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RIO AMAZONAS E SEUS AFLUENTES

E AS BELEZAS DE UM DOS RIOS SAGRADOS DOS MUNDURUKUS

 

Em 2007, Peru e Brasil oficializaram a nascente do rio Amazonas. Em 2009, o INPE publicou um trabalho de medição comparativa do comprimento do rio Amazonas e do rio Nilo. O rio Nilo, na África, até então era considerado o maior rio do Mundo. Com a descoberta das novas nascentes, na Cordilheira dos Andes, na encosta do Nevado Mismi, no Peru, o rio Amazonas passa a ter 6.992,06 Km de extensão. O rio Nilo tem 140 quilômetros a menos.

 

RIO AMAZONAS: CURIOSIDADES

  • O rio Amazonas é o maior rio do mundo em volume de água e o maior rio do mundo em extensão.
  • O rio Amazonas recebe vários nomes em seu curso no Peru, até receber o nome de Solimões, no município de Tabatinga-AM. Quando encontra o rio Negro, próximo a Manaus, recebe o nome de rio Amazonas.
  • O rio Amazonas atravessa os estados do Amazonas e do Pará até chegar a sua foz, com 300 km de largura, no grande Delta do Amazonas, entre os estados do Amapá e Pará.
  • De Benjamin Constant (Brasil) até a foz (3.165 km) o rio Amazonas tem um desnível de apenas 82 metros.
  • A bacia Amazônica abrange uma área com mais de 7 milhões de quilômetros quadrados, sendo a maior bacia hidrográfica do mundo. É maior do que estes 10 países juntos: Alemanha, Argentina, Espanha, França, Holanda, Itália, Japão, Portugal, México e Inglaterra (7.087.139 km2).

O rio Amazonas possui aproximadamente 1.100 afluentes.

Principais afluentes na margem esquerda: rios Negro, Iça, Japurá,  Trombetas, Jari etc.

Principais afluentes na margem direita: rios Javari, Purus, Madeira, Xingu e Tapajós etc.

 

 

O RIO SAGRADO DO TAPAJÓS

 

O rio Tapajós é formado pela confluência do rio Teles Pires com o rio Juruena, em Barra de São Manuel na fronteira entre Pará e Mato Grosso, e percorre uma extensão de aproximadamente 800 km até desaguar no Amazonas.  Quando combinado com o Rio Juruena, o Tapajós tem aproximadamente 1.900 km de comprimento.
– Possui águas de coloração esverdeada, azulada ou cristalina, dependendo da região.

 

AFLUENTES do TAPAJÓS – Os principais rios afluentes do Tapajós são: Jamanxim, Crepori, Juruena, Arapiuns, Curucu e rio das Tropas.

O nome do rio faz referência aos índios tapajós. O Tapajós é considerado um rio sagrado para os índios Mundurukus.

Praia do Pajuçara, Praia do Carapanari, Ponta do Jutuba, Praia do Itapari, Praia da Ponta de Pedras, Ponta do Cururu, a Ilha do Amor, Ponta do Muretá, Praia do Pindobal, Praia do Cajutuba, Praia do Aramanari e Praia do Maguari. Todas localizadas no Rio Tapajós. Vale dizer que o Rio Arapiuns, afluente do Tapajós, também oferece praias paradisíacas para os turistas.

PASSEIOS E VISITAS

Além das praias, o Rio Tapajós reserva passeios como a visita à Floresta Nacional do Tapajós, o Canal do Jari, o encontro das águas com o Rio Amazonas e visitas às tradicionais comunidades ribeirinhas, que dão ainda mais brilho para a viagem.

É muito rico os trabalhos de artesanato desenvolvidos pelas comunidades. São bolsas, animais entalhados em madeira, bolas e acessórios feitos de látex, palha e sementes. As praias e vilarejos exibem um cenário exuberante pela sua tranquilidade, ótimo para tomar banho e descansar. Até o príncipe Charles, da Inglaterra, fez essa viagem em 2009.

Os operadores de turismo costumam escolher a praia de Icuxi, na areia sob o luar, para oferecer a gastronomia paraense à base de peixe fresco com sal e limão, regado a caipirinha ou suco de frutas. Um banquete conhecido como Piracaia (pira = peixe e caia = brasa). O costume foi criado pelos pescadores. É sempre realizado à noite e as grelhas da churrasqueira são de bambus ou cipós da região.

