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EM 2022 NÃO VALE DETER O VENTO DO SONHO E DA FÉ

 

Ainda bem que tem Ano Novo para sacudir a poeira e alimentar esperanças. Pensar em novo ano é muito bom, porque desperta na gente uma vontade de mudanças. Só tem uma coisa: tem que ser rápido, porque o tempo é implacável. O ano passa depressa demais.

A persistência e o desejo de mudar são fundamentais. Tem que ir no tempo certo. Desanimar nunca.

Alon Baruch, nos seus 93 anos, iniciava todo Ano Novo rezando junto ao Muro das Lamentações, em Jerusalém. No dia primeiro de janeiro, cedinho, lá estava o senhor Baruch orando. Daí a pouco chega uma jovem repórter da TV Al Jahzeera e pede licença para entrevistá-lo:

– Bom dia, senhor! Eu sou da televisão. Pode falar comigo?

– Sim, minha jovem.

– Eu vejo que o senhor é a pessoa mais antiga que está aqui, hoje, orando aos pés do Muro.

– Sim.

– Há quanto tempo o senhor vem aqui rezar?

– Ah, desde quando nasceu meu primeiro filho. Eu tinha uns 20 anos. Lá se vão mais de 70 anos.

– Nossa! 70 anos! E o senhor rezou pedindo o quê nesses anos todos?

– Rezo pela paz entre judeus, muçulmanos e cristãos, rezo para que cesse o ódio, que cessem as guerras. Rezo para que nossos filhos cresçam juntos em paz e amizade.

– E como o senhor se sente após mais de 70 anos de orações para iniciar cada ano?

– Ah, minha filha, sinto-me como se estivesse falando com um muro.

A franqueza e a esperança do senhor Alon Baruch são virtudes intrínsecas em cada um de nós. O Muro das Lamentações é o ponto que, pela sinceridade e fé, plantamos a confiança na vida. É o sonho que vai dar sustentação para o trabalho do dia-a-dia, do ano-a-ano e a expectativa de estar construindo algo melhor para nós mesmos e para a sociedade.

Fim de ano é tempo de renovar os sonhos. Ter esperança é alimentar a fé e reabastecer nosso ser de energia para sonhar mais ainda. É o milagre do bem viver! Gosto muito de buscar inspiração na poesia de Soares da Cunha, o Trovador das Gerais.

A poesia sempre facilita e humaniza qualquer mensagem. Sem poesia, não há salvação. A economia fica terrivelmente árida, a religião sufoca, o esporte perde a graça, a política embrutece, a justiça não suaviza, o administrador desmobiliza e o professor não emociona. Assim, nesse momento de fé vale relembrar três, entre as milhares de trovas do poeta mineiro. E elas falam tão bem à alma…

Sobre o milagre da fé, Soares da Cunha trovou:

Para se dar o milagre
Qualquer um que a gente queira
O santo pode ser falso
Basta a fé ser verdadeira.

É justamente no findar do ano, quando outro ano desponta, que a gente se dá conta do que fez e do que deixou de fazer. Mais experientes, cada um passa a dar maior valor ao tempo, sempre implacável!

O tempo é rio silente
Noite e dia a deslizar
E passa tão mansamente
Que a gente nem vê passar.

O Tempo passa. É Natal. Surge o Reveillon, vem o Carnaval e assim vai até chegar outros natais e outros carnavais. Na avaliação que fazemos honestamente para nós mesmos, sempre há momentos de tristeza e de alegria. De ganhos e de perdas.

Basta pintar a Corrida de São Silvestre para cada um, a seu modo, olhar pelo retrovisor e correr para fazer um balanço de como gastou as energias durante o ano que se foi. E, importante, como recarregar as baterias para os desafios do novo ano. Tristezas e alegrias são temperos que dão força e ajustam nosso corpo e alma para tantas pelejas.

A vida senta-se à mesa
Das alegrias, porém
Vai temperando a tristeza
Com o sal que as lágrimas têm.

Vale pedir licença ao poeta das Gerais para evocar outro poeta, também trovador: Fernando Pessoa. O poeta d’Além Mar ensina que viver é muito mais do que acabar e começar um novo ano. É garimpar todos os dias estrelas.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe…
Elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
Ele precisa correr por toda parte…
Ele tem pressa de chegar, sabe-se lá aonde.

As lágrimas? Não as seque,
Elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.

O sorriso!
Esse você deve segurar.
Não o deixe ir embora, agarre-o!
Procure seus caminhos,
Mas não magoe ninguém nesta procura.
Arrependa-se, volte atrás,
Peça perdão!
(…)

Portanto, viver é não deter o vento. É sonhar, às vezes, chorar. Muitas vezes, sorrir. Viver é, sobretudo, não se entregar e se arrepender quando precisa. Perdoar sempre.

Chegou 2022! Ano que Brasília completa 62 anos, tempo de eleições renovadoras no Brasil em outubro, em dia 7 de setembro vamos comemorar os 200 Anos de nossa Independência e antes do Natal deste ano saberemos se conquistamos ou não o Hexacampeonato na 20ª Copa do Mundo do Catar. Vale entender bem este momento. Há que se navegar em dias de luzes e fé. O livro roseano “Grandes Sertões” marca o tempo da caminhada:
QUEM ELEGEU A BUSCA, NÃO PODE RECUSAR A TRAVESSIA.

