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Museus sob a gestão do GDF têm entrada gratuita. Confira!

Para manter cinco espaços culturais adequados para visitação e preservar os acervos, o GDF investiu, de 2019 a 2021, R$ 3,255 milhões

 

Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo

 

Com os olhos brilhando e um sorriso de ponta a ponta no rosto, o professor municipal Jackson Santos, de 42 anos, contemplou, pela primeira vez, nessa terça-feira (17), o museu a céu aberto que é Brasília. Junto com a esposa, a auxiliar de serviços gerais Sueide Ferreira, de 37 anos, ele aproveitou as férias para conhecer a Esplanada dos Ministérios, que vê com frequência pela televisão, e um pouco da própria história por meio dos museus da capital federal.

O casal mora em Porto Velho (RO) e passou a tarde visitando os corredores do Museu Nacional da República, administrado pelo Governo do Distrito Federal (GDF). “É nossa primeira vez aqui. Alguns parentes vieram durante a pandemia, mas não conseguiram entrar. Estamos bem animados. Vamos conhecer as obras, tirar fotos e depois mostrar para família em casa”, conta Jackson.

Nesta quarta-feira (18), é comemorado o Dia Internacional dos Museus, criado em 1977 pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) para valorização dos equipamentos culturais por todo o mundo. No Distrito Federal, há cerca de 90 museus cadastrados no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia vinculada ao Ministério do Turismo. O GDF, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), é responsável pela gestão de cinco destes espaços que reúnem diferentes facetas da história. Além do Museu Nacional da República, há o Memorial dos Povos Indígenas, Museu Vivo da Memória Candanga, Museu de Arte de Brasília e Catetinho.

Para manter os espaços adequados para visitação e preservar os acervos, a Secec investe em manutenções e reformas. Em 2019, foram implementados R$ 1,486 milhão. Em 2020, o montante foi de R$ 363,8 mil, e em 2021, de R$ 1,405 milhão. No total, os três anos somam R$ 3,255 milhões. Há também aportes de captações e realizadas diretamente pelo GDF.

Atualmente, os cinco estão funcionando conforme a programação e com entrada gratuita. “Os museus sob a tutela da Secretaria de Cultura e Economia Criativa estão em plena atividade artística, de portas abertas para a comunidade e cumprindo sua missão de preservar a memória e criar experiências de conhecimento e transformação para a população”, afirma o secretário da pasta, Bartolomeu Rodrigues.

 

 

Hebert Harms, de 79 anos, com a filha e a neta no Memorial dos Povos Indígenas

O subsecretário do Patrimônio Público do DF e coordenador dos museus, Aquiles Alencar Brayner, explica que os espaços exercem uma função social patrimonialista, de preservar o passado da sociedade para guiar o futuro. “Uma característica do museu é a identidade própria, formada pelo acervo museológico que se dedica a representar uma cultura. E isso se relaciona com a educação patrimonial, em que o museu ensina ao cidadão que a história é coletiva, e aí ele começa a se preocupar em documentar e guardar o presente, porque aquilo um dia será passado, memória. É uma experiência inenarrável que deve ser incentivada o máximo possível”, informa Brayner.

“Os museus sob a tutela da Secretaria de Cultura e Economia Criativa estão em plena atividade artística, de portas abertas para a comunidade e cumprindo sua missão de preservar a memória e criar experiências de conhecimento e transformação para a população”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa

Roteiro

Em 21 de abril deste ano, no aniversário de 62 anos de Brasília, foi reaberto o Museu do Catetinho. O espaço, que foi a primeira residência oficial de Juscelino Kubitschek, estava fechado há dois anos. O acervo conta a história brasiliense e trechos da permanência de JK. Visitantes podem conhecer a suíte presidencial, o quarto de hóspedes, a cozinha, entre outros espaços, além de observar objetos, roupas e imagens que mantêm viva a memória do DF. Antes da reabertura, houve manutenção do telhado e do piso, pintura, limpeza de forros, troca de peças, renovação do estacionamento, melhoria na acessibilidade e mais.

Outro espaço com as portas abertas para o público é o Memorial dos Povos Indígenas, que reabriu em novembro de 2021. O espaço foi construído em 1987 com projeto de Oscar Niemeyer em forma de maloca redonda dos índios Yanomami. Para recepcionar os novos visitantes, passou por reforma na fachada, pisos e sistema de combate a incêndio. Agora, conta com a exposição Mais de 12 Mil Anos Nesta Terra, que traz peças de 15 nações dos povos originários.