 

O luau numa praia solitária entre a Ponta de Areia e Caracaraí é uma oportunidade de apreciar a Piracaia ((pira = peixe e caia = brasa) costume herdado dos pescadores.

 

Os operadores de turismo costumam escolher a praia de Icuxi, na areia sob o luar, para oferecer a gastronomia paraense à base de peixe fresco com sal e limão, regado a caipirinha ou suco de frutas. Um banquete conhecido como Piracaia (pira = peixe e caia = brasa). O costume foi criado pelos pescadores. É sempre realizado à noite e as grelhas da churrasqueira são de bambus ou cipós da região.

 

FENÔMENO DA POROROCA

 

O fenômeno da Pororoca consiste na formação de ondas provenientes do encontro violento das águas do rio com o oceano Atlântico. Acontece no mês de em outubro, quando nível do rio está baixo e a maré alta. Hoje existe até um projeto que prevê incentivo ao turismo quando da formação da Pororoca, que é um fenômeno perigoso, mas a entrada e saída das pororocas estão dominadas pelas comunidades ribeirinhas.

 

 

 

 

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“DE CASACA E CHUTEIRA – A ERA DOS GRANDES DRIBLES NA POLÍTICA, CULTURA E HISTÓRIA”.

Cacá Diegues: “Na Era JK e Pelé tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima”.

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SILVESTRE GORGULHO – ENTREVISTA

 

“De Casaca e Chuteiras” – Lançamento em Brasília para comemorar os 63 da Capital e uma homenagem a JK e ao Rei Pelé.

 

O livro “De Casaca e Chuteira – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História – JK-BRASÍLIA-PELÉ” vai ser lançado dia 22 de abril, sábado às 11 horas, no Memorial JK, em Brasília.

 

Folha do Meio Ambiente – PELÉ já está no dicionário. E JK?

Silvestre Gorgulho – Verdade! Após sua morte, Pelé em dezembro do ano passado, houve uma campanha e a justificativa foi porque o apelido para Edson Arantes se tornou sinônimo de perfeição no Brasil e em todos os países de Língua Portuguesa. Aliás, em todos as línguas faladas no mundo. Nada mais justo e oportuno. Na verdade, apenas foi referendado um jargão que já estava no cotidiano das pessoas das mais diversas nacionalidades. Este é mais um legado do Rei Pelé. Símbolo de excelência nos esportes, não só no futebol, Pelé é uma lenda eternizada de muitas maneiras possíveis. O substantivo virou adjetivo e até, quem sabe, verbo: Peleou muito bem! O fato é que agora já temos o Pelé da Ciência, que pode ser o Einstein ou o Vital Brazil; o Pelé da Literatura, que pode ser o Machado de Assis; e até o Pelé da música, que pode ser o Villa-Lobos ou o Rei Roberto Carlos.

 

FMA – Mas, e JK?

SG – Bem, JK ainda não está no dicionário, mas tem uma coisa. O escritor e jornalista Élio Gáspari tem razão quando diz: “Todo político brasileiro quer JK quando crescerem. Um dia, talvez, algum consiga, desde que aprenda uma coisa simples: Juscelino Kubitschek jamais disse uma só palavra má, uma palavra negativa tanto do Brasil quanto dos brasileiros. Foi um visionário que acreditou nos dois.”

 

Privilégio viver a Era JK e Pelé, porque tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima. (Cacá Diegues)

 

FMA – “De Casaca e Chuteira – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História” – Que acontecimentos fazem o conteúdo do livro?

SG – São muitos e em todas as áreas da vida: política, esportes, economia, música, literatura e costumes. O livro tem 28 capítulos, 448 páginas, e aborda um tempo considerado Anos Dourados do Brasil. Brasília, Pelé e JK são os fios condutores dessa história maravilhosa, quando os brasileiros sentiram que poderiam realizar o impossível. Como disse Cacá Diegues, foi um privilégio viver essa época, porque tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima.

 

FMA – Por que seu livro foi lançado em 2020, em São Paulo, e só agora será em Brasília?

