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‘Plantar árvores é garantia de manutenção ou recuperação das nascentes’
Em conversa com a Agência Brasília, o secretário do Meio Ambiente relatou avanços do governo na luta pelo equilíbrio ecológico e detalhou programação da Semana do Meio Ambiente no DF

Carolina Caraballo, da Agência Brasília | Edição: Rosualdo Rodrigues
Até a próxima quarta-feira (8), o Distrito Federal celebra a Semana do Meio Ambiente com as atenções voltadas para a educação ambiental. Em meio a uma crise climática mundial, o governo vai concentrar esforços na conscientização da comunidade para a preservação do bioma e para o uso responsável da água.
Para o secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho, o ponto alto do evento ficará por conta da assinatura de um decreto que formaliza o plano distrital Carbono Zero. “Seremos a primeira unidade da Federação a assumir o compromisso de reduzir a emissão do gás causador do efeito estufa (o CO2 ou gás carbônico)”, ressalta. “Vamos propor uma redução de 20% até 2025 e de 37,4% até 2030”.
Em entrevista à Agência Brasília, Sarney Filho detalhou o decreto e a programação da Semana do Meio Ambiente. O secretário ainda falou sobre projetos-pilotos do governo, como a geração de energia solar e o programa de recuperação de nascentes.
Por que a Semana do Meio Ambiente é tão importante no mundo todo?
Ao longo dos anos, a questão ambiental foi ganhando cada vez mais relevância. Estamos vivendo um desarranjo climático global – períodos de maior estiagem, chuvas intensas, derretimento das calotas polares… Cuidar do meio ambiente não é apenas preservar uma beleza cênica, a biodiversidade. É uma questão de sobrevivência da vida no planeta Terra.
A Semana do Meio Ambiente não foi criada para ser comemorada. Foi criada para levantar reflexões, para que as pessoas tomem consciência da importância do equilíbrio ecológico, da preservação dos nossos biomas. Por isso, o principal objetivo dessa data é educar as futuras gerações. Em um mundo com quase 8 bilhões de habitantes, onde se retira da natureza mais do que ela pode repor, a educação ambiental é muito importante.
“Aqui no DF há uma sensibilidade muito grande por parte da população no que diz respeito ao uso dos espaços verdes e preservação da nossa biodiversidade”
Aqui no DF há uma sensibilidade muito grande por parte da população no que diz respeito ao uso dos espaços verdes e preservação da nossa biodiversidade. Ainda assim, não é o suficiente. Precisamos de uma conscientização ainda maior, principalmente no que diz respeito à utilização da água.
No DF, a Semana do Meio Ambiente vai até o dia 8. Como será a programação?
As ações começaram na segunda-feira (30/5), no Parque Águas Claras, com exposição fotográfica, voltada para a educação ambiental, e conversas. Já nesta sexta (3), vamos fazer a primeira de cinco blitze educativas sobre queimadas, com distribuição de panfletos explicativos e orientações – será no portão de entrada do Jardim Botânico, das 8h às 12h. Depois, no domingo (5), teremos uma caminhada com a comunidade no Parque Ecológico das Copaíbas, às 8h, no Lago Sul.
Para segunda-feira (6), está marcado um ato muito importante. O governador Ibaneis Rocha vai assinar um decreto que formaliza a intenção de reduzir as emissões de gás carbônico no DF. Seremos a primeira unidade da Federação a ter determinado, por decreto, o plano de caminhar rumo à emissão zero do gás causador do efeito estufa.
“Atualizamos o inventário das nossas emissões e constatamos que os veículos são os principais responsáveis pelo gás carbônico lançado no ar do DF”
Ainda na segunda-feira, o projeto Recupera Cerrado estará na Orla Norte do lago Paranoá com atividades de educação ambiental. Essa ação se estenderá para além da Semana do Meio Ambiente – vai até o dia 10, pela manhã e à tarde. Vamos promover oficinas, semeadura de mudas de espécies nativas do cerrado e distribuição de cartilha contendo, de forma lúdica e didática, explicações sobre o nosso bioma.
