Reportagens
Masp discute histórias da ecologia com mostras de Monet e Krajcberg
Trabalhos podem ser vistos a partir desta sexta-feira (16)

Elaine Patrícia Cruz – Repórter da Agência Brasil
No ano em que discute as Histórias da Ecologia, tema escolhido para todo este ano, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) apresenta duas novas mostras exposições: uma dedicada ao pintor francês Claude Monet (1840-1926) e outra sobre o artista polonês, que viveu grande parte de sua vida no Brasil, Frans Krajcberg (1921–2017). As mostras podem ser visitadas pelo público a partir desta sexta-feira (16).
A primeira delas, chamada de A Ecologia de Monet, faz uma leitura contemporânea sobre a relação do pintor com a natureza, apresentando 32 trabalhos impressionistas do artista, que revelam diferentes momentos de sua relação com a paisagem e o meio ambiente. A maioria dessas obras jamais havia sido mostrada no hemisfério sul.
“A exposição A Ecologia de Monet propõe uma leitura contemporânea da obra do artista, com foco na forma como ele representou a natureza e a paisagem em um momento em que a França vivia acelerado processo de industrialização e de expansão do turismo”, disse o curador Fernando Oliva, em entrevista à Agência Brasil. “Nós trazemos essa discussão a partir do ponto de vista da ecologia. É claro que esse é um partido contemporâneo, que diz também sobre nossas preocupações atuais com a progressão da crise climática, causada por um modo de vida baseado na exploração da natureza. No entanto, a inquietação com os impactos negativos da ação humana sobre o meio ambiente remonta ao próprio período em que Monet produzia suas obras. É justamente nesse contexto histórico que começam a circular os escritos de Charles Darwin, contribuindo para a popularização do entendimento de que existe uma íntima conexão entre todos os seres vivos do planeta”, acrescentou o curador.
Monet foi um dos fundadores e principais expoentes do movimento impressionista, revolucionando a história da arte com sua abordagem inovadora da luz e da cor. Ao longo de sua carreira, dedicou-se a capturar os efeitos transitórios da luz sobre a paisagem, muitas vezes pintando o mesmo motivo em diferentes horários e condições atmosféricas.
“Durante muito tempo, dentro da hierarquia estabelecida pela Academia de Belas Artes francesa, a paisagem era considerada um gênero menor, subordinado à pintura histórica – que reunia temas mitológicos, religiosos e eventos heroicos – e à pintura de retrato. Essa visão começou a mudar ainda antes de Monet, com uma geração anterior de artistas que, impulsionados por transformações técnicas e sociais, passaram a se dedicar com mais liberdade à observação e a representação da natureza. Mas, nas obras de Monet, nota-se uma imersão ainda mais totalizante na paisagem pintada. A natureza não é apenas retratada: ela é vivenciada, explorada em suas mutações contínuas, em seus reflexos, neblinas, sombras e brilhos”, explicou o curador.
Para apresentar as obras de Monet, a mostra foi dividida em cinco núcleos pelos curadores Adriano Pedrosa e Fernando Oliva e que tem assistência de Isabela Ferreira Loures.
Um dos núcleos foi chamado de O Sena Como Ecossistema e aborda a água como um elemento de destaque na produção de Monet. Como viveu parte de sua vida na cidade de Havre, onde o Rio Sena deságua no Oceano Atlântico, o artista desenvolveu uma relação profunda com as paisagens fluviais, que também expressam os hábitos sociais e o processo de industrialização.
O segundo núcleo trata sobre Os Barcos de Monet, no qual as barcas são mostradas de pontos de vista elevados, eliminando a noção de uma linha do horizonte. Em seguida aparece o núcleo Neblina e Fumaça, que mostra como o artista representou as transformações urbanas e industriais de seu tempo, evidenciando, por exemplo, o ar carregado pela fumaça liberada pelas indústrias que foram instaladas às margens do Rio Tâmisa.
O Pintor e o Caçador é o quarto núcleo, que parte das caminhadas do artista à procura de boas vistas para pintar. A mostra se encerra com o núcleo Giverny: Natureza Controlada, produzidas no refúgio que criou nos jardins de sua propriedade na cidade de Giverny.
“Monet criou paisagens que constituíam sistemas ecológicos em si, em uma espécie de desejo de controle e recriação do ambiente natural. Dando forma a esse esforço, durante as últimas décadas de vida ele se dedicou ao mais ambicioso projeto de seu percurso: representar os jardins ao redor de sua casa em Giverny, com seu célebre jardim aquático, que também lhe forneceu os temas mais emblemáticos de produção como as ninféias e a ponte japonesa”, disse o curador.
Frans Krajcberg
Com curadoria de Adriano Pedrosa e Laura Cosendey, a exposição Frans Krajcberg: Reencontrar a Árvore apresenta panorama abrangente da produção do artista, reunindo mais de 50 obras entre esculturas, relevos, gravuras e pinturas de grandes dimensões ou em formatos que desafiam o convencional.
Nascido na Polônia e de origem judaica, Krajcberg perdeu toda sua família durante o Holocausto. Chegou ao Brasil nos anos de 1950 e naturalizou-se brasileiro, vivendo parte de sua vida em um sítio em Nova Viçosa (BA), cercado pela Mata Atlântica.
Artista multifacetado, seu trabalho é muito centrado na exploração de elementos da natureza e no ativismo ecológico, associando arte e defesa do meio ambiente: suas esculturas, por exemplo, se caracterizam pelo uso de troncos e raízes carbonizadas recolhidas em desmatamentos e queimadas.
Krajcberg já foi tema do programa Expedições, da TV Brasil, que pode ser visto na internet. Em um trecho do programa, o artista definiu seu trabalho como um grito da natureza.
“A minha vida é essa: gritar cada vez mais alto contra esse barbarismo que o homem pratica”, disse.
Masp
A mostra dedicada a Monet fica em cartaz no Masp até o dia 24 de agosto. Já a de Frans Krajcberg se encerra no dia 19 de outubro.
O Masp tem entrada gratuita às terças-feiras e também nas noites de sexta-feira, a partir das 18h. Para visitá-lo é obrigatório o agendamento online no site do museu.
Reportagens
Ativista Thiago Ávila está a caminho do Brasil, diz Freedom Flotilla
Ele deve chegar ao Aeroporto de Guarulhos nesta sexta

Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil
O ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, que foi preso em Israel ao tentar levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza está a caminho do Brasil, segundo a organização Freedom Flotilla. Ele deve chegar ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta sexta-feira (13), às 5h25.
Thiago está há quatro dias em greve de fome em protesto contra sua detenção, que considera um sequestro por ter ocorrido em águas internacionais. O caso é tratado como crime de guerra pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Brasil. O Itamaraty, que acompanha o caso, considera que houve violação do direito internacional e pede a libertação de Thiago.
O ativista brasileiro foi enviado ontem (11) para uma cela solitária como punição pela greve de fome, informaram ainda os advogados que acompanham o caso. Sua família, no Brasil, está sem contato com ele desde a última segunda-feira (9), quando o grupo de ativistas foi interceptado pelas forças israelenses.
Israel ainda mantém na cadeia de Givon dois ativistas, Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi, ambos da França. Segundo a Adalah, eles devem ser deportados nesta sexta-feira.
Oito dos 12 ativistas se negaram a assinar documento reconhecendo que cometeram o crime de tentarem entrar de forma ilegal no país, como queriam as autoridades israelenses. Isso impediu a deportação imediata dessas pessoas.
Segundo a Flotilha, o grupo concordou que a ambientalista Greta Thunberg e outros três ativistas assinassem o documento para que, voltando a seus países, pudessem denunciar a situação.
Entenda
O grupo de 12 ativistas da Flotilha da Liberdade tentou desembarcar em Gaza na última segunda-feira para levar alimentos e remédios para população palestina, denunciar o cerco de Israel e tentar abrir um corredor humanitário para Gaza.
Cerca de 2 milhões de palestinos vivem mais de três meses de bloqueio de Israel, que permite apenas que empresa sediada nos Estados Unidos forneça alimentos à população.
A Organização das Nações Unidas (ONU) condena o bloqueio de outras organizações e alerta que 6 mil caminhões com ajuda humanitária estão na fronteira com o Egito aguardando para ingressar em Gaza.
Os centros de distribuição e alimentos controlados por Israel são tidos como insuficientes e, durante as entregas, são registradas dezenas de assassinatos de palestinos.
Reportagens
Estandes na Expotchê mostram atrativos e produtos de Brasília
Estruturas montadas pela Secretaria de Turismo contam, entre outras coisas, com peças de artesanato, chocolates e cachaças produzidos no DF; feira fica no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade até domingo (15)

