Janela da Corte
PUPO MORENO
Silvestre Gorgulho
ROBERTO PUPO MORENO nasceu carioca, mas viveu brasiliense. E, apesar de ser hoje um cidadão do mundo, morando entre Mônaco e Miami, não deixa Brasília por nada. Esta semana, mesmo, esteve aqui em Brasília fechando os patrocínios para a temporada da Fórmula Indy que começa dia 17 de março de 97. Pupo chegou ao DF aos 11 anos, acompanhando a família, pois seu pai, Hélio de Abreu Moreno, era funcionário do Banco do Brasil e em 1971 foi transferido para a nova Capital. Mas só veio sob uma condição: que ganhasse sua primeira motocicleta, uma mini-enduro 50cc. Aí, o destino: comprou a moto na famosa oficina Camber, na 503 Sul, cujo proprietário, vendedor e mecânico chamava-se Nelson Piquet. Da pequena moto ao Pódium da Fórmula 1 foi uma longa história. Uma trabalhosa carreira que passou pelo Kart, onde foi campeão brasileiro em 76, pelo inevitável estágio na Inglaterra, onde foi campeão de Fórmula Ford Mundial em 1980, até pegar uma Beneton e fazer dobradinha com seu grande amigo Nelson Piquet na corrida do Japão, em Suzuka, em 1990. Conhecido por saber “acertar” um carro de corrida, o “Baixo” como é chamado por sua turma, tem em seu currículo automobilístico 51 largadas na Fórmula 1 e 39 grandes Prêmios de Fórmula Indy. Por isto, Pupo Moreno sabe das coisas, fala o que pensa, faz o que quer e, sobretudo, quando vê uma JANELA DA CORTE aberta para ele, não brinca em serviço: acelera a máquina, mira o retrovisor e deixa muita gente comendo poeira.
1 – Existe alguma ligação entre Brasília ter asas e ser, também, a terra de grandes pilotos?
Deve ter. Com a falta de praia, foi o kart que deu asas aos nossos grandes pilotos brasilienses.
2 – Quem fez a “pole position” em Brasília na:
Política: Fernando Henrique Cardoso
Economia: Pedro Malan
Administração Pública: Cláudia Costin
Jornalismo: Alexandre Garcia
Congresso Nacional: Fernando Gabeira
3 – Todo piloto tem uma mulher em cada pit-stop. Isto porque gosta de ser rapidinho?
Quem tem a mulher que eu tenho, nem precisa de pit-stop.
4 – De 1 a 10, qual a sua nota para:
Indianápolis: 3
Brasília: 10
Mônaco: 10
Adriane Galisteu: 7
Ayrton Senna: 10
Nelson Piquet: 10
Demon Hill: 5
André Ribeiro: 5
Emerson Fitipaldi: 10
Frank Williams: 8
Luciano Beneton: 3
Fernando Henrique: 10
Cristovam Buarque: 6
5 – Dê três receitas para domar a selvageria do trânsito.
Primeiro, a educação e conscientização das crianças ainda nas escolas; segundo, investir agressivamente na melhoria da infraestrutura do trânsito como sinalização, ruas e rodovias, acostamentos, etc; e terceiro, acabar com a impunidade.
6 – Qual a sua melhor lembrança de Brasília?
Meus amigos. Foi aqui que fiz meus verdadeiros amigos.
7 – Qual a melhor lembrança da Fórmula 1?
Foi ter participado do desenvolvimento do primeiro câmbio semi-automático da Ferrari e, não podia deixar de ser, ter abraçado meu amigo Nelson Piquet no Pódium de Suzuka, em 1990.
8 – Qual a vantagem da Fórmula Indy sobre a Fórmula 1 e da Fórmula 1 sobre a Indy?
Na Indy os equipamentos são tecnicamente iguais e conta mais o piloto. Na Fórmula 1 o avanço tecnológico é ilimitado.
