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Museus sob a gestão do GDF têm entrada gratuita. Confira!

Para manter cinco espaços culturais adequados para visitação e preservar os acervos, o GDF investiu, de 2019 a 2021, R$ 3,255 milhões

 

Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo

 

Com os olhos brilhando e um sorriso de ponta a ponta no rosto, o professor municipal Jackson Santos, de 42 anos, contemplou, pela primeira vez, nessa terça-feira (17), o museu a céu aberto que é Brasília. Junto com a esposa, a auxiliar de serviços gerais Sueide Ferreira, de 37 anos, ele aproveitou as férias para conhecer a Esplanada dos Ministérios, que vê com frequência pela televisão, e um pouco da própria história por meio dos museus da capital federal.

O casal mora em Porto Velho (RO) e passou a tarde visitando os corredores do Museu Nacional da República, administrado pelo Governo do Distrito Federal (GDF). “É nossa primeira vez aqui. Alguns parentes vieram durante a pandemia, mas não conseguiram entrar. Estamos bem animados. Vamos conhecer as obras, tirar fotos e depois mostrar para família em casa”, conta Jackson.

Nesta quarta-feira (18), é comemorado o Dia Internacional dos Museus, criado em 1977 pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) para valorização dos equipamentos culturais por todo o mundo. No Distrito Federal, há cerca de 90 museus cadastrados no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia vinculada ao Ministério do Turismo. O GDF, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), é responsável pela gestão de cinco destes espaços que reúnem diferentes facetas da história. Além do Museu Nacional da República, há o Memorial dos Povos Indígenas, Museu Vivo da Memória Candanga, Museu de Arte de Brasília e Catetinho.

Para manter os espaços adequados para visitação e preservar os acervos, a Secec investe em manutenções e reformas. Em 2019, foram implementados R$ 1,486 milhão. Em 2020, o montante foi de R$ 363,8 mil, e em 2021, de R$ 1,405 milhão. No total, os três anos somam R$ 3,255 milhões. Há também aportes de captações e realizadas diretamente pelo GDF.

Atualmente, os cinco estão funcionando conforme a programação e com entrada gratuita. “Os museus sob a tutela da Secretaria de Cultura e Economia Criativa estão em plena atividade artística, de portas abertas para a comunidade e cumprindo sua missão de preservar a memória e criar experiências de conhecimento e transformação para a população”, afirma o secretário da pasta, Bartolomeu Rodrigues.

 

 

Hebert Harms, de 79 anos, com a filha e a neta no Memorial dos Povos Indígenas

O subsecretário do Patrimônio Público do DF e coordenador dos museus, Aquiles Alencar Brayner, explica que os espaços exercem uma função social patrimonialista, de preservar o passado da sociedade para guiar o futuro. “Uma característica do museu é a identidade própria, formada pelo acervo museológico que se dedica a representar uma cultura. E isso se relaciona com a educação patrimonial, em que o museu ensina ao cidadão que a história é coletiva, e aí ele começa a se preocupar em documentar e guardar o presente, porque aquilo um dia será passado, memória. É uma experiência inenarrável que deve ser incentivada o máximo possível”, informa Brayner.

“Os museus sob a tutela da Secretaria de Cultura e Economia Criativa estão em plena atividade artística, de portas abertas para a comunidade e cumprindo sua missão de preservar a memória e criar experiências de conhecimento e transformação para a população”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa

Roteiro

Em 21 de abril deste ano, no aniversário de 62 anos de Brasília, foi reaberto o Museu do Catetinho. O espaço, que foi a primeira residência oficial de Juscelino Kubitschek, estava fechado há dois anos. O acervo conta a história brasiliense e trechos da permanência de JK. Visitantes podem conhecer a suíte presidencial, o quarto de hóspedes, a cozinha, entre outros espaços, além de observar objetos, roupas e imagens que mantêm viva a memória do DF. Antes da reabertura, houve manutenção do telhado e do piso, pintura, limpeza de forros, troca de peças, renovação do estacionamento, melhoria na acessibilidade e mais.

