Reportagens
Em audiência, CLDF discute transparência na execução do PDAF
A deputada Paula Belmonte ouviu da secretária de educação explicações sobre execução do PDAF

Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF
Em audiência pública realizada nesta terça-feira (31), a Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC) recebeu representantes da Secretaria de Estado de Educação (SEEDF) e do Ministério Público de Contas do DF (MPC/DF) para discutir a transparência na execução do Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (PDAF). O evento é uma iniciativa da deputada Paula Belmonte (Cidadania), que reconheceu que o programa trouxe mais autonomia às escolas, mas cobrou do Executivo melhorias com relação à sua aplicação.
Instituído pela Lei nº 6.023/2017, o PDAF foi concebido para dar mais autonomia aos gestores da Secretaria de Educação em suas rotinas administrativas diárias, permitindo que realizem gastos de pequeno vulto por meio de um orçamento específico e com um procedimento mais célere.
Despesas como reparos em instalações ou reposição de materiais de expediente, por exemplo, podem ser realizadas por meio do programa, que utiliza uma espécie de cartão de crédito que permite aos diretores de escola comprar mercadorias ou pagar por serviços diretamente aos fornecedores ou prestadores cadastrados.
Belmonte afirmou que tem recebido reclamações sobre o funcionamento do programa, em especial com relação ao quantitativo recebido por algumas escolas e também sobre a dificuldade que alguns diretores têm encontrado em executar as compras.
“Eu quero reconhecer a importância desse mecanismo, mas nós, da CFGCT, infelizmente observamos alguns casos de má utilização desse recurso. A gente precisa aprimorar o sistema de transparência, o sistema de controle, mas isso não significa engessar seu funcionamento”, afirmou Belmonte sobre o PDAF.
Outra cobrança feita pela deputada à secretaria de educação foi com relação aos valores per capita destinado às escolas de tempo integral e às de natureza especial. A distrital questionou a secretária da pasta, Hélvia Miridan Paranaguá Fraga, sobre a possibilidade de ajuste no valor destinado a essas escolas.
A secretária, porém, afirmou que há uma séria limitação orçamentária prevista para o próximo ano em virtude dos efeitos da ADPF 188/STF. De acordo com o julgado, a distribuição dos recursos para custear a educação nos estados, que atualmente ocorre proporcionalmente às matrículas da educação básica pública e ao valor da arrecadação da contribuição social do salário-educação, passará a ocorrer considerando a proporção entre as matrículas de cada rede de ensino e o total das matrículas da educação básica pública, aplicada sobre a arrecadação observada em âmbito nacional. Isso acarretará uma queda de mais de R$ 850 milhões aos cofres da secretaria, o que, segundo Hélvia, impede qualquer previsão de aumento nos valores destinados às escolas para 2024.
Fraga também afirmou que o PDAF tem sido uma ferramenta de extrema importância para descentralização na gestão dos recursos. Ela declarou que, embora ainda ocorram algumas situações a serem resolvidas, o programa privilegia a tomada de decisões por aqueles que estão na ponta. “A escola é que sabe onde está o problema”, pontuou.
Cartão e aplicativo PDAF
Instituído pelo do Decreto nº 42.403/2021, o cartão PDAF é um sistema totalmente informatizado desenvolvido pelo Banco de Brasília (BRB), que permite que as escolas públicas possam adquirir produtos e contatar serviços de forma automatizada com os fornecedores credenciados pela Secretaria de Economia do DF.
Durante a audiência, diretores de escola esclareceram dúvidas sobre a utilização do cartão e do aplicativo ligados ao programa. Alguns gestores relataram dificuldade na aquisição de materiais e serviços ou na localização de fornecedores cadastrados. A chefe da pasta lembrou que o DF conta com mais de 800 escolas e gere um orçamento de cerca de 220 milhões especificamente por meio do programa. Ela defendeu que o app PDAF já está em pleno funcionamento, mas que algumas inconsistências estão sendo corrigidas ao longo do processo.
Razoabilidade
Alguns exemplos concretos foram trazidos à tona durante a audiência. Um deles foi a aquisição de 3 mil carteiras realizada por uma escola de Ceilândia por meio de recursos via PDAF. De acordo com o procurador do Ministério Público de Contas do DF (MPC/DF) Marcos Felipe Pinheiro Lima a Secretaria de Educação precisa orientar melhor os gestores de escola para que casos como este não aconteçam.
