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Museu Internacional das Águas
Brasília terá Mina para irrigar a consciência brasileira sobre o valor da água
É aquela velha história: ninguém nasce predador de nascentes e ninguém nasce, também, destruidor de nascentes. Uma e outra atitudes a vida vai construindo na formação de cada indivíduo. Para que a formação seja para o bem e não para o mal, há que haver educação, motivação e conscientização da importância da preservação do meio ambiente. Daí que Brasília resolveu criar mais uma importante ferramenta para valorizar os recursos hídricos: o Museu Internacional das Águas – Mina. Sendo o Brasil o coração do planeta água e sendo a capital brasileira, no Planalto Central, o coração das três maiores bacias hidrográficas do continente americano – a bacia Amazônica, a bacia do rio da Prata e a bacia do rio São Francisco – na formação do caprichoso fenômeno hidrogeológico de Águas Emendadas, nada mais natural que o museu fosse em Brasília. E a obra já saiu da etapa dos sonhos para entrar na realidade. O arquiteto Oscar Niemeyer desenhou o projeto, o presidente da Caesb, Fernando Leite, tomou a frente institucional e burocrática do empreendimento e fez uma corrente de adesões que provocou as primeiras realizações: o governador Joaquim Roriz assinou solenemente no Palácio do Buriti o livro de criação do museu, foi criada a Organização Águas Emendadas, uma Oscip para gerenciar o projeto, foi formado o Conselho Consultivo e o Conselho Fiscal e as primeiras ordens para implantação do Mina foram dadas no dia 12 de setembro. Agora é só esperar brotar água desta mina.
O empreendimento
O Mina tem vários objetivos, segundo Fernando Leite, e o principal é o de incorporar o termo água como tema principal a ser explorado em todo um universo de possibilidades que sua significação possa permitir. “Imagina-se uma instituição sociopedagógica e histórico-cultural, agregado a um núcleo de produção científica associada à água”, explica Fernando Leite e acrescenta: “O Mina será uma referência e não estará reduzido a uma escala geográfica de dimensão regional. O tema tem significado grandioso e transcende divisas continentais”.
Estrutura
O Mina será estruturado em dois grandes núcleos. O primeiro voltado para a realidade do homem, será o Núcleo de Interação Humana, que constituirá de um pavilhão onde terá todas as principais mostras e atividades de multimídia. O objetivo é fazer uma comunicação de massa com o público visitante. O segundo núcleo denominado “Universidade da Agua”. Neste núcleo estarão todas as atividades de coleta e organização do conhecimento voltado para a temática dos recursos hídricos. Será um núcleo que vai disseminar os estudos sobre o tema, utilizando biblioteca, programações de curso técnico e de extensão acadêmica.
Núcleo de Interação Humana
Esse núcleo terá como elemento principal uma exposição fixa, apresentando quatro temas no seu espaço:
A água e a civilização – Essa é a maior mostra e a mais importante, pois busca mostrar a ligação do homem com a água e a importância dos recursos hídricos na sua cultura, saúde, conforto, laser e sobretudo na estruturação e desenvolvimento das grandes cidades.
A água e a produção de riqueza – Mostra o significado da água na produção de bens
A água e o futuro sustentável – Mostra as pesquisas relacionadas a água e as tecnologias existentes no aproveitamento dos recursos hídricos
Mundo da água – O tema salienta a água nas belezas naturais existentes na Terra e a constituição da diversidade de fauna e flora.

Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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