Outro espaço com as portas abertas para o público é o Memorial dos Povos Indígenas, que reabriu em novembro de 2021. O espaço foi construído em 1987 com projeto de Oscar Niemeyer em forma de maloca redonda dos índios Yanomami. Para recepcionar os novos visitantes, passou por reforma na fachada, pisos e sistema de combate a incêndio. Agora, conta com a exposição Mais de 12 Mil Anos Nesta Terra, que traz peças de 15 nações dos povos originários.

A professora da Secretaria de Educação Karine Rocha trabalha na unidade como responsável pelo projeto educacional Territórios Culturais, que promove visitas de alunos do ensino fundamental e médio. As escolas interessadas em participar podem se inscrever pelo site da pasta, que oferece também a lista completa de lugares aptos à participação escolar.

“Muitos estudantes que, apesar de serem nascidos aqui no Distrito Federal, nunca visitaram o Memorial. E quando eles vêm, se surpreendem. Antes de verem as peças, explico a história e isso renova o interesse deles, dá um novo sentido. É uma forma de aumentar a sensação de pertencimento, porque isso também é deles, faz parte do passado de todos nós”, frisa Karine.

O Museu de Arte de Brasília foi reinaugurado em 21 de abril de 2021, após 14 anos interditado. O edifício recebeu melhorias no sistema de ar-condicionado, de prevenção contra incêndio e de iluminação, além de expansão do espaço útil e novos elevadores. Cada uma das benfeitorias prevê a preservação do acervo do espaço, composto por obras de arte moderna e contemporânea. Os itens viajam entre a década de 1950 ao ano de 2001, com diversidade de pinturas, gravuras, desenhos, fotografias, esculturas, objetos e instalações.

“Podemos dizer que nossos museus nunca estiveram em tão boas condições de preservação e de recepção ao público. Então, a grande preocupação desta gestão é fazer com que o cidadão se sinta parte dessas instituições”Aquiles Brayner, subsecretário do Patrimônio Público do DF e coordenador dos museus

Há ainda o Museu Vivo da Memória Candanga, que reúne peças sobre a história da construção da capital, e o Museu Nacional da República, que, de forma ampla, conta a trajetória do Brasil.

Importância

Devido a pandemia da covid-19, o número de frequentadores nos equipamentos culturais diminuiu drasticamente. No Museu Nacional da República, em 2019, mais de 573 mil pessoas passaram pelas exposições, enquanto em 2021, o total de visitantes foi de 53,6 mil. Por sua vez, no Memorial dos Povos Indígenas, a visitação chegou a atingir 52,9 mil pessoas e, dois anos depois, passou para 3,8 mil.

O subsecretário do Patrimônio Público do DF alega que, no momento, a proposta é recuperar o movimento anterior à pandemia do novo coronavírus. “Podemos dizer que nossos museus nunca estiveram em tão boas condições de preservação e de recepção ao público. Então, a grande preocupação desta gestão é fazer com que o cidadão se sinta parte dessas instituições”, diz Brayner.

O secretário de Turismo, Gustavo Assis, acrescenta que os museus são vetores do fluxo turístico. “Brasília é referência em arquitetura moderna e isso move tanto a curiosidade dos turistas, quanto o interesse de universidades e acadêmicos, que vêm até aqui para ver os acervos históricos e a parte externa dos monumentos”, explana.

 

O pernambucano Carlos Queiroz, acompanhado de Solange e Genedite Queiroz, diz: “Desde que a gente se mudou, aproveitamos para conhecer as obras. É bom para a gente ficar por dentro da nossa própria história”

É o caso do aposentado Hebert Harms, de 79 anos, que veio ao DF para visitar a filha e a neta e não desperdiçou a oportunidade de fazer turismo. Morador de Pelotas, no Rio Grande do Sul, ele passou algumas horas apreciando as obras do Memorial dos Povos Indígenas. “Fomos ao Congresso, ao Palácio [do Planalto], ao Museu da República. Estamos aproveitando. Não é sempre que dá para vir”, conta ele, que passeou com a família.

Há quase sete meses morando no Distrito Federal, o casal pernambucano de aposentados Carlos Queiroz, de 56 anos, e Solange Queiroz, de 62 anos, são frequentadores assíduos de museus e espaços culturais. A última visita foi ao Museu da República, com a presença da mãe de Carlos, a aposentada Genedite Queiroz, de 76 anos. “Quando a gente vem, nem se planeja, só vem. Dessa vez trouxe minha mãe, é a primeira vez dela aqui em Brasília. Mas, desde que a gente se mudou, eu e ela [Solange] aproveitamos para conhecer as obras. É bom para a gente ficar por dentro da nossa própria história”, afirma Sérgio.

