres estão inseridas. Além disso, contribui para que identifiquem os sinais de abuso e busquem ajuda antes que a situação se agrave”, destaca.

O secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Flávio Murilo Prates, destacou a importância da campanha para os usuários do transporte público coletivo. “A Semob tem realizado campanhas de combate ao assédio e à importunação sexual dentro dos ônibus e uma campanha mais abrangente, como esta da Secretaria da Mulher, nas rodoviárias e estações do Metrô, permite que mais pessoas se informem e conscientizem sobre a necessidade de combater e denunciar todo tipo de violência contra a mulher”, afirmou.

O lançamento da Mulher, não se cale! será às 10h, na Rodoviária do Plano Piloto. A iniciativa conta com o apoio da Secretaria de Transporte e Mobilidade e durante o período de ativação, que vai até o dia 3 de fevereiro de 2024, serão realizadas diversas ações, como distribuição de materiais informativos, exposição de cartazes e banners, entre outras.

Mulher, não se cale!

A Secretaria da Mulher (SMDF) realizou a primeira fase da campanha, em parceria com o Metrô-DF, em 28 de agosto deste ano, na Estação do Metrô Galeria. A ação ocorreu até 27 de outubro e esteve presente em dois trens e nas estações do DF de forma itinerante.

A SMDF alcançou diretamente cerca de 100 mil usuários do metrô, e 130 mil pessoas indiretamente, levando ações de conscientização e prevenção da violência contra a mulher com ações presenciais em cinco estações e com comunicação visual nos trens de 18 estações do Metrô-DF.

*Com informações da Secretaria da Mulher

 

 

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Garantir padrão de Declaração Universal dos Direitos é desafio atual

Carta de princípios, com 30 artigos, completou 75 anos nesse domingo

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A Declaração Universal dos Direitos Humanos – carta de princípios a ser seguida no mundo inteiro para garantir vida digna a todas as pessoas – completou 75 anos nesse domingo (10). O texto foi aprovado pela Organização das Nações Unidas (ONU), criada na época e ainda abalada pelos horrores da Segunda Guerra Mundial. Anos depois, ainda é um desafio para muitos alcançarem os parâmetros estabelecidos pelo documento.  

“Se realmente existem os direitos humanos, por que não estão na prática? Por que não servem para todo mundo? Para o índio? Para os quilombolas? Cadê nossos direitos?! Onde foram parar?!”, questiona Gleide Farias, líder comunitária de Porto de Areia, favela que fica em Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo, a cidade mais rica do Brasil. “O direito está aí, que é para todos terem moradia digna neste Brasil, e é por isso que sou uma liderança.”

Em Porto de Areia vivem cerca de mil famílias que convivem com falta de infraestrutura, saneamento, água e energia. A comunidade surgiu no início dos anos 2000, depois que as famílias perderam tudo em um incêndio em outra favela, no centro de São Paulo. A saída foi ocupar o terreno vazio entre uma antiga cava de mineração e um lixão. Lutar por direitos faz parte do cotidiano da comunidade, direitos que, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, já deveriam estar assegurados, de acordo com o compromisso firmado há 75 anos pelos países que integram as Nações Unidas, entre eles o Brasil.

“É de primordial importância que tenhamos em mente o caráter básico desse documento. Não é um tratado. Não é um acordo internacional. Não é e não pretende ser uma declaração de lei ou obrigação legal”, declarou Eleonor Roosevelt no dia da aprovação do texto em 10 de dezembro de 1948. A ex-primeira dama dos Estados Unidos presidiu a comissão que elaborou a declaração. Coube a ela explicar o caráter do documento: não se trata de uma lei, mas de um compromisso.

Mrs. Eleanor Roosevelt. [July 1947]. Foto: Kari Berggrav/United Nations Photo
Eleanor Roosevelt durante as discussões da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em julho de 1947. Foto: Kari Berggrav/United Nations Photo

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada por 50 dos 58 países que integravam as Nações Unidas naquele momento. Oito se abstiveram e ninguém votou contra.

Direitos

A declaração conta com 30 artigos. O primeiro garante que todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. O segundo explica que esses direitos não distinguem raça, cor, sexo, idioma, religião ou opinião política. Depois garante que todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança, e que ninguém pode ser escravizado e nem ser submetido a tortura. Ninguém pode ser detido, preso ou desterrado arbitrariamente. E todos têm direito a julgamentos justos nos tribunais.

