Artigos
João e Maria
A história de um casal de Jacus

O casal de jacus comparece todos os dias no refeitório na Reserva do Morumbi para se alimentar. Existem sete espécies diferentes de Jacu. As principais características do jacu são as bordas esbranquiçadas nas penas da cabeça, pescoço, manto e peito; e uma espécie de “barba” vermelha em sua garganta. Os jacus podem atingir 85 cm de comprimento. A cauda é longa e arredondada. (Foto: Dalgas Frisch)
ERA UMA VEZ um casal de jacus.
Eles viviam alegres e felizes bem no centro da maior cidade brasileira – São Paulo – dentro da Reserva Ecológica do Morumbi.
A Reserva do Morumbi está localizada na confluência das ruas dos Limantos, dos Malmequeres, dos Goivos e das Praças Uirapuru e Ematuba, no bairro do Morumbi.
Outrora, a reserva era uma rica mata fechada. A Reserva Ecológica foi oficializada em 1975 pelo prefeito Olavo Setubal. Tudo começou quando a artista e apresentadora Hebe Camargo junto com o industrial-ornitólogo Johan Dalgas Frisch procuraram Olavo Setubal para que a mata fosse cercada, protegida e toda área fosse monitorada. Objetivo: preservar essa riqueza natural, antes que a invadissem e a ocupassem ilegalmente.
Anos depois, a mata foi transformada em Reserva Ecológica. Há 13 anos, em 2008, a pedido de Dalgas Frisch foi trocada a cerca de arame – já muito danificada – por um gradil de ferro.
Além da proteção de Johan Dalgas Frisch, conhecido como ‘O Senhor dos Pássaros’, todos moradores que vivem ao redor da Reserva sempre tiveram um carinho especial pelos pássaros, pelas árvores e pelos animais seus vizinhos.
Pois bem, nessa Reserva do Morumbi vivia um casal de Jacus.
Até receberam nome dos moradores: João e Maria.
João e Maria estavam em casa. Viviam felizes e seguros dentro da Reserva. A segurança era tanta que começaram a extrapolar seu território.
No ano passado, num dia de chuva, uma triste notícia: João foi atropelado quando deixou a reserva para perambular pela Praça do Uirapuru. Tristeza geral entre os moradores. Tentou-se de tudo para salvar João. Não foi possível.
Maria, solitária e triste, passou a viver sozinha. Levou sua viuvez por três meses. Apareceu outro Jacu, que os vizinhos apelidaram de Joaquim. Mas Maria foi durona na sua viuvez. Não se correspondeu com Joaquim que foi à procura de outra companheira na floresta urbana.
O tempo passou…
E não é que apareceu José, um jacu jovem de porte bonito que agradou Maria? Pronto! Formaram um novo casal.
José e Maria passaram a frequentar o “refeitório” de frutas e água fresca que, diariamente, o Anjo-da-Guarda das aves, Johan Dalgas Frisch, deixa no coração da Reserva.
Mansos e simpáticos, o novo casal de Jacus fazem a alegria das crianças do bairro Morumbi.
As crianças levam ração de cães e gatos. E muito mais: levam carinho e pedem cuidado aos motoristas para trafegarem devagar pela Praça Uirapuru e arredores.
Sim, como no conto de fadas, será que o novo casal José e Maria, serão felizes para sempre?

Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



Artigos
METÁFORAS… AH! ESSAS METÁFORAS!

-
Artigos4 meses ago
DIARIO DE BORDO E MINHA FORÇA AO REI PELÉ
-
Artigos4 meses ago
Orquestra Sinfônica de Brasília apresenta último concerto didático de 2022
-
Reportagens3 semanas ago
Instituto do Câncer reforça campanha contra o HPV e câncer do colo do útero
-
Artigos4 meses ago
Contra Sérvia, Brasil inicia jornada pelo hexa na Copa do Catar
-
Reportagens4 meses ago
Escolas técnicas de Santa Maria e Paranoá abrem as portas em 2023
-
Artigos4 meses ago
Inovação verde
-
Artigos4 meses ago
Brasil, falta de Neymar e resultado das urnas
-
Reportagens4 meses ago
Princípios ESG aliados ao marketing beneficiam empresas