 

 

 

 

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Exposição no Rio revela objetos que retratam escravidão e resistência

Acervo reúne doações de museus dos EUA, África do Sul e Senegal

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Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil

 

O Museu Histórico Nacional, em reforma desde dezembro do ano passado, reabre em parte na próxima quinta-feira (13) com a exposição Para além da escravidão: construindo a liberdade negra no mundo. A curadoria é compartilhada com museus dos Estados Unidos, África do Sul, Senegal, Inglaterra e Bélgica. 

“Todo mundo participou da concepção e da circulação dos objetos que estarão expostos”, explicou à Agência Brasil a historiadora e curadora brasileira da exposição, professora Keila Grinberg.

“É uma exposição sobre escravidão atlântica, global. Ela mostra primeiro como a escravidão é um fenômeno global e como ela envolveu todos os países do mundo Atlântico nos séculos 15 a 19, mas também mostra que a escravidão está muito ligada no momento presente. Daí o nome Para além da escravidão, pensando as conexões com o presente”, destacou Keila.

 

Rio de Janeiro- 10/11/2025 - Exposição escravidão no MHN. ( Protesto contra o Apartheid em Soweto/África do Sul (1976).  Foto: Crédito/ Divulgação
Protesto contra o Apartheid em Soweto/África do Sul (1976). Foto: Crédito/ Divulgação

A exposição é gratuita e ficará aberta à visitação até o dia 1º de março de 2026.

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Como a mostra não se prende só ao passado, mas repercute também no presente, uma das coisas que o público vai aprender é que as consequências da escravidão existem em vários lugares ao mesmo tempo, segundo a curadora.

Keila ressalta que houve resistência à escravidão e ao colonialismo em vários países. “E essas formas de resistência têm conexão umas com as outras”.

De acordo com a curadora, o subtítulo “construindo a liberdade negra no mundo” deixa isso bem claro ao reunir peças religiosas, peças de música, como um atabaque do Haiti, por exemplo.

A exposição destaca também as questões contemporâneas. “Por exemplo, tem uma parte, no final, que tem discussão sobre reparação, sobre justiça ambiental e efeitos raciais. Tem uma parte que fala de violência policial, e por aí vai”.

A conclusão, analisou a historiadora, é que a escravidão, como existiu no passado, não existe mais. Mas as consequências, na forma do racismo, principalmente, continuam existindo.

“Eu acho que o grande lance é perceber as estruturas e, também, a luta contra elas. A ideia da exposição, apesar dela ser dura, é que a pessoa sai de lá empoderada com as possibilidades que as várias formas das experiências humanas contra o racismo trazem, embora não se possa falar de esperança no Rio de Janeiro, hoje em dia”.

A ideia, de acordo com a curadora, é mostrar o alcance dos problemas e a possibilidade de mudanças.

A estreia global da mostra ocorreu em dezembro de 2024, no Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, em Washington, nos Estados Unidos.

A mostra reúne cerca de 100 objetos, 250 imagens e dez filmes, divididos em seis seções. Do Museu Histórico Nacional, a mostra seguirá para a Cidade do Cabo, na África do Sul; Dakar, no Senegal; e para Liverpool, na Inglaterra.

 

Rio de Janeiro- 10/11/2025 - Exposição escravidão no MHN. ( Protesto do movimento Black Lives Matter/EUA (2021).  Foto: Crédito/ Divulgação
Protesto do movimento Black Lives Matter/EUA (2021). Foto: Crédito/ Divulgação

Atividades paralelas

Em parceria, o museu e o Arquivo Nacional promoverão o seminário internacional Para além da escravidão: memória, justiça e reparação, nos dias 13 e 14, na sede do Arquivo Nacional, na Praça da República, região central do Rio de Janeiro.

Com curadoria também de Keila Grinberg, o Arquivo Nacional abrigará a exposição Senhora Liberdade: mulheres desafiam a escravidão, exibindo documentos do acervo da instituição que revelam histórias de dez mulheres escravizadas que entraram na Justiça contra os seus senhores, no século 19.