Lima afirmou que, embora a lei que cria o PDAF não estabeleça objetivamente alguns limites de valores para compras, o programa não pode ser utilizado para compras ou serviços cujos valores representem grande vulto. Aquisições como a realizada pela escola de Ceilândia deveriam ser precedidas de procedimento licitatório formal, que deveria ocorrer no âmbito da regional de educação, e não da própria escola. O procurador cobrou mais “razoabilidade” na utilização dos recursos do PDAF e declarou que o MPC/DF está à disposição para quaisquer denúncias sobre aplicação de recursos. “A preocupação do Ministério Público de Contas é minimizar eventuais excessos no tocante a aplicação de recursos via PDAF”, declarou o procurador.
Belmonte cobra transparência sobre emendas
Alguns diretores de escola declararam que uma importante fonte de recursos para custeio de suas despesas tem ocorrido por meio das emendas parlamentares. Eles alegaram, porém, que algumas dessas emendas ficam “barradas” no âmbito da secretaria e que não chegam ao destino, a escola específica para a qual foram destinadas.
Belmonte cobrou que a secretaria trate com mais transparência a questão das emendas parlamentares e que os valores cheguem à ponta de forma mais célere. A distrital afirmou, porém, que o legislativo não pode “assumir a responsabilidade” de fomentar o custeio da educação, que é um papel do executivo, e que as emendas representam apenas 2% do orçamento.
A distrital disse esperar que o governo destine verbas que sejam suficientes para que a educação possa ser gerida de forma eficiente. Ela ainda defendeu o papel fiscalizatório da comissão com relação aos recursos aplicados via PDAF. “A educação é importante, o professor é importante, mas um ambiente escolar em que a criança seja bem recebida com alimentação e com um bom material pedagógico é fundamental”, afirmou.
Christopher Gama – Agência CLDF
Reportagens
Campanha ‘Mulher, não se cale!’ chega aos terminais rodoviários do DF
Locais de grande circulação vão receber iniciativa que fornecerá informações e orientações sobre como enfrentar e denunciar a violência de gênero

Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader
A partir do dia 12, quem passar pela Rodoviária do Plano Piloto e pelos diversos terminais de ônibus no DF poderá receber informações e orientações sobre como combater e denunciar a violência de gênero. Essa é a proposta da campanha Mulher, não se cale!, promovida pela Secretaria da Mulher (SMDF) em parceria com o Instituto Inside Brasil.
A campanha faz parte das ações do Governo do Distrito Federal (GDF) para enfrentar uma das maiores violações dos direitos humanos, que afeta milhares de mulheres todos os anos. Segundo a Lei Maria da Penha, a violência doméstica e familiar contra a mulher – física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral – pode causar danos graves à saúde e à dignidade das vítimas e até levar à morte.

Para prevenir e combater esse tipo de violência, a campanha vai levar informação e conscientização às mulheres que circulam na Rodoviária do Plano Piloto e nos terminais de ônibus do Setor O e Setor QNQ/QNR, ambos em Ceilândia, além de percorrer Brazlândia, Gama Central, Planaltina, Samambaia Sul e Norte, Sobradinho, Santa Maria Sul, Guará, Riacho Fundo e Riacho Fundo II, com ações culturais nas feiras de Planaltina, Guará e Vicente Pires.
A campanha vai incentivar não somente as mulheres que sofrem ou testemunham essas violências a não se calarem e denunciarem os agressores, mas também terceiros, que podem fazer a denúncia anônima. O número para denúncia é o 180, que funciona 24 horas por dia, com ligação gratuita. As mulheres também podem procurar apoio nos órgãos especializados, como as delegacias da mulher, os centros de referência e a Casa Abrigo.
“Comunicar, especialmente sobre as diversas formas de violência, é uma forma de interromper o ciclo de violência em que muitas mulheres estão inseridas”Giselle Ferreira, secretária da Mulher
Para a secretária da mulher, Giselle Ferreira, campanhas em locais de grande circulação têm o potencial de envolver a comunidade e mobilizar esforços coletivos na luta contra a violência doméstica. “A informação empodera as mulheres. Comunicar, especialmente sobre as diversas formas de violência, é uma forma de interromper o ciclo de violência em que muitas mulheres estão inseridas. Além disso, contribui para que identifiquem os sinais de abuso e busquem ajuda antes que a situação se agrave”, destaca.
O secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Flávio Murilo Prates, destacou a importância da campanha para os usuários do transporte público coletivo. “A Semob tem realizado campanhas de combate ao assédio e à importunação sexual dentro dos ônibus e uma campanha mais abrangente, como esta da Secretaria da Mulher, nas rodoviárias e estações do Metrô, permite que mais pessoas se informem e conscientizem sobre a necessidade de combater e denunciar todo tipo de violência contra a mulher”, afirmou.
O lançamento da Mulher, não se cale! será às 10h, na Rodoviária do Plano Piloto. A iniciativa conta com o apoio da Secretaria de Transporte e Mobilidade e durante o período de ativação, que vai até o dia 3 de fevereiro de 2024, serão realizadas diversas ações, como distribuição de materiais informativos, exposição de cartazes e banners, entre outras.
Mulher, não se cale!
A Secretaria da Mulher (SMDF) realizou a primeira fase da campanha, em parceria com o Metrô-DF, em 28 de agosto deste ano, na Estação do Metrô Galeria. A ação ocorreu até 27 de outubro e esteve presente em dois trens e nas estações do DF de forma itinerante.
A SMDF alcançou diretamente cerca de 100 mil usuários do metrô, e 130 mil pessoas indiretamente, levando ações de conscientização e prevenção da violência contra a mulher com ações presenciais em cinco estações e com comunicação visual nos trens de 18 estações do Metrô-DF.
*Com informações da Secretaria da Mulher
Reportagens
Garantir padrão de Declaração Universal dos Direitos é desafio atual
Carta de princípios, com 30 artigos, completou 75 anos nesse domingo

A Declaração Universal dos Direitos Humanos – carta de princípios a ser seguida no mundo inteiro para garantir vida digna a todas as pessoas – completou 75 anos nesse domingo (10). O texto foi aprovado pela Organização das Nações Unidas (ONU), criada na época e ainda abalada pelos horrores da Segunda Guerra Mundial. Anos depois, ainda é um desafio para muitos alcançarem os parâmetros estabelecidos pelo documento.
“Se realmente existem os direitos humanos, por que não estão na prática? Por que não servem para todo mundo? Para o índio? Para os quilombolas? Cadê nossos direitos?! Onde foram parar?!”, questiona Gleide Farias, líder comunitária de Porto de Areia, favela que fica em Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo, a cidade mais rica do Brasil. “O direito está aí, que é para todos terem moradia digna neste Brasil, e é por isso que sou uma liderança.”
Em Porto de Areia vivem cerca de mil famílias que convivem com falta de infraestrutura, saneamento, água e energia. A comunidade surgiu no início dos anos 2000, depois que as famílias perderam tudo em um incêndio em outra favela, no centro de São Paulo. A saída foi ocupar o terreno vazio entre uma antiga cava de mineração e um lixão. Lutar por direitos faz parte do cotidiano da comunidade, direitos que, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, já deveriam estar assegurados, de acordo com o compromisso firmado há 75 anos pelos países que integram as Nações Unidas, entre eles o Brasil.
“É de primordial importância que tenhamos em mente o caráter básico desse documento. Não é um tratado. Não é um acordo internacional. Não é e não pretende ser uma declaração de lei ou obrigação legal”, declarou Eleonor Roosevelt no dia da aprovação do texto em 10 de dezembro de 1948. A ex-primeira dama dos Estados Unidos presidiu a comissão que elaborou a declaração. Coube a ela explicar o caráter do documento: não se trata de uma lei, mas de um compromisso.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada por 50 dos 58 países que integravam as Nações Unidas naquele momento. Oito se abstiveram e ninguém votou contra.
Direitos
A declaração conta com 30 artigos. O primeiro garante que todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. O segundo explica que esses direitos não distinguem raça, cor, sexo, idioma, religião ou opinião política. Depois garante que todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança, e que ninguém pode ser escravizado e nem ser submetido a tortura. Ninguém pode ser detido, preso ou desterrado arbitrariamente. E todos têm direito a julgamentos justos nos tribunais.