Faremos também uma mobilização educativa na Rodoviária do Plano Piloto, na terça-feira (7). Com a participação de empresas privadas, do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e de catadores de material reciclável, daremos orientações sobre reciclagem e destinação de resíduos sólidos. A ação ainda terá coleta de equipamentos eletrodomésticos e atrações culturais.
Por fim, o projeto CITinova fará apresentações sobre energia fotovoltaica em dois centros de ensino médio, um no Guará e outro em Taguatinga. Essas atividades estão marcadas para terça e quarta-feira (8).
O decreto que trata das emissões de gás carbono é um passo importante que o DF dará em direção ao enfrentamento das mudanças climáticas? O que o senhor pode detalhar desse compromisso?
“Plantar árvores, e cuidar para que elas possam crescer, é garantia de manutenção ou recuperação das nascentes”
Nossa proposta é reduzir a emissão do gás causador do efeito estufa em 20% até 2025 e em 37,4% até 2030, tomando por base as emissões medidas em 2003. Atualizamos o inventário das nossas emissões e constatamos que os veículos são os principais responsáveis pelo gás carbônico lançado no ar do DF.
Já nos reunimos com o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro. Estamos conversando sobre o favorecimento do uso de biocombustível, como o etanol e o biodiesel, e sobre a priorização de transportes públicos como o BRT e o metrô, que não utilizam combustível fóssil. O enfrentamento da mudança climática global é urgente e demanda atuação por parte de todos os países, estados e cidades.
A geração de energia fotovoltaica, uma das apostas do CITinova, também coloca o DF na linha de frente do combate às mudanças climáticas. Como está o andamento deste projeto-piloto?
A ideia inicial é suprir o gasto de energia de dez escolas, 42 parques, Jardim Botânico, Jardim Zoológico e a sede do Brasília Ambiental. Para isso, placas de captação de energia solar serão instaladas no Hospital Público Veterinário, no Parque Ezechias Heringer (Guará) e no Parque Ecológico Dom Bosco (Lago Sul). Além disso, teremos uma usina solar em Água Claras. A energia solar, captada por meio de placas, é limpa e barata. Fará com que o DF esteja dentro do que há de mais moderno na geração de energia e no combate às mudanças climáticas.
O Recupera Cerrado conta com a população no trabalho de preservação do equilíbrio ecológico. Como o projeto funciona?
O Recupera Cerrado é um projeto-piloto do GDF. Trabalhamos com a capacitação de agricultores e demonstramos às comunidades como é possível recuperar nascentes e áreas degradadas com plantio e isolamento. Plantar árvores, e cuidar para que elas possam crescer, é garantia de manutenção ou recuperação das nascentes.
Estamos concluindo a etapa rural do programa, um trabalho feito em 70 hectares de cerrado. Já recuperamos as nascentes Serrinha do Paranoá e Córrego do Ipê, a Bacia do Descoberto e a Arie (Área de Relevante Interesse Ecológico) Granja do Ipê.
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CLDF celebra Dia Nacional do Surdo com homenagens acessíveis
Foto: Renan Lisboa/ Agência CLDF

O Dia Nacional do Surdo, comemorado nesta terça-feira (26), foi celebrado antecipadamente hoje em sessão solene na Câmara Legislativa, promovida pelo gabinete do deputado Iolando (MDB). O distrital é autor da Lei 7279/2023, que torna indeterminada a validade dos laudos médicos às pessoas com deficiência, o que as desobriga a apresentarem novos laudos para terem acesso a serviços públicos, benefícios fiscais e assistência social.
O parlamentar enfatizou a importância de garantir acesso à políticas públicas voltadas para a inclusão produtiva e social, como a educação de qualidade, oportunidade de empregos, atendimento de saúde adequada mas, acima de tudo, o respeito.
“A inclusão produtiva é essencial para que os surdos possam contribuir ativamente para a economia e para a sociedade. Precisamos criar ambientes de trabalho acessíveis, promover a capacitação profissional e incentivar a contratação de pessoas surdas”, explicou o Iolando.
O secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Pereira dos Santos, comentou sobre os projetos dentro da Secretaria, como a Central de Interpretação de Libras, que atende a parcela da população surda on-line sobre os serviços do GDF, e as centrais de emprego e do esporte.
