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Ferrovia Centro-Oeste
Trecho 1 e 2: 888,9 km: Ibama autoriza início das obras de implantação da Ferrovia de Integração Centro-Oeste

Por se conectar com a Norte-Sul, a ferrovia de Integração Centro-Oeste dará novo impulso para o desenvolvimento dos estados de Mato Grosso, Rondônia e o sul dos estados do Pará e do Amazonas, principalmente com a produção de grãos, açúcar, álcool e carne.
A Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. foi autorizada pelo o Ibama, de acordo com a Licença de Instalação 1364/2020, a realizar obras e intervenções para implantação do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, que liga os estados Goiás e Mato Grosso. Esta Licença corresponde ao aceite do Ibama à instalação do empreendimento que deve executar medidas adequadas para a garantia do desenvolvimento sustentável.
A LI possui 17 condicionantes específicas e 20 programas para mitigar ou compensar os impactos ambientais, como Gerenciamento de resíduos sólidos e efluentes, Comunicação Social, Educação Ambiental, Supervisão Ambiental, Proteção à Flora e Passagens de Fauna. O processo de licenciamento aprimorou o projeto inicial do empreendimento para torná-lo menos impactante para o Meio Ambiente.
MOBIIDADE DOS ANIMAIS
Após análises e revisões, o projeto passou a ter mais de 150 estruturas apenas no primeiro trecho. Inicialmente a ferrovia contaria com aproximadamente 40 passagens de fauna em todo seu trajeto. Com as passagens de fauna, pretende-se garantir aos animais mobilidade segura e deslocamento próximo ao natural.
O solo e as rochas retiradas para inserção da ferrovia serão utilizados nas áreas que necessitarem de aterro. Assim, a extração de material de jazidas e a disposição de rocha e solo excedente em áreas de despejo serão diminuídas. Com a prática, também será possível amenizar possíveis processos erosivos e degradação ambiental.
Para diminuir a movimentação de terra dentro da calha dos rios, as pontes foram projetadas utilizando tecnologia que reduz a necessidade de instalação de pilares dentro do curso d´água; e, quando construídos, a formação de corta-rios ou ensecadeiras será desnecessária à instalação das fundações.
POPULAÇÕES IMPACTADAS
Ferrovia no Centro-Oeste integra Programa de Parcerias de Investimentos. O modal ferroviário é estratégico para o Brasil e contará com melhorias na infraestrutura e nos serviços a partir de parcerias com a iniciativa privada.
Sob o ponto de vista socioeconômico, o empreendedor deverá desenvolver ações, baseadas em Diagnóstico Socioambiental Participativo, destinadas às populações impactadas pelo empreendimento, em especial, às que tiverem terras desapropriadas para constituição da faixa de domínio. Canais de comunicação para acompanhamento da gestão ambiental do empreendimento, como informativos, página na internet e central de ouvidoria deverão ser disponibilizados para atendimento aos cidadãos.
TRECHO 1 e TRECHO 2
TRECHO 1: 382,9 quilômetros
TRECHO 2: 506 quilômetros
O primeiro trecho está situado entre o entroncamento com a Ferrovia Norte-Sul, no município de Mara Rosa (GO), até o município de Água Boa (MT). O traçado intercepta também os municípios de Alto Horizonte, Nova Iguaçu de Goiás, Pilar de Goiás, Santa Terezinha de Goiás, Crixás, Nova Crixás, Aruanã, no estado de Goiás, e Cocalinho, no Mato Grosso, totalizando 382,9km de extensão.
O trecho 2 da ferrovia partirá do município de Água Boa (MT) até o município de Lucas do Rio Verde (MT) e terá 506km de extensão. A autorização o segundo trecho está em análise pelo Ibama e pela Funai.

Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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