O texto também diz que as pessoas têm direito à propriedade e que os espaços privados não podem ser violados. Garante ainda que todos têm direito a uma nacionalidade, a circular livremente e eleger seus representantes e que, em caso de perseguição, de buscar asilo. Prevê ainda que as pessoas têm direito a se casar, desde que na idade adequada. Que o direito à liberdade de pensamento e religião é garantido, assim como à livre opinião e livre associação.
A declaração destaca que cada pessoa tem direito à segurança social, à cultura e às artes, à educação, ao trabalho livre e ao descanso, e a condições de vida adequadas com casa e comida que garantam a saúde e o bem estar. E determina como obrigação o respeito aos direitos dos outros seres humanos.
Para todas e todos
“É uma declaração de princípios básicos de direitos humanos e liberdades que deve servir como padrão para todos os povos de todas as nações”, completou Eleonor Roosevelt. Mas nem todos conseguem ter acesso a esse padrão.
“A gente mora numa comunidade. Cadê o direito à água? Cadê o direito à luz? Cadê o direito dos meus filhos, dos filhos dos meu vizinho de ter uma escola boa? Cadê? Onde foram parar esses direitos?”. As questões de Gleide mostram os desafios que não só o Brasil, mas o mundo todo, precisa enfrentar para fazer valer o documento.
Isso não significa, no entanto, que só porque nem tudo o que foi escrito virou realidade, a declaração não seja importante. Pelo contrário. “Eu acho que a gente tem que entender, em primeiro lugar, que direito não é algo em essência. Direito é uma conquista coletiva ou é um processo coletivo de reconhecimento. Às vezes, a gente pensa que o direito é algo que está dado, que é facilmente reconhecido e não é”, diz o historiador e ativista Marcos Tolentino, pesquisador de direitos humanos, gay e HIV positivo.
Tolentino destaca que, entre a teoria e a prática, é preciso que existam pessoas como a Gleide. “Quais os processos que estão envolvidos na afirmação de um direito, no reconhecimento, em uma demanda por direito? Que é fruto de processos culturais, sociais, mas, principalmente, de processos de articulação de setores da sociedade civil. O Estado não acorda um dia e fala assim: tem um direito aqui que a gente acha que está faltando. Você precisa de toda uma articulação social, é sempre esse processo de articulação social, de possibilidade também de articulação política.”
Edição: Graça Adjuto
ebc
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Agricultura de SP reúne produtores rurais para 1º Concurso Estadual da Cachaça Paulista
Durante o evento, o secretário de Agricultura do Estado também anunciará um programa destinado à produção de orgânicos e agroecológica

Do Portal do Governo
O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), promove um grande evento em sua sede na próxima quarta-feira (13) para lançar o 1º Concurso Estadual de Qualidade da Cachaça Paulista “Cachaça.SP”.
Na solenidade que inicia a partir das 14h, o secretário Guilherme Piai vai apresentar o novo plano de ações para incentivar a produção de orgânicos no Estado, o PLEAPO.
O objetivo do Cachaça.SP é avaliar, valorizar e divulgar a tradicional bebida produzida no Estado de São Paulo. Além disso, visa estabelecer um importante referencial de qualidade para os consumidores.
A organização do concurso conta com participação de toda a Secretaria de Agricultura, da extensão rural através da CATI, da área de pesquisa com a APTA Regional, Defesa Agropecuária e de toda a cadeia produtiva que faz parte das Câmaras Setoriais.
Na ocasião, o secretário vai anunciar a primeira edição de seu Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (PLEAPO), em prol do desenvolvimento da produção de alimentos livres de defensivos químicos, incentivando a certificação das propriedades rurais, que consequentemente, facilitará o acesso a novos mercados e a linhas de créditos específicas.
Durante o evento, também serão abordados os seguintes temas:
– Sementes orgânicas e bioinsumos – Fernando Alves, Cati Sementes e Mudas
– Aplicativos para compras públicas orgânicas e preços – Diógenes Kassaoka, Codeagro
– Projeto Vinhedo Agroecológico – Wilson Tivelli, APTA Regional
– Pleapo – Construção e importância – Araci Kamiyama, Cati
O evento contará também com a presença de oito cadeias agrícolas, que vão expor seus produtos para venda e degustação, como mel, café, queijo, leite, ovos e derivados, frutas e produtos artesanais do agro paulista. O secretário estará aberto a perguntas de jornalistas no final.
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