“Nem todas ganharam a liberdade, mas todas tentaram. Isso é muito importante porque são histórias pouco conhecidas, de mulheres que desafiaram os senhores, a Justiça e foram atrás”.

O público poderá visitar essa exposição de segunda a sexta-feira até o dia 30 de abril do próximo ano. A entrada é gratuita.

Além dessa exposição, o Instituto Pretos Novos vai hospedar uma parte do processo de pesquisa feito para a exposição que está no Museu Histórico Nacional. É um projeto de pesquisas feitas com as mesmas perguntas nos seis países participantes. Daí o nome Conversas inacabadas.

“A ideia é exatamente essa que as conversas reverberam no presente. São várias entrevistas sobre como as pessoas veem o racismo, desde quando passaram a ter a ideia de consciência racial, por exemplo”. 

Essa exposição no Instituto Pretos Novos ficará aberta do dia 14 de novembro a 15 de dezembro.

 

Rio de Janeiro- 10/11/2025 - Exposição escravidão no MHN.(Cartaz da Conferência Pan-Africana (1900)
) Foto: Crédito/ Divulgação
Cartaz da Conferência Pan-Africana (1900) ) Foto: Crédito/ Divulgação

Simbolismo

A professora Keila Grinberg considera muito simbólico que o Brasil seja o primeiro lugar de destino da exposição, após o museu inicial norte-americano, porque o país tem uma tradição de estudos muito forte nesse campo.

“E isso mostra o respeito e a importância internacional que os estudos no Brasil têm. É muito importante porque é uma área em que o Brasil se destaca enormemente”, ressalta

De todos os países que tiveram escravizados africanos, o Brasil foi o que recebeu a maior quantidade. “Recebeu cerca de 45% dos africanos escravizados. Quase a metade do total veio só para o Brasil. Os Estados Unidos receberam 5%”, lembra Keila.

“A escala e a centralidade da escravidão no Brasil são sem precedentes. Por isso, a gente não entende nada da história do Brasil se não entender a escravidão. Ela é elemento central para se entender a história do Brasil”, explica.

No total, cerca de 12 milhões de pessoas, em 300 anos, foram sequestradas, vendidas e escravizadas. Na exposição, o público terá oportunidade de entender a dimensão do que ocorreu. Os escravizados eram procedentes das regiões da África Central, da qual fazem parte o atual Congo e Angola; e da África Ocidental, que envolve Senegal, Benim e Nigéria.

“Eu falo sempre para meus alunos: tem duas coisas que eles precisam entender para compreender a história do Brasil. Uma é que teve escravidão. Ninguém vai saber nada sobre o Brasil se não entender isso. Mas a outra, tão importante quanto, é que a escravidão acabou”.

A curadora acredita que, assim, será possível fazer com que o racismo, que se acha tão arraigado no país, também acabará.

Keila Grinberg é professora na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

 

Rio de Janeiro- 10/11/2025 - Exposição escravidão no MHN. ( Irmandade da Boa Morte/Brasil (1983).  Foto: Crédito/ Divulgação
Irmandade da Boa Morte/Brasil (1983). Foto: Crédito/ Divulgação
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Economia com nova usina fotovoltaica ampliará investimentos do Hospital da Criança em equipamentos e insumos

Com investimento de R$ 13,6 milhões do GDF, nova estrutura foi entregue nesta quarta-feira (12) pela primeira-dama Mayara Noronha Rocha; redução na conta de energia será de cerca de 80%, o que representa mais de R$ 3,7 milhões por ano

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Nesta quarta-feira (12), o Governo do Distrito Federal (GDF) inaugurou a usina fotovoltaica do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). O empreendimento instalado para abastecer a maior parte da demanda energética da unidade, produz energia limpa, ao mesmo tempo que contribui para a diversificação da matriz energética. Com investimento do GDF na ordem de R$ 13,6 milhões, a instalação proporcionará uma economia anual de R$ 3,7 milhões aos cofres públicos.

