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Indígenas na política
Representatividade de indígenas cresceu nas eleições e saem agora em 2022

Isaac Piyãko, é reeleito prefeito de Marechal Thaumaturgo, no Acre.
As eleições municipais no Brasil em 2020 ocorreram em 15 de novembro. O segundo turno, em 57 municípios dos 95 com mais de 200 mil habitantes, aconteceu no domingo de 29 de novembro. Originalmente, as eleições ocorreriam em 4 de outubro (primeiro turno) e 25 de outubro (segundo turno). No entanto, com o agravamento da pandemia do novo coronavírus, as datas foram modificadas com a promulgação da Emenda Constitucional nº 107/2020. Os eleitores escolheram os, prefeitos, vices e vereadores de 5.570 municípios. Ao todo, foram preenchidos 67,8 mil cargos públicos eletivos.
O ano eleitoral de 2020 termina com as eleições em 5.567 municípios brasileiros. E o ano de 2021 começa com novas esperanças nos prefeitos e vereadores eleitos (ou reeleitos). Apenas 57 cidades – aquelas com mais de 200 mil eleições – tiveram disputa de 2º turno e finalizaram a votação no domingo, 29 de novembro. Para finalizar as eleições faltam duas etapas: Primeiro, implementar a eleição em Macapá, onde o apagão do início do mês fez a votação ser adiada (o primeiro turno acontece dia 6 de dezembro e, se necessário, o segundo turno acontece dia 20); e resolver o caso de 104 cidades onde as eleições estão ‘sub judice’. Isso porque nesses municípios, candidatos tiveram o registro indeferido por algum motivo a decisão fica nas mãos da Justiça Eleitoral. Em alguns casos pode até haver novas eleições.
É bom lembrar: na eleição para prefeitos, em 2016, seis candidatos indígenas foram eleitos para o executivo municipal. Nesta eleição de 2020, foram eleitos oito indígenas. A partir de 2021, oito prefeituras serão comandadas por representantes dos povos indígenas de vários partidos. As candidaturas cresceram 29%. Mas as prefeituras que estão hoje sob o comando de indígenas ainda representam 0,14% do número total de municípios brasileiros.
ISAAC PIYÃKO MANDA RECADO
Issac Piyako, de 48 anos, reeleito para a prefeitura de Marechal Thaumaturgo, no Acre, manda um recado: “O aumento na participação dos indígenas nas eleições de 2020 foi uma resposta ao anseio dessa parte da população em mostrar suas capacidades na construção de um país mais igualitário”.
E salientou o prefeito reeleito Issac Piyako: “Muitas lideranças indígenas têm trabalhado muito em defesa de toda sociedade, de todo o povo brasileiro então isso eu vejo como ponto positivo das próprias lideranças tomarem a iniciativa de participarem das políticas municipais. E por que não futuramente políticas estaduais e também até mesmo na presidência da República”.
CANDIDATOS INDÍGENAS: 2.205
Dos prefeitos indígenas eleitos em 2020, dois são do PP, um do PT, um do Democratas, um da Rede, dois do PSD e um do Republicanos. Para a deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) os oito prefeitos eleitos estão de parabéns, independentemente do partido. Para Joênia, as comunidades indígenas saíram fortalecidas porque a causa indígena é uma causa apartidária. Foram 2.205 candidatos indígenas nas eleições deste ano, um aumento de 29% em relação às eleições de 2016.
Segundo a Agência Câmara de Notícias, as cidades que terão prefeitos indígenas em 2021, segundo os dados já disponibilizados pelo TSE, são Uiramutã e Normandia, em Roraima; São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas; Marechal Thaumaturgo, no Acre; Pariconha no Alagoas; São João das Missões, em Minas Gerais; Marcação em Paraíba e Arroio Grande, no Rio Grande do Sul. Deste total, três foram prefeitos reeleitos.
A região Centro-Oeste foi a única que não elegeu nenhum indígena para prefeito no primeiro turno. Mas elegeu o quilombola Vilmar Kalunga, em Cavalcante-GO.
Em todo o país, 2.205 candidatos indígenas concorreram às eleições este ano, para todos os cargos. A maior parte se concentrou na região Norte, com um total de 927 candidaturas.
Deputada Joênia Wapichana: “As comunidades indígenas saíram fortalecidas porque a causa indígena é uma causa apartidária”.
Segundo a Agência Câmara de Notícias, as cidades que terão prefeitos indígenas em 2021, segundo os dados já disponibilizados pelo TSE, são Uiramutã e Normandia, em Roraima; São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas; Marechal Thaumaturgo, no Acre; Pariconha no Alagoas; São João das Missões, em Minas Gerais; Marcação em Paraíba e Arroio Grande, no Rio Grande do Sul. Deste total, três foram prefeitos reeleitos.
A região Centro-Oeste foi a única que não elegeu nenhum indígena para prefeito no primeiro turno. Mas elegeu o quilombola Vilmar Kalunga, em Cavalcante-GO.
Em todo o país, 2,205 candidatos indígenas concorreram às eleições este ano, para todos os cargos. A maior parte se concentrou na região Norte, com um total de 927 candidaturas.
A IMPORTÂNCIA DAS MINORIAS ELEITAS
O sociólogo e cientista político Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que o aumento de minorias eleitas para cargos de vereadores e prefeitos também tem importância. “O maior número de candidatos negros, mulheres e indígenas em muitas cidades é significativo, pois além da pauta local, há as pautas especificas das questões das minorias e isso teve peso na hora dos eleitores fazerem suas escolhas”.
Para Paulo Baía, o maior número de minorias eleitas se deve, em parte, porque não é mais permitida a coligação para vereador. “Isso obrigou os partidos a montarem chapas completas para vereadores, forçando também muitos partidos a lançarem candidatos a prefeitos. Essa ação aumentou o número de candidatos e trouxe uma participação maior de mulheres, porque há a obrigatoriedade de ao menos 30% das candidaturas serem de mulheres. O que, obviamente, também ajudou ao maior número de negros, indígenas e outras minorias candidatas e, consequentemente, aumentou o número dessas pessoas eleitas”, explicou.





Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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