SG – Verdade! Em 2020 lancei em São Paulo e em 2022 em São Lourenço, Sul de Minas. Motivo simples: O livro só ficou pronto na segunda semana de outubro de 2020. O então governador João Doria, que fez a apresentação, queria lançar o livro no Museu do Futebol lá no Pacaembu, no dia 23 de outubro, quando o Pelé fez 80 anos. Aliás, por isso o selo que tem na capa desenhada por KÁCIO: Brasília 60 anos e Pelé 80 anos. Mas o que aconteceu? Plena Pandemia. O protocolo dizia que só poderiam estar presentes no Museu do Futebol 50 pessoas e tinha de se inscrever pela internet. Havia controle rígido na entrada. Não pude convidar nem minha família. O médico do Pelé proibiu que ele fosse. Pronto, apesar da grande divulgação, pouca gente participou do evento.

 

FMA – Planeja uma segunda edição?

SG – Sim, vou ter que fazer uma segunda edição que será mais ampla ainda. Na verdade, eu já tinha desistido de lançar o livro aqui. Como a gráfica só tem 98 exemplares da primeira edição, que foi quase toda vendida no Mercado Livre, estava pensando em lançar em Brasília apenas a segunda edição.

 

FMA – E por que essa mudança?

SG –  Não disse que a vida é o que acontece com a gente enquanto fazemos planos? Por dois motivos. Primeiro porque o Pelé não foi ao lançamento em São Paulo, mas me ligou dizendo que viria ao lançamento em Brasília tão logo acabasse a pandemia. E aí veio a doença dele. Foi muito triste. Nem queria mais lançar.

E o segundo motivo porque três grandes amigos pediram. Até insistiram. O Jack Corrêa, o Paulo Octávio e a Anna Christina Kubitschek. Eles me convenceram. Seria uma homenagem ao Rei Pelé, que faleceu há 4 meses. E, também, homenagem a JK nos 63 anos de Brasília.

 

O livro “De Casaca e Chuteira – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História – JK-BRASÍLIA-PELÉ” vai ser lançado dia 22 de abril, sábado às 11 horas, no Memorial JK, em Brasília.

 

Folha do Meio Ambiente – PELÉ já está no dicionário. E JK?

Silvestre Gorgulho – Verdade! Após sua morte, Pelé em dezembro do ano passado, houve uma campanha e a justificativa foi porque o apelido para Edson Arantes se tornou sinônimo de perfeição no Brasil e em todos os países de Língua Portuguesa. Aliás, em todos as línguas faladas no mundo. Nada mais justo e oportuno. Na verdade, apenas foi referendado um jargão que já estava no cotidiano das pessoas das mais diversas nacionalidades. Este é mais um legado do Rei Pelé. Símbolo de excelência nos esportes, não só no futebol, Pelé é uma lenda eternizada de muitas maneiras possíveis. O substantivo virou adjetivo e até, quem sabe, verbo: Peleou muito bem! O fato é que agora já temos o Pelé da Ciência, que pode ser o Einstein ou o Vital Brazil; o Pelé da Literatura, que pode ser o Machado de Assis; e até o Pelé da música, que pode ser o Villa-Lobos ou o Rei Roberto Carlos.

 

FMA – Mas, e JK?

SG – Bem, JK ainda não está no dicionário, mas tem uma coisa. O escritor e jornalista Élio Gáspari tem razão quando diz: “Todo político brasileiro quer JK quando crescerem. Um dia, talvez, algum consiga, desde que aprenda uma coisa simples: Juscelino Kubitschek jamais disse uma só palavra má, uma palavra negativa tanto do Brasil quanto dos brasileiros. Foi um visionário que acreditou nos dois.”

 

Privilégio viver a Era JK e Pelé, porque tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima. (Cacá Diegues)

 

FMA – “De Casaca e Chuteira – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História” – Que acontecimentos fazem o conteúdo do livro?

SG – São muitos e em todas as áreas da vida: política, esportes, economia, música, literatura e costumes. O livro tem 28 capítulos, 448 páginas, e aborda um tempo considerado Anos Dourados do Brasil. Brasília, Pelé e JK são os fios condutores dessa história maravilhosa, quando os brasileiros sentiram que poderiam realizar o impossível. Como disse Cacá Diegues, foi um privilégio viver essa época, porque tínhamos de correr atrás do Brasil. JK com sua energia e ousadia conseguiu substituir o ato do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima.

