Reportagens
Segurança Pública defende câmeras corporais, contratação segue suspensa pelo Tribunal de Contas do DF
Em comissão geral, o deputado Fábio Felix propôs reunião com a relatora do processo no TCDF, a conselheira Anilcéia Machado

Foto: Carlos Gandra/CLDF
O secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e Segurança Nacional, Marivaldo Pereira, destacou que as câmeras impactam positivamente a segurança pública
O uso de câmeras corporais por policiais militares foi tema de comissão geral na Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta quinta-feira (17). A medida já foi aprovada pela corporação e teria sido implementada não fosse a suspensão do processo de licitação para a contratação do serviço pelo Tribunal de Contas do DF.
À frente da discussão desta tarde, o deputado Fábio Felix (Psol) destacou que, como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa há seis anos, tem acompanhado diversas experiências de monitoramento com câmeras pelo País, em especial o uso das câmeras corporais – também chamadas de “bodycams”.
“As câmeras tendem a colaborar muito com o enfrentamento da violência na sociedade, com o respeito aos protocolos, com a transparência institucional”, afirmou. Citando o exemplo de São Paulo, o distrital apontou que a adoção das câmeras corporais pela PM daquele estado resultou na redução da letalidade nas abordagens policiais, na “possibilidade real” de apuração de denúncias e na proteção dos “bons profissionais que atuam na ponta”.
“As câmeras corporais ajudam no processo de apuração, seja na proteção à vítima que quiser fazer uma denúncia e tiver coragem de fazê-lo, seja para a proteção do policial que não praticou a violência e tem como comprovar que seguiu os protocolos”, reforçou Felix.
“Historicamente, na área de segurança pública, poucas iniciativas tiveram um impacto tão significativo de resultados de melhoria da qualidade do serviço quanto as câmeras”, avaliou Marivaldo Pereira, secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e Segurança Nacional.
Em sua opinião, as câmeras corporais podem garantir transparência aos atos de servidores autorizados a usar a força em nome do Estado: “Aquele que age em nome do Estado tem de prestar contas à sociedade. Se isso vale para o servidor público civil, imagina para aquele que está autorizado a usar a força em nome do Estado. Isso requer um requisito de transparência para que a sociedade saiba de que forma a força está sendo utilizada em nome da população”.
A gerente de advocacy do Instituto Sou da Paz, Nathalie Drumond, também compartilha a opinião de que as “bodycams” podem aprimorar a prestação do serviço de segurança pública. Contudo, ela pondera: “O uso da câmera não é uma solução mágica, está inserida como parte da solução do problema de se enfrentar a questão do uso da força e do seu controle”.
De acordo com ela, um conjunto de compromissos políticos e de gestão contribuiu para que a implementação do mecanismo desse certo em São Paulo. “Comprar a câmera é a parte mais fácil, o difícil é fazer o desenho da política pública”, disse.
Licitação barrada no TCDF
O secretário executivo de Gestão Integrada da Secretaria de Segurança Pública do DF, Coronel Bilmar Angelis de Almeida Ferreira, fez questão de salientar que o projeto das câmeras corporais surgiu a partir de “decisão estratégica” da Polícia Militar. “Nasceu da necessidade não de controle da letalidade policial, mas de ser uma ferramenta de trabalho efetiva para o policial”, explicou.
“Não podemos ideologizar essa discussão, não é uma discussão ideológica, é uma discussão técnica. A câmera corporal não é um instrumento de controle da atividade policial, é um instrumento de trabalho, que envolve controle da atividade, mas não só”, arrematou o coronel.
O chefe da Diretoria de Telemática da Polícia Militar do DF, coronel Clauder Costa de Lima, resgatou o processo relacionado ao uso das “bodycams”. Segundo informou, a corporação iniciou estudos para a implementação em 2017. O estudo técnico preliminar (ETP) foi finalizado em 2023, e um edital de contratação foi publicado no mesmo ano, tendo em seguida sido barrado pelo Tribunal de Contas do DF, que apresentou alguns questionamentos.