O texto também diz que as pessoas têm direito à propriedade e que os espaços privados não podem ser violados. Garante ainda que todos têm direito a uma nacionalidade, a circular livremente e eleger seus representantes e que, em caso de perseguição, de buscar asilo. Prevê ainda que as pessoas têm direito a se casar, desde que na idade adequada. Que o direito à liberdade de pensamento e religião é garantido, assim como à livre opinião e livre associação.

A declaração destaca que cada pessoa tem direito à segurança social, à cultura e às artes, à educação, ao trabalho livre e ao descanso, e a condições de vida adequadas com casa e comida que garantam a saúde e o bem estar. E determina como obrigação o respeito aos direitos dos outros seres humanos.

Para todas e todos

“É uma declaração de princípios básicos de direitos humanos e liberdades que deve servir como padrão para todos os povos de todas as nações”, completou Eleonor Roosevelt. Mas nem todos conseguem ter acesso a esse padrão.

“A gente mora numa comunidade. Cadê o direito à água? Cadê o direito à luz? Cadê o direito dos meus filhos, dos filhos dos meu vizinho de ter uma escola boa? Cadê? Onde foram parar esses direitos?”. As questões de Gleide mostram os desafios que não só o Brasil, mas o mundo todo, precisa enfrentar para fazer valer o documento.

Isso não significa, no entanto, que só porque nem tudo o que foi escrito virou realidade, a declaração não seja importante. Pelo contrário. “Eu acho que a gente tem que entender, em primeiro lugar, que direito não é algo em essência. Direito é uma conquista coletiva ou é um processo coletivo de reconhecimento. Às vezes, a gente pensa que o direito é algo que está dado, que é facilmente reconhecido e não é”, diz o historiador e ativista Marcos Tolentino, pesquisador de direitos humanos, gay e HIV positivo.

75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos - Marcos Tolentino. Imagem: TV Brasil
Historiador Marcos Tolentino fala sobre 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos – Foto TV Brasil

Tolentino destaca que, entre a teoria e a prática, é preciso que existam pessoas como a Gleide. “Quais os processos que estão envolvidos na afirmação de um direito, no reconhecimento, em uma demanda por direito? Que é fruto de processos culturais, sociais, mas, principalmente, de processos de articulação de setores da sociedade civil. O Estado não acorda um dia e fala assim: tem um direito aqui que a gente acha que está faltando. Você precisa de toda uma articulação social, é sempre esse processo de articulação social, de possibilidade também de articulação política.”

Edição: Graça Adjuto

ebc

 

 

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Agricultura de SP reúne produtores rurais para 1º Concurso Estadual da Cachaça Paulista

Durante o evento, o secretário de Agricultura do Estado também anunciará um programa destinado à produção de orgânicos e agroecológica

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Do Portal do Governo

 

O Cachaça.SP visa estabelecer um importante referencial de qualidade para os consumidores

O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), promove um grande evento em sua sede na próxima quarta-feira (13) para lançar o 1º Concurso Estadual de Qualidade da Cachaça Paulista “Cachaça.SP”.

Na solenidade que inicia a partir das 14h, o secretário Guilherme Piai vai apresentar o novo plano de ações para incentivar a produção de orgânicos no Estado, o PLEAPO.

O objetivo do Cachaça.SP é avaliar, valorizar e divulgar a tradicional bebida produzida no Estado de São Paulo. Além disso, visa estabelecer um importante referencial de qualidade para os consumidores.

A organização do concurso conta com participação de toda a Secretaria de Agricultura, da extensão rural através da CATI, da área de pesquisa com a APTA Regional, Defesa Agropecuária e de toda a cadeia produtiva que faz parte das Câmaras Setoriais.

Na ocasião, o secretário vai anunciar a primeira edição de seu Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (PLEAPO), em prol do desenvolvimento da produção de alimentos livres de defensivos químicos, incentivando a certificação das propriedades rurais, que consequentemente, facilitará o acesso a novos mercados e a linhas de créditos específicas.

Durante o evento, também serão abordados os seguintes temas:

– Sementes orgânicas e bioinsumos – Fernando Alves, Cati Sementes e Mudas

– Aplicativos para compras públicas orgânicas e preços – Diógenes Kassaoka, Codeagro

– Projeto Vinhedo Agroecológico   – Wilson Tivelli, APTA Regional

– Pleapo – Construção e importância – Araci Kamiyama, Cati

O evento contará também com a presença de oito cadeias agrícolas, que vão expor seus produtos para venda e degustação, como mel, café, queijo, leite, ovos e derivados, frutas e produtos artesanais do agro paulista. O secretário estará aberto a perguntas de jornalistas no final.

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