 

FMA – Por que seu livro foi lançado em 2020, em São Paulo, e só agora será em Brasília?

SG – Verdade! Em 2020 lancei em São Paulo e em 2022 em São Lourenço, Sul de Minas. Motivo simples: O livro só ficou pronto na segunda semana de outubro de 2020. O então governador João Doria, que fez a apresentação, queria lançar o livro no Museu do Futebol lá no Pacaembu, no dia 23 de outubro, quando o Pelé fez 80 anos. Aliás, por isso o selo que tem na capa desenhada por KÁCIO: Brasília 60 anos e Pelé 80 anos. Mas o que aconteceu? Plena Pandemia. O protocolo dizia que só poderiam estar presentes no Museu do Futebol 50 pessoas e tinha de se inscrever pela internet. Havia controle rígido na entrada. Não pude convidar nem minha família. O médico do Pelé proibiu que ele fosse. Pronto, apesar da grande divulgação, pouca gente participou do evento.

 

FMA – Planeja uma segunda edição?

SG – Sim, vou ter que fazer uma segunda edição que será mais ampla ainda. Na verdade, eu já tinha desistido de lançar o livro aqui. Como a gráfica só tem 98 exemplares da primeira edição, que foi quase toda vendida no Mercado Livre, estava pensando em lançar em Brasília apenas a segunda edição.

 

FMA – E por que essa mudança?

SG –  Não disse que a vida é o que acontece com a gente enquanto fazemos planos? Por dois motivos. Primeiro porque o Pelé não foi ao lançamento em São Paulo, mas me ligou dizendo que viria ao lançamento em Brasília tão logo acabasse a pandemia. E aí veio a doença dele. Foi muito triste. Nem queria mais lançar.

E o segundo motivo porque três grandes amigos pediram. Até insistiram. O Jack Corrêa, o Paulo Octávio e a Anna Christina Kubitschek. Eles me convenceram. Seria uma homenagem ao Rei Pelé, que faleceu há 4 meses. E, também, homenagem a JK nos 63 anos de Brasília.

FMA – Interessante essa relação JK, Pelé, Brasília, Cultura e Política…

SG – Na vida, nada é por acaso. O livro foi nascendo aos poucos e acabei encontrando este formato. Imagina que Pelé, Brasília e JK nasceram para o mundo no mesmo ano de 1956. JK toma posse na Presidência em 31 de janeiro e Pelé faz seu primeiro jogo profissional pelo Santos em 7 de setembro, com apenas 15 anos, disputando a Taça Independência. E começa com gol. Foi o primeiro dos 1.285. Ambos marcaram época e entraram na vida de brasileiros, deixando um forte legado. O livro começou como uma espécie de almanaque. Era um trabalho para compor um projeto de Monumento a Pelé que Oscar Niemeyer fez para ser colocado em Santos, em frente ao Museu Pelé. Isso foi em 2010. Mas, em 10 anos houve uma evolução muito grande desse trabalho que acabou virando um livro.

 

FMA – Política, música, literatura e esporte fizeram uma boa dobradinha?

SG – Muito boa. Nos Anos Dourados tudo isso se junta. Foi o desenvolvimento proposto por JK de 50 anos em cinco. Ganhamos a Bossa Nova, o Cinema Novo. O Brasil ganha a primeira Copa do Mundo, vibramos com Pelé, Garrincha, Maria Ester Bueno, Éder Jofre. Até nosso basquete foi campeão do mundo. Em 1956, três grandes autores lançam livros fundamentais: Fernando Sabino lança “Encontro Marcado”, Mário Palmério lança “Vila dos Confins” e João Guimarães Rosa revoluciona a literatura com “Grande Sertão: Veredas”.

 

FMA – Como foi sua pesquisa?

SG – Foram mais de 10 anos de pesquisa. Li 45 livros e muitos discursos. Algumas entrevistas. Na última vez que Pelé visitou Três Corações, sua terra, fui junto. Além dos estudos, pesquisas e leituras conversei com Pelé, Oscar Niemeyer, Carlos Magalhães da Silveira, Maria Elisa Costa. Fui às cidades onde a família do Pelé morou e onde o Dondinho jogou e pesquisei todos os jornais locais, no caso Campos Gerais, Três Corações e São Lourenço, em Minas, e Bauru em São Paulo. Quanto mais eu pesquisava, mais eu entendia a importância de Pelé, JK e de Brasília no contexto da vida Política, Cultural e na História do Brasil.