A professora da Secretaria de Educação Karine Rocha trabalha na unidade como responsável pelo projeto educacional Territórios Culturais, que promove visitas de alunos do ensino fundamental e médio. As escolas interessadas em participar podem se inscrever pelo site da pasta, que oferece também a lista completa de lugares aptos à participação escolar.

“Muitos estudantes que, apesar de serem nascidos aqui no Distrito Federal, nunca visitaram o Memorial. E quando eles vêm, se surpreendem. Antes de verem as peças, explico a história e isso renova o interesse deles, dá um novo sentido. É uma forma de aumentar a sensação de pertencimento, porque isso também é deles, faz parte do passado de todos nós”, frisa Karine.

O Museu de Arte de Brasília foi reinaugurado em 21 de abril de 2021, após 14 anos interditado. O edifício recebeu melhorias no sistema de ar-condicionado, de prevenção contra incêndio e de iluminação, além de expansão do espaço útil e novos elevadores. Cada uma das benfeitorias prevê a preservação do acervo do espaço, composto por obras de arte moderna e contemporânea. Os itens viajam entre a década de 1950 ao ano de 2001, com diversidade de pinturas, gravuras, desenhos, fotografias, esculturas, objetos e instalações.

“Podemos dizer que nossos museus nunca estiveram em tão boas condições de preservação e de recepção ao público. Então, a grande preocupação desta gestão é fazer com que o cidadão se sinta parte dessas instituições”Aquiles Brayner, subsecretário do Patrimônio Público do DF e coordenador dos museus

Há ainda o Museu Vivo da Memória Candanga, que reúne peças sobre a história da construção da capital, e o Museu Nacional da República, que, de forma ampla, conta a trajetória do Brasil.

Importância

Devido a pandemia da covid-19, o número de frequentadores nos equipamentos culturais diminuiu drasticamente. No Museu Nacional da República, em 2019, mais de 573 mil pessoas passaram pelas exposições, enquanto em 2021, o total de visitantes foi de 53,6 mil. Por sua vez, no Memorial dos Povos Indígenas, a visitação chegou a atingir 52,9 mil pessoas e, dois anos depois, passou para 3,8 mil.

O subsecretário do Patrimônio Público do DF alega que, no momento, a proposta é recuperar o movimento anterior à pandemia do novo coronavírus. “Podemos dizer que nossos museus nunca estiveram em tão boas condições de preservação e de recepção ao público. Então, a grande preocupação desta gestão é fazer com que o cidadão se sinta parte dessas instituições”, diz Brayner.

O secretário de Turismo, Gustavo Assis, acrescenta que os museus são vetores do fluxo turístico. “Brasília é referência em arquitetura moderna e isso move tanto a curiosidade dos turistas, quanto o interesse de universidades e acadêmicos, que vêm até aqui para ver os acervos históricos e a parte externa dos monumentos”, explana.

 

O pernambucano Carlos Queiroz, acompanhado de Solange e Genedite Queiroz, diz: “Desde que a gente se mudou, aproveitamos para conhecer as obras. É bom para a gente ficar por dentro da nossa própria história”

É o caso do aposentado Hebert Harms, de 79 anos, que veio ao DF para visitar a filha e a neta e não desperdiçou a oportunidade de fazer turismo. Morador de Pelotas, no Rio Grande do Sul, ele passou algumas horas apreciando as obras do Memorial dos Povos Indígenas. “Fomos ao Congresso, ao Palácio [do Planalto], ao Museu da República. Estamos aproveitando. Não é sempre que dá para vir”, conta ele, que passeou com a família.

Há quase sete meses morando no Distrito Federal, o casal pernambucano de aposentados Carlos Queiroz, de 56 anos, e Solange Queiroz, de 62 anos, são frequentadores assíduos de museus e espaços culturais. A última visita foi ao Museu da República, com a presença da mãe de Carlos, a aposentada Genedite Queiroz, de 76 anos. “Quando a gente vem, nem se planeja, só vem. Dessa vez trouxe minha mãe, é a primeira vez dela aqui em Brasília. Mas, desde que a gente se mudou, eu e ela [Solange] aproveitamos para conhecer as obras. É bom para a gente ficar por dentro da nossa própria história”, afirma Sérgio.