9 – O que é mais importante para ganhar uma corrida: o motor, o chassi, a sorte, o piloto, o patrocinador ou a equipe?
Olha, tudo é muito importante. Agora, só ganha quem tem a sorte de ter todo esse conjunto funcionando bem.
10 – Corrida de carro é esporte ou negócio?
Ah! é muito mais negócio do que esporte. Se fosse esporte estava na Olimpíada.
11 – Qual o pecado capital de Brasília?
Ter sido governada duas vezes por Joaquim Roriz.
Janela da Corte
ARLETE SAMPAIO

Por nascimento, ela é baiana de Itajiba;
Por educação secundária,
ela é mineira de Belo Horizonte; Pela
universidade e pela política, ela é
brasiliense da gema. Arlete Sampaio, vice-governadora
do DF, médica-sanitarista, uma das
fundadoras da CUT-DF, com profunda militância
sindical, mora em Brasília há
26 anos. Duas coisas me chamaram atenção
na conversa com a vice-governadora e no acompanhamento
diário que faço do Governo petista.
Primeiro: Arlete veio da ala mais radical
do partido, uma trotskista de carteirinha,
e hoje é o equilíbrio do partido
e do Governo Cristóvam. Segundo: neste
caleidoscópio de críticas a
membros do governo petista, neste emaranhado
de brigas e disputas, a vice-governadora –
queiram ou não – é inatacável.
Da linha trotskista de ontem ela virou o ponto
de unidade de hoje. É por isso que
vale a pena saber um pouco mais desta mulher
que, no difícil cargo de vice, é
– por assim dizer – uma unanimidade de seriedade
e coerência. Uma médica que está
sempre pronta a colocar mercúrio-cromo
nas feridas abertas por companheiros do partido
e do governo. Arlete Sampaio abriu a Janela
da Corte deste domingo e mostrou que tanto
a baianice como a mineirice ficaram lá
para trás. Agora a vice é uma
candanga legítima que não está
disposta a entregar, de graça, o espaço
e o respeito que conquistou.
1 – O que mais a incomoda
na política?
A predominância dos projetos individuais
sobre os projetos coletivos.
2 – Ser governo lhe
agrada?
Sim, no sentido de poder realizar os nossos
ideais.
3 – Em três anos
de governo do PT, no difícil papel
de vice-governadora, quais foram os três
momentos mais gratificantes?
A participação nas plenárias
do Orçamento Participativo. As inaugurações
de obras que mudam para melhor a qualidade
de vida da população. A visualização
do crescimento da consciência-cidadã,
como no programa Paz no Trânsito.
4 – E quais foram os
três momentos mais amargos?
As injustas críticas feitas ao GDF,
principalmente no primeiro ano. As incompreensões
mútuas entre o GDF e o Movimento Sindical.
As críticas amargas feitas por companheiros
que participaram do Governo.
5 – Há algum
desconforto em ser vice?
Vice, como se diz, é vice. Há
um certo desconforto por nem sempre poder
imprimir um estilo próprio de trabalho.
6 – O Lula não
queria sair candidato à Presidência.
E saiu. A senhora não gostaria de ser
novamente vice. Vai ser?
Tudo depende da discussão que estamos
fazendo no âmbito interno do PT e depois
com os Partidos da Frente. Se for necessário,
repito a dose.
7 – Como médica-sanitarista,
a saúde pública brasileira tem
jeito?
Claro que tem. Depende apenas de vontade política
e de profundo compromisso com o povo.
8 – Onde a senhora mais
se realizou: coordenando os programas de saúde
pública do DF, na direção
no PT-DF ou no cargo de vice-governadora?
Pela amplitude das ações das
quais tenho participado é, sem dúvida,
mais gratificante ser vice-governadora.
9 – Como vice-governadora
a senhora coordena as Administrações
Regionais e órgãos do GDF; implantou
o Programa Integrado de Combate ao Uso e Abuso
de Drogas no DF; coordena o Orçamento
Participativo; e coordena as bancadas petistas
na Câmara Distrital e Federal. Governar
é mais fácil do que se pensava?