 

FMA – JK e Pelé na capa… busca passar algum simbolismo?

SG – A capa tem o traço irretocável e a genialidade do Kácio Pacheco. Já é uma História. JK com o uniforme da Seleção Brasileira e Pelé de casaca. Uma simbologia do sucesso, da dedicação, do patriotismo e do trabalho. A simbologia do dever cumprido. Ambos, JK e Pelé, cumpriram muito bem sua missão. Cada um no seu campo. Eles são a chave para entender o Brasil de hoje. Não há como compreender a interiorização da economia, a força do Centro-Oeste, o desenvolvimento do sertão brasileiro sem estudar a vida e a obra de JK. O Brasil é um antes de JK e outro depois. Da mesma forma, no futebol. O Brasil é um antes de Pelé e outro depois de Pelé. Com Brasília, o Brasil colheu um novo País.

 

FMA – Brasília significou mesmo tudo isso?

SG – Significou muito mais. Tive um professor na Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, Edward Shu, economista, brasilianista e que foi vice-presidente do Banco Mundial. Shu me dizia, em 1982: “Silvestre, os brasileiros precisam entender a importância geopolítica de Brasília. Nos meus estudos eu sinto que se Brasília não fosse construída e se a capital do Brasil não migrasse para o centro do Brasil, a Amazônia não seria mais brasileira”.

 

FMA – Não tinha pensado nisso…

SG – Toda a região, antes de Brasília, vivia da agricultura de subsistência e da mineração. As políticas públicas eram apenas para o litoral. Veja a mudança: hoje, por causa de Brasília, 60% do agronegócio brasileiro está concentrado no Centro-Oeste. Imagina que na década de 60 e 70, o Cerrado não produzia sequer um grão de soja. Hoje, o Centro-Oeste é responsável por 51% da produção nacional. A soja avançou sobre novas fronteiras e levou junto a cultura do milho, do algodão, do trigo, das frutas, do gado. A produção de milho nessa época era inferior a 5%. Atualmente representa 54,36% da safra nacional. Brasília abriu o caminho para os recordes do agronegócio num Brasil antes vazio e desconectado do litoral. Detalhe: a tecnologia agropecuária tropical, chamada de Revolução Verde dos anos 70 e 80, fez a força do AGRO que só existe porque a Embrapa existe. E a Embrapa nasceu porque Brasília existe.

 

O livro tem uma dinâmica didática e prazerosa. Não tem fakenews. Tudo é documentado com fatos e fotos. É bom saber como foi a construção de Brasília com fatos e fotos. Foi uma saga. Brasília nasceu filmada e fotografada. (SG)

 

FMA – Quanto tempo demorou para finalizar o livro?

SG – Foram exatos 10 anos e 3 meses. Comecei a escrever o livro em 23 de outubro de 2010, quando Pelé fez 70 anos. Tudo, como já disse, por causa de um projeto que Oscar Niemeyer fez a meu pedido do Monumento PELÉ. E também por causa da relação de meu pai com Dondinho, o pai do Pelé, que jogou na minha cidade natal São Lourenço, no Sul de Minas. Maria Lúcia, a irmã do Pelé, nasceu lá. E o apelido Pelé também. Na família, o apelido do Rei é Dico. O nome Pelé nasceu em São Lourenço.

 

FMA – O conteúdo é colocado de forma bem didática…

SG – Sim, didática e prazerosa. Não tem fakenews. Tudo é documentado com fatos e fotos. É bom saber como foi a construção de Brasília com fatos e fotos. Foi uma saga. Brasília nasceu filmada e fotografada. Única cidade do mundo que nasceu com um jornal e o Correio é o único jornal do mundo que nasceu com uma cidade. É bom saber como foi a implantação da indústria automobilística e como foi a ocupação do Cerrado. Importante: este livro mostra, com exemplos e fatos, que nosso país já foi mais íntegro, mais promissor, mais ingênuo e muito menos perverso. Os Anos Dourados foram o auge de nossa autoestima.