 

 

 

 

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Selo educativo comemora Dia Mundial da Água

Distintivo, que reconhece o trabalho de escolas voltadas à sustentabilidade, será lançado nesta quarta (22) pela Adasa

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Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

 

No Dia Mundial da Água, comemorado nesta quarta-feira (22), a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) lançará um selo educativo voltado ao reconhecimento de instituições de ensino que desenvolverem atividades relacionadas à sustentabilidade ambiental.

Arte: Adasa

O selo Adasa – Guardiões da Água será apresentado às 9h30, na Escola Parque da Natureza e Esporte do Núcleo Bandeirante, em evento promovido em parceria com a Secretaria de Educação (SEE) para o qual são esperados 400 crianças e pré-adolescentes.

O objetivo do novo projeto é dar continuidade às atividades desenvolvidas pela agência no âmbito do programa Adasa na Escola nas redes pública e privada de ensino. Ao se inscreverem para concorrer ao selo, as instituições deverão cumprir uma série de requisitos, como a produção de vídeos que promovam o debate em torno da preservação dos recursos hídricos e do descarte responsável de resíduos e a implementação de projetos de sustentabilidade na unidade.

As instituições que seguirem as diretrizes receberão o selo Escola Guardiã, como forma de valorizar as atividades adotadas em prol da conscientização dos estudantes e da população. Já os alunos serão agraciados com a pulseira do guardião. A Adasa divulgará em suas redes sociais os materiais produzidos.

 

 

 

 

 

 

Novos guardiões 

Para despertar o interesse dos estudantes, a Adasa também divulgará, durante o lançamento do selo, uma produção audiovisual que conta a história dos Guardiões da Água. No episódio, a personagem Tita fica sem água em casa e é convocada pelo vovô Totó para participar de um curso de formação.

No desenrolar da história, ela aprende lições sobre a importância da gestão adequada dos recursos hídricos e dos resíduos sólidos para a garantia da disponibilidade da água e da preservação do meio ambiente.

Vovô Totó e Tita convidam os espectadores a passarem pelos testes aplicados pelo programa Adasa na Escola para receber a pulseira que os tornará novos guardiões. O episódio é narrado por uma personagem humana, um boneco e personagens de desenho animado.

O programa ficará disponível no  canal da Adasa no YouTube.

*Com informações da Adasa

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Estudantes da rede pública aprendem sobre uso sustentável da água

Escola Classe 27 de Taguatinga reforça trabalhos de conscientização sobre a preservação dos recursos hídricos

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Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

 

A frase da estudante Alice Ponte, 9, resume a importância da data de hoje: “Não é só comemorar e pensar em preservar; são necessárias ações no dia a dia”. Especialmente nas unidades de ensino, o Dia Mundial da Água, o 22 de março é dedicado à importância de colocar em discussão as medidas de uso consciente dos recursos hídricos.

Atividades que estimulam o uso racional da água são desenvolvidas durante todo o ano na escola | Foto: André Amendoeira/SEE

A temática do uso sustentável da água já faz parte da vivência dos estudantes da Escola Classe (EC) 27 de Taguatinga. Durante todo o ano letivo, a instituição promove palestras, filmes, músicas, produção de textos e exposições sobre o assunto.

Atualmente com 720 alunos da educação infantil até o quinto ano do ensino fundamental, a escola desenvolve atividades das quais todos participam. “Nosso projeto traz a ideia do uso consciente da água nos diversos aspectos possíveis do cotidiano”, resume a coordenadora da escola, Valéria Carvalho.

Mais do que debater o tema, os estudantes aprendem as lições na prática. Na escola, há um sistema de captação de água da chuva em duas caixas-d’água com capacidade total de 25 mil litros. O material recolhido é utilizado para lavar a quadra, os banheiros e os pátios do local. O uso sustentável da água também teve um impacto positivo financeiro para a escola: a conta de água baixou de R$ 15 mil para R$ 5 mil mensais.

Cidadania e consciência

Este ano, a EC 27 retoma a realização da passeata no Dia Mundial da Água – atividade interrompida durante a pandemia – para alertar a sociedade para o uso consciente desse recurso hídrico. Os alunos do quarto ano da turma da professora Marisa Borges estavam empolgados com a preparação de cartazes para a passeata e com o ensaio de músicas para a ação.