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JUCA CHAVES

APENAS UM DEPOIMENTO

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O compositor, músico, humorista e crítico, Menestrel Maldito, deixa saudades. O Brasil e a Bahia se despedem do carioca Jurandyr Czaczkes Chaves (1938-2023).
Juca Chaves fez muito sucesso com suas modinhas/sátiras durante o governo Juscelino Kubitschek.
Ele é autor de músicas que se tornaram sucesso no Brasil como “A Cúmplice”, “Menina”, “Que Saudade” e “Presidente Bossa Nova”.
Vale lembrar:
1) JK nunca censurou as sátiras de Juca Chaves. Pelo contrário, adorava suas modinhas sempre bem humoradas e criativas. Juca Chaves foi censurado durante governo militar, entre 1964 e 1985. Aí sim, ele foi perseguido, exilado e viveu alguns anos longe do Brasil, entre Portugal e Itália.
2) Em 2011, no lançamento do filme ‘JK NO EXÍLIO’, de Charles Cesconetto, aqui no Museu Nacional de Brasília, a meu convite, o Juca Chaves subiu ao palco com a filha de JK, Maria Estela, e cantou suas modinhas, abrindo com o PRESIDENTE BOSSA NOVA.
3) Nesse dia, Juca Chaves e Maria Estela Kubitschek, abriram a cerimônia com uma forte mensagem a favor da ADOÇÃO, por sinal, uma lei proposta por JK. Evidente lembrando a adoção da própria Maria Estela e das duas filhas de Juca Chaves: Maria Clara e Morena.
A filha de JK, deixou no seu FB a seguinte mensagem:
“A família do “Presidente Bossa Nova” está triste com o falecimento de Juca Chaves. O Menestrel popularizou JK com suas sátiras, sempre criativas e bem humoradas. Juca Chaves “Voou…. Voou pra bem distante…” e “a mineirinha debutante” está triste.
Maria Estela Kubitschek Lopes
Para quem quiser ouvir Juca Chaves cantando “Presidente Bossa Nova”
Fotos: Antes da exibição do filme “JK NO EXÍLIO”, no Museu Nacional de Brasília, Juca Chaves subiu ao palco e cantou várias modinhas, terminando com Presidente Bossa Nova.
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Dia Mundial da Água

Cerrado pode perder quase 34% da água até 2050

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Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma

 

O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).

Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.

A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.

“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.

Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.

“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.

Chuvas

Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.

“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.

Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.

Edição: Heloisa Cristaldo

EBC

 

 

 

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VENTO DA ARTE NOS CORREDORES DA ENGENHARIA

Lá se vão 9 anos. Março de 2014.

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No dia 19 de março, quando o Sinduscon – Sindicato das Indústrias da Construção Civil do DF completava 50 anos, um vendaval de Arte, Musica, Pintura adentrou a casa de engenheiros, arquitetos e empresários e escancarou suas portas e janelas para a Cultura.
Para que o vento da arte inundasse todos seus corredores e salões, o então presidente Júlio Peres conclamou o vice Jorge Salomão e toda diretoria para provar que Viver bem é viver com arte. E sempre sob as asas da Cultura, convocou o artista mineiro Carlos Bracher para criar um painel de 17 metros sobre vida e obra de JK e a construção de Brasília. Uma epopeia.
Diretores, funcionários, escolas e amigos ouviram e sentiram Bracher soprar o vento da Arte durante um mês na criação do Painel “DAS LETRAS ÀS ESTRELAS”. O mundo da engenharia, da lógica e dos números se transformou em poesia.
Uma transformação para sempre. Um divisor de águas nos 50 anos do Sinduscon.
O presidente Julio Peres no discurso que comemorou o Cinquentenário da entidade e a inauguração do painel foi didático e profético:
“A arte de Carlos Bracher traz para o este colégio de lideranças empreendedoras, a mensagem de Juscelino Kubitschek como apelo à solidariedade fraterna e à comunhão de esforços. Bracher é nosso intérprete emocionado das tangentes e das curvas de Oscar Niemeyer e Lucio Costa. Nos lances perfomáticos de seu ímpeto criador, Bracher provocou um espetáculo de emoções nas crianças, professores, convidados, jornalistas e em nossos funcionários.
Seus gestos e suas pinceladas de tintas vivas plantaram sementes de amor à arte. As colheitas já começaram.”
Aliás, as colheitas foram muitas nesses nove anos e serão ainda mais e melhor na vida do Sinduscon. O centenário da entidade está a caminho…
Sou feliz por ter ajudado nessa TRAVESSIA.
SG
Fotos: Carlos Bracher apresenta o projeto do Painel. Primeiro em Ouro Preto e depois visita as obras em Brasília.
Na foto: Evaristo Oliveira (de saudosa Memória) Jorge Salomão, Bracher, Julio Peres, Tadeu Filippelli e Silvestre Gorgulho
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