 

FMA – Qual a relevância do personagem Pelé para os dias de hoje. E para as novas gerações?

SG – Pelé é um ícone. Não é à toa que seu PELÉ entrou no dicionário. Em 1956, Pelé colocou a bola no campo de um jogo extremamente coletivo para encantar o mundo, como Rei do Futebol. Pelé foi campeão do Mundo cinco vezes: três vezes com a seleção brasileira e duas vezes com o Santos. Foram 1.285 gols filmados, fotografados e registrados durante a carreira. O livro traz tudo isso, em um adendo no final, jogo por jogo. Gol por gol. Pelé fez o cessar-fogo de duas guerras apenas para poder mostrar sua arte. Juiz é “expulso” de campo por ter tido a petulância de expulsar Pelé e, assim, possibilitar sua volta ao jogo. E, ainda, contrariando as regras, depois de ter sido substituído no primeiro tempo, Pelé, mesmo com dores, é obrigado a voltar no segundo tempo para evitar conflitos no estádio. Pelé é uma lenda eterna. O tempo passa, os anos avançam e o mito permanece. Súditos e não súditos, amantes ou não do futebol, têm sempre na ponta da língua a expressão mais nobre, mais lúdica e mais singela para relembrar uma lindíssima história. Verdadeira lenda que sempre recomeça: era uma vez um menino pobre, de uma família pobre, em um país pobre, que tinha o dom de fazer mágicas. De uma bolinha de meia fez sete bolas de ouro.

 

“Pelé é um ícone. Não é à toa que seu PELÉ entrou no dicionário. Em 1956, Pelé colocou a bola no campo de um jogo extremamente coletivo para encantar o mundo, como Rei do Futebol. Pelé foi campeão do Mundo cinco vezes: três vezes com a Seleção e duas vezes com o Santos”. (SG)

 

FMA – Qual a conclusão que a gente pode tirar?

SG – Só posso dizer que JK tinha sempre em mente uma frase de seu conterrâneo Guimarães Rosa, que nasceu ali na sua região onde começa o Cerrado. “Quem elegeu a busca não pode recusar a travessia”. Juscelino elegeu 30 metas para seu governo e mais uma, a meta síntese: construção de Brasília. Foi ousado, determinado, magnânimo e fez uma grande revolução social, econômica e política. Talvez, a maior revolução do Brasil como nação. E sem pegar em armas. Sem dar um tiro. Como JK, cada um de nós – sobretudo os governantes – precisamos focar na busca escolhida e não recusar a travessia.

 

PELÉ: aquele que é fora do comum, que ou quem em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade não pode ser igualado. Exemplo: JK é o pelé da política.

 

 

 

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Lei de comercialização de créditos de carbono em concessões florestais é sancionada por Lula, com um veto

Veto presidencial visa evitar retrocesso ambiental ao definir reservas legais

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O presidente Lula sancionou uma lei que autoriza a comercialização de créditos de carbono em concessões florestais no Brasil. Essa medida tem como objetivo incentivar a conservação das florestas e promover a redução das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, vale ressaltar que o presidente também vetou um único artigo da lei, alegando que sua aprovação poderia causar um “retrocesso ambiental”. Neste artigo, exploraremos os detalhes da lei sancionada e o motivo por trás do veto presidencial.

A nova lei sancionada pelo presidente Lula busca estimular a adoção de práticas sustentáveis e a preservação do meio ambiente, ao permitir a comercialização de créditos de carbono em concessões florestais. Esses créditos representam a redução ou remoção de emissões de gases de efeito estufa de determinados projetos ou atividades.

Ao permitir a negociação desses créditos, a lei visa criar um incentivo econômico para que empresas invistam em projetos de conservação ambiental, contribuindo para a proteção das florestas e a mitigação das mudanças climáticas. Dessa forma, proprietários de concessões florestais poderão ser recompensados financeiramente pela adoção de práticas sustentáveis e pela preservação das áreas sob sua responsabilidade.

No entanto, o presidente Lula decidiu vetar um único artigo da lei. Esse artigo dizia respeito à definição das reservas legais, que são áreas dentro das propriedades rurais que devem ser preservadas com vegetação nativa. Segundo o governo, a aprovação desse artigo poderia representar um “retrocesso ambiental”, pois poderia flexibilizar as regras de proteção ambiental e comprometer a conservação das áreas de reserva legal.