Primeiro, uma correção: não
coordeno as bancadas. Quem coordena é
o Governador. E, neste ano, o melhor trabalho
realizado foi no planejamento político-financeiro
do governo e na coordenação
na área de habitação.
Agora vamos à resposta: é sempre
fácil fazer qualquer coisa, quando
fazemos com boas intenções,
com clareza do que queremos e com firmeza
de posições.
10 – Se o Governo petista
começasse hoje e fazendo um replay
do que passou: qual o principal erro que a
senhora tentaria evitar?
Cometemos alguns erros. Talvez o maior tenha
sido em não divulgar, com dados e fatos,
a situação caótica em
que encontramos o Distrito Federal.
11 – Sinceramente, qual
o grande mérito do Governo Cristóvam
Buarque?
Ser democrático, popular e honesto.
12 – Delfin Neto disse
que Lula será mais uma vez sparring
eleitoral. Isso tem sentido?
Claro que não. Ele sabe bem das incertezas
do momento político brasileiro e sabe
que Lula tem boas chances eleitorais e pode
bem nocautear FHC.
13 – Como a senhora
vê a saída de Luiza Erundina
e Vitor Buaiz do PT: Uma Questão de
acomodação. Já
foram tarde. O PT tem regra para ser cumprida.
Grande perda. Estavam no ninho errado.
Embora seja uma perda, o PT tem regras para
serem cumpridas.
14 – Dê o nome
de três brasileiros vivos que a senhora
mais admira.
Luiz Inácio Lula da Silva, pela inteligência
excepcional; Chico Buarque de Holanda, pela
sensibilidade quase feminina; e Fernanda Montenegro,
que aliás é minha xará,
por seu talento.
15 – Qual destas três
máximas está mais próxima
da verdade:
· Exatamente no momento em que você
pensa que vai conseguir juntar duas extremidades,
alguém as muda de lugar.
· Nunca ande por caminhos já
traçados. No máximo eles vão
levar a lugares onde outros já estiveram.
· Atrás de um grande homem tem
sempre uma grande mulher.
Nenhuma delas faz minha cabeça.
16 – O PT tem que mudar
para crescer ou tem que crescer para mudar
ou tem que continuar como está?
Nenhuma das formulações expressam
as necessidades do PT, mas poderia admitir
que “tem que crescer para mudar”,
na medida em que crescendo expressaria melhor
o sentimento da nossa população.
17 – O Partido aceitará
contribuição da iniciativa privada
para a próxima campanha eleitoral?
No último encontro, o partido decidiu
aprovar as contribuições de
Pessoas Jurídicas, mas dentro da mais
absoluta transparência.
Janela da Corte
PAULO CASTELO BRANCO

PAULO CASTELO BRANCO é um advogado brasiliense, com jeito “boa praça” dos cariocas e nascido em Parnaíba, Piauí.
É autor de “Brasília 2.030”, um ensaio que mostra o caminho de destruição que Brasília vai percorrer até que alcance o momento da ressurreição. Está preparando seu segundo livro: “A Morte de JK”, pela Editora Diadorim, do Rio, onde, numa mistura de realidade e ficção, dá uma visão ampla à respeito dos mistérios que envolvem a morte de Juscelino, numa trama baseada no exame do processo que apurou a possível eliminação de JK em atentado. Casado com Vera, pai de quatro filhos, tem dois netos, PCB leva a vida advogando, escrevendo artigos e, como presidente da Comissão de Ética da OAB-DF, procurando defender os interesses dos cidadãos e de Brasília. Quando o assunto é o Distrito Federal – seus políticos e seus problemas – a conversa com Paulo Castelo Branco não tem fim e suas posições, sempre corretas, são defendidas com o rigor dos honestos. Para falar sobre Brasília, os brasilienses, pena de morte, Governo e a justiça brasileira, Paulo Castelo Branco abre hoje a “Janela da Corte” e, data vênia, não deixa de reclamar dos governantes que ainda não perceberam que dirigem uma obra de arte, que por si só bastaria para transformar o turismo da Capital na nossa grande indústria.