“É importante mudar a história da comunidade surda, mas para isso precisamos, principalmente, ouvir essa comunidade. Queremos uma Brasília de todos e para todos”, relatou o secretário.
Igualdade no lazer
Para dar início aos trabalhos da sessão, foi chamado o diretor de acessibilidade comunicacional da Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF, Valdemar Carvalho, que fez uma apresentação na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), com tom satírico sobre os diferentes tipos de deficiência e as problematizações que sofrem, como as promessas de cura.
Também se apresentaram alunos da Escola Bilíngue, Libras e Português Escrito de Taguatinga, com uma interpretação, também em Libras, do conto Cachinhos Dourados. A Companhia de Dança Libras em Cena também fez sua participação com três apresentações ao final da sessão.
Elogiando as apresentações e defendendo que a população surda também deve ter respeitada sua maneira de aproveitar o lazer, o deputado Iolando ressaltou: “É preciso lembrar que a língua de sinais não é apenas uma forma de comunicação, mas também uma expressão cultural rica e diversificada”.
Dentre outros que estiveram no evento, marcaram presença o secretário-executivo da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman; a subsecretária da Secretaria de Educação; professores de Libras da Escola Bilíngue de Brasília, da Universidade de Brasília; e um representante do Ministério da Educação.
Vinícius Vicente (estagiário) – CLDF
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15 anos da Lei Seca: Brasília está entre capitais com mais motoristas embriagados
Apenas Belo Horizonte (MG) tem maior número de flagrantes. Em 90% dos dias, durante 15 anos, houve pelo menos uma infração no DF, totalizando 36 mil notificações.

Em 15 anos da Lei Seca, Brasília ficou em segundo lugar em relação às capitais com o maior número de infrações. Foram 36.386 flagrantes registrados.
Brasília só perde para Belo Horizonte. A capital mineira somou 47.561 infrações.
Os dados, divulgados nesta segunda-feira (25), são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), vinculada ao Ministério dos Transportes. Segundo o levantamento, a capital federal também somou o maior número de dias com registro de motoristas embriagados flagrados ao volante.
Conforme os dados, em 90,2% dos dias compreendidos no período de 15 anos, houve, ao menos, uma notificação na capital federal. Ou seja, em 4.943 dias houve uma infração à Lei Seca no DF, o equivalente a cerca de 13 anos.
Veja o ranking nacional das capitais com maior número de infrações:
- Belo Horizonte (MG)
- Brasília (DF)
- São Paulo (SP)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Porto Velho (RO)
- Curitiba (PR)
- Rio Branco (AC)
- Manaus (AM)
- Goiânia (GO)
- Cuiabá (MT)
- Recife (PE)
- Macapá (AP)
- Campo Grande (MS)
- Porto Alegre (RS)
- Boa Vista (RR)
- Natal (RN)
- São Luiz (MA)
- Fortaleza (CE)
- Maceió (AL)
- Teresina (PI)
- João Pessoa (PB)
- Salvador (BA)
- Florianópolis (SC)
- Aracaju (SE)
- Belém (PA)
- Vitória (ES)
- Palmas (TO)
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Ministro Carlos Fávaro pede apoio da Embrapa para fortalecer a imagem da agricultura brasileira
Da esquerda para direita: Selma Beltrão, Carlos Favaro, Silvia Massruhá, Ana Euler e Alderi Araújo

Em reunião na sede da Empresa em Brasília, ele conversou com gestores das 43 Unidades de pesquisa de todo o Brasil
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da abertura da segunda reunião de gestores com a nova Diretoria da Embrapa nesta segunda-feira (25/9) na Sede da Empresa, em Brasília, DF. Na oportunidade, ele solicitou aos 43 chefes de Unidades presentes ao evento apoio para enfrentar o maior desafio imposto hoje à agricultura brasileira: a valorização da sua imagem em nível mundial. Segundo o ministro, é fundamental mostrar aos outros países que as práticas adotadas por 80% dos produtores no Brasil são desenvolvidas sob bases sustentáveis e tecnológicas, graças ao aporte científico da Embrapa.