Segundo a primeira-dama e madrinha do Hospital da Criança de Brasília, Mayara Noronha Rocha, a inauguração da usina fotovoltaica representa um grande avanço para a saúde e reforça o compromisso do governo com a solidariedade e a sustentabilidade. “A iniciativa alia a preocupação ambiental à responsabilidade econômica, permitindo que a economia gerada seja revertida em investimentos no próprio hospital, como aquisição de novos equipamentos, medicamentos e melhorias nos espaços voltados às crianças”, afirma.

Mayara ressaltou que essa é uma entrega que vai muito além do presente, pois significa pensar no futuro e garantir benefícios duradouros para os pacientes da unidade. “No dia 5 de novembro, o Ministério da Saúde reconheceu o HCB como uma das três unidades do país habilitadas a realizar terapia gênica, consolidando a instituição como referência nacional em tecnologia, inovação e medicina de ponta.”

Segundo a primeira-dama e madrinha do Hospital da Criança de Brasília, Mayara Noronha Rocha, a inauguração da usina fotovoltaica representa um grande avanço para a saúde e reforça o compromisso do governo com a solidariedade e a sustentabilidade | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Sem o aporte da energia solar, os gastos com energia elétrica no HCB variam de R$ 380 mil a R$ 450 mil reais mensais para manter a estrutura de cuidado hospitalar ambulatorial e de internação especializado para as crianças e adolescentes com doenças raras, crônicas e complexas; a partir da implementação da usina, a expectativa é que haja economia de até 80% na fatura de energia elétrica.

O secretário da Saúde (SES-DF), Juracy Lacerda, destacou que a instalação de mais de 5 mil placas solares representa um investimento com retorno previsto em menos de cinco anos, já que o custo será compensado pela redução nas despesas com energia elétrica. Ele afirmou que a economia gerada, superior a 80%, será revertida diretamente em melhorias para o hospital, com aplicação dos recursos em infraestrutura, equipamentos e insumos, o que refletirá de forma direta na qualidade do atendimento à população.

 

Ao assumir a pasta, segundo Juracy, uma das orientações do governador Ibaneis Rocha foi cuidar prioritariamente da oncologia. “O HCB tem se destacado nessa área, com um trabalho de excelência no cuidado oncológico infantil. A partir dessa diretriz, lançamos o projeto Câncer Não Espera. O GDF Também Não, que reduziu o tempo médio entre o encaminhamento e a primeira consulta oncológica de mais de 80 dias para cerca de 14”, ressaltou.

O secretário acrescentou ainda que o GDF tem um planejamento mais amplo para a instalação de usinas fotovoltaicas em outros equipamentos públicos, inclusive em outras unidades de saúde, alinhando a política de gestão à sustentabilidade e à eficiência energética.

 

Usina fotovoltaica

A usina fotovoltaica do HCB é conectada à rede de distribuição da concessionária local e possui 5.300 unidades de placas instaladas em uma localização estratégica para a captação solar: os estacionamentos e os telhados do hospital. As placas estão dispostas sobre estruturas metálicas, os carpots, e cobrem 584 vagas de estacionamento e parte do telhado do HCB, totalizando 7.616 m² de cobertura. A localização das placas solares possibilitou maior conforto térmico ao abrigar os veículos de funcionários, que ficarão debaixo das estruturas.

Segundo a diretora executiva do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), Valdenize Tiziane, essa usina foi pensada dentro da agenda de sustentabilidade e também da redução de custos para a operação do hospital. Ela ressaltou que a unidade se antecipou e elaborou um projeto bem estruturado para que a instalação pudesse ser feita sem interferir no funcionamento do hospital, que é um organismo vivo e não pode ter impactos na assistência. Além disso, Valdenize destacou que o projeto foi pensado para aproveitar melhor o espaço físico do estacionamento, beneficiando pacientes, famílias e colaboradores.

Com investimento do GDF na ordem de R$ 13,6 milhões, a instalação proporcionará uma economia anual de R$ 3,7 milhões aos cofres públicos

Essa economia secundária considera a cobertura das áreas da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Bloco 2, uma vez que o sombreamento nesses espaços possibilita a captação de ar “mais frio” para refrigeramento dos espaços internos do HCB. “Temos 1.800 funcionários e cerca de 60 mil atendimentos mensais no ambulatório. O espaço do estacionamento é essencial para acolher toda essa população. As estruturas instaladas ali geram energia e, ao mesmo tempo, proporcionam sombreamento, protegendo do sol. Foi um ótimo aproveitamento do espaço”, afirmou a diretora.

