Atualmente, a biblioteca pública é mantida por meio de uma colaboração entre a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), a Secretaria de Educação (SEE-DF) e a Administração Regional de Taguatinga. “A nossa biblioteca é um lugar de convivência, de muita alegria. Aqui a gente conversa, dança, bate papo”, conta a fundadora da biblioteca e aluna animada das aulas de forró, Noemi Rocha. “Quando surgiu a ideia de trazer a aula de dança pra cá, recebemos de braços abertos”. Participante ativa das atividades, Noemi transborda bom humor e orgulho ao falar da evolução como dançarina. “Já sei fazer o ‘dois pra lá, dois pra cá’, o giro, o leque… dou até aquela rodadinha”, diz, rindo. “Antes eu não fazia nada disso. Agora me sinto uma bailarina, com meus lindos cabelos brancos.”
Sobre a superação de desafios, ela reconhece que o início pode parecer difícil para quem tem baixa visão, mas garante que com a orientação certa tudo flui. “É só se jogar. O professor tem uma didática maravilhosa, ele ensina passo a passo e a gente presta muita atenção. Quando vê, já está rodando, trocando de posição, fazendo os movimentos com leveza. Me sinto muito à vontade.”
Para a presidente da ABDV, Helena Pereira, a instituição garante direitos e promove o empoderamento das pessoas com deficiência, e a dança contribui diretamente com isso. Ela explica que a atividade vai muito além da movimentação física. “A dança liberta. Melhora nossa coordenação motora, nossa mobilidade e, principalmente, proporciona inclusão e socialização. Muitas vezes, em festas ou eventos, pessoas com deficiência acabam isoladas. Alguém oferece uma cadeira e pronto, a gente fica de lado. Mas nós queremos mais do que isso. Somos pessoas e queremos viver plenamente.”
Helena conta que realizar essa oficina de dança era um desejo antigo. “Esse projeto já estava no meu coração antes mesmo de eu ser eleita presidente da ABDV. Ver isso acontecer agora é uma realização pessoal. A dança tem agregado valor, promovido encontros, trocas e desenvolvimento tanto pessoal quanto social.”