Por
Fernando Jordão, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader
Um dos mais tradicionais eventos do Distrito Federal, a Expotchê tem como objetivo principal celebrar a cultura gaúcha. Mas também há espaço para mostrar as belezas e os produtos da capital federal. Esse é exatamente o objetivo de dois estandes montado no local pela Secretaria de Turismo (Setur-DF).
“A Secretaria de Turismo sempre esteve presente na Expotchê, que já faz parte do calendário oficial de eventos de Brasília. Nesta edição, teremos um estande institucional [batizado de Viva Brasília] com divulgação das rotas turísticas, como as do vinho e do queijo, e a oportunidade de conhecer a produção local do café, chocolate e cachaça. Essas rotas revelam não apenas a qualidade da nossa produção, mas também o grande potencial turístico da capital em nível nacional e internacional. No segundo estande, a experiência é dedicada ao artesanato local, com peças que refletem a identidade cultural da capital”, contou o secretário de Turismo, Cristiano Araújo.
“Na Expotchê, nós recebemos, durante dez dias, mais de 100 mil pessoas. Então, é uma oportunidade não só para o Rio Grande do Sul e para os produtores de lá. É uma oportunidade também para que o público conheça o trabalho dos nossos produtores, o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Turismo com esse projeto de incentivo. É uma troca, um intercâmbio de cultura, de tradição, de comércio, de tudo. Você vai achar os produtos gaúchos, mas você vai achar também produtos de outros estados, aproveitando esse grande público que a gente reúne”, emendou Leda Simone, diretora-executiva da Rome Eventos, empresa que organiza a feira.
Carlos Magnum, fundador da cachaçaria Ararauna e um dos integrantes do grupo Brasília Cachaça Tasting — que reúne produtores locais —, está entre os expositores do Viva Brasília. “O DF possui cachaças premiadas nacionalmente e internacionalmente. Apesar de ainda ser pequena, é uma produção de alta qualidade”, pontua.
Ele diz que os visitantes da feira se surpreendem ao provar os produtos locais. “O público não acredita que Brasília produz alguma coisa. Todo mundo acha que Brasília é só política e arquitetura, e, na verdade, não é. Hoje a gente tem que abastecer o nosso quadradinho e a produção local tem se mostrado efetiva, de qualidade. O terceiro polo gastronômico do Brasil é Brasília. Então, produzir coisas de qualidade aqui, para a gente, é satisfatório. E saber que as pessoas estão conhecendo esses produtos, graças à ajuda da Setur, torna-se mais satisfatório ainda.”
A designer Luciana Dias foi uma das visitantes que conheceram — e aprovaram — as cachaças produzidas no DF. “Aprovadíssima, gostei muito. Conheci agora e é muito bom, porque é um produto de Brasília, feito em Brasília mesmo, e um produto de qualidade, que é reconhecido internacionalmente. Acho superválido [expor os produtos locais na feira], porque as pessoas vão conhecendo, e, principalmente, em um evento desse, que é tão grande”, avaliou.
A 32ª edição da Expotchê fica no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade até domingo (15). De segunda a quinta-feira, o evento funciona das 16h às 23h. De sexta a domingo, das 11h às 23h. Além da presença de mais de 100 expositores, o público pode conferir shows e apresentações. Os ingressos custam R$ 20 (R$ 10 a meia), com entrada gratuita na primeira hora da feira.
Reportagens
Lei busca preservar empregos ao restringir portarias virtuais em condomínios do DF
Foto: Reprodução/Web

Os condomínios habitacionais do Distrito Federal têm prazo de 90 dias para se adequarem à Lei 7.686/2025, publicada nesta quinta-feira (12) no Diário da Câmara Legislativa. De autoria do deputado distrital Robério Negreiros (PSD), a norma restringe o uso de portarias virtuais em condomínios habitacionais que excedam a quantidade de 45 unidades. O objetivo da proposta, além de garantir a segurança dos moradores e visitantes, é preservar milhares de vagas de porteiros que estão a caminho da extinção.
De acordo com o parlamentar, o uso do sistema de automação de portaria remota, por meio da internet, vem crescendo na medida em que cresce a demanda por moradia em condomínios. Em sua justificativa, Robério Negreiros destacou que este sistema traz impactos sociais, na medida em que visa suprimir os trabalhadores que atuam em portarias, e de segurança, pois permite a entrada de pessoas sem que ninguém perceba, além de outros problemas operacionais.

“O ideal seria poder unificar o porteiro e a tecnologia. Não obstante a tecnologia ser primordial para as atividades dos dias atuais, não podemos perder de vista que jamais um sistema de computador substituirá a capacidade humana, pois, além de uma possível falha e de vulnerabilidade do sistema de portaria à distância, ainda podemos citar o fato de que os porteiros são treinados para agir nas situações de emergências”, ressaltou.
Exceção
Para condomínios com número inferior a 45 unidades habitacionais, cabe autorização para a aplicação do sistema de portaria virtual somente nos casos em que haja apenas uma portaria de entrada e saída de pedestres e uma para saída e entrada de veículos. Nos locais em que a portaria virtual esteja implantada, fica obrigatória a contratação de seguro específico para sinistros decorrentes de acidentes envolvendo veículos e o sistema de automação dos portões, bem como sinistros ocasionados por roubos e furtos nas dependências do respectivo condomínio.
Bruno Sodré – Agência CLDF
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