O veto presidencial demonstra a preocupação do governo em manter a integridade das áreas de preservação, garantindo que a lei não abra espaço para práticas que possam comprometer a conservação dos recursos naturais do país. Essa decisão visa assegurar que a comercialização de créditos de carbono seja feita de maneira responsável e alinhada aos princípios de preservação ambiental.

A sanção da lei que permite a comercialização de créditos de carbono em concessões florestais pelo presidente Lula representa um avanço na busca por práticas sustentáveis e na preservação das florestas brasileiras. Essa medida visa incentivar a adoção de práticas de conservação e mitigação das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que proporciona benefícios econômicos para os proprietários de concessões florestais.

O veto de um artigo da lei, relacionado à definição das reservas legais, reflete a preocupação do governo em evitar retrocessos ambientais e garantir a proteção das áreas de preservação. É fundamental que a comercialização de créditos de carbono seja realizada de forma responsável, considerando os princípios de conservação ambiental e assegurando que as florestas brasileiras

 

 

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Crise Hídrica: Mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando

Estudo aponta declínio no armazenamento de água em cerca de 53% desses ecossistemas vitais de 1992 a 2020

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Um novo estudo realizado por pesquisadores monitorou cerca de 2 mil lagos e reservatórios ao redor do mundo e revelou uma preocupante descoberta: mais da metade desses corpos d’água apresentaram declínio no armazenamento de água ao longo de quase três décadas. De acordo com a pesquisa, aproximadamente 53% dos maiores lagos e reservatórios do planeta registraram reduções significativas em seu volume de água entre os anos de 1992 e 2020. Esses resultados alarmantes destacam a urgência de ações para proteger e preservar esses ecossistemas vitais.

Os lagos e reservatórios são importantes fontes de água doce, fornecendo recursos cruciais para o abastecimento humano, agricultura, geração de energia e manutenção dos ecossistemas locais. No entanto, as descobertas da pesquisa revelam uma tendência preocupante de secamento desses corpos d’água ao longo do tempo.

Existem várias razões para o declínio no armazenamento de água em lagos e reservatórios. Mudanças climáticas, aumento da demanda por água devido ao crescimento populacional e uso inadequado dos recursos hídricos são alguns dos principais fatores que contribuem para essa situação alarmante. O aquecimento global tem desempenhado um papel significativo, levando a mudanças nos padrões de chuva e aumento da evaporação, o que pode diminuir o volume de água disponível.

Além disso, a exploração excessiva de água para irrigação agrícola, indústria e consumo humano sem uma gestão sustentável também contribui para o esgotamento dos lagos e reservatórios. A construção de represas e barragens também pode ter impactos negativos nos ecossistemas aquáticos, alterando o fluxo natural dos rios e afetando a disponibilidade de água nos corpos d’água.

As consequências do secamento dos lagos e reservatórios são significativas e afetam tanto o meio ambiente quanto as comunidades humanas que dependem desses recursos. A redução do volume de água pode levar à perda de habitats aquáticos, diminuição da biodiversidade e aumento da salinização, tornando a água imprópria para uso humano e atividades econômicas.

Diante desse cenário preocupante, é crucial adotar medidas efetivas para reverter a tendência de secamento dos lagos e reservatórios. Isso inclui a implementação de políticas de conservação e gestão sustentável dos recursos hídricos, investimentos em infraestrutura para armazenamento e distribuição de água, além de incentivar práticas agrícolas mais eficientes e conscientes do uso dos recursos naturais.

Além disso, é importante destacar a necessidade de ações globais coordenadas para lidar com as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Isso ajudaria a minimizar os impactos negativos do aquecimento global nos padrões de chuva e evaporação, contribuindo para a preservação dos lagos e reservatórios.

O estudo revelando que mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando é um alerta alarmante para a crise global da água. A escassez de água doce é uma realidade crescente que requer ação imediata e sustentável. A proteção e preservação desses corpos d’água são fundamentais para garantir a disponibilidade de recursos hídricos para as gerações presentes e futuras. A conscientização, a gestão sustentável e a cooperação internacional são essenciais para reverter essa tendência preocupante e garantir um futuro mais seguro e sustentável para os lagos e reservatórios do mundo.

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