1 – Duas coisas que mais o incomodam em Brasília.
Primeiro a falta de interesse na preservação do Plano Piloto e, segundo, a sobra de interesse de alguns em explorar de todas as formas a nossa Capital.
2 – De 1 a 10, dê sua nota para essas personalidades:
Fernando Henrique – 7, como o prof. Gianotti que o conhece há 45 anos Cristovam Buarque – 5, pela Bolsa Escola, que esgotou a imaginação do PT Itamar Franco – 10, por ter assumido o Governo num momento crítico, de forma democrática e encaminhado a restruturação econômica com implantação
do Real e fazendo FHC seu sucessor.
Lula – 5, pelo passado de lutas.
Paulo Maluf – 5, pelas lutas do futuro, se tiver.
Senador Lauro Campos – 4, pelo brilhantismo da escolha de seu suplente.
Senador Arruda – 6, pelo seu desempenho político.
Senador Valmir Campelo – 5, por sua quase eleição para governador.
Joaquim Roriz – 7, por sua visão social aplicada inadequadamente no DF.
Arlete Sampaio – 4, por ser vice.
Luiz Estevão – 6, por seu desempenho político.
Wigberto Tartuce – 4, por suas composições.
Chico Vigilante – 3, por ser um dos Chicos.
3 – Como morador da Península dos Ministros: a ciclovia do Lago Sul veio para o bem ou para o mal.
Para o bem. O acesso às margens do Lago está consolidado e não se discute.
4 – Três nomes que sabem honrar o nome de Brasília?
O arquiteto Carlos Magalhães, o ex-governador José Aparecido de Oliveira e Ernesto Silva.
5 – A OAB tem, entre outras finalidades, o dever de defender a Constituição. Na próxima eleição da OAB, as chapas também não deveriam ter 20% de mulheres advogadas como nas eleições para cargos eletivos?
Sim. A participação das mulheres é crescente e, no futuro, espero que seja garantido os 20% para os homens.
6 – Caiu a qualidade de vida de Brasília. É resultado de um nivelamento por baixo ou uma tendência do País?
É resultado de uma política que busca tornar Brasília uma cidade como as outras. Brasília é Patrimônio da Humanidade e sua qualidade de vida está diretamente ligada à preservação do Plano Piloto.
7 – Bolsa Escola, Projeto Orla e DF Verde. O PT está sabendo administrar Brasília?
Não! Só se salva a Bolsa Escola.
O Projeto Orla é sonho e o DF Verde amarelou..
8 – Você fechou com a Editora Diadorim, do Rio, um livro sobre a morte de JK, que será lançado agora em março. Como “Brasília 2.030”, esse livro será mais ficção ou pretende provar, pela ciência de Deus e dos homens, quem eliminou Juscelino?
O livro é realidade e ficção.
No Brasília 2.030, a ficção está em transformação para a realidade. No “Morte de JK”, o real, como dizia Golbery, “ainda deverá demorar um pouco”.
9 – Sem autonomia econômica, sede dos 3 Poderes e do Corpo Diplomático, é correto que Brasília tenha autonomia política?
No final da Ditadura todos achávamos que a autonomia política era fundamental.
Hoje sou a favor da diminuição do DF de acordo com o projeto de emenda constitucional do senador Francisco Escórcio.
10 – A Justiça é a mesma para os pobres e para os ricos?
A lei é para pobres e ricos. A distribuição da Justiça nem sempre satisfaz a todos.
11 – A pena de morte é uma solução para o aumento da criminalidade ou uma reparação aos parentes das vítimas?