Fávaro destacou que fortalecer a imagem do agro brasileiro é fundamental para aumentar as exportações do País. Nesse sentido, ele apontou ainda como demanda fundamental continuar investindo em ações de PD&I voltadas à rastreabilidade e em métricas que mensurem a emissão de carbono. “O mercado hoje é pautado por exigências que comprovem a origem e a sustentabilidade das nossas entregas”, pontuou.
O ministro citou como exemplo a cadeia produtiva do algodão, que une sustentabilidade, tecnologia e qualidade, garantindo ao Brasil o segundo lugar no ranking de exportação mundial. “A certificação ao longo de toda a cadeia e a qualidade da fibra podem fazer com que o País ultrapasse os Estados Unidos na exportação do produto em nível mundial. É esse modelo que temos que estender às outras cadeias produtivas”, observou Fávaro.
Outro exemplo de sucesso é a carne de frango, mercado no qual o Brasil se destaca como o maior exportador mundial. A sustentabilidade dessa cadeia é o diferencial, como explicou o ministro, lembrando que o País se mantém como segundo maior produtor, utilizando metade da água e da energia utilizadas nos países europeus.
Fávaro destacou ainda que está em negociação com o Vietnam e Israel para aumentar os mercados de exportação para os produtos agrícolas brasileiros. Israel é hoje o maior consumidor de carne de frango do mundo, com 60 kg por habitante/ano.
Os próximos 50 anosO ministro destacou a relevância da pesquisa agropecuária para o crescimento desse setor ao longo dos últimos 50 anos. Graças à Embrapa e às instituições de pesquisa e ensino, saímos de importador de alimentos na década de 1970 para um dos maiores players do agro mundial. A ciência por trás do agro garantiu um aumento de 580% na produtividade brasileira. “Nosso desafio para os próximos 50 anos é manter esse alto nível de produção sob bases cada vez mais sustentáveis, com foco em automação e outras tecnologias que levem as soluções com qualidade e rapidez ao setor produtivo”, ressaltou Fávaro. Outro foco é em tecnologias capazes de transformar áreas degradadas em produtivas. Os sistemas que integram lavoura, pecuária e florestas são estratégias de produção sustentáveis que vêm despertando a atenção de outros países. De acordo com o ministro, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica, sigla em inglês) quer investir cerca de 1 bilhão de dólares em arranjos produtivos desse tipo na Amazônia. |
Bioeconomia e COPDurante a abertura, os chefes-gerais das Unidades levantaram questões prementes no cenário atual, como a bioecnonomia na Amazônia. Segundo eles, a realização da COP30 na região será uma vitrine para mostrar ao mundo as ações de PD&I da Embrapa em prol da bioeconomia no bioma. A diretora de Negócios, Ana Euler, destacou as iniciativas da Embrapa voltadas à preparação para o evento, como o Pré-COP e o Café Amazônico, entre outras. O objetivo é discutir eixos estratégicos para o desenvolvimento sustentável, envolvendo cooperação com as demais instituições de pesquisa e ensino que atuam no bioma. Segundo Euler, de agora até a COP, precisamos mostrar ao mundo a força da ciência na região amazônica. “Temos 220 tecnologias desenvolvidas para 50 cadeias produtivas”, ressaltou a diretora. Hoje, a Embrapa mantém nove Unidades de pesquisa na Amazônia legal, com 337 pesquisadores, sendo 89% com pós-doutorado. Outros temas, como PAC, concurso e a sustentabilidade das cadeias do leite e da carne, também foram levantados durante o evento. Os diretores Clenio Pillon, Selma Beltrão e Alderi Araújo, além de muitos dos chefes de Unidades presentes, agradeceram pela volta do PAC. Segundo Pillon, essa estratégia será fundamental para revitalizar os campos experimentais da Embrapa distribuídos por todo o Território Nacional, inclusive com tecnologias de automação. A importância do fortalecimento das ações de assistência técnica e extensão rural em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar foi outro ponto debatido. |
Fernanda Diniz (MtB 4685/DF)
Superintendência de Comunicação (Sucom)
Contatos para a imprensa
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Telefone: (61) 3448-4364
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