De acordo com Lima, o TCDF questionou a necessidade de se contratar a armazenagem em nuvem das imagens gravadas. A partir daí, começou um impasse: a PMDF considera inviável armazenar todos os dados usando a apenas a infraestrutura do GDF, mas a Corte de Contas manteve a suspensão do processo até a apresentação de um novo estudo considerando a possibilidade e mostrando sua inviabilidade.
“Nenhum estado conseguiu viabilizar dessa forma. No começo, Santa Catarina fez assim, mas foi isso que acabou inviabilizando o processo”, apontou o coronel Lima.
“No mérito, faz sentido o questionamento do TCDF, mas hoje esse caminho parece inviável”, pontuou o secretário Marivaldo Pereira, para quem o projeto da PMDF está “bem desenhado”.
Em busca de uma solução para a situação, o deputado Fábio Felix sugeriu uma reunião com a conselheira Anilcéia Machado, relatora do processo no TCDF. “Vários órgãos públicos já utilizam armazenagem em nuvem. A despeito do debate de segurança nacional, o próprio Exército brasileiro contrata a Starlink para armazenar sua documentação. Esse não deve ser um impeditivo da contratação”, argumentou.
Denise Caputo – Agência CLDF
Reportagens
Brasil condena ataque de Israel contra o Irã: “violação de soberania”
Itamaraty também alertou para risco de conflito amplo na região

Lucas Pordeus León – repórter da Agência Brasil
O governo brasileiro, por meio de nota publicada nesta sexta-feira (13), condenou os ataques de Israel contra instalações nucleares e fábricas de mísseis do Irã, que mataram altos oficiais militares e cientistas do país persa.
“O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”, diz nota do Ministério das Relações Exteriores.
O Itamaraty acrescentou que os ataques ameaçam mergulhar toda a região em um conflito de ampla dimensão, “com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades”.
O chefe supremo da República do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, prometeu nesta sexta-feira (13) responder aos ataques de Israel. Segundo as autoridades israelenses, o Irã já retaliou o país com ataque de drones, mas Teerã nega.
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Entenda
Israel atacou o Irã alegando que o país está construindo bombas atômicas, que poderiam ser usadas contra Tel-Aviv. O Irã nega e sustenta que usa tecnologia atômica apenas para fins pacíficos, como a produção de energia.
O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), mas a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) teria apresentado objeções aos compromissos de Teerã com a organização.
A autoridade nuclear do Irã nega que tenha violado compromissos com a AIEA e diz que a Agência realiza uma campanha “politicamente motivada” e guiada por Grã-Bretanha, França, Alemanha e Estados Unidos (EUA), sob influência de Israel.
Já Israel é um dos poucos países do mundo que não assinou o TNP. Os Estados Unidos (EUA) vinham pressionando Irã para reduzir o alcance do seu programa nuclear. O presidente Donald Trump elogiou os ataques de Israel contra Teerã e pediu para o país aceitar o acordo sobre a questão nuclear.
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Patrimônio previdenciário do DF chega a R$ 7,5 bilhões em abril
Com boa rentabilidade dos fundos, Iprev-DF registra crescimento de R$ 94 milhões na carteira de investimentos em abril

Por
Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo
A carteira de investimentos sob gestão do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF) fechou abril com um patrimônio de R$ 7,53 bilhões – R$ 94 milhões a mais que no mês anterior, quando o total era de R$ 7,44 bilhões. O montante inclui R$ 5,96 bilhões em ativos financeiros e R$ 1,57 bilhão em outros ativos, como imóveis e ações do Banco de Brasília (BRB).
Os recursos garantem o pagamento dos benefícios de mais de 76 mil aposentados e pensionistas do DF.
O Fundo Solidário Garantidor (FSG), principal fundo administrado pelo Iprev-DF, teve rentabilidade de 1,40% em abril, acumulando 3,88% no primeiro quadrimestre do ano. O índice superou tanto a meta de 2,86% quanto o IPCA do período (2,48%). Com essa performance, o fundo registrou ganhos nominais de R$ 158,9 milhões e alcançou R$ 4,25 bilhões em investimentos financeiros.
