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Brasília apresenta iniciativas contra as mudanças climáticas na COP27
Projetos-pilotos de usina de energia fotovoltaica, recuperação de nascentes e agroflorestas se destacam em painel sobre cidades verdes latino-americanas

O Distrito Federal foi protagonista, nesta segunda-feira (14), na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27), no Egito. O secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho, apresentou as ações de mitigação e adaptação implementadas pela pasta no DF, na programação do Painel Cidades Verdes Latino-americanas: o papel do meio ambiente no alcance do carbono zero, evento organizado pelo Governo do Estado de São Paulo, na área de negociações do Local Governments and Municipal Authorities, na Blue Zone.
“Estamos prestes a implantar, em Brasília, um projeto-piloto de usinas solares fotovoltaicas para atender prédios públicos de parques, escolas e um hospital”Sarney Filho, secretário do Meio Ambiente
“Por estar localizada no bioma cerrado, berço das águas do Brasil, estamos cuidando dos aquíferos, fazendo a recuperação de nascentes e a implantação de agroflorestas com o apoio do GEF e do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) pelo Projeto CITinova. Plantando árvores, estamos plantando água”, disse o secretário.
Em painel ao lado da governadora do Estado de Coquimbo, Krist Naranjos, da prefeita de Peñalolen, Carolina Leitão, e do deputado federal eleito por Pernambuco Pedro Campos, Sarney Filho destacou a importância da transição energética para matrizes mais limpas, no enfrentamento à crise climática.
“Estamos prestes a implantar, em Brasília, um projeto-piloto de usinas solares fotovoltaicas para atender prédios públicos de parques, escolas e um hospital”, afirmou. O secretário destacou, ainda, a importância de todas as cidades realizarem ou atualizarem os próprios inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) como base para a formulação de projetos e políticas públicas.
“O principal emissor de GEE da capital federal é a frota veicular, que ainda se utiliza de combustível fóssil. Estamos trabalhando em um plano para substituir, num futuro próximo, a fonte de energia dos veículos públicos por uma limpa e renovável”, afirmou.
O evento Cidades Verdes Latino-americanas teve abertura das deputadas federais eleitas Marina Silva (Rede Sustentabilidade-SP) e Célia Xakriabá (PSol-MG) e do senador Jacques Wagner (PT-BA).
COP27
A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas segue até o dia 18 de novembro com o objetivo de reforçar o compromisso dos países participantes com ações de mitigação e enfrentamento aos efeitos nocivos da ação humana sobre o meio ambiente.
Com o lema Together for Implementation (Juntos pela Implementação), esta edição da COP traz o foco no conceito de perdas e danos, uma compensação financeira que está sendo discutida no âmbito da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, para que os países mais vulneráveis tenham chance de se recuperar de enchentes, secas extremas e demais eventos climáticos.
Também está no centro dos desafios desta COP a regulamentação do mercado de carbono, um mecanismo financeiro que os países ricos terão para compensar as emissões de gases de efeito estufa por meio do financiamento de iniciativas de conservação ambiental nos países em desenvolvimento.
As negociações seguem até o fim da semana, quando deve ser pactuado o documento final da COP do Egito a partir do consenso possível entre os blocos dos países ricos e o dos países em desenvolvimento.
*Com informações da Secretaria do Meio Ambiente

Cenário considera impacto do ritmo de exploração agropecuária no bioma
O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.
A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.
“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.
Chuvas
Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.
“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.
Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.
Edição: Heloisa Cristaldo
EBC



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