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Agua Mineral no Sul de Minas
Urge a adequação da legislação para dar sustentabilidade à exploração do aquífero e do turismo na região

A utilização das águas minerais no Circuito das Águas, no Sul de Minas Gerais, que abrange os municípios de São Lourenço, Passa Quatro, Cambuquira, Caxambu e Lambari, está sempre na discussão da sustentabilidade do aquífero e do turismo. Junto com a floresta Amazônica, o Pantanal e o Aquífero Guarani, o Circuito das Águas é um dos grandes eventos naturais relacionados à água dentro do Brasil, pois se trata da mais rica região em diversidade de águas minerais do Planeta. Na região sul de Minas concentram-se doze diferentes qualidades de águas minerais.
Muitas questões estão postas na exploração sustentável da agua mineral. Para quem ainda não percebeu a gravidade do problema, basta entender uma coisa bem simples: o Código de Águas (Decreto-Lei nº 7841, de 8 de agosto de 1945) está tão obsoleto que as águas minerais são consideradas como minério e, como tal, pode ser, em tese, explorado até a exaustão pelos concessionários dos direitos de lavra. Em Minas, a Lei nº13.199, de 1999, assegura o controle, pelos usuários atuais e futuros, do uso da água e de sua utilização em quantidade, qualidade e regime satisfatórios.
Em compensação, a mesma lei estabelece que, na execução dessa política de utilização da água mineral, devem ser observados o gerenciamento integrado dos recursos hídricos, e o reconhecimento dos recursos hídricos como bem natural de valor ecológico, social e econômico, cuja utilização deve ser orientada pelos princípios do desenvolvimento sustentável.
Em 1999, a então CPRM fez um relatório técnico “Estudos Geoambientais das Fontes Hidrominerais de Cambuquira, Caxambu, Lambari e São Lourenço”, indicando que “os aquíferos intergranulares são rasos, sem muita importância como recurso hídrico, mas de extrema influência na recarga dos aquíferos fraturados. São aquíferos de produtividade limitada e, portanto, as demandas deverão adequar-se às limitações existentes.”
Há necessidade da legislação estadual e federal se adequarem à sustentabilidade da exploração turística e ambiental do Circuito das Águas do Sul de Minas Gerais.
O PARQUE DAS ÁGUAS DE SÃO LOURENÇO
As águas de São Lourenço começaram a ser exploradas em 1905, quando o empresário Afonso França recebeu autorização para exploração das fontes. Com a sua morte, a Companhia de Águas passou pelo controle de várias firmas, inclusive da Perrier francesa depois, da Nestlé, e hoje pertence ao Grupo Edson Queiroz – Minalba Brasil.
Em 1927, foi criado o município de São Lourenço. Em 1931, logo depois da Revolução, ao assumir o poder, aconselhado por médicos e amigos, o presidente Getúlio Vargas foi descansar na estância hidromineral.
Apaixonou-se pelo lugar.
Vista do Parque das Águas de São Lourenço
BALNEÁRIO E CENTRO HIDROTERÁPICO
O Centro Hidroterápico de São Lourenço, conhecido como Balneário, fica às margens do lago principal do Parque das Águas. Em estilo colonial, foi inaugurado em 1935.
Em 2007, o Centro passou por uma reestruturação completa, sendo entregue em 2008 com seu estilo clássico preservado e alguns toques de modernidade. É constituído por duas alas: uma masculina e outra feminina, que contém banheiras em estilo vitoriano, ofurôs, áreas de repouso, saunas e salas de massagens.
Os tratamentos realizados no Centro Hidroterápico são ministrados com água sulfurosa, que por sua composição físico-química é popularmente indicada para prevenção de patologias dermatológicas; alergias e doenças do colágeno; diabetes; e problemas respiratórios. As águas de São Lourenço são conhecidas pelas ricas propriedades medicinais.
São Lourenço é uma das mais conhecidas estâncias hidrominerais do Brasil. Faz parte do Circuito das Águas de Minas Gerais, na serra da Mantiqueira. Sua população é de 46.202 habitantes.
“São quatro as principais técnicas terapêuticas utilizadas: terapia por ingestão, inalatória, irrigatória e termal externa, isto é, banhos e lamas. Todas são utilizadas com fins preventivos, terapêuticos e reabilitativos.”

Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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