Criado em 2017, o FSG é um fundo de solvência – não tem meta atuarial obrigatória, mas seus resultados, quando superiores à inflação, podem ser utilizados para o pagamento de benefícios. Ele reúne aplicações financeiras, imóveis e ações do BRB.
Já o Fundo Capitalizado teve rentabilidade de 1,22% em abril e acumulou 4,22% no ano, alinhado com a meta de 4,23% e acima do IPCA. Os ganhos nominais foram de R$ 61,3 milhões no quadrimestre, elevando o valor da carteira para R$ 1,63 bilhão.
Esse fundo recebe contribuições dos servidores que ingressaram no serviço público do DF a partir de março de 2019 e cobre benefícios até o teto do INSS.
Completam o portfólio os fundos Financeiro e da Taxa de Administração, que não têm metas atuariais. O Fundo Financeiro, destinado ao pagamento de aposentadorias de servidores que entraram até março de 2019 (e de seus dependentes), fechou abril com R$ 54,4 milhões em caixa. Já a Taxa de Administração somou R$ 22,4 milhões.
Para a diretora-presidente do Iprev-DF, Raquel Galvão, o desempenho reflete o esforço conjunto da equipe para consolidar uma carteira sólida e garantir o pagamento dos benefícios.
O diretor de Investimentos do Instituto, Thiago Mendes Rodrigues, avalia que, com o controle da inflação, os resultados devem melhorar ainda mais ao longo do ano. Ele projeta que o Fundo Capitalizado alcance R$ 2 bilhões no segundo semestre de 2025.
*Com informações do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF)
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CLDF derruba veto e passa a valer lei que valoriza ensino de duas disciplinas básicas
Lei do deputado Thiago Manzoni estabelece ainda o ensino de matemática e língua portuguesa como patrimônios do povo do Distrito Federal

Foto: Carolina Curi/Agência CLDF
Foi promulgada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) a derrubada de veto ao PL nº 373/2023 que cria a política distrital de valorização das disciplinas elementares. Simplificando, a Lei 7.693/2025 prioriza e incentiva o ensino de língua portuguesa e de matemática nas escolas públicas do DF.
Para tanto, a norma determina que o poder público desenvolva um plano distrital, com validade de dez anos. Entre outros objetivos, está elevar os índices de avaliação de aprendizado dos alunos, ampliar e aperfeiçoar a infraestrutura escolar para as duas disciplinas e incentivar professores a desenvolverem projetos inovadores.
A proposta foi originalmente apresentada pelo deputado Thiago Manzoni (PL) e, após aprovada pelos deputados distritais, vetada pelo Executivo. A Câmara Legislativa decidiu pela derrubada do veto em votação realizada pelo conjunto dos deputados.
“Essa foi uma grande vitória. Em todas as escolas, o que nós queremos é capacitar os nossos alunos e facilitar a aprendizagem em todas as disciplinas. Para isso, estamos priorizando a língua portuguesa e a matemática. Nossos alunos merecem ser escolarizados de maneira adequada e fazer bom uso da língua portuguesa e da matemática para tudo aquilo que vão precisar na vida”, afirma Manzoni.
A lei também institui maio como o mês de valorização das disciplinas elementares, estimulando que as escolas realizem competições de conhecimento vinculadas a elas. Inclusive, o texto prevê que as escolas podem contar com recursos públicos e de parceiros privados para esses eventos. Estabelece ainda o ensino de matemática e língua portuguesa como patrimônios do povo do Distrito Federal.
O texto da nova lei também determina que o poder público deve instituir um programa de avaliação das disciplinas elementares com participação facultativa dos alunos e focada na avaliação seriada.
As escolas públicas podem até criar monitorias remuneradas concedidas aos alunos e vinculadas às duas disciplinas. Outro tipo de incentivo permitido é a premiação para alunos que alcançarem 95% de presença nas disciplinas durante o ano letivo.
Por fim, permite também a captação de recursos vindo de termos de cooperação destinados ao financiamento das medidas previstas na lei.
Acesse aqui a íntegra da tramitação e o texto da lei.
Francisco Espínola – Agência CLDF
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