O estudante Ismael Carlos dos Santos, 9, afirma que a conscientização já faz parte de sua rotina. “Eu gostei muito de participar das atividades para uso da água e já parei com o desperdício”, conta. “A criança capta muito rápido a mensagem e passa a transmitir para família e policiar nossas ações dentro da escola com pequenos hábitos que valem muito”, ressalta Marisa.

 

*Com informações da Secretaria de Educação

 

 

 

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Câmara Legislativa aprova mais projetos alusivos ao Mês da Mulher

Matérias foram votadas em primeiro turno e ainda voltarão a ser apreciadas em segundo turno e redação final, antes de serem enviadas à sanção governamental

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal prosseguiu, na sessão deliberativa desta terça-feira (21), a apreciação de projetos relacionados às mulheres, nas mais diversas áreas. O “esforço concentrado” faz parte do acordo para votar, durante as sessões de março, proposições alusivas ao Mês da Mulher. A condução dos trabalhos, nesta tarde, ficou a cargo da deputada Doutora Jane (Agir) e a deputada Dayse Amarilio (PSB), secretariou.

As matérias foram votadas em primeiro turno e ainda voltarão a ser apreciadas em segundo turno e redação final, antes de serem enviadas à sanção governamental. Foram os seguintes os projetos aprovados:

Projeto de lei nº 116/2023. De autoria da deputada Dayse Amarilio (PSB), institui uma política de amparo à saúde da mulher em uso abusivo de álcool. “A situação é tão grave que, por conta da complexidade do tema, muitas mulheres sequer procuram o atendimento, e tais situações alcançam a família, o que torna importante o engajamento do Poder Público para permitir o acolhimento e para que sejam concedidas as condições de recuperação”, explicou a parlamentar.

Projeto de Lei nº 218/2023. Também proposto pela deputada Dayse Amarilio (PSB), estabelece a criação de local reservado nas unidades de saúde do Distrito Federal para atendimento a vítimas de violência doméstica. Além de proporcionar atendimento adequado, de acordo com a situação, a medida evita constrangimentos, entre outras circunstâncias.

Projeto de Lei nº 198/2023. Apresentado pela deputada Paula Belmonte (Cidadania), trata da proteção contra a discriminação no trabalho para a mãe solo nos órgãos e entidades da administração pública direta e indireta do Distrito Federal. A ideia é garantir a igualdade de oportunidades às mulheres que, sozinhas, sustentam seus filhos e a família.

Projeto de Lei nº 95/2023. De autoria do deputado Gabriel Magno (PT), altera a Lei nº 4.949/2012 – que estabelece normas gerais para realização de concurso público pela administração direta, autárquica e fundacional do DF – para incluir o direito das lactantes à amamentação durante os certames. As mães deverão ser acompanhadas por fiscais e o tempo dispendido deverá ser compensado em igual período.

Projeto de Lei nº 2.774/2022. Do deputado Hermeto (MDB), cria o “Programa de Apoio às mulheres com Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG)”, como é chamado um grupo de doenças da placenta, capazes de evoluir, inclusive, para formas malignas. É predominantemente observada em adolescentes e mulheres com mais de 35 anos idade. O programa tem por finalidade apoiar, orientar, tratar, reabilitar e reintegrar pacientes e ex-pacientes acometidas pela NTG.

Projeto de Lei nº 1.778/2021. De autoria do deputado Eduardo Pedrosa (União), o PL altera e acrescenta dispositivos a Lei nº 6.022/2017 – que assegura a criação do Banco de Empregos para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar – para promover a qualificação de mão de obra e a melhoria do nível educacional e cultural das mulheres em situação de violência doméstica. A intenção é estabelecer mecanismos para habilitar as mulheres profissionalmente.

Projeto de Lei nº 165/2023. Outra proposição do deputado Eduardo Pedrosa (União), altera a Lei nº 6.795/2021 – que cria o Programa de Prevenção à Endometriose e Infertilidade no Distrito Federal – para instituir ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da Doença de Endometriose, com o intuito de garantir atendimento de qualidade às mulheres diagnosticadas com o problema pelo sistema de saúde.

Marco Túlio Alencar – Agência CLDF

 

 

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