A pena de morte não é solução para nada. É a lei mais estúpida em qualquer país e coloca no mesmo nível a sociedade e o criminoso. Devemos exigir o cumprimento total das penas para os crimes hediondos e buscar a aplicação de penas alternativas cumuladas com elevadas sanções pecuniárias.
12 – A OAB se mete em tudo, o advogado pode exercer quase todas as profissões, hoje até para abrir uma firma se precisa de advogado. Esse é o País dos advogados?
A OAB é a entidade representativa dos advogados, legitimada constitucionalmente para assegurar o respeito à lei e aos direitos dos cidadãos, sendo essencial à administração da Justiça.
O país não é somente dos advogados, é de todos os diplomados, principalmente, da grande maioria não diplomada.
13 – Qual o pecado capital de Brasília?
Ser pequena demais para se sustentar economicamente e grande demais para ser mantida pela União, em prejuízo de outras unidades da Federação.
Janela da Corte
“PACOTÃO”

Ele é muito mais estranho do que a vitória
de Antônio Carlos Magalhães no
Senado. Mais misterioso do que o veto do governador
Cristóvam Buarque à Fazenda
Santa Prisca. Muito mais esquisito do que
o Secretário de Turismo, Rodrigo Enrollemberg.
Mais temeroso do que o próprio Michel
Temer. E muitíssimo mais arredio a
entrevistas do que o deputado José
Genoíno. Todos os anos, no Carnaval,
um estranho, inusitado, misterioso e arredio
personagem aparece fugaz nas crônicas
de jornais, tevês e rádios de
Brasília. Jornalistas do mundo inteiro
fazem de tudo para conseguir dele um único
depoimento, uma única frase que seja.
E nada. Para os repórteres mais novos,
isso pode até valer uma promoção.
Para os experientes, quem sabe, um Prêmio
Esso. Quem for de Carnaval, já matou
a charada. Estamos falando, é claro,
de Charles Pretto, o ditador perpétuo
e vitalício da “Sociedade Armorial
Patafísica Rusticana – O Pacotão”,
o mais famoso e irreverente Bloco Carnavalesco
de Brasília, melhor dizendo, do Brasil.
O Pacotão comemora, este ano, 20 anos
de Carnaval, sempre na contramão da
avenida e da história, consolando os
fracos e reprimidos e aterrorizando os poderosos
de plantão…sejam eles os carrancudos
generais da falecida ditadura militar, príncipes
de carteirinha da sociologia ou os barbudos,
carecas e barrigudos petistas dos governos
democráticos e populares.
Recém chegado de Miami, onde deixou
seu cunhado vistoriando a reforma de seu barraco
em West Palm Beach, Charles Pretto concordou
em falar. Depois de mil subterfúgios,
concedeu essa entrevista inédita. Primeira
e única, garante ele. Evoluindo na
boquinha da garrafa, com revelações
destampadas sobre o poder, o PT, o FHC, o
prazer e, é claro, sobre Brasília
e o Pacotão, Charles Pretto não
está nem um pouquinho preocupado em
segurar o tcham. Abre a Janela da Corte deste
domingo de Carnaval e coloca seu tcham de
fora. Um horror!
1) O que o incomoda
mais:
Em Brasília: as gambiarras do Governo
do PT e o Principado do Palácio da
Alvorada.
No Governo do PT: a liderança do senador
José Roberto Arruda.
Na ARUC: a concorrência que fazem ao
meu Bloco
No Carnaval: o de sempre, a falta de quorum
do Congresso.
2) Qual foi a melhor
marcha do Pacotão?
Sem dúvida nenhuma, o Aiatolá,
de 1979. Aliás, ela não foi
apenas a melhor. Foi a única. Até
hoje o povo só sabe cantar “Ga-gá,
ga-gá, Geisel/ Você nos atolou
/E o Figueiredo também vai atolar/
Aiatolá, Aiatolá, venha nos
salvar / Que esse governo já ficou
gagá/ Ga-gá, ga-gá, Geisel…”
3) Três carnavalescos
de Brasília que sabem acontecer na
Sapucaí?