O HCB é referência no atendimento a crianças e adolescentes com doenças raras e crônicas. A presidente do Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe), Ilda Peliz, destacou que a usina representa um ganho ambiental e assistencial. “É um benefício tanto para o meio ambiente quanto para o hospital e, principalmente, para os pacientes, que continuarão recebendo atendimento especializado com ainda mais segurança. É muito importante termos uma energia sobre a qual temos controle, que não vai faltar, porque o sol não falta”, acrescentou.

A presidente também fez questão de agradecer o apoio do Governo do Distrito Federal. “O hospital foi construído pela sociedade, mas o GDF abraçou esse projeto. O governo tem um olhar cuidadoso e atende todas as demandas que levamos, o que nos permitiu crescer. Nesse governo, conseguimos iniciar o transplante de medula óssea e temos hoje vários projetos de grande porte que fazem diferença no tratamento das crianças. Posso dizer que o GDF está nos ajudando a salvar mais vidas.”

HCB

Neste mês de novembro, o Hospital da Criança de Brasília celebra 14 anos de funcionamento, dedicados ao diagnóstico e tratamento de crianças com doenças raras, graves e complexas, o que o tornou referência nacional em diversas especialidades. Atualmente, realiza mais de 200 novos atendimentos de câncer infantil por ano e cerca de 60 mil atendimentos ambulatoriais por mês. A unidade conta com 212 leitos, sendo 58 de UTI de alta complexidade. Nesta semana, o HCB foi habilitado como uma das três unidades do país a oferecer terapia gênica para crianças, um avanço significativo garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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CLDF homenageia participantes da Cavalgada Elas Por Elas

Foto: Marcello Cândido

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Por iniciativa do deputado Eduardo Pedrosa (PSD), a Câmara Legislativa realiza sessão solene nesta quarta-feira (12) em homenagem à Cavalgada Elas Por Elas. A solenidade começa às 19h na Sala de Comissão Itamar Pinheiro Lima e terá transmissão da TV Câmara Distrital.

Realizada tradicionalmente na semana do Dia Internacional da Mulher (8/3), a Cavalgada Elas Por Elas carrega consigo um significado de celebração, homenagem e reafirmação do valor, da força e da contribuição das mulheres na história e no cotidiano de nossas comunidades. O objetivo do grupo é influenciar positivamente a autoestima, o empoderamento e o engajamento feminino.

“Além do aspecto cultural e simbólico, destaca-se também a dimensão social da iniciativa, uma vez que, como contrapartida, ocorre a arrecadação de alimentos não perecíveis destinados à montagem de cestas básicas, posteriormente distribuídas a famílias em situação de vulnerabilidade social na região de São Sebastião”, destaca o deputado Eduardo Pedrosa.

Deputado Eduardo Pedrosa (Foto: Carolina Curi/Agência CLDF)

Valorização Feminina 

O grupo Cavalgada Elas Por Elas surgiu em março de 2020, idealizado por um grupo de mulheres da cidade de São Sebastião/DF, movidas pelo propósito de promover maior reconhecimento e valorização feminina nos espaços tradicionalmente ocupados por homens, tanto no contexto country e como das cavalgadas. A ideia nasceu da percepção de que, apesar da intensa participação das mulheres nessas tradições, sua representatividade e protagonismo ainda eram pouco visíveis e reconhecidos.

Foto: Marcello Cândido

Com esse espírito, foi organizada uma força-tarefa composta por amazonas e integrantes das comitivas femininas da região, que, em apenas três meses de trabalho coletivo, conseguiu consolidar o primeiro evento e estabelecer as bases para que a Cavalgada Elas Por Elas se tornasse uma tradição anual no calendário local. O intuito sempre foi fortalecer a identidade, o papel e o reconhecimento da mulher no meio rural e cultural, ampliando espaços, oportunidades e visibilidade.

Atualmente, o evento reúne cerca de 100 amazonas em seu trajeto, contando ainda com público estimado de aproximadamente mil pessoas por edição.

 

Bruno Sodré – Agência CLDF

 

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