Antigamente era o Haroldo Meira, que foi Administrador
de Brasília, não gostava do
Carnaval da cidade e fugia na véspera
para desfilar na Mangueira. Hoje é
o Moa, que vai desfilar na ARUC no domingo,
pega um avião depois do desfile e na
segunda-feira desfila na Portela. Pena que
ele não queira mais saber do Pacotão.
O terceiro maior carnavalesco parece que este
ano vai dar o cano: Itamar Franco, o rei da
Sapucaí, porta-estandarte do Fusca
e topete de honra do Grêmio Recreativo
Unidos do Pão-de-Queijo.
4) A reeleição
foi um “pacotão”?
Ixe! Não passou de um “pacotinho”.
O príncipe Fernando II ainda tem muito
que aprender comigo. Pra que reeleição,
professor? Por que ele não faz como
eu, que sempre me declarei ditador perpétuo
e vitalício do meu Bloco? É
verdade que eu não tinha o Serjão
pra atrapalhar, nem o Maluf pra ajudar…
Tem nada não, um dia ele aprende. Se
o Toninho Perdura não lhe der a receita,
é só me procurar. Afinal de
contas, depois de quarta-feira, eu entro no
PLV (Plano de Licença Voluntária),
e vou gastar minha grana em Miami, num barraco
com privada de ouro que eu aluguei ao lado
da mansão do outro Fernando, o Primeiro.
Terei muito tempo livre.
5) Cristovão
rima com Estevão? Isso dá samba
ou atravessa na avenida?
Dá um sambão rasgado, com direito
a socos e caneladas. Dinheiro pra gravar o
CD não vai faltar. É só
pedir pra Odebrecht ou sacar a fundo perdido
nas sobras da “Operação
Uruguai”. Dá também frevo,
maracatu, salsa, merengue, bolero e samba-canção.
Quem sabe o mestre Jamelão não
topa gravar? O risco é que, com tanta
baixaria, vão acabar reinventando a
“dança da bundinha”…
6) E o que você
faz quando o Pacotão está de
recesso?
Bem, não consegui arrancar do “Duque
de Águas Claras”- Grão-Senhor
do Governo Democrático e Popular do
DF – um DAS compatível com as minhas
qualidades de estadista. Assim, não
me resta outra alternativa senão apelar
ao “Barão da Santa Prisca”
para conseguir uma boquinha como prefeito
biônico da “OKlândia”,
a nova cidade que vai nascer ali, desinteressadamente.
OK, deputado?
7) É verdade
que este ano você vai distribuir frango,
a âncora do Real, na concentração
do Pacotão?
Injustiça. Será frango com iogurte,
a mais nova receita do cardápio do
chef Malan. Será minha contribuição
para a estabilidade da moeda. Assim, quem
sabe, acabam com os estoques de frango e iogurte,
que ninguém agüenta mais, e eles
resolvem baixar o quilo do filé mignon
e o preço do passe do Ronaldinho.
8) O que você
acha do Joãozinho Trinta ter trocado
o Carnaval do Rio pelo de Brasília?
Uma questão de oportunidade. Pelo visto
ele descolou alguma boquinha com o “Duque
de Águas Claras”. O perigo é
ele aprender a fazer Carnaval com o pessoal
da ARUC, enlouquecer de vez e querer comprar
a Mocidade Independente do Gama. Ou então
ter um filho com a Marilena Chauí e
se candidatar a Secretário de Cultura
do Governo Democrático e Popular. Já
pensou!
9) Qual a virtude capital
do Pacotão?
Não ter capital. Infelizmente…Se
tivesse, quem sabe, meu cunhado poderia terminar
o meu barraco em West Palm Beach!
10) Qual o pecado capital
de Brasília?
Ter um pacotão em cada Palácio
e uns pacotinhos em cada gabinete. Infelizmente…
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